A intimidade pode de fato mudar muitas coisas em um relacionamento, você pode ser intimo de alguém de diversas formas, mas quando a intimidade é dentro de um relacionamento ela de fato faz a diferença. Não que após o casamento não me considera-se intima do meu marido afinal dividíamos um quarto e uma rotina, porém após aquela noite a intimidade que tinha com Peeta mudou completamente.

Eu sei que sexo e intimidade não necessariamente estão ligados um ao outro afinal você pode fazer sexo com alguém e não ser intimo dela, mas no nosso caso não foi assim, quer dizer nossa primeira noite juntos foi ótima Peeta havia sido carinhoso e atencioso comigo todo o tempo, além de muito paciente sem deixar de ser ousado e por mais receio que tivesse sobre como seria depois de tudo o que tinha ouvido falar por ai me surpreendi em sentir apenas um leve incomodo que não demorou ser substituído por uma sensação muito agradável de puro prazer.

E ali olhando para ele ainda dormindo não pude deixar de pensar naquela noite a três semanas e no quanto fiquei constrangida quando deitamos lado a lado depois de tudo, meu coração estava acelerado e não pude deixar de me sentir levemente constrangida, fiquei alguns instantes segurando firmemente o lenço cobrindo o máximo possível do meu corpo pensando se seria ou não indelicado ir até o banheiro e ficar lá quando ele simplesmente se ajeitou em meio aos travesseiros e abriu os braços e disse um simples “vem aqui” e por mais que não soubesse como lidar com tudo aceitei o abraço e então ficamos ali abraçados enquanto ele passava levemente a mão nas minhas costas e não foi nada difícil pegar no sono ali nos braços dele. E a partir daquele momento nossa intimidade de fato começou simples e natural.

O som do despertador me tirou dos meus pensamentos, e em um ato automático ergui um pouco o braço para desliga-lo, senti o corpo em baixo do meu se mexer embora não tenha me soltado e não demorou para que visse aquele azul penetrante dos olhos dele olhando para mim.

— Bom dia – a voz dele estava levemente rouca devido ao sono.

— Bom dia – sorri enquanto senti os lábios dele tocarem a curva do meu pescoço fazendo meu corpo arrepiar – Temos que levantar – avisei, mas ele ainda sim não me soltou.

— Temos?

— Sim temos, o relógio já despertou – eu não queria de fato levantar de alguma forma ficar ali com ele me fazia esquecer os problemas nas ultimas semanas estar nos braços dele fazia com que um topor tomasse conta de tudo nesses momentos nada mais existia apenas nos dois, mas era preciso tinhamos compromissos e deveres –  Vamos Peeta me solta ou vamos nos atrasar – pedi.

— Fica aqui vai mais cinco minutos – era uma proposta tentadora, mas eu sabia que se aceitasse não ficaríamos ali por cinco minutos, e não cairia nessa outra vez.

— Não posso, vai levanta homem – brinquei e ele negou com a cabeça, mas me soltou me permitindo levantar e caminhar em direção ao banheiro. Há algumas semanas eu ficaria constrangida de fazer esse pequeno percurso com ele olhando para mim, mas Peeta de certa forma me dava confiança, cada palavra dita, cada elogio feito fazia com que eu me sentisse especial. De alguma forma atualmente eu sentia como se ele conhecesse cada parte do meu corpo, como se a cada noite ele descobrisse algo novo sobre mim que nem eu mesma sabia.

Quarenta minutos mais tarde estávamos descendo para o café da manhã, todos já estavam a mesa. E após um rápido café seguimos cada um com sua rotina, Peeta me deixou no colégio onde tinha varias apresentações para ver o que me deixou seriamente com sono. Annie estava realmente animada com o baile de formatura que iria acontecer em pouco mais de um mês ela queria marcar de irmos comprar o vestido juntas, mas para ser sincera não estava nada animada em passar um dia inteiro atrás do vestido perfeito. Alias o baile de formatura era o assunto do momento, a maioria das garotas estavam planejando a noite para que tudo saísse perfeito, o vestido ideal, as mais próximas combinavam de dividir uma limusine e as que não tinham um par estavam quase se descabelando de preocupação. Segundo Annie uma das melhores coisas em ser casada era não precisar passar por toda essa apreensão na espera de um par e embora eu não fosse o tipo de pessoa que fica ansiosa esperando por um convite só para não ir sozinha a um baile tive que concordar que tinha suas vantagens.

Peeta e Finn estavam animados com a ideia de nos acompanhar ao baile, segundo o Finn era como se formar no ensino médio mais uma vez e ele parecia disposto a ser novamente o rei do baile isso fez Annie ressaltar para o marido que a formanda era ela e que ele não poderia ser o rei do baile já que não era aluno.  

Quando o sinal da ultima aula tocou fiquei realmente animada embora soubesse que minha folga duraria pouco já que teria que passar na casa nova no fim da tarde para verificar a montagem de alguns moveis com a decoradora. Assim que sai estranhei ver Peeta me esperando, ele estava no celular do outro lado da rua, então me despedi de Annie e fui até ele.

