Loser Like Me escrita por Siaht


Capítulo 5
Sobre as vantagens de ser um lufano, N.O.M.’s e traições


Notas iniciais do capítulo

Hello, pessoas lindas do meu coração!!! ;D
Mas já, Thaís? Sim, meus queridos. Estava inspirada e precisava escrever esse capítulo. Como não sou exatamente paciente, resolvi postá-lo de uma vez e espero que goste!!!
LEIAM AS NOTAS FINAIS!



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O salão comunal da Lufa-Lufa era sempre um caos. Silêncio era algo que não existia ali e lufanos tinham um pequeno problema quando se tratava de falar baixo. As conversas e risadas se misturavam e tudo teria continuado se Isaac Müller, um garoto do sétimo ano, alto, de longos cabelos negros em dreads, olhos cinzentos e o símbolo de monitor chefe no uniforme, não houvesse subiu em uma mesa. Ele chamou algumas vezes, mas isso não inibiu o burburinho.

— Calem a boca, cambada! – berrou, atraindo finalmente a atenção de todos. Era sempre assim, lufanos tinham certa tendência a adorar conversar e em primeiro de setembro isso era sempre pior. Afinal, havia muito assunto para se colocar em dia. – Bem melhor. – disse quando todos se calaram. – Bom, primeiro gostaria de dar boas-vindas a todos vocês, especialmente aos alunos do primeiro ano. Sejam todos bem-vindos e que esse ano seja ótimo para todos nós. Para os novos alunos gostaria de dizer que meu nome é Isaac Müller e sou o monitor chefe. Como tal quero que saibam que podem contar comigo para o que precisarem e o mesmo serve para todos os seus colegas de casa.

Todos os anos os monitores chefes ficavam encarregados de preparar um discurso de boas-vindas para os calouros. É claro, que no fim das contas, todo mundo acabava se intrometendo na conversa, mas não importava muito. Bella Yamanaka, a monitora chefe, subiu na mesa ao lado de Isaac. Ela era uma nascida trouxa, alta, extremamente magra, de descendência coreana e cabelos cortadas na altura do pescoço,

— Nós não sabemos o que vocês já ouviram sobre a Lufa-Lufa. Podem ter sido coisas boas, ruins ou até mesmo nada. Mas se estão aqui é porque são pessoas leais, sinceras, esforçadas, que trabalham duro e conseguem encontrar alegria em tudo. E isso é um motivo para se orgulhar. – ela disse sorrindo.

— Vocês eventualmente vão ouvir que estão na casa dos fracassados, que somos um bando de idiotas e não sabemos fazer nada direito. Vão ouvir que estamos aqui, porque não temos nenhuma das qualidades das outras casas... – Isaac começou, mas foi interrompido por Caroline Finnigan.

— Mentira, calúnia, difamação! Conversa de gente mal amada! – a loira gritou, arrancando risadas e aplausos dos colegas.

Isaac riu, antes de continuar.

— Como bem pontuado pela Caroline, isso não é verdade. A Lufa-Lufa é uma casa tão digna quanto todas as outras e nós esperamos que vocês não se sintam mal por estarem aqui. Muito pelo contrário, há muitas razões para ficarem contentes por serem texugos. Pela minha experiência, ser um lufano só me trouxe alegrias e espero que quando chegarem ao último ano possam dizer o mesmo.

— O que o Isaac está tentando dizer é que há vantagens em ser um lufano que as pessoas nem imaginam. – Frank Longbottom disse, se levantando. – Aqui vocês vão encontrar uma segunda casa e uma grande família. Pessoa que vão te amar e aceitar independente de qualquer coisa. Sem se importar se você gosta de meninos, meninas, de ambos ou de nenhum dos dois.

— Sem se importar com a sua etnia, ou status de sangue. – Lyla Stuart também se intrometeu.

— Com seu sobrenome. – foi a vez de Louis.

— Com qualquer coisa que sua família tenha feito. – Scorpius não perdeu a oportunidade.

— Com sua aparência. – Melanie mencionou.

— Crenças. – foi a vez de Isaac.

