Maktub escrita por Sany


Capítulo 35
Bônus: Peeta


Notas iniciais do capítulo

Boa noite ... Acabei o capitulo agora espero que gostem.
SelRegina obrigada pela recomendação eu adorei, esse é especial para você.



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Algumas vidas estão ligadas ao longo do tempo ... Elas estão ligadas por um antigo chamado que ecoa através dos tempos ... Destino.

Ouvi essa citação quando era pequeno acho que foi usada em um filme e confesso que não dei muita atenção a ela a primeira vista, não até conhece-la e sentir como se a conhecesse a vida toda, estranho? Talvez, mas então me lembro da crença que Maysilee tinha de que embora tenhamos o livre arbítrio algo nos guia ao nosso destino. Como se algumas coisas estivessem de fato predestinadas a acontecer ela chamava isso de  Maktub.

Olhando a foto do ensaio do pré-casamento no porta retrato na minha mesa não pude deixar de pensar em como as coisas com Katniss de fato pareciam estar destinadas a acontecer, como pude amar tão facilmente alguém antes mesmo de conhece-la, antes de qualquer palavra dirigida a mim.  Tentei voltar minha atenção a analise de um novo contrato de um dos fornecedores e acabei me assustando com o som do telefone em cima da mesa, olhei o visor e vi o ramal da contabilidade.

— Fala Delly.

— Quanta simpatia loiro – minha melhor amiga estava um poço de felicidade nos últimos dias, e eu apostaria uma quantia considerável de que essa alegria estava relacionada a um certo rapaz.

— Me assustei com o telefone – justifiquei e ouvi a risada dela do outro lado da linha , ela estava trabalhando no escritório a apenas uma semana, mas estava tão inteirada dos negócios que parecia estar na função a anos. Alias ela deveria ter assumido a função a anos já que meu pai nunca escondeu de ninguém que a queria trabalhando na parte administrativa dos restaurantes.

Delly e Denis eram família, eram os irmãos que não tive. A loira havia crescido comigo e sempre fizemos tudo juntos nos separando apenas quando fui estudar na Capital, na época meus pais queriam que ela fosse estudar lá também, mas Maysilee que era uma das pessoas mais orgulhosas que conheci não aceitou, quando começamos a discutir cursos superiores anos depois meu pai se negou a aceitar que Delly não fosse para a universidade comigo já que segundo ele quando se aposentasse iria deixar tudo em nossas mãos. Estava tudo acertado para começarmos iriamos dividir um apartamento e enquanto eu faria direito ela faria ciências contábeis, mas a morte repentina da Maysilee mudou tudo e por mais que meus pais tenham se oferecido para cuidar do Denis minha amiga foi irredutível.

Decidiu que iria trabalhar para cuidar do irmão e a muito custo aceitou assumir o lugar da mãe em nossa casa, na época meu pai queria que ela trabalhasse no escritório, mas ela não quis dizendo não estar apta para o cargo. Foram preciso dois anos e muita conversa para ela aceitar começar a estudar na faculdade do Distrito e ainda sim ela se negou assumir o cargo que papai disse ser dela antes que se formasse.

— Estou indo levar o Denis na sorveteria e depois vamos ao cinema comemorar o fim das provas, queria levar a Prim será que a Katniss se importa?

— Acho que não – Denis e Prim se davam muito bem e confesso que gostava dessa amizade dos dois, ambos eram meio solitários, Denis por ser tímido demais tinha tendência a se dar melhor com adultos do que com pessoas da idade dele e Prim embora tivesse suas amigas na escola não costumava sair muito, aparentemente Snow estava criando a neta para ser uma dama e não uma criança, alias eu estava determinado a conversar sobre isso com minha esposa queria ver com ela sobre tirar a mais nova das aulas de etiqueta que fazia e coloca-la em outra atividade que combina-se mais com a idade dela afinal estava claro que ela sabia muito bem como se portar e eu achava realmente desnecessário essas aulas.  

— Vou ligar pra ela quando ela sair então.

— Pode deixar que eu aviso Delly,  preciso de uma folga desses papeis então vou aproveitar e busca-la hoje.

— Certo Don Juan, deixo Prim em casa a noite. Se precisa me liga e eu levo ela para casa dos seus pais.

