Kamabakka escrita por Akemihime


Capítulo 1
único


Notas iniciais do capítulo

Olááá eu não esqueci de One Piece! Ainda dou meus pulos pela categoria sempre que posso, e como certas histórias não estavam me agradando ao olhar, resolvi eu mesma escrever uma para ver se ér... melhora um pouco isso aqui.

Agradecimento mais que especial a Bats por não só me incentivar quando eu falei da minha vontade de escrever e 'mostrar como se faz', mas por ter tido o trabalho de editar essa capa lindona também.

Espero que gostem.



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Sanji não era burro. Ele percebia as insinuações que sua linda Robin-cwan trocava com aquele estúpido Marimo.

E ver aquelas coisas somente o irritavam ainda mais. Quem aquele idiota pensava que era para ficar com uma de suas deusas? Ah, Zoro realmente parecia que tinha momentos em que implorava para ser chutado.

E Sanji sempre atendia àqueles pedidos, é claro.

— Vocês estão brigando demais hoje, seus imbecis! — Nami exclamou para eles certa noite, logo depois de bater nos dois e interromper o troco de chutes e socos entre os piratas.

— Esse cozinheiro tarado que fica vendo coisas onde não tem!

— Oi, seu Marimo de merda, eu tenho certeza que vi você colocando a mão na perna da minha Robin-chwan! Isso não se faz com uma dama!

Zoro adquiriu uma coloração avermelhada em sua face, mas diante da cena em que se desenrolava, era impossível dizer se aquela sua reação se dava ao fato de estar nervoso ou envergonhado.

— É claro que eu não fiz nada disso!

Ah, certamente a briga iria se desenrolar mais uma vez, se não fosse por Nami intercedendo novamente, deixando claro que sua paciência havia se esgotado inteiramente.

— Vão dormir! — Ela gritou não só para eles, mas para todos os amigos, que decidiram não questionar as ordens de uma navegadora furiosa.

— Bruxa maldita... — Zoro disse baixinho, deixando-se ser ouvido somente por Robin ao seu lado, que riu da irritação do espadachim.

— Talvez devesse ser mais cauteloso com suas investidas em mim, Kenshin-san. — Foi tudo o que ela disse, sorrindo para ele que não soube exatamente como reagir. Aquela mulher sempre causava aquele tipo de efeito nele, deixando-o sem saber nem ao menos o que falar diante de suas provocações.

Mas para sua sorte, Robin nem ao menos esperava por uma resposta, desejando-lhe boa noite e se trancando em seu quarto.

Bem, para Zoro ainda seria uma longa noite pela frente. E suspirando, ele se encaminhou para o ninho da gávea para começar mais uma série intensa de treinamentos enquanto ficava com a vigia daquela noite.

Mas assim como o Roronoa, tinha outro tripulante daquele navio que estava agitado desde a hora do turbulento jantar. Ah, Sanji ainda estava com o sangue quente. Ele arrumou toda a sua cozinha – afinal, nunca se permitiria dormir enquanto aquele ambiente não estivesse completamente organizado -, mas enquanto fazia isso, seus pensamentos iam longe.

Ele notava como Zoro e Robin haviam ficado consideravelmente mais próximos depois do longo período em que se mantiveram afastados, cada um em uma ilha diferente.

Sanji não fazia ideia do que havia acontecido aos amigos durante os dois anos longe, mas ele se perguntou o que aconteceu para a mudança de comportamento do espadachim e de sua bela Nico Robin. Será que haviam percebido, neste período que se mantiveram afastados, que sentiam falta um do outro mais do que o normal? Era estranho pensar nisso, visto que Sanji nunca percebera muita interação por parte dos dois antes.

Ah... isso estava o deixando louco!

Suspirando, o cozinheiro apagou a luz da cozinha e se dirigiu para o quarto, aonde a maior parte de seus amigos já se encontravam completamente envolvidos pelo sono.

— Ah carne! Eu quero carne! — Sanji deu um pulo, assustado com a voz alta de Luffy, mas logo viu que o moreninho estava apenas sonhando.

— Idiota... — Murmurou, enquanto tirava seu terno a fim de colocar uma roupa mais confortável para dormir. Foi quando, ao tocar na parte interna do paletó, os dedos de Sanji encontraram uma superfície diferente do tecido... algo mais duro, parecendo um papel.

Ele rapidamente o retirou, olhando-o de forma curiosa. Estava dobrado ao meio e Sanji ao abri-lo imediatamente ficou com o corpo congelado no lugar, incapaz de se mover.

§

Sanji-kun, todos nós apreciamos demais a sua estadia por aqui, pena que passou tão rápido! Todas as outras okamas já estão com saudades. Por favor, volte em breve para revivermos aqueles divertidos momentos em que passamos todas juntas, afinal, depois de dois anos, aqui também é a sua casa.

Um beijo da sua querida Elizabeth.

