Uma esposa para Itachi Uchiha escrita por Anny Taisho


Capítulo 27
Histórias não contadas


Notas iniciais do capítulo

Olá genthy bonita!! Eu não devia estar postando hoje, mas eu ganhei outra recomendação e estou tão empolgada que fiz dois capítulos da fic só hoje. Então eu resolvei postar o último capítulo desse pequeno arco da história, semana que vem começa o último arco que vai ser um pouco mais leve.
Sobre mais detalhes Mikoto e Fugaku esperem os spinoffs, lá a história vai ser contada com mais calma. Semana que vem teremos muitas surpresas e interações Itasaku, estou até quase fazendo um lemonzinho!! Kisskiss



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Depois de colocá-la em roupas quentes e debaixo de cobertores pesados, Fugaku trocou as próprias roupas. Podia sentir claramente a presença dos filhos na porta do quarto deles, não tinha como não dizer nada, se ficasse calado eles perguntariam a Mikoto e sua esposa não precisava passar por isso. Respirou fundo e se aproximou da cama a olhando dormir. Apesar de maioria das pessoas duvidarem, o líder do clã Uchiha amava muito a esposa, assim como a família que tinham.

Passou a ponta dos dedos de leve  no rosto dela antes de sair do quarto encontrando os olhos inquisidores dos dois filhos deles. Esperava nunca mais ter que falar sobre aquilo de novo.

— Ela está dormindo, não a incomodem. – disse passando por eles em direção a cozinha.

— O que foi aquilo?

Sasuke sinceramente sempre teve muitas dúvidas a respeito daquele casamento, tudo sempre parecia muito unilateral, apesar da mãe sempre deixar claro que aquele era apenas o jeito do marido. Havia inúmeros ressentimentos no Uchiha mais novo em relação ao pai, mas se tratando da mãe dele não ia engolir desaforo nenhum.

— Se realmente se importam, nunca falem disso com a mãe de vocês, ela não precisa ficar revivendo essas experiências dolorosas.

Se abaixou e o oficial da patrulha ainda estava inconsciente e olhando a têmpora dele notou como Mikoto apesar dos anos ainda era uma shinobi melhor que muitos oficiais.  Um de seus mais velhos oficiais entrou, provavelmente sabendo que algo aconteceu e apenas precisou menear com a cabeça para ele entender do que se tratava.

— Eu vou leva-lo para atendimento, Fugaku-sama, está tudo bem?

— Sim, tudo sob controle agora, Mao. Encontre também o outro oficial e depois eu quero falar com eles. Tente manter o menor número possível de pessoas envolvidas.

— Hai. – o homem disse antes de sumir numa nuvem de fumaça com o shinobi desacordado.

Fechou a porta para evitar que mais água da chuva entrasse e olhou os filhos. Sabia que não os tinha nas melhores graças, agora eles provavelmente estavam pensando as piores coisas dele e no fundo não estavam tão errados assim.

— Quando Mikoto estava grávida pela primeira vez uma série de acontecimentos fez com que não estivéssemos na melhor situação. Uma noite eu fui visitar o tio de vocês, havia toda uma organização de segurança ao redor da casa, mas ainda sim de algum modo invadiram Konoha, o distrito e a casa que vivíamos naquele tempo. A mãe de vocês foi levada como refém.

Itachi estava com uma expressão que não conseguia decifrar enquanto Sasuke era um livro aberto, pelo menos para ele, os olhos negros borbulhavam de ódio. Aquele garoto saiu de um admiração sobre-humana dele para o ódio ao longo dos anos.

— Vocês devem conhecer as histórias de tentativa de rapto de crianças com o Byakugan e Sharingan no auge da terceira guerra. Ou sobre os procedimentos sempre que um Uchiha morre em campo de batalha, nós incineramos os corpos para que não possam estudar o Sharingan. Essa ação foi do clã Itazuma e eu imagino que estudaram na academia sobre o clã Itazuma.

Ficou em silêncio um momento e foi Sasuke que disse algo, Itachi provavelmente ia ouvir tudo antes de dar um parecer.

— Clã Itazuma não foi o que foi exterminado de Iwagagure na noite do banho de sangue? Como Konoha exterminou o clã mais poderoso deles em uma noite uma paz armada foi pedida e a terceira guerra acabou.