— Muito obrigado, mas pode deixar ela lá em casa. Vamos viajar amanhã a tarde e Katniss não vai querer abusar dos meus pais deixando Prim lá uma noite a mais – nos despedimos e juntei minhas coisas antes de sair, estava em cima da hora provavelmente ela já estava quase saindo.

— Peeta Mellark – ouvi uma voz ligeiramente conhecida atrás de mim e assim que me virei vi Glimmer Rambin sorrindo - Então é aqui que você se esconde – ela se aproximou um pouco mais.

— Glimmer como vai?

— Vou bem, conhecendo o Distrito e confesso que acho ele mais adorável a cada dia.

— De fato é um excelente Distrito.

— Essa é a padaria da sua família? – confirmei com a cabeça – Parece adorável, mas achei que você trabalhava no escritório já que se formou em direito.

— O escritório fica no andar de cima – comentei – É daqui que a magia da administração acontece.

— Não deve ser fácil administrar tudo de longe – ela deu um passo em minha direção – Eu adoraria conhecer um pouco mais sobre como tudo isso funciona. O que acha de um café?

Eu não me lembrava da Glimmer até reencontra-la recentemente, nunca fomos o que considero amigos, a verdade é que quando meu avô era vivo minha mãe costumava visita-lo sempre principalmente depois da morte da minha avó e eu sempre ia com ela, passamos boa parte das férias no Distrito 2 e alguns finais de semana e feridos e me lembro que ele adorava me levar para base ou para pequenas viagens e Glimmer por morar com o avô vivia lá, o Marechal Rambin na época General nunca escondeu de ninguém o desejo de ver a neta na corporação e ela tinha um temperamento realmente difícil e intimidava muitos garotos e como a maioria das crianças na base eram meninos ela vivia muito sozinha. Lembro de chama-la para brincar algumas vezes e de impedir alguns garotos de implicar com ela, mas nunca fomos de passar muito tempo juntos de fato e quando ficamos mais velhos nos víamos apenas de longe, após a morte do meu avô eu parei de frequentar a base do 2 e não me lembro de vê-la em nenhum evento depois disso.

— Vai ter que ficar para outra hora, eu tenho que encontrar a Katniss agora – vi o sorriso dela diminuir um pouco.

— Tudo bem, mas vamos combinar alguma coisa.

— Vamos sim, talvez aquela partida de paintball, posso ver com meus amigos e você combina com os seus quem sabe montamos uns times maiores, seria divertido.

— Claro.

— Foi bom te ver Glimmer, até mais – nos despedimos e entrei no carro um tanto apresado já que estava atrasado fazendo outro caminho para encontrar Katniss indo para casa.

Estava a duas ruas do colégio dela quando vi Annie sozinha, estranhei já que as duas sempre iam juntas até metade do caminho, parei o carro ao lado dela e estranhei ainda mais quando ela disse a direção que Katniss tinha ido. Nos despedimos se fui na direção oposta a nossa casa onde ela me informou que minha esposa tinha ido, estava quase ligando no celular dela quando a vi entrando na floresta. Aquilo não estava fazendo sentido nenhum então encostei o carro e fiz o mesmo caminho que ela. Andei alguns minutos e comecei a ouvir uma voz de homem.

— ... você entra com o litigioso, eu posso te ajudar pago um advogado, você tem a guarda da sua irmã agora, seu vô não pode fazer mais nada contra nos ou contra nosso amor, vocês vem morar comigo – me aproximei e vi os dois bem próximos as mãos dele no rosto dela como se fossem íntimos - E eu juro que assim que sua situação estiver resolvida nos casamos – aquilo foi como uma facada no meu peito, dei um passo para trás pisando em alguns galhos fazendo barulho e atraindo o olhar dos dois para mim e no instante seguinte ela se asfaltou dele.

— Não se preocupe em buscar a Prim, Delly vai leva-la ao cinema – avisei saindo de lá o mais rápido que podia ante que fizesse algo que poderia me arrepender, não olhei para trás nem quando ela me chamou. Minha mãe sempre me ensinou que não devemos fazer nada impulsivamente então entrei no carro e dirigi para casa tentando colocar a cabeça no lugar.

