Above All This. escrita por Sunny Bunny


Capítulo 1
Capítulo Único.


Notas iniciais do capítulo

Well, well...
Depois de quase dois anos sem postar nada, aqui estou eu de volta com Above All This, minha participante do desafio do mês de abril.
O verdadeiro desafio foi escrever algo que não fosse +18 e não ultrapassasse o limite de 3 mil palavras. Nunca me imaginei realizando tal proeza.
Escolhi fazer uma fic voltada para o passado por nenhum motivo especial, na verdade. Isso apenas tornou o desafio mais interessante.
Como uma amante de História, escolhi o cenário mais improvável para se escrever: imigração japonesa para os Estados Unidos da América, mais especificamente na década de 1920.
Há coisas que realmente aconteceram e coisas que não, no entanto, não cabe a mim lhes contar. Afinal, isso apenas apagaria o brilho do enredo.
Espero que amantes de ZoSan tão entusiastas quanto eu possam desfrutar desse único capítulo.
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/609715/chapter/1

“Eu o conhecia mais do que qualquer um,

Eu vi o lado que ele nunca tinha revelado.

Há uma pitada de cinza em todos os tons de azul.”

What a Shame, Shinedown.

A banda tocava jazz.

Era um ritmo feliz, contagiante, acompanhado por dança e risos. Geralmente.

Mas, naquele começo de noite, poucas pessoas ocupavam as mesas de madeira escura do bar e restaurante Baratie. E nenhuma delas prestava atenção à música.

Afinal, todos ali odiavam a América.

O país que era visto como a esperança do povo japonês, repentinamente se voltara contra aqueles para os quais abrira suas portas e os estigmatizara, humilhara, piorara suas condições de vida.

A princípio, tudo era brilhante. Não era bom, mas também não era ruim. Então, estava tudo bem.

Logo, muitos jovens viajaram para os Estados Unidos da América a fim de se dedicarem aos seus estudos e então voltar para seu país e dar uma vida melhor aos familiares que ali haviam ficado à espera.

Sanji era um desses jovens.

Era também um dos – muitos – jovens que largara os estudos para trabalhar em dobro a fim de pagar suas contas que eram exatamente as mesmas desde que ali chegara, entretanto os valores alteravam-se praticamente todos os dias, cada vez mais altos. Não que passara a gastar mais; aqueles de quem comprava que lhe cobravam “taxas extras”. Com um sorriso de escárnio, diziam que era uma TPOR: Taxa Para Olhos Rasgados.

Com tantas contas, pensar em juntar algum dinheiro para voltar ao Japão tornara-se um sonho muito distante, então seguia: um dia de cada vez, um olhar torto de cada vez, um preconceito dissimulado de cada vez.

Quando ali começara a trabalhar em 1918, o Baratie era frequentado apenas por japoneses, então o lugar era apinhado pelos moradores da vizinhança. Todos eram capazes de sorrir, cumprimentar uns aos outros, provar das deliciosas bebidas e comidas que Sanji e Zeff, o proprietário, preparavam, enquanto flertavam com Erina e Lucy, as únicas garçonetes na época.

Em 1919, o número de clientes caiu. E não bastasse isso, muitos dos clientes que paravam de comparecer ao estabelecimento simplesmente desapareciam.

Quando algum cliente costumeiro desaparecia, Sanji ia até o conjunto de prédios Saco de Ratos, como era chamado vulgarmente pelos americanos devido ao amontoado de japoneses que se aglomeravam ali pagando aluguéis altíssimos por um único cômodo sem mobília e provido de um banheiro sem porta. Quando estivesse buscando por qualquer japonês, bastava perguntar aos incontáveis moradores. A verdadeira resposta geralmente era obtida dias depois: um corpo largado em um beco, em uma vala, no leito de um rio.

Japoneses estavam desaparecendo como moscas.

— Em tempos como esses, não se pode dormir com os olhos fechados. – Sanji lembrava-se de um senhor comentando isso em uma roda de amigos e todos riram.

— Vovô, não é como se New York estivesse passando por uma dedetização para limpar os japoneses das ruas da cidade. – um dos mais jovens destacou enquanto ria.

Em seis meses, um após o outro, os integrantes daquela mesa desapareceram.

