Uma esposa para Itachi Uchiha escrita por Anny Taisho


Capítulo 2
Casamento arranjado


Notas iniciais do capítulo

Na onda da minha empolgação resolvi dar outro capítulo de brinde a vocês. A fic está com tantas visualizações, tomara que vocês apareçam para me contar o que acharam.



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Itachi caminhou tranquilamente pelo corredor do chão de madeira até chegar a cozinha onde disseram que a mãe estaria. Queria conversar com ela sobre aquela coisa toda e para variar a dona Mikoto estava muito ocupada fazendo alguma coisa.


Sorriu ao vê-la dar alguns instruções a uma garota que saiu aparentemente com lista de compras e a viu virando em seu próprio eixo com uma vazinha grande na num braço e uma colher de pau no outro.


– Itachi!! - a mulher disse rindo - Me assustou!! Vocês e essa manina de passos leves.


Mikoto já havia sido ninja quando jovem. Deixou essa vida definitivamente quando se tornou mãe e segundo ela sempre havia tanto a se fazer que não dava mais tempo, nunca viu que ela era infeliz com isso, talvez pensasse em como seria ter continuado na carreira, mas apenas isso.


O porte esguio e os passos leves e precisos indicavam bem a instrução que ela teve. E sem dizer que tinha a melhor mira que conheceu, na verdade, a mãe o ensinou a usar shurikens e senbons. Se aproximou e beijou na testa antes de rodear o balcão e sentar no banquinho pegando uma fruta e mordendo.


– O anciãos querem que eu case, imagino que saiba disso. - disse tranquilamente


– Oh... - notou que ela o fitou algum momento antes de sorrir levemente - Pensei que seu pai falaria com você antes a respeito.


– Por que vocês não escolhem alguém que achem propício, esperava um casamento arranjado.


Mikoto suspirou e caminhou até o balcão deixando a tigela na mesa se sentando e olhando o filho. Seu garotinho era um homem adulto, na verdade, ele era um adulto mesmo quando criança. Lhe pesava o peito pensar em todos os anos roubados de sua juventude e quantas vezes viu a morte de perto.


– Deveria agradecer pelo privilégio de escolher sua esposa, Itachi, nem todos tem essa sorte. Na verdade, seu pai quem bateu o pé para que tivesse isso.


– Mãe... - mordeu um pedaço da maçã e pensou no que dizer - Eu não tenho tempo e nem disposição para sair por aí atrás de uma esposa. Confio que você e meu pai vão escolher o que for melhor para mim e para o clã.
A mulher baixou os olhos e depois os levantou.


– Eu sei que você já nasceu com todo o peso do clã nas suas costas, como também eu sei o quanto lhe pesou ser tão prodigioso... No fundo, você não teve muitas escolhas, por que abrir mão dessa? Eles não querem que se case amanhã, apenas que tenha em mente que esse precisa ser um plano recente.


O Uchiha quis abraçar a mãe, Mikoto se preocupava demais com todos eles, sim, ele teve um peso nos ombros, mas era quem ele era e não ia mudar.


– Mãe... Eu raramente fico na vila, não é como se eu pudesse encontrar uma mulher adequada no meio de uma missão. E é tão comum casamentos arranjados...


– Filho, é comum sim, muitas das pessoas que conhece, inclusive eu e seu pai tem um casamento arranjado. Eu tive sorte, tenho a melhor família que pude sonhar, mas nem sempre foi assim. - a mulher se levantou e caminhou até a janela da cozinha e passou a mão pelos cabelos - Meu casamento teve tudo para dar errado, sabe... Seu pai namorava e estava praticamente casado com outra mulher... Hum... Acho que a conhece, Uchiha Mirai...


Aquilo era sim uma novidade, algumas vezes em conversas do pai com os tios ele ouviu histórias do passado de todos, inclusive do pai. Todas de quando ele era solteiro, algo que foi muito ensinado em sua família e no clã num geral era que o casamento era algo a ser respeitado. Apesar de sua curiosidade, deixou a mãe falar, ela devia ter algum ponto para lhe contar aquilo.


– Eu era uma jounnin, boa no que fazia, lutei pouco na guerra. Eu era, sou boa com pessoas e crianças então acabei responsável por equipes de gennins. A mim não veio o Sharingan como a muitas mulheres da família, mas eu não me ressentia disso. Enfim, o que importa aqui era que eu conhecia seu pai, convivi um pouco com ele quando criança, mas nunca achei que me casaria com ele. Haviam certamente garotas mais... promissoras pelo clã.


– Você é a melhor, mãe. - o moreno sorriu quando ela lhe virou -


– Oh, eu tenho mesmo bons filhos. - riu levemente e continuou - Fiquei surpresa quando meu pai me avisou que tinha acordado meu casamento com Fugaku, afinal, todos esperavam a união dele com a Mirai. Nunca soubemos os motivos dos seus avós, mas tudo ocorreu dentro dos paramêtros esperados e antes do fim daquele ano já estávamos casados.


– E estão muito bem casados até hoje.