— Ou com qualquer coisa que as pessoas digam a seu respeito. – Caroline finalizou.

— A verdade é que aqui nenhum tipo de estereótipo ou rótulo importa. – Bella começou a dizer. – Não julgamos uns aos outros, mas tentamos entender e estamos sempre prontos para ajudar. Qualquer coisa que precisarem podem contar conosco, seja com algo escolar ou pessoal. Não estamos brincando quando dizemos que somos uma família e esperamos que você sejam muito felizes aqui.

— Passado o momento incrivelmente cafona. Vamos falar de coisa séria: Quadribol! – Louis disse sorrindo, enquanto se levantava. – Não sei se todos estão sabendo, mas eu sou o novo capitão do time. Então, pretendo marcar os testes ainda para essa semana, pois esse ano quero começar os treinos mais cedo e intensificá-los. Há muito tempo a Lufa-Lufa não ganha o Torneio de Quadribol e já está passando da hora disso mudar. – a última frase fez o salão comunal explodir em aplausos e gritinhos eufóricos. – Bom, amanhã vou deixar uma lista no mural para que os interessados em fazer parte do time preencham. Deixo claro que não é porque você esteve no time ano passado que continuará. É para isso que o teste serve. Boa sorte a todos que tentarem!

— Bom, já que estamos falando em coisas que não vencemos há muito tempo... – Melanie começou incerta, sentindo o rosto corar, mas se levantou. – Acho que devíamos falar da Taça das Casas. Se todo mundo fizer um esforço, fizer todas as lições e evitar perder pontos para a Lufa-Lufa, a gente pode até ter a chance de ganhar.

— A Mel e o Lou estão certos. Tem anos que a Lufa-Lufa não ganha nada. – Scorpius disse. – Não que ganhar seja o mais importante, mas é um saco perder sempre.

— Além disso, queria ver quem teria coragem de nos chamar de fracassados se vencêssemos o Torneio de Quadribol e a Taça das Casas. – Frank comentou.

— Seria um “chupa, otário, olha quem está rindo agora” épico, para todos aqueles que falam mal da gente. – Caroline mencionou, enquanto a maioria dos colegas concordava.

— Então, é isso? Todos nos comprometemos a fazer o nosso melhor para que a nossa casa tenha a chance de ser campeã? – Isaac perguntou, vendo os acenos positivos.

— Podemos até não vencer, mas vamos dar nosso melhor. – Scorpius disse sorrindo. – Eu juro pela Helga Hufflepuff.

— Nós juramos pela Helga! – os outros repetiram em coro.

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Os saltos da garota provocavam um ruído inconvenientemente alto ao irem de encontro ao piso azulejado. Ela caminhava rapidamente pelos corredores escuros e desertos de Hogwarts, tentando pensar em uma desculpa plausível para estar fora da cama muito após o toque de recolher na sua primeira noite no castelo. Não seria algo difícil, afinal Rose Weasley era uma exímia mentirosa. A garota possuía a incrível habilidade de criar justificativas críveis para cada um de seus deslizes, as proferindo com um ar de inocência inigualável. Ela nem mesmo se sentia culpada por enganar a todos constantemente. Na mente egoísta e doentia da jovem não cometia nenhum pecado, estava apenas usando seu senso de autopreservação e se protegendo. Todos possuíam segredos e faziam o que fosse necessário para mantê-los, ela não era diferente.

Suspirou assim que chegou as masmorras e pode finalmente adentrar o salão comunal de sua casa; Sonserina. Um sorriso maldoso se formou em seus lábios ao se lembrar da reação de seu pai ao descobrir que sua princesinha era uma serpente, Ron Weasley havia surtado. Ele acabara aceitando o fato, é verdade, afinal o ruivo não conseguia resistir aos grandes e suplicantes olhos da filha, que gritavam inocência, ou ao seu sorriso encantador sempre acompanhado de uma mentira perfeita. Ele nunca conseguiria odiá-la e parecia cego o bastante para não perceber a grande vadia que tinha trazido ao mundo.

