Uma esposa para Itachi Uchiha escrita por Anny Taisho


Capítulo 20
A mancha rosa


Notas iniciais do capítulo

olá pessoas, novamente me desculpe o atraso em postar. muito obrigada por todos os comentários tão carinhosos e atenciosos. kisskiss



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Itachi estava muito impaciente com a tal missão de Sakura, desde quando ela saia em missões? O Hokage tinha perdido a cabeça, ela era o tesouro do hospital e não podia ter o pescoço colocado a prêmio como o resto deles, afinal, era ela quem colava os ossos de todos. Não era como se duvidasse das habilidades dela, mas Sakura era... Supirou... Especial. Pelo menos para ele.

Sem dizer que ela estando longe dele, queria dizer que não podiam conversar e resolver o assunto. Sabe Kami como aquela história chegou aos ouvidos dela, apesar de estar rezando para não ter chegado, o que era improvável de muitas maneiras já que até as pedras do rio pareciam saber.

E agora o que podia estar pensando? Provavelmente que era um canalha enganador! Ohhh Kami, o que de errado tinha feito nessa vida? Só queria casar com aquela mulher e viver na casa do distrito! Não ia ser uma vida tranquila, não com uma esposa que podia tendenciosamente jogar coisas pela janela, coisas muito pesadas, mas gostava da possibilidade.

Desmentir aquele boato estava quase impossível, as pessoas não paravam de falar e aumentar. Já estavam até dando datas para as bodas. Obviamente que já tinha ido falar com a família de Mai, e eles pediram desculpas pela conduta da filha, mas aparentemente não estavam fazendo nada para calar a boca dela. Era um homem relativamente paciente, só que aquilo tinha ultrapassado todos os limites possíveis e inimagináveis.

Respirou fundo e tentou se acalmar antes de sair de casa, Sakura estava de volta a vila, soube por um ou outro comentário. Entretanto, ela não tinha falado com ele ainda e tinha medo da reação dela ao encontrá-la. Na melhor das hipóteses ela tacaria uma mesa nele, mas na pior delas podia estar magoado o suficiente para não ouví-lo. Mandou um corvo com um recado e apenas recebeu uma negativa, aparentemente ela estava ocupada demais.

Fechou os olhos negros orando por paciência ou cabeças iam começar a rolar.

Estava saindo do distrito quando viu a razão de seus problemas sentada fofocando com um par de garotas. Pensou em dar a volta, precisava da maior distância possível dela, só que seguiu reto. As duas amigas arregalaram os olhos quando o viram perto da mesa, essas pessoas pareciam loucas, ele era apenas um homem.

— Tem um minuto, Mai?

Viu as meninas quase sairem correndo cochichando e olhando para trás.

— Itachi-san. – ela sorriu. – Sente-se.

— Não, obrigado. É um assunto rápido.

— Oh por favor, estão todos olhando ao redor...

— Eu não me importo. Já conversei com seus pais, já esclareci tudo e deixei bem claro que nunca tive nenhuma intenção. Foi tudo um engano seu.

— Você deixou isso muito claro.

— Entretanto, não estou vendo dissolução dos boatos. Espero que não esteja sendo inconsequente e os esteja alimentando ainda.

— Eu?? Jamais, Itachi-san! Não sabe como eu fiquei envergonhada quando notei o grande mal entendido!

A garota era dissimulada como poucas vezes conheceu alguém. Tinha absoluta certeza que provavelmente ela ainda estava tentando aplicar uma manobra para conseguir que o boato vire realidade, o que não irá acontecer nunca, ele já tinha escolhido uma noiva.

— Mai, eu vou ser bem claro, não vou me casar com você. Não tive a menor intenção em momento algum. Na verdade, eu já escolhi uma noiva, mas todo esse circo não está possibilitando que eu siga com meus planos. Não me force a tomar medidas drásticas.

— Isso foi muito grosseiro, Itachi-san. – a garota piscou – Eu já me desculpei pelo mal entendido e só Kami sabe como eu queria nunca ter aberto a boca. Os boatos não estão só em relação a você, todos que sabem do mal entendido estão rindo de mim. Isso não é agradável realmente.

— Não me importa. Foi uma atitude sua que levou a isso.

A garota engoliu o chá e suspirou, ele era muito mais duro na queda do que imaginava, mas ainda sim não haveria um casamento melhor. Quanto mais os boatos crescessem, mais ele seria pressionado, logo o conselho certamente iria intervir. E ninguém melhor que alguém de sangue Uchiha e com uma situação boa para ocupar o cargo.