Disse expondo seu ponto e ele não via os pais infelizes. Se isso acontecia era muito somente muito longe dos olhos de qualquer um. E Por mais que Fugaku fosse um homem difícil, Itachi sempre viu lados bons dele quando se tratava da mãe, Mikoto era de fato a pessoa que mais sabia lidar com o velho líder.


– Sim estamos, mas nem sempre foi assim. O ínicio foi muito difícil, seu pai foi muito correto e se ele teve com Mirai durante algum tempo naquela época eu nunca soube ou mesmo desconfiei. Nós conversamos e acordamos algumas coisas, entre elas a respeito de minha carreira, ser esposa dele me deu o privilégio de ser uma jounnin e mesmo assim ficar só dentro da vila e não me olhe assim, sinceramente eu nunca gostei da guerra lá fora, não fui forjada para isso. Ele me pediu tempo, foi sincero sem me machucar dizendo que ele ainda amava outra pessoa e também que não achava justo comigo.


Itachi franziu o cenho, ele nunca soube dessas coisas. Viu a mãe caminhar pela cozinha e tirar duas vasilhas da geladeira e colocou sobre a mesa olhando o que era.


– Por quase um ano nós vivemos como companheiros e no fim como amigos, a convivência trouxe seus problemas, mas também nos aproximou. Naquele tempo sempre havia uma missão mortal esperando seu pai e todo o clã esperando que ele deixasse ao menos um filho, mas você só veio no fim do terceiro ano. E naquela época nenhum de nós ainda amava um ao outro.


A morena viu a cara do filho e se sentiu mal, não queria que ele tivesse a impressão errada.


– Não me entenda mal, a gente se acertou com o tempo e vimos que dava para viver do melhor jeito que podíamos mediante a situação. O mundo naquele tempo era muito mais violento que hoje e seu pai quando chegava queria conforto e não outra luta. Quando você nasceu, seu pai foi o homem mais feliz do mundo, poucas vezes eu o vi tão feliz assim... Talvez só quando seu irmão nasceu. E ali, quando você não tinha nem um mês ainda, seu pai me agradeceu por tudo o que eu fazia por ele cuidando da casa e até decisões corriqueiras aqui no clã e de tudo estar sempre aconchegante quando ele chegava da guerra... E por você. Me pediu desculpas pela situação em que nosso casamento ocorreu e em como naquele primeiro ano ele mal conseguia olhar para mim, dizendo no fim que se fosse da minha vontade nós realmente poderíamos tentar. Até ali... o que a gente tinha era basicamente um acordo de boa convivência que se estendeu a uma amizade.
Mikoto não quis entrar em detalhes sobre como eles começaram a se envolver mais próximos, até porque Itachi certamente não queria ouvir.


– E a gente apesar de já ter um pouco construído fomos construindo nossa família, vida e amor juntos. Sinceramente, eu não saberia dizer quando eu comecei a amar seu pai ou quando ele sentiu isso por mim, mas garanto que foi um processo longo e muitos anos depois ás vezes eu temia que um dia seu pai jogasse tudo para cima e fosse atrás da Mirai. Como líder do clã não é como se de fato alguém pudesse o impedir.


– Mas ele nunca foi, mãe, e isso é prova que deu certo.


– Seu pai não quer nem pra você e nem seu irmão o que ele passou. Sei que Fugaku foi muito rígido com vocês, todos ao redor na realidade, mas o que ele sempre queria era o bem do clã e da nossa família.


– Mas eu não amo ninguém assim, mãe, nunca aconteceu.


– Se dê a chance filho, seu pai sabe que você não vai arranjar uma namorada trabalhando tanto assim e ele já acordou com o Hokage uma carga menor para você que não prejudique as missões. Só tente, se não acontecer, eventuamente vamos acabar chegando a um casamento arranjado, mas saiba que isso não é sinal que vai dar certo. Pode ser como seu pai e eu, mas também pode ser tão fracassado como muitos que eu conheço. E a diferença desse fracasso a um que você escolheu é que você teve a chance de errar, e viveu mesmo um período de tempo a empolgação e felicidade de talvez um grande amor. - a morena sorriu - Só porque o amor acaba, não quer dizer que não foi amor um dia.


O herdeiro entendeu o que a mãe quis dizer com aquele discurso e aquele era um daqueles momentos que via o quanto os pais o amavam. Mikoto era mais aberta quanto a isso, mas vindo do pai era realmente o jeito dele falar que se importava.


– Okay, dona Mikoto, eu entendi o recado. E só para você saber, você é infinitamente mais Bonita que a Mirai... Meu pai só teve uma grande sorte de ter você ao lado dele. - levantou abraçando a mãe - Mas então, que tanta comida é essa? vai ter uma festa?


A mulher sorriu e abraçou o filho.


– Ah sim, Sakura-chan volta hoje e eu decidi fazer um jantar para comemorar. Minato-san e Kuchina vem, os pais dela, Kakashi e espero que Tsunade nos dê o prazer. Eu senti tanta falta dessa garota, filho.