Estacionei de qualquer jeito e fui direto para meu escritório batendo a porta sem nem pensar direito. Fui até o pequeno bar no canto pegando um copo. Como ela pode fazer isso comigo? Como eu não vi o que estava acontecendo? O modo estranho dela no jantar dos militares, a reação dela na festa da praça da estação, a mão gelada após encontrar com ele em frente a doceria, tudo se encaixava agora. Eu tinha feito papel de palhaço esse tempo todo, arremessei o copo sem pensar na parede e observei os pedaços de vidro no chão.

 Respirei fundo antes de pegar outro copo e dessa vez o enchi de whisky sem gelo mesmo e sentei na minha cadeira tentando colocar as ideias no lugar, olhei o maior porta retrato em cima da mesa com uma das fotos do nosso casamento e bebi um gole considerável sentindo o amargo da bebida queimar na minha garganta.

Era ridículo eu ter sido tão cego, ter cogitado que ela poderia me amar tanto quanto eu a amava. Meus sentimentos por ela tinham começado cedo demais, ninguém se apaixona aos onze anos eu devia ter sido o único tolo a esse ponto. Quando sugeri esse noivado anos atrás nunca pensei que ele fosse realmente virar um casamento eu era apaixonado por ela, mas achava que essa paixão iria passar era novo demais eu queria muito ajuda-las assim como sabia que meu pai queria.  

Então os anos foram passando eu fui conhecendo pessoas, mulheres lindas e ainda sim ela não saia da minha cabeça, não era certo eu sabia o noivado não tinha sido oficializado, mas eu me sentia péssimo do mesmo jeito. Porém não fazia sentido amar tanto alguém que nunca tinha falado, não era possível meu coração querer tanto alguém e foi por não conseguir esquece-la que tomei a decisão de levar o compromisso adiante eu iria esperar ela completar dezoito anos, esperar que ela pudesse tomar a decisão por ela mesma e iria conquista-la iriamos ser felizes juntos. Mas esse tempo todo ela amou outro, tudo havia sido uma mentira.

—Tem certeza que é isso que quer Peeta? Sabe que eu pouco me importo para o que aquelas famílias vão dizer, se você não quiser se casar amanhã cancelamos tudo pagamos o dote, mas você não precisa se casar.

—Eu amo ela pai

— Filho, tem certeza que é isso que você quer? Talvez possamos conseguir mais tempo, um noivado mais longo. Quem sabe você possa conhece-la melhor ver se é isso que você quer.

— Eu acho que ela pode me amar pai, a gente se deu bem. Eu realmente acho que pode dar certo e ela teria dito não se não quisesse tentar eu pedi pra ela pai. Sem ninguém vendo. E ela disse sim.

— Peeta esse tipo de casamento é complicado demais, eu não quero que você se decepcione...

As palavras do meu pai um dia antes do meu casamento vieram na minha cabeça, e não pude pensar que ele podia estar certo, sempre fomos sinceros um com o outro, sempre falamos sobre tudo, meu pai era meu melhor amigo e eu sabia que ele tinha um certo receio com meu casamento, sabia que a avó da Katniss tinha se casado contra a vontade por conta da tradição, mas quem havia assinado o casamento tinha sido o pai dela, na minha cabeça Katniss tendo 18 anos ela se negaria casar assim como a mãe dela tinha feito se houvesse outra pessoa. Ouvi a porta abrir, mas não desviei meus olhos do porta retrato.

— Peeta – a voz dela estava baixa, bebi mais um gole de whisky e olhei para a mulher que eu tanto amava parada na porta e nada disse – Precisamos conversar – observei ela entrar e encostar a porta lentamente, e dar alguns passos em minha direção olhando os cacos de vidro no chão com atenção – O que você viu ...

— Por favor, não diz que eu entendi errado – pedi tentando controlar minha voz, por mais irritado que eu estivesse eu jamais perderia o controle com ela – A parte cômica é que os comentário estavam acontecendo e eu tolo me neguei a acreditar, porque eu estou tão acostumado a falsas fofocas nesse Distrito que eu pensei que fosse só mais uma – senti um no se formar na minha garganta - Você me traiu Katniss.

— Não – ela disse rápido – Eu juro que nunca trai você, Gale e eu não tivemos nada desde que conheci você.

— Você espere que eu acredite nisso? Qual a desculpa para estar dentro da floresta com um cara falando sobre divorcio enquanto ele toca você com tanta intimidade?