A ruiva subiu as escadas em silêncio, entrando sorrateiramente no quarto; não precisava de nenhuma das piranhas patéticas com que dividia o recinto se intrometendo em sua vida. Tirou os sapatos e se jogou em sua cama exausta. Havia sido uma longa noite. Sorriu maliciosa pelo pensamento e finalmente adormeceu.

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Albus Severus Potter conversava animadamente com Jesse Zabini, um de seus melhores amigos, sobre Quadribol. Enquanto falava o garoto brincava de capturar um pomo de ouro, que sempre lavava consigo. A conversa continuou até que foram interrompidos por Rose Weasley e sua fiel seguidora, e irmã caçula de Jesse, Elena.

Rose se sentou no colo do Zabini, beijando o namorado sem pudor, parecendo não se importar com o fato de que estavam em pleno salão principal e se esquecer que há poucos segundos o rapaz estava comendo. Albus desviou os olhos, se esforçando para não vomitar; aquilo era nojento. Elena revirou os olhos, se sentando ao seu lado. Não se importava com o fato da melhor amiga estar namorando seu irmão, mas não precisava presenciar a cena, principalmente tão cedo.

Logo os dois se voltaram para suas refeições, fingindo não conhecer os amigos que ainda se agarram despudoradamente. Albus não entendia muito bem o que havia entre Jesse e Rose, eles namoravam há dois meses, mas se contassem o tempo que ficavam sem compromisso provavelmente estariam juntos há uns quatro meses. Ainda assim, para o Potter a relação se limitava a uma pegação frenética e interminável.

Às vezes parecia que o Zabini queria apenas irritar o pai – Blaise não ficara nenhum pouco feliz ao descobrir que o herdeiro estava namorando uma Weasley, ainda que a garota fosse amiga de sua filha – e conseguir sexo fácil. Já Rose ele simplesmente não entendia, não conseguia enxergar amor genuíno por parte da garota, mas há muito desistira de entender a prima e suas motivações. Uma coisa era certa, a ruiva conseguira causar um escândalo gigantesco entre os Weasley/Potter ao anunciar seu namoro com um “filhote de comensal” como tio Ron havia carinhosamente apelidado o namorado da filha.

Albus não entendia a razão de tanto drama, às vezes a sua família parecia ter saído de uma novela mexicana trouxa. Era tempestade em copo d’água, atrás de tempestade em copo d’água. No fim, após muita confusão, gritaria, ofensas desnecessárias, mobílias destruídas, ameaças, feitiços ocasionais e todo tipo de barraco e baixaria, tudo se acertava; todos se abraçavam, choravam e faziam juras piegas de amor eterno. Eram todos loucos na opinião de garoto, mas uma vez que família não se escolhe, ele não tinha muito que fazer. Jesse e Rose continuaram a se beijar de forma exagerada até Horácio Slughorn se levantar da mesa dos professores e caminhar até eles.

— Senhor Zabini, senhorita Weasley mantenham a compostura, por favor! – ele disse severo. Albus percebia o olhar de censura de Minerva McGonagall. Isso o fazia querer rir. A mulher estava escandalizada, dividida entre a vontade de tirar o distintivo de monitora da Weasley e a certeza de que ela não se parecia em nada com a mãe. – Não quero ser obrigado e retirar pontos da minha própria casa no primeiro dia de aulas, por um motivo tolo.

— Desculpe senhor... – os dois murmuraram aparentando constrangimento.

Albus e Elena se entreolharam, soltado risadinhas baixas. Rose e Jesse eram ridículos!

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— Eu quero enfiar esse garfo no olho daquele garoto. – Lyla Stuart disse ameaçadoramente, segurando o garfo com raiva. – Quero socar aquela cara de pau até que nem a mãe o reconheça.

— De quem você está falando, Ly? – Louis perguntou, tentando reprimir a risada, após beber um gole de suco de abóbora. O mau humor matinal da amiga conseguia ser incrivelmente engraçado. Pelo menos, quando não era dirigido a ele.

— Do imbecil do seu primo. De quem mais? – ela disse apontando para a mesa da Sonserina e deixando bem claro de que primo se referia. Não que precisasse, já que era de conhecimento geral que Lyla Stuart detestava Albus Potter.

