Maktub escrita por Sany


Capítulo 18
Capitulo 17:


Notas iniciais do capítulo

Boa noite ...



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Dezembro estava passando rapidamente, trazendo toda a neve esperada para aquela época do ano e muita correria também, já que o casamento seria na primeira semana de janeiro dessa forma os preparativos estavam acelerados e Effie e Mags estavam realmente empenhadas para que tudo saísse perfeito. Peeta que teve uma folga após a inauguração passou as primeiras semanas de dezembro em busca de uma casa e acabou gostado de uma localizada a algumas quadras do centro. A casa era antiga e precisava de uma reforma completa, mas era muito bem localizada e não era muito grande como a casa do meu avô, mas era bem espaçosa e contava com quatro quartos no andar de cima sendo uma suíte, no andar de baixo havia uma sala de estar bem ampla além da cozinha, o quintal dos fundos era grande e em algum momento deve ter sido muito bonito, mas atualmente estava com a grama alta sem o menor cuidado. Ele havia me levado até a casa antes de fechar negocio e embora eu não quisesse opinar acabei concordando com a compra e assim que o negocio foi fechado Peeta começou a cuidar da reforma que segundo o empreiteiro levaria no mínimo três meses após o fim do projeto que estava sendo discutido com um arquiteto.   

O natal não demorou a chegar e foi bem diferente dos últimos oito anos, meu avô não gostava muito da ocasião e como todo ano não tinha planos de comemorar a data, os Mellark por outro lado comemoravam a data com direito ceia na véspera e almoço de natal no dia. Soube que Effie nos convidou para a ceia, mas meu avô não aceitou o convite, mas no início da tarde do dia 25 Peeta foi nos buscar para o almoço de natal com a família dele.

Embora estivéssemos oficialmente noivos a semanas ainda não conhecia a casa dos Mellark, pela extravagância da Effie esperava uma casa tão grande quanto a do meu avô talvez maior, mas para minha surpresa a casa que ficava em uma travessa da praça central não era nenhuma mansão, o sobrado tinha  duas sacadas no andar de cima e uma porta dupla no andar de baixo que deixava ele mais elegante do que as demais casas da rua, mas não era nada do que imaginei, o jardim na entrada era  bem cuidado e estava decorado para o natal. Effie nos recebeu animada e assim que entrei pude ver um pouco mais da matriarca na decoração elegante do interior da casa, os moveis mantinham uma harmonia e elegância muito agradável de ver. Ao lado da lareira acesa uma árvore de natal de quase dois metros com presentes ao redor se destacava. 

Haymitch estava jogando xadrez com um garoto de máximo 10 anos que não conhecia e que descobrir ser o irmão mais novo da Delly que apareceu alguns minutos depois e para minha surpresa se manteve com a família durante o resto da tarde e se sentou a mesa na hora do almoço que pelo que soube foi feito por um buffet. E pela primeira vez notei o quanto Peeta e Delly eram próximos, na verdade ela parecia próximo de todos na casa. Prim se deu muito bem com o irmão dela e logo estavam falando sobre o colégio já que aparentemente estudavam no mesmo.  Trocamos presentes após o almoço e em seguida Peeta foi até o quintal com os mais novos para construírem um boneco de neve e Delly logo se juntou a eles enquanto eu observava da sacada em um banco de madeira.

Não demorou para que a construção do boneco fosse deixada de lado e se inicia-se uma guerra de bolas de neve, Denis lançou uma bola na irmã que pensou que foi Peeta e logo os quatro estavam se atingindo, Prim ficou tímida inicialmente, mas após ser atingida por Peeta revidou animada. Me alegrava ver Prim brincando na neve sem se importar se estava ou não seguindo regras de etiqueta, mas estranhei o modo como Peeta tratava a governanta da casa que pelo que entendi em meio a confusão de bolas de neve estava no time adversário. De alguma maneira eles pareciam cumplices e estava claro que aquela não era a primeira guerra de neve entre eles, Peeta parecia saber cada movimento que ela faria como se já estivesse acostumado as estratégias dela e vice-versa.  

