Kazoku

#Sexto#

Sakura estava tirando o pó dos móveis enquanto Sasuke terminava de fazer um relatório para entregar ao Hokage. Ele havia recebido a tarefa de analisar documentos importantes e dar seu parecer para o líder da aldeia o mais rápido possível.

– Sasuke-kun, quando será sua próxima missão? Kakashi-sensei te deu um bom tempo de descanso, não é? - A rosada indagou ao marido.

– Provavelmente semana que vem eu já estarei saindo. Não ficarei muito tempo fora, é só uma investigação de rotina. - Disse despreocupado. Há um bom tempo não havia nenhum perigo alarmante em qualquer lugar do mundo ninja.

– Entendo... Agora que Tsunade-sama passou o controle do hospital à Shizune para poder viajar, ela disse que não precisará dos meus serviços por enquanto, que agora eu precisava me focar em cuidar de Sarada. O que você acha, Sasuke-kun?

– Acho que ela tem juízo.

– Ah, eu só estou com saudade do meu trabalho... Depois da Clínica das Crianças eu não fiz muita coisa...

– Sakura, você acabou de ter um bebê. Não quero me estressar com você por causa disso. Sarada é a única que precisa de seus cuidados agora. - Sasuke realmente se incomodava quando Sakura começava a falar em trabalho. Ela mal havia aproveitado os momentos em família que tanto almejou.

– Eu sei... - Querendo ou não, ela deveria deixar o trabalho de lado. Uma pessoinha muito especial realmente precisava mais dela do que todas as outras pessoas.

*.*.*

Sarada já estava com 6 meses e meio. Era bem esperta e já comia quase tudo que sua mãe colocava no prato. A bebê ficava no cercadinho a maior parte do dia, se divertindo com os brinquedos e muita das vezes, arriscando algumas engatinhadas. A Uchiha crescia e se desenvolvia bem rápido para sua idade.

– Sasuke-kun, vamos jantar fora hoje? - Sakura perguntou empolgada. Um novo restaurante havia aberto e ela estava realmente animada para ir até lá com o marido.

– Você sabe que eu não gosto dessas coisas, Sakura. - Como sempre, era uma perda de tempo tentar convencer Sasuke a sair socialmente. A única coisa que fazia era andar com Sarada às vezes na rua, porque geralmente ele só caminhava com ela pelo distrito. Uma característica imutável do marido, era que ele realmente gostava de ficar sozinho. Ou no caso, não estar no meio de um amontoado de pessoas.

– T-Tudo bem, então. - Sakura continuou a arrumar a casa não mais tocando no assunto. Pensava em como sua vida havia mudado com o passar dos anos. Em como tudo estava perfeito em seus padrões. Perfeito até demais. Suspirou. Já havia acontecido tanta coisa ruim em sua vida, que era difícil não pensar em mais calamidades. Claro que tentava evitar, mas... Não sabia o porquê, mas para cada missão que Sasuke era designado, seu coração se apertava dolorosamente. Por isso tentava aproveitar ao máximo os momentos que tinha com ele e tentava multiplicá-los toda vez. Já que, no fundo, tinha medo de perder tudo o que havia construído com tanto sacrifício.

Mas o importante era deixar esses pensamentos de lado. Amava sua família mais que tudo e sabia que Sasuke voltaria para casa. Era a certeza mais absoluta que tinha na vida. Sasuke sempre voltaria para ela.

*.*.*

Sasuke e Sakura estavam fazendo amor quando ouviram o barulho de algo caindo e logo após um choro estridente. Ambos entreolharam-se e a rosada saiu de cima do marido, vestindo o kimono apressadamente seguida do moreno. Ao chegarem no quarto da filha, depararam-se com ela caída no chão e a barra lateral do berço totalmente abaixada.

– Sarada, meu amor, o que aconteceu? - Sakura acudiu a garotinha em seus braços tentando à todo custo acalmá-la. Aos poucos a bebê parou o choro e ficou agarrada ao kimono da mãe, não soltando por nada.

– Provavelmente, Sarada engatinhou até a barra lateral e tentou se apoiar nela, fazendo com que a trava falhasse e ela caísse no chão.

– Mas ela é só um bebê! Como ela pode ter destravado isso?

– Poderia estar mal encaixado. Ou talvez porque ela é uma Uchiha.

– Sasuke-kun, pare de piadas! - O moreno deu um sorriso de canto. Gostava de ver Sakura assim. - Ela poderia ter se machucado gravemente, não é, filha? - A pequena olhou pidona para a rosada, ainda com resquícios de que havia chorado.

– Vou ajeitar a trava e você a coloca para dormir de novo. - Rapidamente, Sasuke usou uma pequena chama na ponta do dedo indicador para derreter a peça de plástico e impedir que ela se movesse novamente. - Pronto.

– Ótimo. - Sakura colocou a filha de volta no berço, cobriu-a, e analisou-a por alguns instantes. Logo pegaria no sono novamente.

– Vamos voltar para o quarto? - Sentiu Sasuke atrás de si e o indício de que ele ainda estava disposto a terminar o que haviam começado. A rosada sorriu de canto.

– Vamos sim. - Ela não iria desperdiçar por nada os momentos que poderia estar verdadeiramente junta ao marido.