Em 1920, Sanji pensou que a situação não poderia piorar. E não poderia estar mais errado.

Lucy fora demitida e Zeff expôs a situação à Sanji e Erina com tal tristeza estampada em seu rosto que o tornava cinquenta anos mais velho: se quisessem ficar, seus salários seriam cortados pela metade.

Foi então que Sanji parou de estudar e se propôs a trabalhar o dobro para manter seu salário com horas extras.

Os risos já não podiam mais ser ouvidos. Os pratos mais caros deixaram de ser consumidos, até desaparecerem oficialmente do menu e serem substituídos por algo mais barato. As mesas já não se enchiam.

Em 1921, Erina desapareceu.

Cinco dias depois, Sanji e o Zeff foram convocados pela polícia local para identificarem o corpo. Foi nessa ocasião que, vendo o descaso na face dos policiais, Sanji percebeu que a América era uma puta ordinária que os odiava e os queria longe dali, como uma lâmpada que atrai moscas e mariposas com seu brilho apenas para tostá-las com seu calor.

Em 1922, Sanji estava ali, alimentando seu ódio enquanto ouvia aquele jazz com nojo.

Música de merda.

País de merda.

Tudo aqui fede.

Fede como a merda que realmente é.

Sentia falta do Japão. Das ruas, do céu, das casas, da música, das cerejeiras, das moças bonitas e sorridentes... Da sua família.

Sabia que ali todos sentiam-se tão saudosos quanto ele, então colocava todo seu amor por sua terra natal em seus pratos a fim de que quem os comesse pudesse se lembrar de onde viera e para onde deveria retornar. Era tudo o que tinham.

Argh, essa música...

Perguntara em certa ocasião ao velho Zeff o motivo de permitir que aqueles americanos viessem tocar jazz ali e o senhor fora muito astuto e realista:

— Quer forma melhor de não nos permitirmos esquecer aquilo que mais odiamos?

Bem, que continuassem vindo. Ninguém ali pagaria para ouvir aquele tipo de lixo de qualquer forma.

Mas esse pensamento de Sanji logo foi levado para longe, pois todos os dias alguém colocava alguns trocados no pote de vidro sobre o chão de tacos do palco. Todos os dias era uma pessoa diferente. Pelos vistos, o motivo do proprietário para manter a banda era o mesmo de muitos dos clientes: ódio.

“O ódio é como o fogo: deve ser alimentado e vigiado para que não se apague nem te consuma.”, Zeff lhe dissera tempos atrás. E talvez estivesse bastante certo.

Sanji costumava ser uma pessoa muito feliz e otimista, apesar da boca suja e da torrente de palavrões que proferia sem qualquer motivo aparente sempre que podia, mas estando naquele país, seu coração foi pintado de negro pouco a pouco, como a água pura que se turva enquanto tinta preta pinga lentamente contra a superfície.

Voltou os olhos para o relógio na parede às suas costas: 19h15.

Sorriu.

O motivo daquele sorriso estava atrasado naquele dia. Como sempre.

Sanji por si só estipulara que aquela pessoa deveria chegar sempre no mesmo horário: às 19h em ponto.

Claro que aquela pessoa era completamente desregrada, então em um dia comparecia às 18h40 para no dia seguinte chegar com uma hora de diferença.

No entanto, Sanji não se importava. O que fazia diferença era que aquela pessoa sempre vinha. Sempre. Ventasse, chovesse, nevasse... Aquela pessoa sempre vinha.

O sino da porta tocou e os olhos de Sanji voltaram-se naquela direção automaticamente enquanto um sorriso no canto de seus lábios se insinuava.

Mesmo naquele mar de desespero em que vivia, havia ainda um motivo para sorrir. Um lindo motivo para sorrir. Uma centelha de felicidade à qual Sanji se segurava firmemente.

Aquela pessoa era seu paraíso naquele inferno.

— Bem-vindo! – Sanji gritou enquanto continuava picando as cebolas sem, no entanto, olhar para o que fazia. Não precisava. Suas mãos conheciam aquelas ações metódicas. Porém seus olhos... Ah, seus olhos sempre encontravam algo novo a cada vez que voltava-os para aquela pessoa. Mesmo que não quisesse, um sorriso estampava seu rosto. E queria-o ali. Queria mostra-lo àquela pessoa. Queria que aquela pessoa soubesse que, se sorria, era por e para aquela pessoa.

