Kazoku

#Quarto#

Já fazia 3 meses que Sakura dera à luz. Sarada era uma garota saudável e quietinha, que não dava trabalho para os pais. Bem... Mais ou menos. O problema era que a pequena acordava toda a madrugada por motivos variados. Fralda suja, fome, calor e o barulho do gato pulando o telhado eram os mais comuns. A nova mamãe já estava exausta de acordar toda madrugada para acudir a filha que chorava incessantemente.

E dessa vez não foi diferente. Ao ouvir o barulho de algo caindo lá fora, a Uchiha começou a resmungar e consequentemente chorar. Chorar muito. Os pais acordaram de imediato e era Sakura quem iria acudi-la.

– Dessa vez eu irei. - Sasuke disse levantando-se e a rosada agradeceu-o mentalmente por isso, voltando a se aconchegar entre os lençóis.

O moreno pegou-a com cuidado. Nas primeiras vezes não tinha noção de como segurar um bebê, mas agora podia-se dizer que melhorou consideravelmente. Ao sentir o calor dos braços do pai, Sarada foi se acalmando aos poucos e logo estava quase pegando no sono mais uma vez.

Sasuke parou frente à janela, ainda mimando a filha e observou o horizonte. Assemelhava-se com a aldeia. As mudanças, a nova direção... Sim, a sua vida era assim mesmo. A volta para casa, o amor por Sakura, que por muito tempo tentou negar, e agora a filha. Tudo seguia o ritmo da aldeia da folha, o seu lar. O lar que uma vez tentou destruir, mas seus laços o impediram. Agradecia silenciosamente à Naruto, Kakashi e Sakura. Eles tiraram-no da escuridão e deram-no uma nova chance de reconstruir sua vida. Dessa vez, não com ódio, mas sim amor.

Olhou para a pequena em seus braços e soube na mesma hora que a redenção vinha para todos. Não importavam seus crimes, sempre teriam a chance de fazer a coisa certa e sentia-se bem consigo mesmo ao constatar que o fez.

– Eu te amo, Sarada. - Essa era a sua confissão mais íntima. Ainda não se sentia tão confortável de falar na frente de tudo e todos (como Naruto falando sobre Boruto), mas a única pessoa que precisava saber disso dormia tranquilamente em seus braços.

Ele não podia pedir nada melhor que isso.

Colocou a filha no berço novamente, cobriu-a com a manta e por fim, acariciou os ralos cabelos negros. Voltou à cama e singelamente agarrou Sakura pela cintura, abraçando-a e cheirando seu pescoço descoberto dos fios cor-de-rosa. Cerejeira. Sorriu minimamente e fechou os olhos esperando a inconsciência o tomar.

*.*.*

– Sasuke-kun, você já levou a Sarada para pegar sol? - Sakura indagou ao marido enquanto terminava de lavar as louças.

– Ainda não. - O moreno disse e já estava pronto para colocar a pequena no carrinho quando a mesma resmungou chorosa. - O que foi? - Os olhinhos ônix iguais aos seus fitaram-no e ele suspirou. Ótimo, ela não quer ficar no carrinho.

– É melhor levá-la agora antes que o sol esquente muito. E poderia passar no mercado para mim? Vou fazer a sopa de tomates hoje. - Sasuke recolocou Sarada no colo no mesmo momento e foi pegar o dinheiro para a compra. A sopa de tomates de Sakura era a melhor de todas. Sem exageros!

Ao ouvir o barulho da porta se fechando, Sakura sorriu:

– Se eu não tivesse certeza do amor de Sasuke-kun, com certeza acharia que ele trocaria-me por tomates!

*.*.*

Sasuke caminhava tranquilamente com Sarada deitada em seu ombro. Algumas pessoas o olhavam torto e com desconfiança, mas não se importava com isso. Eles não sabiam de nada. A pequena bocejou e abriu os olhinhos vagarosamente, sorrindo logo em seguida. Espera aí, bebês sorriem? O papai perguntou-se na mesma hora. Bom, se alguém poderia tirar essa dúvida, era Sakura.

Adentrou o mercado e pegou a maior quantidade de tomates que a bolsa de compras podia suportar, junto de alguns temperos e molhos diversificados. Quando estava prestes à pagar pelos produtos, visualizou o tão querido bolinho doce de Sakura. Não fazia mal comprar para ela. Deu de ombros e acrescentou mais este na bolsa, pagando por tudo logo em seguida.

No caminho de volta para casa, Sarada olhava atenta para tudo a seu redor ainda deitada no ombro do pai. As imagens ainda eram um pouco desfocadas, mas a pequena abria a boquinha para cada coisa colorida que chamava sua atenção. Ela é curiosa igual à mãe, pensou Sasuke. Na direção oposta à deles, vinham Ino e o pequeno Inojin que deveria ter a mesma idade de Sarada, não sabia ao certo. A loira logo veio em sua direção.

– Olá, Sasuke-kun! Vejo que também resolveu passear com a Sarada. Que lindo dia de sol, não é mesmo? E a testuda como está? Tenho que visitá-la mais vezes... Ah, você já conhece o Inojin, certo? Ele é uma graça, não é? Tão parecido comigo...- A Yamanaka começou a falar sem parar. O moreno realmente não tinha paciência para esse tipo de coisa. Bem que ele tentou ser mais sociável e ouvir as pessoas, mas não deu certo e ele não iria tentar de novo. Não mesmo.

– Estou com pressa. - Deixou a loira com suas inúmeras perguntas e foi diretamente para casa. Não dava a mínima de soasse grosso ou não, ela enchia-lhe os nervos! Como podia falar tanto? Sakura também falava muito, mas tinha lá suas diferenças e com ela estava acostumado.

– Como foi rápido, Sasuke-kun. - Ouviu a voz da esposa ao passar pela porta e caminhou até a cozinha. Estava tudo preparado para começar a preparar os alimentos. Colocou a bolsa com os produtos na mesa e foi em direção à sala, colocar Sarada no carrinho e poder trabalhar nos pergaminhos que precisavam de sua atenção. – Obrigada, Sasuke-kun! Esse é o meu favorito! - Tsc. Ele sabia muito bem disso.