Itachi riu levemente e a imagem de Sakura se formou levemente em sua mente. A garota e Naruto frequentaram o complexo mais do que qualquer outra pessoa de fora que teve conhecimento. Eles foram as únicas crianças que Sasuke realmente achou que valiam a pena e depois na mesma equipe eles estavam sempre juntos.


E eles foram de fato uma boa influência aquele irmõzinho tolo dele. Ela era certamente o ponto de equilibrio dos dois. Impedindo que se matassem em algum duelo idiota e a mãe era simplesmente apaixonada pela garota. Sem filhas, Mikoto estava sempre cercada de homens na casa e a menina meio que dava aquele gostinho a ela. De como seria ter uma filha.


Lembrava de relance dela com o irmão, junto da mãe em diversas situações ao longo dos anos. Era uma presença constante e amigável por ali. Podia dizer que até mesmo Fugaku sentiu quando ela foi embora anos atrás.


Tinha que admitir que nunca viu nada de extraordinário nela, mas a maioria das pessoas não era e isso não era defeito. Se surpreendeu com Tsunade, a sannin lendária, ter se disposto a treiná-la, algo realmente havia sido perdido por eles nas capacidades dela.


– Nossa o Naruto deve estar empolgado! E até o Sasuke...


– Você conhece seu irmão Itachi, ele está animado, mas do jeito dele. Eu quero saber de tudo sabe... Ela deve ter aprendido tantas coisas e eu vou sair para compras, você sabe que eu gosto das suas primas e tias, mas a companhia dela sempre foi tão agradável...


– Eu imagino que vai matar todas as saudades dela, mãe, mas cuidado para não deixar a mãe dela com ciúmes. - riu levemente -


– Sabe que gosto dela também, filho... Criou uma menina tão boa. Seu irmão devia ter se enrabichado por ela, ah... eu adoraria a ter na família.


– Eles tentaram, dona Mikoto, e lembra? Eles decobriram que não tinha nada a ver. -o mais velho riu -


– Hum... Eles eram muito jovens, muito jovens, eu acho que deviam tentar de novo.


– Bem, eu vou procurar o Shisui para treinar um pouco e não se preocupe, estarei aqui para o jantar e vou pensar no que me disse. Você tem razão, obrigado por me darem essa chance.


–---------


Sakura foi surpreendida na entrada da Vila por um grupo de pessoas. E se sentiu tão emocionada, foi uma confusão de cumprimentos e abraços. Principalmente de Naruto, Ino e Lee. Os outros eram pessoas mais normais e contidas.


Foi díficil entender tudo o que Naruto falava, era tudo tão rápido que ele parecia não respirar. E o abraço dele era tão apertado. Até mesmo de Sasuke ganhou um abraço em público e isso era uma conquista e tanto. Não sabia explicar o quanto estava feliz naquele momento revendo todos. Konoha era mesmo seu lar.


Tinha tanta coisa para contar e tanta coisa para ouvir, Naruto e Hinata estavam noivos!! Gente, noivos!! Ninguém tinha contado isso a ela em carta nenhuma. Teve que dar um abraço muito apertado nela. Eles eram tão fofinhos juntos.


– Ai meu Kami, Hinata!! Eu achei que você ia ter que arrastar o Naruto para ele entender alguma coisa e olha vocês agora... Você vai ter que me contar tudo, tudinho!!


A Hyuuga riu e ficou sem graça, mas concordou e logo Ino entrou no meio e ela e Sakura estavam alguma pequena briga verbal. Ficaram ali quase duas horas até Ino comentar que tinha aberto e limpado o apartamento que Sakura morava antes e estava pronto para uso.


– Você é a melhor porquinha, mas eu sei que você não faria limpeza nem se te obrigassem, então obrigada Hinata. Mas eu preciso ver meus pais ainda... e... Nossa... Estou o caco.


– Como assim, testa? Eu faço aquele sacrificio todo e você fala isso de mim? Sua testuda ingrata.


– Tsk... Foi a Hinata e a Tenten que fizeram quase tudo, sem contar o meu serviço escravo, Ino, não fique ganhando o mérito. - Shikamaru resmungou


– Calado, Shikamaru!! Você mais dormiu que fez algo que prestasse! E a ideia foi minha, isso é o mais importante.


Todos riram e Sasuke se aproximou.


– Minha mãe está com um jantar para você, seus pais já foram avisados e ela chamou Tsunade e Shizune também.


– Oh... Sua mãe é sempre tão atenciosa.


– Ela gosta de você... - disse dando os ombros -


Esse era o jeito Uchiha de falar que ele também se importava.


– Eu vou em casa então, estou com tantas saudades dos meus pais. Depois a gente tem que sair com tempo gente, eu quero saber de tudo em.


Despedidas a parte, Naruto e Sasuke a acompanharam e foram conversando. Naruto falava a maior parte do tempo, Sakura tinha sentido até falta disso. Abraçou os dois antes de entrar em casa, estava louca também par mostrar o que aprendeu, parecia que finalmente estava no nível deles mesmo ainda sendo uma chunnin, como Naruto não cansou de fazer piada.


Olhou a rua da casa onde cresceu e estava tudo do mesmo jeito, era bom estar em casa.


Continua...


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