Prove! escrita por Secret


Capítulo 1
Querido não-diário


Notas iniciais do capítulo

Aproveite!



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Vou começar pelo mais importante:

ISSO NÃO É UM DIÁRIO!!!

É apenas o meu caderno de progresso!

Minha missão? Conquistar o coração de um garoto.

Sim, um garoto! O garoto mais estranho da minha escola! Vulgo Bruno.

É, eu demorei a admitir que estava apaixonado. Para ser mais exato levou um mês, três namoradas falsas, uma semana de negação e um tapa de realidade dado pelo meu melhor amigo. E é claro que ele me zoou depois! Mas me apoiou também. Bons amigos são para isso.

Depois de conseguir aceitar isso resolvi me declarar. Isso foi na sexta. Eu procurei minha “paixonite” nem um pouco passageira (eu tentei esquecê-lo por um mês inteiro!) no intervalo, ele estava caçando besouros no parque atrás da escola! (como eu disse, ele é meio “diferente”). Eu resolvi ser rápido e direto, até porque de outro modo eu acabaria amarelando! Eu disse que gostava muito dele e estava apaixonado. Esperava muitas reações dele, incluindo um soco ou mesmo um beijo! Mas não esperava sua resposta:

—Prove.

Isso mesmo! Ele me pediu para provar! Como ele quer que eu faça isso?!

Bem, agora estou deitado na cama escrevendo meu progresso. Começo meu plano amanhã mesmo! Mas agora vou dormir.

Segunda-feira

Eu não tinha absolutamente nenhuma ideia! Então eu liguei para o Lucas, meu amigo que jogou a verdade na minha cara! Primeiro ele riu muito da minha situação! Mas depois sugeriu o clássico “poema, flores e bombons”. Como eu não pensei nisso antes?! Nos filmes isso sempre dá certo! Agora tenho que ir à floricultura, doceria e loja de cartões. Depois me arrumar para a escola!

Essa ideia foi péssima! Eu vou escrever exatamente como aconteceu:

Eu comprei rosas vermelhas, as chamadas “flores do amor”, uma caixa de chocolates em forma de coração e, depois de perceber que eu não sei escrever poemas, escrevi “eu te amo” num cartão. Eu não queria comprar um pronto! Seria superficial demais!

Então eu procurei o Bruno no intervalo. Dessa vez ele estava com um livro de colorir pintando a Branca de Neve de azul! Eu sorri meio nervoso e entreguei meu presente para ele. Ele pareceu meio desapontado:

—O que exatamente devia provar seu “amor”— Ele fez aspas com os dedos— As flores mortas, os bombons pré-fabricados ou o cartãozinho?

Fiquei estático. Fala sério, o que eu devia dizer?! Acho que ele reparou minha falta de respostas, pois continuou:

—Aqui, vou te mostrar uma coisa— Ele escreveu “borboletas são seres malignos que querem sugar seu cérebro enquanto você dorme” no verso do livro de colorir— Não é porque algo está escrito que é verdade. O que anula seu cartão. Quanto às flores, vê-las morrer lentamente num vaso não é exatamente romântico. E por último os chocolates, por que a forma de coração? O que ele tem a ver com isso? Ele só bombeia sangue! Não que seja algo ruim, mas não é muito sentimental.

Abri a boca para revidar, mas nada saía! Ele riu, colocou um chocolate na minha boca ainda aberta e saiu.

Não sei o que é pior, o sorriso zombeteiro ou o fato d’eu achá-lo lindo com ele!

Resultados do dia: Perdi um mês de mesada e, aparentemente, minha capacidade de retrucar!

Progresso do dia: 0%

Terça-feira

Depois de passar quase a noite toda em claro eu tive uma ideia!

Se algo clássico (ok, era clichê) não agradou, vou fazer algo grande!

Preciso comprar uma lata de tinta spray!

Minha ideia foi muito idiota!

Eu pichei “seja meu namorado Bruno” no muro da escola.

Parecia bom na hora. É uma ideia ousada! Ao menos eu pensava assim até o diretor chegar. Agora eu estou há três malditas horas limpando a pichação com uma esponja barata! E o diretor disse que eu devia estar feliz por não ser expulso! Mas não é por isso que eu estou irritado. Depois das aulas o Bruno veio me ver, eu achei que finalmente tinha conseguido alguma coisa! Mas nããão! Ele só disse:

—Faltou uma vírgula.

Acho que minha confusão estava muito óbvia, já que ele explicou:

—Você deve separar o vocativo, no caso meu nome, com uma vírgula.

Então ele saiu com aquele maldito sorrisinho de lado cantarolando uma música infantil!

Resultados do dia: Tô devendo uma lata de spray nova para o Lucas (acabou meu dinheiro, então peguei emprestada) e passei mais de cinco horas limpando um muro!