— Como vai? – a voz grave chegou aos seus ouvidos, apagando completamente qualquer traço daquele jazz irritante. Os olhos cinzentos se encontraram com os azuis e um sorriso quase imperceptível curvou os cantos dos lábios do recém-chegado. Em passos pesados, o homem alto e forte caminhou até o balcão, ocupando um lugar diretamente em frente aos olhos de Sanji, aos alcance de suas mãos se assim o quisesse. E queria. E como queria!

— Ruim das pernas, como sempre. Quem vai bem com tantas contas quanto um japonês tem na América? – Sanji respondeu com uma retórica acompanhada de um sorriso e o homem lhe sorriu ligeiramente enquanto retirava seu pesado casaco e colocava-o na banqueta ao seu lado. Sanji sentiu seu rosto corar um pouco apenas com a presença do homem. Ele finalmente estava ali. Sim, Roronoa Zoro enfim chegara para lhe tirar de seu mar de ódio. – E você?

—­ Tão bem quanto qualquer um aqui. – Zoro respondeu começando a dobrar as mangas de seu suéter de lã até que chegassem aos cotovelos, exibindo mãos e braços fortes que os olhos de Sanji não se cansavam de mirar.

— E o trabalho? – Sanji perguntou afastando-se do balcão e dirigindo-se ao fogão, começando o preparo do prato que Zoro pediria. Há muito aquele homem vinha ao Baratie, antes mesmo de Sanji chegar, de acordo com o que Zeff dissera. E ele sempre pedia a mesma coisa, então isso tornava o ato de fazer o pedido totalmente desnecessário.

— Ah, o de sempre. Exploração americana, preconceito americano, toda a bosta americana. – Zoro suspirou colocando um cotovelo sobre o balcão e apoiando o rosto em uma das mãos enquanto observava as costas de Sanji, que ria. – Seu trabalho é realmente bom. Livre de americanos é sinônimo de paraíso para nós nesses dias, sabia?

— Claro que sim, Marimo, mas o que te faz pensar que ouvir esses vagabundos tocarem desde as 18h todos os dias é melhor do que qualquer bosta americana que se vê lá fora? – Sanji perguntou sem se virar e eles riram. Os pobres americanos que ali tocavam jamais saberiam o que aqueles dois tanto tagarelavam em japonês.

— Cadê o velho? – Zoro perguntou enquanto se servia de um copo de água da jarra de vidro que Sanji deixara antecipadamente sobre o balcão enquanto aguardava sua chegada. Claro que o Roronoa não poderia nem sonhar que o loiro pensava todo o tempo no momento do dia em que poderia vê-lo e que fazia todos os preparativos com antecedência. Não, isso nunca.

— E eu por acaso pareço enfermeira de asilo para saber onde anda o velho? – Sanji perguntou rindo mais internamente agora.

— Não, mas não ficaria tão mal em um desses uniformes. – Zoro respondeu com um brilho que Sanji não sabia identificar em seus olhos. Era... Provocante.

— Huh? – Sanji virou-se repentinamente, quase derrubando a panela na qual trabalhava com o susto que tomara ao ouvir aquelas palavras. Zoro estava flertando com ele?

— Eu posso ouvi-lo daqui, sobrancelhas de lesma! – Zeff gritou de algum lugar na cozinha interna do restaurante e logo surgiu pela porta enxugando uma tigela e encarando o loiro com um olhar nada amigável.

— Que merda é essa sobre lesmas? São caracóis! – Sanji gritou sem pensar, brandindo sua colher de pau.

— Oh, então você admite, pequena berinjela? – Zeff perguntou com “um sorriso diabólico demais para um velho que tem ambos os pés na cova”, de acordo com o que Sanji costumava dizer.

— Claro que não, seu decrépito! – Sanji gritou ainda mais alto, a raiva tomando conta de si. Os risos se espalharam pelos clientes do restaurante, que aplaudiam e incitavam a briga. – E vocês calem suas bocas de merda, a menos que queiram suas comidas envenenadas!

Vaias cobriram os gritos de Sanji enquanto Zeff chutava as canelas do loiro com sua perna de pau lhe amaldiçoando por ser ousado e estúpido o bastante para ameaçar seus preciosos clientes.