— Não foi Konoha quem exterminou os Itazuma, fomos eu, Mirai, Mao e Hideki, depois que a mãe de vocês já estava na vila sendo tratada. Contra ordens do terceiro Hokage, eles alegaram que foi uma ação completamente autônoma de uma ramificação extremista do clã porque como as coisas aconteceram feria o código de guerra enfim... Eles mandaram um pedido de desculpas formal e que como todos os envolvidos no rapto foram mortos no resgate já estava pago.

— Vocês exterminaram um clã inteiro? – Sasuke estreitou os olhos.

— Invadiram nossa vila, o distrito, sequestraram e torturaram um de nós. – Fugaku pôde ver inquietação pela primeira vez nos olhos do filho mais velho – A decisão no conselho foi unânime de mostrar nossa força para que nunca mais se repetisse. O Sandaime quis impor um sansão sobre nós, mas no final, a guerra acabou porque eles não tinham como enfrentar Konoha e nem fazer retaliação. Destruímos a principal força de combate deles. Os meses seguintes foram difíceis, Mikoto estava psicologicamente destruída e seu estado físico não era o melhor,  apesar de ir contra todos os conselhos médicos decidiu que ia ter o filho.

Um silêncio longo se instalou, aqueles dias foram os piores que viveu.

— Com o tempo, apoio e tratamento ela se recuperou, só que desenvolveu o que poderia ser comparado com uma doença auto-imune, mesmo sem um sharingan desperto as habilidades em genjustu da mãe de vocês passou a se voltar contra ela. E de tempos em tempos todas as lembranças daqueles malditos dias voltam como se estivessem acontecendo. Ela nunca contou a ninguém o que aconteceu e mesmo se tivesse eu não diria a vocês. Quando acordar, apenas estejam ao lado dela e a façam se sentir o mais confortável possível.

Num segundo estavam num silêncio absoluto e no seguinte Fugaku estavam sendo erguido pelo colarinho por Sasuke com um Sharingan. Apesar de todo auto controle, ele era o mais passional de todos eles com um poder monstruoso. Os dois filhos haviam muito facilmente superado suas habilidades.

— Sasuke. – a voz de Itachi ecoou e dois segundos depois o filho mais novo o tinha soltado.

— Você foi a maior praga das nossas vidas, espero que tenha um lugar especial te esperando no inferno.

Dito isso, desapareceu da cozinha irado. Sasuke havia visto com o tempo como apesar de só ter olhos a Itachi ele também não foi um bom pai pra ele. Aquele homem havia falhado e agora tinha certeza de que além de tudo a mãe deles foi a maior vítima.

— Eu não sei dos detalhes dessa história que nos contou, mas era sua obrigação ter protegido sua esposa e seu filho não nascido. Desde que me lembro tudo é sobre o clã e como devemos protegê-lo, mas eu sei que sabe disso, minha mãe sem o idolatrado sharingan aparentemente entende muito mais sobre tudo isso do que nós. Vocês dois tem uma maneira própria de relação que respeito, entretanto espero que se lembre todos os dias que a vida dela é o mais importante, mais que você para qualquer um de nós.

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Sakura ouviu em silêncio o que Itachi tinha lhe contado e sentiu o coração ficar pequenininho. Mikoto Uchiha era uma das melhores pessoas que já teve a chance de conhecer, parecia tão injusto que logo ela tenha passado por terrível como ser prisioneira de guerra. Não parecia real que alguém tão bondosa e com o sorriso mais sincero que já tinha visto passou por isso. Abraçou Itachi sem nem imaginar como ele estava desestabilizado, sem dizer Sasuke. Sabia que a mãe era o que eles tinham de sentimento mais precioso.

O abraçou forte sentindo como ele retribuía o abraço apertado. Olhou pra cima e sorriu.

— Isso só mostra como a sua mãe é a melhor pessoa que conhecemos, um dia eu estava conversando com a tia Kushina, estava revoltada sobre como as pessoas podiam ser cruéis com o Naruto e por que eles tinham feito aquilo com ele... – suspirou – Ela suspirou para mim e disse que quando ela ia se tornar o receptáculo estava com muito medo e que Mito-sama havia dito o que ela levaria para vida toda: somente com amor o ódio da besta pode ser controlado. E que quando tudo deu errado e tiveram que selar no Naruto ela jurou para si mesma que ele ia conhecer seu amor incondicional para compensar qualquer dor. Sua mãe fez isso, ela podia ter tido a vida destruída, mas lutou provavelmente com toda força que tinha para o amor que ela sentia por você e depois pelo Sasuke ser maior que todo sofrimento.