Progresso do dia: 0%

Quarta-feira

Resolvi pedir “conselhos femininos”. Afinal, garotas devem ser melhores nessa coisa de amor que garotos! Elas vivem vendo filmes de romance açucarados! Então eu chamei minha irmã mais velha, pedi para ela não surtar e contei o que estava acontecendo.

Depois de um ataque contido e contar até 50 beeem devagar ela se acalmou. Então me encheu de perguntas! E ainda brigou comigo por não contar para ela primeiro! Mas eu sabia que ela simplesmente surtaria! Não quero nem pensar como vai ser quando eu contar para os meus pais, se duvidar tenho chances de ser deserdado!

Eu expliquei para ela meus planos fracassados. Ela riu, não sei se da minha cara ou de nervosismo. Devia ter dado um tempo para ela digerir a novidade. Depois disse que eu devia me declarar para toda a classe, assim eu mostraria que tenho certeza do que sinto e não tenho vergonha de mostrar. A ideia parece boa, mas será que eu tenho coragem para isso?

Lembra que eu disse que a ideia parecia boa? Estava errado! (de novo).

O Bruno é da minha sala, então na hora do intervalo eu esperei a professora sair e fechei a porta com todos dentro. Ouvi algumas reclamações, mas pedi um pouquinho de atenção e subi numa carteira. Admito que minha cabeça começou a rodar de nervosismo, uma vez que eu fizesse isso não teria volta!

Consegui coragem sabe-se lá de onde e me declarei de novo, mas dessa vez na frente de todos! Percebi um comentário aqui outro ali e algumas risadinhas, mas na hora só prestava atenção nas reações do Bruno. Pela primeira vez na vida ele pareceu envergonhado! Até corou um pouco, mas só por um segundo, se eu não estivesse prestando atenção perderia.

Abri a porta e todos seguiram suas vidas, até que só restamos eu e Bruno na sala. Ele evitava me olhar nos olhos, que gracinha! Mas esse momento quase romântico acabou quando ele abriu a boca:

—Você tinha que nos fazer perder metade do recreio? Eu tinha planos! Além do mais, declarações de amor são ridículas e desnecessárias— Ele disse com um tom de voz estranho e saiu. Sem sorriso dessa vez.

Resultados do dia: Perdi boa parte da minha reputação na sala (não que isso importe) e acho que o Bruno me detesta agora.

Progresso do dia: -10%

Se continuar assim que não vou conseguir nunca!

Agora conquistá-lo já é questão de honra!

Quinta-feira

Resolvi fazer algo inteligente dessa vez para variar! Isso depois de uma conversa com o Lucas, que disse que eu sou impulsivo demais. Ele também brincou para eu tomar cuidado, porque se eu pensasse demais causaria curto-circuito no meu cérebro! Dei um soco no braço dele para revidar.

Então no lugar de arrumar um plano mirabolante apenas parei e pensei. Reli todo esse “caderno de progresso” para ver o que eu sei até agora:

Ele gosta de insetos, livros de colorir, é bom em português, não gostou quando eu o fiz ser o centro das atenções, canta musiquinhas infantis...

Eu me apaixonei por uma criança estranha de 17 anos!

Mas eu ainda não sei o bastante. Então vasculhei o Facebook dele como um stalker desocupado! Depois de procurar muito descobri algo interessante (vulgo estranho): aparentemente ele gosta de vitamina de melão com beterraba, kiwi e brócolis! (eca!).

Tá, mas no que isso me ajuda? Simples! Eu fiz essa coisa aqui em casa! E vou ter um trabalho para limpar o liquidificador depois! Tive que comprar o kiwi e a beterraba (odeio beterraba com todas as minhas forças!). Coloquei numa garrafa térmica e levei para a escola.

Procurei-o no intervalo. Ele estava andando até um banco meio afastado, isso até seria normal se ele não estivesse andando de costas! De qualquer maneira eu sentei ao seu lado, ele não pareceu se importar. Assim que eu abri a garrafa, no entanto, ele pareceu interessado, mas eu não entregaria para ele de cara. Queria que ele passasse um pouco de vontade. Fala sério, eu já fiz mil e uma coisas por ele, também quero me divertir!

—O que é isso?— Ele perguntou interessado.

—Vitamina de melão, brócolis, kiwi e beterraba—Eu fiz uma força sobre-humana para não vomitar ao dizer isso. Acho que ele reparou o meu “jogo” de tentá-lo, pois depois disse:

—Não vai tomar?—E o sorrisinho zombeteiro voltou ao seu rosto! Agora eu tenho duas opções: dizer que não e entregar para ele, acabando com a diversão, ou dizer que sim e tomar essa coisa.

Ainda não sei o que me levou a escolher a última opção!

—Claro que vou!—Revidei, encarando a gororoba na garrafa. Então num impulso eu tomei. Minha primeira reação foi cuspir aquilo.