— Não eu não vou até o Distrito 11 para discutir isso – ele não parecia nada feliz - A decisão já esta tomada, o Chaff não vai voltar, essa é a minha decisão – ele me viu – Vou desligar agora – ele desligou guardando o celular no bolso me beijando em seguida.

— Esta tudo bem?

— Esta só o chef do restaurante do Distrito 11 querendo deixar meu dia difícil – ele abriu a porta do passageiro para que eu entra-se e deu a volta.

— Eu esquecia alguma coisa marcada para hoje? – perguntei assim que ele entrou no carro, eu realmente não sabia o motivo dele ir me buscar.

— Parece que sim – ele riu enquanto dava partida no carro e eu tentei lembrar o que seria embora o único compromisso que me vinha em mente era verificar os moveis mais tarde – Temos uma visita agendada na faculdade hoje.

— Eu me esqueci completamente. Não podemos reagendar? Tenho que encontrar a Seeder e verificar os moveis da sala, já que amanhã vão começar com o escritório e o quarto da Prim.

— Percebi e não, não pode reagendar de novo vai dar tempo de fazer as duas coisas. Você esta enrolando Katniss, precisa se matricular – havíamos tido essa conversa mais de uma vez e já tínhamos adiado duas visitas a faculdade – Já sabe o que vai fazer?

— Não, Peeta eu não tenho ideia do que fazer nunca pensei nisso – fui sincera – Você pode escolher um curso par mim eu vou e faço é simples.

— Então vai ser bom visitar o lugar e não eu não vou escolher seu curso, você vai é a sua vida Katniss, precisa fazer algo que goste – ele disse sem desviar a atenção da rua.

— Eu não gosto de nada.

— Você vai achar algo – ficamos em silencio por um tempo, por mais que eu pensasse não conseguia me decidir. Delly havia levado diversos panfletos de cursos eu havia passado um tempo considerável em frente ao computador vendo as possibilidades e nada simplesmente nada parecia interessante – Katniss – ele me chamou após estacionar – Você não precisa se matricular hoje, conheça o lugar pelo menos sei que você vai se interessar por algum curso e vai gostar – ele soltou o cinto e se aproximou um pouco mais – Direito é um dos cursos mais maçantes que tem e eu adorei cada minuto da experiência sabe por que?

— Não – de fato não fazia ideia afinal se existia uma certeza era que medicina e direito estavam fora de cogitação.

— Porque eu escolhi e adoro tudo relacionado ao assunto, então todos aqueles livros e matérias maçantes para mim eram tranquilos é por isso que você precisa achar algo que goste ou vai acabar odiando cada minuto.

— Está bem eu vou tentar achar algo – ele sorriu – Mas não vou me matricular hoje – ele concordou com a cabeça.

Seguimos de mãos dadas pelo campus e de fato o lugar era bonito e tinha vários cursos, alguns futuros alunos estavam se matriculando na secretaria enquanto outros estavam completamente indecisos olhando a parede cheia de panfletos de cursos e suas possíveis carreiras. Peguei um panfleto de administração e observei por um tempo a grade curricular não parecia tão ruim.

— O curso dos indecisos – ele brincou olhando o panfleto em minhas mãos – Ele é um dos cursos mais procurados principalmente pelos indecisos sabia, mas se for o que você quiser fazer.

— Só estou olhando – eu não tinha ideia do que faria com um diploma de administração, mas era uma ideia, após mais alguns minutos terminamos a visita e pela hora teríamos que ir direto verificar os moveis na casa nova. O caminho de volta foi tranquilo, Peeta contou um pouco da sua época de universitário e falamos sobre alguns cursos e no momento que ele encostou o carro em frente a casa o celular dele tocou. Ele pensou um pouco antes de atender.

            - Mellark – ele disse serio – Não vou voltar hoje, estou resolvendo assuntos pessoais. Fala que ligo para ele amanhã ou peça para falar diretamente com meu pai. Ele o que? – não consegui ouvir exatamente o que estava sendo dito do outro lado, mas ele não parecia nada feliz – Liga para o meu pai quero uma reunião com ele e marque uma chamada de vídeo com o recursos humanos – ele desligou com um suspiro e virou em minha direção - Eu preciso passar no escritório estamos com um problema lá, se importa de ver isso sozinha?

— Sem problemas.

— Eu vou pedir para alguém trazer o carro para você.

— Não precisa eu vou sozinha, esta cedo posso caminhar não é longe.

— Tem certeza? – confirmei com a cabeça – Certo qualquer coisa pede um taxi – soltei o cinto e me despedi com um beijo – Te encontro em casa.

— Até mais tarde.

Não havia muita coisa para fazer, a pintura já estava pronta e faltavam poucos moveis para serem montados ao que tudo indicava iriamos nos mudar no máximo na próxima semana, os moveis estavam certos e sem qualquer defeito ou risco e fiquei feliz em poder voltar para casa rapidamente.

Seeder estava fazendo um ótimo trabalho e admito estar gostando muito do resultado. Ela me ofereceu uma carona, mas como ainda estava cedo neguei e decidi ir andando mesmo eu sempre gostei de caminhar eu estava quase virando a rua quando alguém trombou comigo.

— Preciso falar com você – eu não precisava olhar o dono da voz para saber quem era.