O Weasley encarou a cena por meio segundo e depois revirou os olhos. Albus estava com seu ridículo pomo de ouro, enquanto se gabava, desnecessariamente alto, de ser o melhor apanhador de Hogwarts. Louis gostava do primo, mas o ego do garoto era extremamente inflado. As pessoas costumavam pensar que James era o problema, mas por trás da habilidade única de se envolver em confusão, o primogênito de Harry e Gina era alguém humilde e divertido. No fim das contas, James era um garoto simples que queria apenas jogar Quadribol, bolar brincadeiras e beijar garotas bonitas. Não se importava com fama, com o sobrenome do pai e estava longe de ser tão narcisista quanto o irmão. Albus, por sua vez, poderia ter cara de sonso, mas era egocêntrico, egoísta e dissimulado. Além de incrivelmente irritante.

— Melhor apanhador... Por favor! – Lyla disse exasperada. – Alguém avisa a esse garoto que o pai dele foi o apanhador mais jovem de todos os tempos e não ele. Aliás, aproveitem e avisem que o pai dele foi o herói que lutou contra o Lorde das Trevas e ele só um garoto ridículo e mimado! – sua voz aumentava a cada palavra e quando acabou enfiou o garfo com tanta violência no prato que pedaços do seu omelete voaram pela mesa.

Caroline revirou os olhos, voltando a prestar atenção no caderno de fofocas do Profeta Diário, que havia roubado de Frank. Lyla conseguia ser extremamente dramática quando queria. Melanie bocejou, cansada demais para dizer alguma coisa. Havia ficado lendo até tarde na noite anterior. Sabia que as aulas começariam no dia seguinte, mas não conseguiu resistir. Ficara horas dizendo a si mesma que só iria ler mais um capítulo e quando percebera esse “um” capítulo havia se transformado em dez.

Scorpius, por sua vez, estava ocupado demais vendo Rose Weasley e Jesse Zabini se agarrarem intensamente. Estava começando a suspeitar que era masoquista por prestar tamanha atenção em coisas que só o machucavam.

— É o Potter sendo o Potter. O que você esperava? – Frank questionou, bebendo um pouco de café. O garoto era completamente viciado em café.

— Vou mostrar para ele quem é o melhor apanhador quando a Lufa-Lufa vencer o torneio de Quadribol. E é bom que a gente vença, Louis! – a garota disse, apontando o garfo para o amigo. Não que fosse uma má perdedora e achasse que vencer era sempre importante. Podia até ser competitiva, mas aceitava a derrota com dignidade, mas Albus a tirava do sério e aquilo havia se tornado pessoal. Poderia perder para a Grifinória ou Corvinal, mas jamais para a Sonserina!

— Ei! – o Weasley disse, erguendo as mãos e se afastando da amiga. – Acho difícil a gente vencer se você me deixar cego.

A menina pareceu finalmente perceber que ainda segurava o garfo e, sorrindo constrangida, o colocou na mesa.

— Desculpa.

Antes que pudessem continuar, a professora Sprout, que embora já não lecionasse havia se tornado vice-diretora de Hogwarts, apareceu entregando os novos horários aos alunos. Após os famigerados N.O.M.’s no ano anterior, os horários haviam sido alterados bruscamente, uma vez que os alunos só continuariam com as matérias em que tivessem sido aprovados ou tivessem interesse.

Pensar nos testes do quinto ano ainda apavorava. Fora um ano longo, cansativo e desesperador. De certa forma, todos haviam surtado um pouco. Até mesmo Louis que era a calma em pessoa e nunca se importava muito, havia se desesperado. O estresse fizera com que pela primeira vez surgissem pequenas brigas entre os amigos, normalmente pelas coisas mais idiotas, mas bastava os humores se acalmarem para que percebessem como aquilo era ridículo e se apressassem para fazer as pazes.

De qualquer modo, ninguém havia enlouquecido mais do que Melanie. A menina era naturalmente desesperada e mais emocional que racional. Sempre fora a mais nerd do grupo e levava os estudos muito a sério. Sendo assim, nos N.O.M.’s a apavoravam mais do que qualquer outra coisa. Seu futuro dependia daquelas provas e a pressão era insuportável. Então, ela surtou.