P.S.: talvez nós tenhamos invadido o seu quarto para deixar este pequeno bilhetinho. Espero que nosso perfume em suas roupas o deixe com saudades.

— Reino de Kamabakka, Ilha Momoiro.

§

O corpo inteiro de Sanji estremeceu após ler aquela carta. Aquelas memórias do lugar que mais conhecia como inferno passaram por sua mente.

Foram os dois anos mais longos e torturantes de toda a sua vida.

E enquanto o loiro terminava de se arrumar – depois de fazer picadinhos daquela carta – ele pensava que na manhã seguinte daria uma vasculhada por todas as suas roupas. E provavelmente as lavaria também. A imagem mental daqueles okamas se esfregando em suas blusas e calças causavam-lhe arrepio.

É, ele certamente lavaria tudo. Ou queimaria.

Para sua sorte, apesar daquele pesadelo antes de dormir, o sono rapidamente o envolveu, levando sua consciência para bem longe dali.

Mas aparentemente, para Sanji, as surpresas só estavam começando. E isso se tornou bastante claro quando, no dia seguinte, ao terminar de preparar o café da manhã para seus amigos, o cozinheiro viu uma mulher entrando de forma furiosa em sua cozinha. O mais estranho ainda é que ela possuía roupas bem familiares, assim como cabelos curtos e verdes. Em sua cintura estavam penduradas três espadas.

Mas o que...?

— O que diabos está acontecendo? — A mulher gritou em uma voz fina e muito irritada.

Seu rosto estava vermelho de raiva, mas Sanji não se focou muito naquilo no momento, seus olhos descendo pelo corpo dela, analisando cada curva, parando especialmente em seu busto avantajado e pernas.

— Oi... Zoro, é você? — Usopp perguntou tão confuso quanto todos os outros presentes.

— É claro que sou eu! Quem foi o imbecil que fez isso comigo? — Ela (ou seria ele?) continuou a gritar, claramente em desespero.

— Mas... como isso foi acontecer? — Perguntou Nami, lançando um olhar feio para Luffy, Sanji e Franky que já possuíam lágrimas nos olhos de tanto rir. — Calem a boca! — Ela ordenou juntamente com Zoro da porta da cozinha.

— Eu vou matar todos vocês! — O espadachim emendou, ameaçando desembainhar uma de suas espadas.

Aquilo não surtiu tanto efeito, visto que Luffy estava quase ajoelhado no chão, até parecendo um pouco sem ar.

— O Zoro... ele virou... uma mulher! — O moreninho dizia intercalando sua fala com o riso.

— Nii-chan, você ficou suuuuuuper gata!

— Decidiu sair do armário, Marimo? — Sanji completava as provocações, sem se aguentar. Embora ele precisasse confessar: Franky tinha razão, Zoro realmente ficou muito gostosa! Se aquela mulher a sua frente não fosse aquele espadachim insuportável de merda, Sanji poderia até mesmo estar dando em cima dele naquele exato momento. Mas não, ele não estava louco ao ponto de gostar de travestis. Nunca.

Depois de toda a comoção inicial, quando todos os tripulantes foram devidamente acalmados – embora vez ou outra Luffy e Sanji ainda soltassem risos baixos – Chopper tomou a palavra, dizendo a Zoro para acompanhá-lo até a sua sala, de forma que o médico colheria e examinaria seu sangue em busca de algo fora do normal. Talvez aquilo tudo se tratasse de uma estranha doença.

Robin também fez a sua parte, dizendo que procuraria algo entre os livros da biblioteca que pudesse conter alguma informação sobre o que causara aquilo à Zoro.

Bem, eles estavam dispostos a tentar descobrir de qualquer forma o que causara a mudança de sexo do espadachim.

Depois de deixar que Chopper coletasse sangue o suficiente para fazer várias análises, Zoro saiu da sala do médico com um curativo em seu braço, prometendo que comeria algo para reabastecer suas energias. Embora tivesse passado na cozinha e pegado somente uma garrafa de saquê, dando um longo gole nela. Bem, Chopper não precisava saber daquilo.

— E então, conseguiram descobrir alguma coisa? — Robin perguntou ao ver a mulher de cabelos curtos e verdes adentrando a biblioteca com uma garrafa em sua mão.

— Hm... nada ainda. — Ela murmurou, voltando a beber longos goles, deixando o líquido queimar em sua garganta.

Aparentemente o fato de ter se transformado em mulher não havia alterado em nada sua resistência ao álcool.

Zoro ficou em silêncio enquanto observava Robin se inclinar em uma prateleira e pegar um livro, abrindo-o em seu colo. Ela ainda procurava algo que pudesse indicar o que havia acontecido com o companheiro.

— Tsc... isso é ridículo, eu não posso ficar assim para sempre. — Zoro quem cortou o silêncio, dizendo com a voz baixa, fazendo a arqueóloga levantar os olhos do livro que estava lendo, fitando a mulher a sua frente.