— Gale e eu tivemos um passado juntos, eu sei que pelas tradições eu tinha que ser fiel ao nosso futuro compromisso, mas aconteceu eu não te conhecia Peeta.

— Dane-se a tradição Katniss, você me enganou.

— Peeta, por favor, escuta – ela se aproximou da mesa parando na minha frente – Eu nunca quis enganar você. Gale e eu namorávamos sim eu queria me casar com ele ia fazer isso quando completasse 18 anos, mas meu avô descobriu e ele não iria me dar a guarda da Prim ele não aceitava o fato do Gale não ter tradição.

— Eu não tenho tradição Katniss.

— Mas tem dinheiro, iria pagar o  dote e sua família era poderosa suficiente pra se ligar a dele – então tudo era uma questão de dinheiro – Eu não sabia o que fazer eu pensei em fugir, mas tudo deu errado ele foi fazer o treinamento para pacificador e eu me casei com você eu juro que desde que conheci você não tivemos nada.

— Trair vai além do físico Katniss, eu disse que queria que fosses sinceros, disse que queria que fosse minha companheira, que pudéssemos contar um com o outro, eu fui sincero com você o tempo todo, e você estava apaixonada por outro ou você vai negar que sente algo por ele? – e interiormente eu desejei ouvir que ela não sentia nada por ele.

— Peeta, por favor eu não podia falar a verdade.

— Por que não? O que você achou que eu faria? – ela não respondeu – Que tipo de homem você pensa que eu sou? Eu fiz questão de pedir sua mão longe de todos esperando que se tivesse algum motivo você me diria. Eu deixei claro quem eu era desde o começo, por mais que doesse eu teria te ajudado Katniss, bastava você ter sido sincera comigo e eu teria apoiado você, mesmo já te amando eu teria feito qualquer coisa pra você ser feliz.

— Eu não te conhecia – vi lagrimas se formarem nos olhos dela e senti um aperto no peito. Ela apoiou as duas mãos na mesa se aproximando um pouco mais.

— Me conheceu depois, você teve varias chances de me dizer a verdade nos últimos meses, mas você se manteve calada mesmo quando ficamos frente a frente com ele mais de uma vez. Dividimos uma mesa com ele, eu entreguei sua mão para dançar com ele e você não disse nada – abaixei a cabeça entre as mãos e vi aquela joia conhecida no braço dela, o pingente era simples e sem valor diferente de todas as outras joias que ela tinha e algo veio a minha mente naquele instante – Ele te deu essa pulseira? – foi como se ela tivesse levado um choque da mesa ela segurou o pulso com a outra mão e abriu e fechou a boca algumas vezes antes de confirmar com a cabeça – E você a usou como uma aliança, alias ela parece ter mais valor que uma aliança já que você nunca a tira do pulso -  ela não disse nada então respirei fundo e me levantei indo em direção ao segundo andar.

— Peeta – ouvi ela me chamar vindo atrás de mim, mas não parei até chegar no quarto, entrei no closet e peguei uma das malas e comecei a jogar as roupas que tinha separado para a viagem – O que você esta fazendo?

— Eu vou para o Distrito 11 hoje mesmo.

— Peeta não faz isso, não sai assim temos que conversar direito.

— Conversar o que Katniss, eu ouvi o plano de vocês não se preocupe você não vai precisar entrar com um litigioso quando eu voltar eu assino os papeis – fechei a mala rapidamente eu precisava ficar sozinho, precisava pensar – Eu me encantei por você quando eu ainda era um garoto e te vi entrando na padaria com seu pai. Eu amei você, antes mesmo de você saber da minha existência - olhei em seus olhos - Não vou te obrigar a estar casada comigo, ou impedir você de ser feliz. Eu te amo agora mais do que antes, mas eu não vou te prender a mim.


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Notas finais do capítulo

É isso, a expectativa para saber o que vocês acharam esta grande viu. Não esta exatamente do jeito que eu queria, mas espero que vocês gostem.
Quando comecei a fic tinham dois rumos a seguir a partir do próximo capitulo e a um tempinho decidi de vez o caminho que a fic iria seguir. Eu sei que a torcida pelo Peeta é grande, mas estou curiosa para saber. Alguém aqui torce pelo Gale?
A frase no inicio do capitulo é do filme o Príncipe da Pérsia.
Ótimo final de semana.
Beijos