Zoro sorriu. Aquilo era o Baratie. Sem Sanji nunca fora daquela forma, mas com o loiro ali... O que poderia dizer? Tudo se tornara brilhante.

Algo na forma rude e sorridente que o cozinheiro agia se tornara o charme do Baratie e Sanji era amado por todos. O loiro sabia como conquistar corações...

Passados mais vinte ou trinta minutos, a briga dos dois teve fim e finalmente o prato de Zoro estava pronto. Sanji lhe servira aquele arroz frito que tanto lhe lembrava de casa.

Repentinamente, havia um embraço nos gestos do cozinheiro que limpava a superfície do balcão com um pano úmido. Seus pensamentos não se concentravam naquilo que fazia e apesar de Zoro estar bem ali, tão próximo, não conseguia focar-se em sua presença. Aquilo antes de sua briga com o velho começar... Aquilo fora um flerte?

A princípio, quando conhecera Zoro, Sanji e o moreno costumavam brigar como cão e gato ao ponto de Zeff ameaçar demitir o loiro se aquilo não parasse. Mas a verdade era que Sanji sempre o admirara: os cabelos verdes absolutamente atípicos e rebeldes, o olhar penetrante em um cinza profundo como tempestade, o corpo grande e musculoso como se ostentasse sua coragem para lidar com americanos todos os dias.

Os gritos podiam ser ouvidos por todos os clientes que sempre riam das discussões sem motivo aparente e os apelidos foram criados um após o outro: Marimo; Sobrancelha de Caramujo; Cabeça de Algas; Love Cook; Cérebro de Músculos; Espiga de Milho...

Cada dia um novo apelido nada gentil surgia e, com este, algo que Sanji não entendia completamente: lhe queimava o peito; apertava o coração e fazia-o acelerar; inquietava o estômago, as mãos, os pensamentos; incitava sorrisos espontâneos; trazia rubor às faces e calor exagerado ao corpo mesmo em dias frios.

Assustadoramente, passara a ansiar pela chegada de Zoro todos os dias sem sequer perceber.

Espantosamente, os xingamentos evoluíram para conversas produtivas: por vezes engraçadas, por vezes sérias e cochichadas e, não raramente, trocas de olhares que diziam tudo.

Demoradamente, Sanji apercebeu-se do que lhe acontecia: estava apaixonado por Zoro. Não por sua beleza máscula, – afinal, era um amante de mulheres lindas, fofas e sexy— mas por sua personalidade tão única, suas piadas tão infames, seus sorrisos raros, sua capacidade de tirar-lhe daquele mar de terror e ódio.

Percebendo o que lhe acontecia, Sanji também percebeu que esperar qualquer sentimento recíproco de Zoro era um sonho ainda mais distante do que retornar à sua terra. O Roronoa era um verdadeiro homem, provavelmente um amante vigoroso capaz de satisfazer qualquer mulher que tivesse em mãos. Era heterossexual. Não que Sanji não o fosse, claro... E era então que seus pensamentos se confundiam novamente.

Aquela sua confusão durou mais de um ano e foi um tempo demasiadamente longo para o loiro, que sofreu com suas angústias e dúvidas.

Mas uma manhã, tudo esclareceu-se: acordara excitado após um sonho nada decoroso envolvendo Zoro e seu corpo nu.

A partir de então, deixara qualquer pudor mental para trás e admitira para si mesmo que desejava aquele corpo suado junto ao seu, aquelas mãos a lhe acariciar a pele despudoradamente, aquela boca a lhe beijar, a lhe provar, aqueles olhos mirando-o, desejando-o, ansiando por ele... Desejava Zoro por inteiro.

Muito tempo se passara desde então e, assim, o relacionamento entre os dois melhorara gradualmente. De quando em quando, ainda tinham suas brigas em que retiravam antigos apelidos do baú e atiravam para lá e para cá como se fossem pedras.

Entretanto, recentemente, Sanji percebera algo muito... Diferente em alguns momentos de suas conversas com Zoro. Como aquele que passara há pouco.

Se não tivesse tanta certeza de que Zoro era heterossexual, suas dúvidas causadas por seus mais profundos desejos se consolidariam em uma certeza muito diferente: Zoro estava flertando consigo. Mas, é claro, aquilo era impossível.