Robin podia ver como Zoro estava realmente preocupado e chateado com tudo o que estava acontecendo com ele desde que acordara naquele dia. A morena fechou o livro, depositando-o novamente na prateleira e se aproximando do espadachim.

— Nós vamos conseguir achar uma solução, não se preocupe. — Ela disse, colocando a mão no braço fino de Zoro, numa tentativa de acalmá-lo.

Ele grunhiu em resposta, ainda parecendo bastante insatisfeito.

— Algo a mais está lhe incomodando? — Robin sempre soube ler muito bem as pessoas.

— Não é nada. — Zoro falou rapidamente, mas depois de um momento em silêncio, em que a arqueóloga apenas esperava para que ele contasse com o que mais estava preocupado, o pirata finalmente disse, desviando o olhar dela, parecendo constrangido. — suponho que até eu voltar ao normal, vamos ter que ficar afastados hein?

A morena foi incapaz de conter o riso, deixando Zoro ainda mais constrangido com a situação. Ele não era exatamente uma pessoa romântica, não expunha seus sentimentos daquela forma, mas... droga, ele realmente iria sentir falta de estar com aquela mulher!

— Não acho que você deve se preocupar com isso. — Robin disse, parando de rir. Ela olhou de forma intensa para a mulher que estava a alguns centímetros abaixo de si. — Você sempre será o Kenshin-san para mim.

Aquelas palavras surpreenderam Zoro, mas não tanto quanto o que veio a seguir. A arqueóloga se inclinou para frente, colando seus lábios aos dele em um curto beijo, se separando logo em seguida.

Zoro olhou para ela, surpreso demais para dizer alguma coisa. Sem reação. Exatamente como ela lhe deixava todas às vezes.

— Hm... eu posso me acostumar a isso. — Robin sorriu. E aquele sorriso fez a maior das incertezas e dos medos de Zoro desaparecerem. Ela estaria ao seu lado, não importava qual fosse a situação.

Enquanto o casal conversava e tornava a se beijar, alguém observava a cena com uma perplexidade maior ainda do que a que o Roronoa apresentara mais cedo.

Sanji segurava uma bandeja contendo uma xícara de café e alguns biscoitos que fizera para Robin, mas que agora foram completamente esquecidos pelo cozinheiro.

Mas não é possível, nem assim Zoro conseguia ficar longe de sua amada Robin-chwan?

Agora, vendo os dois se beijando... ou melhor, as duas se beijando, Sanji realmente estava surpreso. Ele já suspeitava do envolvimento dos dois, é claro, mas imaginava (com uma chama de esperança em seu interior) que Robin não aceitaria prosseguir um relacionamento, agora que Zoro era mulher. Mas pelo visto ela estava disposta até mesmo a ignorar aquele detalhe somente para ficar ao lado dele.

— Oi Saaaaaanji! Eu estou com fome! — Aquela voz irritante e lamuriosa do capitão tirou Sanji de seus devaneios.

O loiro se virou para o corredor, franzindo o cenho quando viu o ambiente vazio, apesar de ainda ouvir de forma clara a voz de Luffy lhe chamando, como se estivesse próximo de si.

— Luffy? — Indagou para o corredor vazio que parecia, estranhamente, começar a se deturpar em seu campo de visão.

O que estava acontecendo?

Antes que Sanji pudesse proferir mais alguma pergunta, de repente o ambiente todo a sua volta sumiu e ele se viu abrindo seus olhos, deitado em sua rede no quarto aonde dormia.

Ao seu lado, Luffy lhe sacudia sonolentamente e com a barriga emitindo um ronco bem alto.

A realidade rapidamente o atingiu: um sonho. Tudo aquilo não passou de um estranho e maluco sonho.

Sanji realmente se sentiu aliviado ao constatar esse fato. Tudo foi um sonho. Tudo. Desde a carta assustadora do reino de Kamabakka até a absurda troca de sexo de seu companheiro.

E com sorte, o relacionamento entre Zoro e Robin também não se passava de um sonho maluco.

— Sanji, vamos logo! Estou morrendo de fome, preciso comer! — O cozinheiro se virou de lado, fitando Luffy que balançava o seu ombro, com a intenção de despertá-lo.

— Já estou acordado, idiota! — Ele exclamou, sem se importar em acordar os outros amigos que ainda dormiam por ali. — Francamente Luffy, será que você não poderia me dar nem um minuto de paz?!

Sanji reclamava, embora já tivesse se colocado de pé, se preparando para mais um longo dia que viria pela frente.

E enquanto ele se arrumava e saía de seu quarto, acabava, sem perceber, deixando para traz vários pedaços picados de papel do que fora na noite anterior a carta de Kamabakka, causadora de seus pesadelos mais estranhos.


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Notas finais do capítulo

~ E É ASSIM QUE SE FAZ! 8D ~entendedores, entenderão.

Beijos ♥