— Eu sabia que isso ia acontecer – Effie disse se sentando ao meu lado – Um advogado formado e as vezes parece que não saiu da adolescência ainda, as vezes tenho a sensação de que ele e Delly nunca vão crescer – ela olhou para Peeta e sorriu e ficou claro que ela gostava desse lado menino dele – Acredite quando vocês tiverem filhos ele será o tipo de pai que senta no chão para brincar com eles – meu olhar deve ter sido de puro pânico pois ela riu ao olhar para mim – Fique tranquila Peeta já me pediu para manter o foco no casamento e deixar para pensar em netos mais para frente, mas acredite independente do tempo que levem para ter um filho ele ainda vai ser esse tipo de pai. Mesmo com quase quarenta anos Haymitch era assim – surpresa não é bem a palavra, mas era realmente difícil imaginar o Sr. Mellark sentado no chão brincando com o filho – É difícil imaginar não é Haymitch parece todo serio e as vezes mau humorado, mas Peeta sempre teve ele enrolado em seus dedinhos na infância se Peeta pedisse o mundo, ele faria de tudo para dar a ele, mas Peeta nunca foi de pedir o mundo você vai notar se já não notou que meu filho encontra a felicidade em pequenas coisas.

— Peeta é realmente especial – comentei sincera olhando Peeta correr em meio a neve com Delly ainda atirando bolas de neve nele, de alguma forma me parecia estranho essa aproximação dos dois. Effie sorriu antes de chamar todos para entrar e tomar algo quente e acabei deixando esses pensamentos de lado enquanto ouvia Prim e Denis afirmarem ter ganhado a guerra e no fim nenhum dos dois cedeu durante o resto do dia.

Peeta nos deixou em casa pouco antes do horário do jantar e como de costume perguntou se gostaríamos de fazer algo no dia seguinte, eu estava prestes a negar já que todo ano no domingo após o natal íamos visitar minha mãe na clinica, quando Prim o convidou para nos acompanhar, fiquei estática no mesmo instante não queria que Peeta sentisse pena ao ver a situação que minha mãe se encontrava, mas não desfiz o convite e pude perceber o quanto ele ficou dividido já que estava claro em meu rosto que não queria que ele fosse, mas Prim parecia animada com a ideia dele conhecer nossa mãe. Optei por dizer que seria bom se ele fosse, afinal ele conhece-la seria inevitável em algum momento.

Então no dia seguinte com a devida permissão do meu avô Peeta veio nos buscar para nos acompanhar até a clinica, passamos pela recepção e seguimos para a sala de estar, dessa vez a lareira estava acessa e não havia mais ninguém além da minha mãe e Wiress que estavam sentadas próximo a lareira. Prim foi a primeira a se aproximar desejando feliz natal atrasado e sentando ao lado da minha mãe animada, apresentei Peeta a Wiress que se encarregou de apresenta-lo a minha mãe calmamente, e para minha surpresa ele sorriu para minha mãe e começou a falar com ela calmamente, e não havia pena ou surpresa em seu olhar.

— Ele parece ser uma ótima pessoa – Wiress comentou enquanto observávamos Peeta mostrando os pinceis de pintura que Prim havia trago de presente para minha mãe. Tínhamos entregado a ela os presentes e ela havia se encantado com as telas e tintas novas que minha irmã escolheu para ela, mas a alguns minutos não conseguia dizer para que serviam os pinceis e Peeta calmamente se pós a explicar.

— Ele é sim – concordei – E merecia mais do que essa loucura toda – disse em voz baixa, mas ela escutou.

— Essa situação com a sua mãe não é fácil, mas não é impossível de lidar e ele não parece se importar, talvez esteja na hora de você começar a aceitar sua mãe como ela é agora Katniss – ela se levantou me deixando sozinha olhando Prim e Peeta conversarem com minha mãe.