E foi o que eu fiz!

O Lucas tem razão, eu sou muito impulsivo! Mas pela segunda vez nessa semana Bruno reagiu do modo mais inesperado possível: Ele limpou meu queixo com os dedos e lambeu!

Isso mesmo! E depois pegou minha garrafa e virou num só gole!

—Nada mal. Mas devia tentar por um pouco de romã—Ele riu—E agora eu não sei se você quer me conquistar ou competir em algum jogo estranho.

E, de novo, essa pessoa me deixou sem reação! Mas não precisei de resposta, pois ele continuou:

—Posso saber seu nome?

Espera aí! Eu fiz tudo isso e nunca me apresentei?!

Senhoras e senhores tragam-me o troféu de “maior idiota do universo”!

Depois do choque inicial eu respondi:

—Gustavo.

—Gustavo— Ele repetiu, testando a sonoridade—Obrigado pela vitamina!

Então ele saiu. Dessa vez correndo, e não de costas.

Eu fiquei plantado lá processando o que aconteceu!

Resultados do dia: Passei duas horas limpando o liquidificador, tive uma cena bizarra com o garoto que eu gosto. Tive que me escovar cinco vezes para aquele gosto esquisito sair da minha boca! Mas acho que o Bruno não me odeia!

Progresso do dia: 15% (estou otimista demais?)

Sexta-feira

Olá! Aqui é o Bruno!

Neste exato momento estou em cima de uma árvore com um Gustavo furioso abaixo de mim gritando que isso é invasão de privacidade.

Ah, e Gustavo, isso aqui é um diário sim!

E é hilário, viu?

Bem, diário do Gustavo, eu até contaria o que aconteceu hoje, mas:

1: Tenho que descer da árvore logo, o Gustavo começou a balançá-la e eu não consigo escrever e me segurar ao mesmo tempo.

2: Acho que será mais engraçado com ele contando.

Bye!

AHHHHH!!!!!!

Como aquele maldito se atreve a pegar meu caderno de progresso?!

E não! ISSO NÃO É UM DIÁRIO!!!!

Ah, de qualquer modo, vou contar o que aconteceu hoje, quem sabe assim eu me acalme?

Eu resolvi fazer algo mais direto (e desesperado). Primeiro porque eu estou sem ideias e segundo porque semana que vem é a última antes das férias e, se eu tiver que esperar mais um mês para resolver isso, eu juro que vou enlouquecer!

Então dessa vez eu fui para a escola de mãos abanando. Como sempre, procurei o Bruno apenas no intervalo, não quero arriscar que ele fique com raiva por causa de “declarações públicas” de novo. Tive que procurar mais hoje, ele estava debruçado numa janela no 3° andar (e nossa sala fica no primeiro).

—O que está fazendo aqui? — Dessa vez eu comecei a conversa.

—Pensando em me jogar. O que parece que eu estou fazendo?— Ele disse com um tom de voz monótono e se virou, me fazendo perceber seus binóculos.

—Ok, vou mudar a pergunta: O que você está vendo?

—Neste momento? Você!— E o sorrisinho de lado voltou! Eu mereço!

E, incrivelmente, eu ainda gosto dele!

—Mas não é isso que você quer saber, certo?— Ele continuou— Então, qual é sua pergunta, de verdade?

Eu hesitei um momento, que cara direto! Depois respirei fundo e disse:

—O que você quer que eu faça para provar que te amo?

Seu sorriso vacilou por um momento. Então ele fez um gesto pensativo e, em seguida, o sorriso voltou, um sorriso desafiador:

—Pule da janela!— Ele se afastou e fez um gesto teatral.

Espera! Eu congelei nesse momento! Ele estava falando sério?

Tipo, ele realmente queria que eu me jogasse do terceiro andar?!

Comecei a imaginar se ele não me odiava mesmo por causa da declaração pública...

Bem, não tive muito tempo para pensar. Alguns segundos depois o sinal tocou, hora de voltar para a sala!

Salvo pelo gongo, literalmente!

Eu estava começando a aceitar que provar meu amor para ele é uma missão impossível, mas aí aconteceu algo inusitado: ele me procurou na saída!

Admito que meu coração acelerou um pouco na hora, o que será que ele queria? Ele se aproximou e começou a falar sobre insetos, o tempo e coisas assim. Levei cinco segundos para reparar que ele só estava me enrolando. Mas já era tarde, ele conseguiu pegar o que queria: Você!

Ele deve ter me visto escrevendo meu progresso no meu não-diário e ficou curioso. Tentei pegar de volta, mas ele subiu numa árvore! E eu não sei escalar árvores! Ouvi risadas baixas e ele pegando uma caneta do bolso para escrever quando tive uma ideia: balançar a árvore!

Eu não queria machucá-lo! Só queria meu caderno de missão de volta! E deu certo!