As crises de choro eram frequentes, seu corpo inteiro pipocava em alergias e nos dias mais estressantes seu braço paralisava. Foram inúmeras as noites sem dormir, ou porque estava afundada nos livros, ou porque simplesmente não conseguia parar de pensar. Também não se alimentava direito. A loucura durou até o dia em que acabou desmaiando de exaustão no meio de uma aula de Transfiguração.

Madame Pomfrey a deixou na enfermaria por uma semana inteira e ameaçou a amarrar na cama se não parasse com suas loucuras. Minerva McGonagall a deu um sermão pessoalmente, assim como todos os amigos. A menina não se lembrava de ter visto Louis tão bravo na vida. O Weasley lhe dera uma bronca ainda maior que seus pais e havia ficado desesperado quando a vira desmaiar. No fim, todo o desespero havia sido infundado, já que a garota havia conseguido oito “Ótimos”, dois “Excede Expectativas” – em Defesa Contra as Artes da Treva e Transfiguração – e um “Aceitável” em Poções. O resultado era excelente, mas a Wood ainda estava reclamando das três últimas, principalmente da nota em poções. Ainda que a matéria fosse a que ela mais tivesse dificuldade, um “aceitável” não era aceitável.

Louis, por sua vez, havia ficado satisfeito com seus resultados. Não havia ido tão bem quanto Victoire e sua sequência de notas perfeitas, mas estava longe de ter sido o desastre que Dominique fora. O quinto ano da irmã fora completamente atribulado, marcado por sexo, drogas e todos os tipos de besteira que uma adolescente podia fazer. Acabara tendo uma overdose antes do fim do semestre e passando quase um ano na ala psiquiátrica do St. Mungus, diagnosticada com bipolaridade. Após se recuperar a garota passara um tempo estudando em casa e depois resolvera ir para Beauxbatons. Sendo assim, nunca chegara a fazer os N.O.M.’s e qualquer coisa que Louis conseguisse já seria consideravelmente melhor.

O Weasley até havia ido bem. Colecionara “Aceitáveis”, mas conseguira dois “Ótimos”, um Defesa Contra as Artes das Trevas, sua matéria favorita, e outro em História da Magia. Além disso, alcançara “Excede Expectativas” em Transfiguração e Poções e um “Péssimo” em Rumas Antigas. Com o último ele sequer se importava, afinal detestava a matéria e só a fazia, porque Melanie o implorara, alegando não queria cursar a eletiva sozinha. Como bom amigo ele se dispôs a enfrentar a tortura, mas agradecia mentalmente por nunca mais ter que tentar ler uma maldita runa. Agradecia também a Wood, afinal sabia se não fosse por todas as horas que ela passou tentando enfiar aqueles conteúdos em sua cabeça, ele dificilmente conseguiria alguma nota diferente de “Trasgo”.

Caroline se surpreendera com seus dois “Ótimos” – Adivinhação e Astronomia – e com seus muitos “Excede Expectativas” e “Aceitáveis”. Havia amargado dois “Péssimos” – Transfiguração e Poções – mas detestava as disciplinas e não fora a única. Scorpius Malfoy também tivera o desprazer de obter um “P” nas mesmas matérias. Em sua defesa, conseguira “Ótimo” em suas disciplinas favoritas, Trato das Criaturas Mágicas, Herbologia e Estudo dos Trouxas. É claro, que seus pai não ficou muito satisfeito com isso, afinal Draco sempre subestimou aquelas aulas, mas Astoria ficara orgulhosa por o filho se sair bem nas áreas que mais lhe agradavam e, apesar das dificuldades, obter notas descentes. Haviam dois Péssimos, é verdade, mas muitos “Aceitáveis” e isso já era uma vitória.