Ficamos lá mais tempo do que o costume e fiquei feliz por ter sido uma visita tranquila, paramos para almoçar no centro e Peeta pareceu realmente interessado nas coisas que Prim dizia sobre nossa mãe, minha irmã parecia orgulhosa ao dizer cada avanço que Eva teve ao longo dos ultimos anos, mesmo que esses fossem mínimos.  

Depois de domingo eu vi Peeta apenas na quinta feira quando estava resolvendo  alguns assuntos com Effie sobre o casamento e após três horas falando sobre o cronograma do dia do casamento com a mãe dele ele apareceu para busca-la, o que eu sabia ser só uma desculpa afinal Effie tinha o próprio carro e andava com ele para todos os lugares. E não demorou para ele pedir para falar comigo, fomos até a sala de TV e nos sentamos no sofá, onde ele beijou meus lábios com naturalidade.

— Oi – ele disse sorrindo e não pude deixar de sorrir também.

— Oi, então você só queria me dar oi? – brinquei.

— Quase isso – ele se ficou um pouco mais serio e estranhei um pouco.

— Aconteceu alguma coisa?

 - Não eu só estava pensando sobre sua mãe ir ao casamento.

— Não tem como ela ir ao casamento – ele tinha visto ela, sabia que não teria como ela estar lá – Ela esta doente Peeta, mau reconhece a Prim ou eu, ela esta assim a anos, ela não ...

— Katniss – ele segurou minha mão – Sei que ela tem sequelas do acidente, e que o dano é praticamente irreversível – eu não costumava falar sobre minha mãe com ninguém - E lamento muito por isso, mas ela é sua mãe e acredito que seja importante ela estar lá.

— Ela esta naquela clinica a oito anos Peeta, ela já perdeu tudo que era importante não só meu, mas da Prim também e no fim não faz diferença porque no dia seguinte pra ela talvez eu ainda tenha nove anos, talvez ela acorde achando que a Prim não tenha nem nascido ainda.

— Mas você saberia que ela esteve lá – fiquei me silencio, eu estava tão acostumada a não ter Eva por perto - Eu falei com um colega do colégio lá da Capital, ele agora é residente em um hospital ele indicou um medico e eu expliquei um pouco da situação da sua mãe, ele entrou em contato com o Dr. Gloss e aparentemente não existe motivos para ela não ir, duas enfermeiras iriam acompanha-la e ficar de olho nela.

— Peeta, não sei se é uma boa ideia – eu realmente não sabia, Eva era tão imprevisível e eu nunca cogitei a possibilidade de vê-la fora da clinica.

— A escolha é sua, se quiser podemos tentar se ela não reagir bem as pessoas tudo bem pelo menos tentamos, só pensa sobre o assunto e se você não quiser tentar tudo bem também – concordei com a cabeça e ele sorriu.

Eu não tinha ideia se devia ou não tentar tirar Eva da clinica, mesmo que fosse por algumas horas. Obviamente eu a amava, mas eu não sabia lidar com ela e com tudo o que havia acontecido nos últimos anos.


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Notas finais do capítulo

É isso, espero que tenham gostado do capitulo. Inicialmente a Delly não causaria nenhuma reação na Katniss, mas alguns leitores me fizeram pensar um pouco então pensei em deixa-la pelo menos intrigada com essa amizade dos dois que já fazia parte dos planos.
O próximo vai ser o primeiro bônus da fic, e como estou escrevendo ele a um tempinho acredito que consigo terminar até o final de semana (não é certeza). Não vai ser o ponto de vista do Gale ou do Peeta ainda, mas estou tentando fazer algo que vocês gostem.
Nas ultimas semanas eu acabei escrevendo em um ritmo acelerado (pelo menos par mim) e queria saber de vocês se isso esta atrapalhando na fic.
Beijos