— Pensamentos inquietantes? – Zoro perguntou com um tom de voz suave, o som grave arrepiando os pelos da nuca de Sanji enquanto um arrepio agradável lhe percorria o corpo. Ele e aquela maldita mania de conhece-lo melhor que ninguém!

­– Apenas gotas escuras turvando o azul da água e causando algumas ondulações irritantes. – Sanji respondeu ensaiando um sorriso, mas falhando miseravelmente quando se viu forçado a encarar aquele olhos cinzentos e profundos, dotados de um assustador brilho sagaz.

— Então não é nada para se preocupar. – Zoro encheu sua boca com a última colherada de arroz frito e Sanji esperou até que terminasse de mastigar e engolir. – Há uma pitada de cinza em todos os tons de azul.

— O que isso supostamente deveria significar, Marimo? – Sanji perguntou, relutante. Torceu o guardanapo que trazia em mãos com força por motivo algum além de seu nervosismo. Olhar naqueles olhos quando estavam tão profundamente dentro dos seus... Era como se permitisse à Zoro ler todos seus pensamentos.

— Que nada é exatamente o que parece ser: nenhum azul é tão puro ao ponto de não haver em si nada de cinza. – Zoro empurrou o prato, mas os olhos azuis não deixavam os cinzas e nenhum dos dois fazia menção de querer quebrar o contato. – Confie em mim. Quando se trata de você, eu sei de tudo.

Aquelas palavras foram como um soco na boca do estômago de Sanji.

Zoro sabia... De tudo...?

— Estarei te esperando. Hoje vou te levar para casa.

As palavras ditas com tamanha firmeza por Zoro giravam em torno da cabeça de Sanji e não deixavam margem para questionamento.

E assim o foi.

Nenhuma palavra foi dita por nenhum deles no caminho para o Saco de Ratos, onde ambos moravam em prédios diferentes.

Havia tamanha tensão sexual no ar que na mente de Sanji apenas uma coisa estava programada para o final da noite e não conseguia parar de pensar naquela possibilidade ridícula que jamais se realizaria, mas nunca antes parecera tão provável para si: sexo com Zoro.

A porta de seu quarto foi aberta com dificuldade enquanto embaralhava-se com as chaves tamanho seu nervosismo, mas assim que estava destrancada, o loiro foi empurrado porta adentro e mãos fortes arrancaram seu casaco e suéter sem qualquer delicadeza, calos fazendo cócegas em sua pele e lábios famintos a atacarem seu pescoço arrancando-lhe suspiros.

— Eu não consigo mais apenas olhar, Sanji. Eu preciso de um lado seu que apenas eu posso conhecer. – a voz de Zoro estava rouca e o loiro sorriu.

O impossível estava acontecendo.

Sem que palavras fossem ditas com qualquer nexo, as peças de roupa simplesmente foram arrancadas e beijos foram trocados avidamente enquanto tocavam-se mutuamente, mãos ansiosas querendo conhecer o corpo alheio.

Da porta para a parede; da parede para o chão...

Gemidos e arquejos substituíram as falas desconexas e o suor logo lhes banhava os corpos, espantando o frio de fim de ano.

Não havia espaço ali para vergonha, preocupação, medo, ódio, terror ou sequer para a realidade.

Estavam envoltos por uma bolha de prazer, gemidos, gestos bruscos, mordidas, suspiros... Mas acima de tudo isso, algo não dito, algo que era e provavelmente sempre seria apenas sentido: amor.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Como auto-crítica, estou aqui pensando: acho que esse final poderia ser melhor se eu tivesse ao menos mais 500 palavras para escrever. No entanto, de acordo com meu contador do Word, restaram apenas 5 palavras das 3 mil -qq
Também senti um medinho de ultrapassar a classificação etária. Eu NUNCA escrevi algo que não fosse +18.
Atualmente, todas as minhas fics foram deletadas, mas em breve estarei repostando-as após uma revisão, então quem quiser poderá constatar esse fato: eu amo escrever cenas que contém lemon -qqq
Espero que tenham apreciado e aguardo reviews.
Críticas são sempre bem-vindas.
Obrigada por lerem!
@UmaSunnyBunny