No dia em que os resultados chegaram, no entanto, Scorpius acabara indo para a casa de Caroline. O pai da menina estava viajando a negócios e a mãe, uma advogada trouxa, iria trabalhar até tarde. Eles, então, assaltaram a adega e beberam uma garrafa inteira de vinho, brindando ao fato de serem um fracasso em Transfiguração e Poções. No fim, acabaram dando risada da situação e concordaram que já haviam causado muito tormento à Minerva McGonagall e atingido sua cota de caldeirões explodidos e acidentes nas aulas de Slughorn. Se era para fracassar, pelo menos haviam fracassado juntos. Além disso, a ideia de Draco Malfoy descobrir que após uma nota desastrosa o filho fora chorar as mágoas com uma mestiça, se afundando em bebida alcoólica trouxa era extremamente engraçada.

Quando o assunto era poções, no entanto, ninguém seria capaz de superar Lyla. A menina havia se tornado uma das queridinhas de Slughorn e seu “Ótimo” na matéria a renderia um espaço entre os alunos favoritos do professor por muito tempo. Repetira a nota em Aritimância e Defesa Contra as Artes das Trevas e conseguira resultados satisfatórias nas demais matérias.

Frank também não tinha do que reclamar no quesito N.O.M’s. Conseguira “Ótimos” em Astronomia e Feitiços e vários “Excede Expectativas”. É claro, que seu Aceitável em Herbologia não havia agrado seu pai, o professor da matéria, mas já era melhor que Alice, sua irmã mais velha, que conseguiria a proeza de obter um “Deplorável” na disciplina ministrada pelo próprio pai. Em sua defesa, a garota sempre detestou Herbologia, sentimento compartilhado pelo irmão. O irônico é que havia começado a namorar Fred Weasley II, irmão gêmeo de sua melhor amiga, Roxanne, e o maior apaixonado por plantas que já havia pisado em Hogwarts.

Na verdade, tudo sobre o relacionamento dos dois era irônico. Enquanto a menina e a irmã do rapaz haviam herdado o posto dos gêmeos Weasley, no quesito causar confusão. O garoto não poderia ser mais certinho e responsável. Enganou-se quem julgou que Fred II seria uma cópia do pai e do tio, o rapaz não poderia ser mais diferente e, na maior parte do tempo, só queria ficar na estufa com suas plantas. Era um dos melhores alunos que Neville já tivera, fato que o deixou extremamente satisfeito quando a filha começou a namorar o rapaz.

É claro que a menina detestava todas as vezes que o pai e o namorado começavam a conversar infinitamente sobre suas “plantinhas”. Mas o rapaz sentia o mesmo sempre que a garota ia até a Gemialidades Weasley e passava horas tagarelando com sogro sobre os produtos da loja, Quadribol e todos os tipos de brincadeiras. No fim, Frank achava os dois perfeitos um para o outro. E se o Longbottom não tinha motivos para se queixar de seu N.O.M’s, tinha vários para reclamar de seu horário.

— Eu não acredito que nós temos Herbologia logo no primeiro horário da segunda e com a Sonserina! Isso é para pagar todos os pecados de uma só vez.

— Deixa só o tio Nev te ouvir falando assim. – Caroline brincou, embora também não estivesse nenhum pouco satisfeita. Afinal, havia feito as unhas no dia anterior e Herbologia era sempre sinônimo de terra nas mãos e unhas quebradas. Nojento, irritante e desnecessário. É claro, que Trato das Criaturas Mágicas era sempre pior, mas ela preferia não pensar no assunto no momento. Um problema de cada vez.

— Meu pai sabe que eu detesto Herbologia. – o garoto só não sabia se odiava a matéria por seu conteúdo, ou pelo fato de ser ministrada pelo pai.

Neville Longbottom tinha várias qualidades, era um excelente marido, pai e professor e Frank tinha orgulho dele. Mas só quem tem um dos pais como professor entenderia seu martírio. Ele tinha que ser o exemplo da turma e não podia fazer nada sem que sua atenção fosse chamada. Para melhorar os puxões de orelha se estendiam para fora da sala de aula e Neville era o primeiro a saber de cada detenção, advertência ou mínima coisa errada que o filho tivesse feito em alguma aula. Era um inferno, considerando que Frank estava longe de ser um santo. Pensando bem, deveria ser pior para Alice, que era um verdadeiro demônio, mas o menino não se importava muito e aquilo não era uma competição.