Ele já estava a procura de uma esposa há tempo demais, só precisava fazer com que as notícias continuassem soando como verdade. E uma mentira dita muitas vezes pode virar uma verdade, na verdade não era mentira, foi um engano inicialmente, mas a mãe a aconselhou a continuar discretamente. Pessoas públicas e importantes como Itachi tinham que manter um certo código de conduta ditado socialmente.

E se com o tempo ele não começasse a ceder, era só fortalecer o boato Um bebê... Não precisava haver um, e o conselho muito interessado em casá-lo não ia fazer perguntas demais se a  situação favorecesse o que desejavam. Ela seria a próxima matriarca Uchiha.

Levantou os olhos e o fitou. Olhos muito frios.

— Eu preciso ir agora, tenho uma consulta e foi dificílimo marcar.

— Tudo bem, apenas esteja avisada.

— Não podia ter deixado mais claro.

Se levantou e saiu. Era bonito como uma obra de arte, mas frio como o mármore do qual são feitas, mas os benefícios eram muito maiores. Tinha que ser uma mulher prática, queria um casamento a sua altura e não achava que haveria alguém que lhe daria um status melhor. Era de uma parte abastada e bem relacionada do clã, eles deviam casar entre si para manter os Uchihas supremos como eram.

Agora era hora de resolver uma mancha colorida demais para aquele quadro. Tinha suspeitas depois de investigar sobre os progressos dele nos últimos anos, mas agora estava mais que evidente a decisão dele. E alguém fora do clã era inaceitável, ainda mais sem nenhum nome ou habilidade.

Era hora de conhecer e deixar claro a Doutora que o lugar dela não era ao lado de um Uchiha.

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Sakura amassou o bilhete de Itachi e mandou o corvo de volta com uma negação. Não se sentia preparada para lidar com ele ainda, não queria se descontrolar e agir como uma garotinha. Como tinha imaginado, aquela noite muito tempo atrás, ele estava apenas sendo gentil, todo o tempo ele estava apenas sendo gentil. Ele era um Uchiha e não importava como ela pudesse ser promissora, os padrões deles eram outros.

Fechou os olhos e passou a mão pelos cabelos.

Não ia pensar mais nisso, queria de todo coração que ele fosse feliz. Itachi era uma boa pessoa que merecia muito mais que um casamento arranjado cheio de aparências. Pegou a ficha do próximo paciente e ligou para a enfermeira mandar entrar. Trabalhar era o melhor que podia fazer.

Quando Uchiha Mai entrou no consultório, teve certeza de que o universo a odiava. Como todos os Uchihas que conheceu ela era alta, esguia de cabelos muito negros e aquele porte de campeões. Vestida impecavelmente com roupas caras demais. Ela era exatamente o esperado para o posto.

— Boa tarde, Uchiha-san. Pode se sentar.

— Boa tarde, doutora, eu fiquei muito aliviada quando consegui um horário. – sorriu levemente.

— Eu tenho horários realmente bem apertados, mas aqui na sua ficha tudo parece dentro dos conformes.

— Não vamos ao médico apenas quando doentes, uma check up é sempre muito bom.

— Sim, eu não posso dizer o contrário. Vamos fazer os procedimentos padrões. Pode entrar na porta a direita e colocar a camisola, vou te pesar, medir altura, pressão... exames clínicos de rotina.

Sakura não gostava muito de trabalhar com consultas assim. Tinha uma linha de pesquisa muito avançada e gostava de trabalhar em coisas que eram realmente úteis, como em cirurgias ou mesmo no pronto-socorro estando em contato com pessoas que realmente precisavam dela.

A maioria dos atendimentos que fazia em consultório era para pessoas mais abastadas que queriam sua atenção devia a fama que tinha, ou seja, puro status. Não que eles não pudessem querem bom atendimento e afins, mas eles só se consultavam com determinados médicos e pagavam muito por isso.

O que era um dos motivos de se manter fazendo isso ainda, fora a questão política que o hokage pediu gentilmente que mantivesse. Nos dias de consultório, tudo o que fazia era o que médicos em treino ou mesmo enfermeiros podiam fazer. Levantou com a prancheta e acompanhou a mulher até a balança.

— Peso normal e agora vamos medir sua altura.

— Eu estou me sentindo meio mal esses dias, não deve ser nada, mas já que estou aqui não me custa contar.