Sentiu ele beijando sua testa onde havia o cristal.

— Eu vou estar sempre com você.

Sakura entendeu todas as promessas mudas atrás daquela declaração. Itachi estava lhe dizendo que faria de tudo para ser o melhor e que estaria sempre perto para nada remotamente parecido acontecer com ela.

— Vamos para casa dos seus pais, levamos o Shisui e o Sasuke para passar o dia todo fazendo a tia Mikoto se sentir a pessoa mais feliz.

E assim fizeram.

Passaram o dia todo envolvendo Mikoto em uma aura de tranquilidade e boas vibrações. Shisui ouviu a história por cima e ele tinha lembranças muito vagas da época em que Itachi nasceu, afinal, não tinha mais que três anos. Eles estavam conversando e comendo coisas que Sakura pegou na casa da mãe enquanto o Uchiha mais velho apenas ia e vinha para verificar se a esposa estava bem. Era incrível como ela sempre atraia o melhor das pessoas que os rodeavam e como cada um que estava ali se importava realmente com ela.

Não passou despercebido aos olhos do Uchiha a maneira como Sakura passava as mãos sobre os ombros de Itachi num conforto simples ou como sempre fazia questão de estar sentado ou em pé ao lado dela como se quisesse ter certeza de que ela estava ao alcance de seus dedos.

— Hey Sakura, esses bolinhos estão ótimos, mas a minha namorada faz um melhor... – disse Shisui tranquilamente mordendo a massa fofa.

E naquele momento foi como se todas as palavras tivessem morrido e todos os presentes encararam aquele Uchiha como se ele fosse um alien. Aparentemente ele não tinha notado o impacto de sua frase nos presentes.

— O que foi? Eu disse algo errado? Esses bolinhos estão ótimos, mesmo... Sua mãe cozinha muito bem, Sakura!!

— Você disse que tem uma namorada, querido... – Mikoto se orgulhava de estar a par da vida dos filhos e o sobrinho era quase como se fosse seu filho.

— Ah isso, sim, eu tenho uma namorada. A Nami. – sorriu largamente – Por que essas caras? Acham que só o Itachi e o Sasuke fazem sucesso? Eu sou um ótimo partido.

Itachi estava incrédulo, Shisui vivia invadindo sua privacidade e não parecia ser capaz de manter a língua dentro da boca, mas estava namorando e simplesmente não contou a ninguém. Não contou a ele, e os dois eram como irmãos.

— Oh... eu não disse isso, querido, é só que você nunca disse nada...

— Ah tia, todo mundo estava tão vidrado na missão uma esposa pro Itachi que eu não quis tirar o foco... até porque eles eram muito mais engraçados para fazer fofoca sobre. – coçou a nuca.

— Nami... eu... hum... eu não me lembro de nenhuma moça com esse nome.

— Ela não é do clã, é Nara. Trabalha na inteligência na área de quebra de códigos. Minha Nami é tão inteligente... E meus pais gostam dela, o que é meio um milagre visto que nunca gostaram de ninguém que eu levei em casa.

Era muita informação junta e todos estavam chocados. Shisui era uma presença constante na vida de todos, mas ninguém tinha se dado conta de que ele estava saindo com alguém. Mikoto piscou algumas vezes, o sobrinho estava sempre as suas voltas conversando e fazendo companhia. Realmente sentia que ele era como um de seus filhos, mas ele tinha pais.

Aika e Hideki eram boas pessoas, mas deixaram boa parte da criação do filho deles a criados e tutores como muitos de famílias abastadas. Não é que não o amassem ou não fossem bons pais, apenas faziam o que muitos faziam. E Mikoto meio que puxou o sobrinho para a barra de suas saias, ele tinha passado a ter uma relação maior com os pais somente quando já era quase um adulto. Suspirou e sorriu, estava tão entretida olhando apenas para o filho mais velho que perdeu isso.

— E você não pretendia contar para gente? Então é assim? Invade nossa privacidade e não conta as novidades? – Sakura moveu as sobrancelhas.

— Ehhh... calminha ai, moça! Eu nunca escondi Nami-chan de ninguém, ela vem no clã sempre, eu passeio com ela pela vila. E ia mesmo trazer ela para jantar aqui um dia desses... No inicio eu queria saber que ia durar, mas com o tempo se tornou tão normal... Parece que meio todo mundo sabe da gente.