— Bom, então eu acho que a gente deveria ir para não se atrasar. – Melanie disse, se levantando.

— Mel, nerd como sempre. – Scorpius comentou.

— Dessa vez ela está certa. – Frank concordou. – Não quero o meu pai no meu pé, logo no primeiro dia de aula. –comentou resignado. Merlin deveria odiá-lo!

Os amigos riram, enquanto se levantavam para se dirigir às estufas.

— Oi, Louis! – uma garota ruiva de quinze anos cumprimentou, quando o loiro passou pela mesa da Corvinal. Era sua prima Lucy, a filha caçula de seu tio Percy, e ela lhe sorria docemente. Ao seu lado estava Leith Mclaggen, seu namorado, que enviou um aceno de cabeça amigável ao loiro.

— Oi, Lucy! Leith! – ele cumprimentou antes de seguir seu caminho.

Gostava bastante da menina. Apesar de tímida ela era bem divertida e inteligente. E como sua irmã, Molly, era a melhor amiga de Victoire havia crescido bem próxima ao garoto. Leith também parecia um cara legal e, por estar namorando uma Weasley, havia passado metade do verão na Toca. Ele estava no sexto ano, jogava como goleiro da Corvinal e era fanático pelo Puddlemere United, o que fez com que ele e Louis tivessem muito que conversar. Melanie dizia que Lucy e Leith formavam um casal extremamente fofo e o loiro era obrigado a concordar, eles pareciam perfeitos um para o outro.

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Rose sorriu maliciosa adentrando a Sala Precisa. O garoto a esperava, sentado na grande cama que ocupava o ambiente. Ela tinha um horário vago entre as aulas de Herbologia e Poções e não estava disposta desperdiçá-lo, principalmente não depois de ter passado quase uma hora com terra nas mãos naquela aula nojenta do Longbottom. Merecia uma recompensa!

— Pensei que você não quisesse mais fazer isso. – disse, o veneno escorrendo por sua voz.

O rapaz suspirou.

— Isso é errado, Rose! – ele falou, balançando a cabeça negativamente.

— Então, por que você está aqui? – a garota piscou angelicalmente, tentando parecer inocente.

Um silêncio desconfortável se instaurou no ambiente, sendo quebrado apenas pelo irritante barulho provocado pelos saltos da ruiva. Ela se sentou ao lado do jovem e sussurrou em seu ouvido:

— Porque você me quer, Leith!

— Mas a Lucy e o Jesse... – ele tentou argumentar, ignorando os arrepios que percorreram seu corpo.

— Esquece a Lucy, porque eu já esqueci o Jesse. – Rose disse, começando a beijar o rapaz. Ele não tentou evitar e sucumbiu ao poder que a garota tinha sobre ele.

Sabia que aquilo era errado. Lucy não merecia tamanha traição e ele realmente gostava da menina, mas já não conseguia lutar contra seus sentimentos por Rose. Estava hipnotizado e já não seguia a razão, simplesmente não conseguia evitar.


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Notas finais do capítulo

Então? Gostaram, odiaram, acharam mais ou menos? Contem para essa autora surtada que vos escreve! Hahaha
Recebi muitos comentário de pessoas querendo que a Rose fosse uma naja e espero que não estejam decepcionados. Esse é apenas o começo e essa ruiva ainda vai aprontar muito e ser muito filha da puta (sem ofensas Hermione).
Sou uma grande fã da Nova Geração, então, podem esperar para ler um pouco sobre os Weasley/Potter como aconteceu nesse capítulo. Falando nisso, estou louca para escrever algo sobre o Fred II e principalmente sobre ele e a Alice. Estou querendo escrever uma one-shot, ou short fic sobre eles e queria a opinião de vocês sobre isso.
Bom, criei um tumblr para a fic e lá tem o Dream Cast completo e bonitinho, com os personagens principais e secundários. [http://loserlikemefic.tumblr.com/]
Bom, espero que tenham gostado!!!
Beijinhos...
Thaís