Mas é claro que ele tinha que deixar aquele recado irritante antes!

Antes de sair ele se voltou para mim e disse (mais) uma coisa inusitada:

—Não sei como vai provar “seu amor”— ele fez aspas com os dedos— Mas se quiser me fazer sorrir pinte uma borboleta no rosto e persiga as pessoas dizendo que vai sugar seus cérebros!

Acho que o Bruno tem algum problema com borboletas.

Resultados do dia: Não morri por uma queda estúpida!

Progresso do dia: Não faço ideia!

Segunda-feira

Aqui estamos, última semana de aula! Tudo bem que as férias do meio do ano são curtas, mas mesmo assim meu tempo está acabando!

Eu realmente não sabia o que fazer. Então... Lembra a “piada” do Bruno na sexta? Eu meio que resolvi fazer de verdade!

Eu sei que é uma ideia horrível, mas eu estou desesperado!

E uma ideia ruim é melhor que nada!

Quase dei um troço na minha irmã pedindo a maquiagem dela emprestada! Mas como eu iria desenhar a maldita borboleta? Tinta de rosto demora a sair! Eu só quero ficar ridículo durante o intervalo!

Se bem que talvez eu devesse dar um tempo entre o “maninha, eu sou gay” e o “maninha, me empresta a maquiagem?”. Ainda mais considerando a facilidade dela em surtar!

Ah, ela negou meu pedido. Então eu peguei escondido antes de ir para a escola!

Mico do século, aí vou eu!

O intervalo foi... Inesquecível!

Se bem que eu não reclamaria em esquecer!

Eu realmente pintei a borboleta no rosto!

Usei sombra azul e lápis de olho para o contorno. Mas essa foi a parte fácil, a difícil foi arrumar ousadia para perseguir as pessoas e gritar que sugaria seus cérebros!

Depois dessa eu não tenho mais reputação na escola! Mas valeu a pena quando eu vi a cara de incredulidade do Bruno.

E foi assim que eu paguei o maior mico da minha vida! Mas admito que me diverti!

Falei com o Bruno depois, e ele acabou com minha felicidade:

—Foi muito divertido, mas eu deixei claro, não considero prova de amor!— Por que eu ainda amo esse sorriso petulante?

Resultados do dia: Devo maquiagem nova para minha irmã!

Progresso do dia: Não dá mais!

Terça-feira

Eu desisti! Não dá para provar meu amor por aquele estranho idiota arrogante! E foi com esse pensamento que eu o encontrei no intervalo:

—Você venceu!

—Em quê?— Ele parecia mesmo confuso.

—Eu desisto! Eu te amo, mas não consigo provar!

Dessa vez ele pareceu estático. Até que por fim disse:

—Sabe aquela casa vermelha perto da padaria duas ruas abaixo da sua?— Eu assenti, é lá que minha mãe compra nosso lanche— É a minha. Passa lá amanhã antes de vir para a aula.

Não parecia um pedido, e sim uma ordem. De qualquer modo eu assenti. Fiquei curioso.

Sem resultados ou progresso hoje. Apenas curiosidade.

Quarta-feira.

Hoje foi o dia mais estranho da minha vida!

Eu me arrumei e cheguei lá conforme combinado. Bati na porta e fui recebido por Bruno, e atrás dele um casal, provavelmente seus pais.

—Tchau mãe, tchau pai. Vou para a escola com o Gustavo, meu namorado!— Eu arregalei os olhos de surpresa, mas ele não me deu muito tempo para pensar. Apenas me puxou pelo colarinho e me beijou.

Sim, simples assim!

Eu passei boa parte do percurso em silêncio. Mas ele pareceu não gostar:

—Qual é o problema?—Estava estranhamente sério.

—Você... Eu... O que diabos aconteceu? — Eu meio que explodi.

—Eu gostei de você na primeira declaração, quando interrompeu minha caça aos besouros. — Explicou na cara de pau!

—Então porque eu tive que fazer tudo aquilo?! — Perguntei irritado.

—Queria ver até onde você chegava. E quanto tempo demoraria até chegar à resposta óbvia. —Ele sorriu de lado.

—Que resposta?!

—É impossível provar o amor!

—Então... Estamos namorando?

—Sim, coisinha lerda, estamos!

—Com beijo, abraço e tudo mais?

—É. Com tudo! Mas só ando de mãos dadas se andar de costas comigo no recreio!

—Você é estranho!

—E você me ama!

Me fiz de emburrado mais um pouco. Foram quase duas semanas de planos mirabolantes e confusão! Mas ele só riu e me beijou novamente.

Cara, é impossível ficar bravo assim!

E quer saber? Se algumas desventuras e situações... Inusitadas são o preço por amar o cara mais estranho da escola, super vale a pena!

Progresso do dia:100%


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha gostado! Até mais!