— Eu... eu preciso conhecer essa moça!! Que falta de consideração é essa, Shisui? Eu pensei que gostasse mais de mim!

— Eu amo você tia! Você é minha mãe também, eu só me esqueci... Desculpa!

— Esqueceu... Eu quero um relatório completo de quem é essa garota! O que faz da vida... Tudo!

— Vai gostar dela também, minha mãe gostou e ela não gosta de ninguém com quem eu já sai.

— Eu gosto de tirar minhas próprias conclusões.

O tempo foi passando e pouco a pouco cada um deles foi saindo para deixar que Mikoto descansasse. Sasuke foi o último a sair e deu um beijo na testa dele. Tinha uma família tão boa. E que estava crescendo, primeiro foi Sakura vindo e agora teria essa nova moça... Eles já não eram mais suas crianças.

Suspirou quando o filho mais novo fechou a porta e olhou ao redor se surpreendendo ao encontrar o marido sentado na poltrona lendo um pergaminho. Ele era sempre tão silencioso que nem imaginava quanto tempo ele estava ali.

— Está se sentindo bem? – ele levantou e caminhou até ela sentando a beira da cama.

— Sim... um pouco cansada e surpresa... Shisui tem uma namorada a meses!

— Eu já tinha visto a garota pelo distrito, mas não imaginei que fosse tão sério. – passou a mão pelo rosto dela.

— Hum... Fugaku... eu... eu machuquei alguém? Você? Minhas lembranças estão confusas...

— Não se preocupe com isso.

— Me... Me desculpe, eu estava tão fora de mim... Eu... Eu sinto muito se disse algo que o magoou.

Passou a ponta dos dedos pelo rosto dela e encostou a testa na dela. Ele nunca seria capaz de colocar em palavras o quanto ele amava aquela mulher e como tinha dedicado a vida a fazê-la feliz. Não se importava se as pessoas em geral não vissem, quem precisava ver e entender era somente ela.

— Me conte o que aconteceu, Mikoto, eu não consigo mais ver você sofrendo daquele jeito e não fazer nada.

— Não vai mudar nada você saber ou não, já passou, faz tempo demais.

Tentou se afastar dele, mas sentiu ele a puxando mais para perto.

— Vai sim, você vai estar livre disso... Confie em mim...

O empurrou e levantou da cama, ainda se sentia meio cansada, mas não queria mais falar daquele assunto. Já tinha passado. Eles já estavam velhos, nada ia mudar.

— Não toque em mim, Fugaku! Eu não quero mais falar disso! E você.... não entende... Nem eu sei mais o que é verdade e o que criação da minha mente. Não estive perfeitamente consciente todo o tempo... Só esqueça isso.

Abraçou o próprio corpo respirando fundo e se afastou quando o marido de aproximou novamente, mas Fugaku não ia simplesmente desistir dela. A abraçou forte contra o corpo e a olhou nos olhos. Ele podia usar o sharingan para entrar na mente dela, sempre pôde, mas nunca invadiu o espaço dela assim.

— Você cuidou de mim e de todas as minhas feridas, fossem elas físicas ou emocionais, toda a nossa vida. Não importou quão ruim e pesado fosse você me fez falar para que pudesse carregar comigo todo o peso que a vida shinobi me deu. Me deixe carregar isso também, te ajudar a ser mais leve...

— Não precisa... Isso só vai trazer lembranças dolorosas...

— Ver você assim é o mais doloroso.

Sentiu a mão dela em seu rosto e beijou a palma da mão pequena. Ela não precisava falar, em muitas coisas eles não precisavam falar, encostou a testa na dela e a olhou no fundo dos olhos negros e naturalmente sentiu o vermelho da herança de seu sangue. Aquela não era uma técnica que ele usou com frequência, na verdade, foi desenvolvida por Mirai para interrogatório. As lembranças dela eram nebulosas e realmente confusas, mas foi vendo o suficiente para ter certeza de que matar aquelas pessoas foi muito pouco.

Era por isso que Mikoto que não gostava do escuro e porque ela teve medo dele tanto tempo depois do acontecido. Usaram a imagem dele contra ela... Oh infernos... Sentiu ela o empurrar quando estava fundo dentro das memórias dela. Fechou os olhos e a apertou contra o peito.


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