— Nenhum sintoma deve ser ignorado.

— Oh sim, eu acordei meio mareada esses dias. Foi simplesmente terrível.

— Pode descer. – disse anotando na prancheta – Prossiga, comeu algo diferente do costume? Ou bebeu?

— Não, não. Somente o de sempre, eu sigo uma dieta bem rígida e balanceada.

— Certo, nenhum alimento estranho. Foi em algum diferente do normal? Pode se sentar na maca.

— Não, permaneço sempre no distrito.

Sakura tomou os reflexos dela.

— Bem talvez tenha sido somente um dia ruim, ou o início de uma virose que não se desenvolveu. Vou pegar o estetoscópio, um minuto.

— Hum... Bem... Você é médica e eu sei que não vai contar nada do que eu disser aqui...

— Obviamente que não, tudo o que me é dito no consultório está sob sigilo. – falava no automático e abriu uma gaveta.

— Oh sim, mas mesmo assim... certas coisas são difíceis de dizer até ao médico.

— Eu estou aqui para cuidar dos meus pacientes, não para fazer julgamentos, por favor não se sinta coagida. Sua saúde é o que importa.

Sorriu para a médica ainda de costas.

— Eu... estou com medo de estar grávida... Ohh... isso é tão embaraçoso, somos tão modernos hoje, mas meus pais fariam uma confusão se isso for verdade.

Viu a rosada derrubar o estetoscópio no chão e esbarrar na mesa, oh sim... aquilo a abalou a tão centrada doutora, mas ela se voltou a si muito profissional.

— Bem, se está suspeitando podemos fazer um exame. Não tentou fazer um teste de farmácia?

— Ohh não!! Todo mundo sabe quem eu sou e... sobre... você sabe o casamento. Estamos tentando abafar os boatos para nao ter que correr, mas as más línguas...

Sakura engoliu a saliva como se fosse tijolo. Casamento. Itachi. Grávida.

— Vamos fazer um exame rapidinho aqui, mas você está atrasada? O seu ciclo está muito atrasado?

— Umas semanas talvez, eu sou tão avoada com essas coisas...

— Eu vou fazer um exame rápido e pedir um exame de sangue se for o caso.

— O que achar melhor, afinal, é a médica aqui.

Sakura fez alguns exames de toque e usou chakra, era talvez mais eficiente que um exame de sangue. Se havia uma vida ali, já haveria chakra, mesmo com poucas semanas. Sentiu o coração tão apertado. Então ele não só tinha uma noiva como ohh... Kami... dormia com ela. E certamente não fazia pouco tempo.

Alguns segundos se passaram e aqueles foram longos demais e para seu alívio, por algum motivo, a garota não estava grávida.

— Bem Uchiha-san, não está grávida... esse é um exame bem preciso, mas podemos pedir um de sangue. Esses mal estares podem ser emocionais talvez, toda a questão do... casamento.

Virou as costas e se afastou tirando as luvas para colocar no lixo.

— Ohh kami!! Não sabe como fico aliviada!! Não que eu não queira filhos, mas agora seria tão inoportuno... Ohh... Você salvou meu dia, Itachi tem razão de falar tão bem de você.

— Oh, ele falou de mim?

— Claro que sim! – se sentou e saiu da maca – Vocês são muito amigos e eu faço questão de que participe de tudo sabe, eu não quero ser dessas esposas ciumentas e sei de tudo pelo que ouvi que é uma ótima pessoa.

— Oh, muita consideração sua. Pode ir se vestir.

Sentou em sua cadeira sentindo uma dor de cabeça horrenda de repente.

Como Itachi podia ser tão cara de pau? Ele realmente não parecia esse tipo de pessoa. Massageou as têmporas.

— Então está tudo bem comigo?

Abriu os olhos e a fitou.

— Tudo ótimo, tem uma saúde de ferro.

— Oh... me preocupei a toa então. Eu ficaria muito agradecida se realmente mantivesse nossa conversa em sigilo, tudo o que não precisamos são fofocas. E Itachi é tão reservado como bem sabe...

— Não se preocupe.

— Ótimo, você é mesmo uma ótima médica! Eu acerto com a enfermeira lá fora?

— Na administração.

— Tudo bem, tenha uma boa tarde.

— Obrigada, você também.

Assim que a garota saiu do raio de sua sala Sakura trincou os dentes e jogou um peso de papel na parede.

— DESGRAÇADO!!

Continua...


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