The Golden Rose - A Rosa Dourada escrita por Dandy Brandão


Capítulo 21
Capítulo 20 Primeira fase completa


Notas iniciais do capítulo

*** Não esqueçam de ler a nota final! Importantíssimo!
Boa leitura!



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Em um dos inúmeros quartos de hóspedes, Freyr dormia um sono pesado, nunca teve uma noite tão longa quanto aquela. Secou-se de lágrimas aos pés da cama de Zeenon, até que Link, educadamente, pegou-o pelos braços e implorou para que ele fosse dormir. O garoto teve de obedecer. Tomou um banho rápido, caiu na cama, e dormiu profundamente. Agora, tinha a tormenta dos pesadelos em seu sono.

Aqueles gêmeos do seu outro sonho – o mais belo que já teve – agora choravam em agonia no meio de uma forte tempestade de neve, abraçados um ao outro. Os soluços dos garotos eram longos. Podia ouvi-los ao longe, mas não conseguia alcança-los. O corpo, mesmo no sono, reagia a todas as sensações do sonho. Freyr remexia-se na cama, inquieto. Quando, de repente, levantou assustado, arfando. Ele se encolheu na cama, segurando sua cabeça, tentava esquecer o pesadelo tão vivido em sua mente. Ainda conseguia sentir aquela energia estranha a rondar o castelo, ela que queria ataca-lo por todos os lados do seu corpo, mas não conseguia vê-la. Apenas sentia... Cada vez mais intensa.

Abraçou o próprio corpo. Amedrontado. Decidiu sair do quarto e ver Zeenon. Talvez, já tivesse alguma melhora em seu estado.

Saiu do quarto, e vagarosamente, andou até ao aposento de Zeenon. Ficava no mesmo corredor, então poderia ir sem fazer muito barulho. Abriu a porta e, silencioso, foi até os pés da cama e ajoelhou-se, observando os semblantes dos gêmeos. Continuavam do mesmo jeito. A pele pálida, os cabelos negros, o corpo inerte.

Lágrimas começaram a rolar dos olhos, queria tê-lo de volta, mas sentia-se fraco, perguntava-se o que poderia fazer para realizar o seu desejo. Desesperou-se, as lágrimas ficaram cada vez mais pesadas. Tinha medo de Zeenon demorar a acordar e ele não estar mais ali para tê-lo consigo. Aqueles meses, aqueles rápidos meses que passou com ele, um sentimento inexplicável em sua alma, algo que nunca recebeu em seus dezoito anos de vida. O carinho, o amor... Recebia e devolvia, da melhor forma que pode. Ele também precisava.

Os dois pareciam ser ligados pelo destino, não conseguia entender o porquê de toda aquela situação. Escutou sobre ataques, auras, energias e do pouco conhecimento que tinha sobre tudo aquilo, tentou entender... Mas era em vão. Parecia ter algo mais. Zeenon era seu amante, Freyr sabia que o sentimento era verdadeiro, mas pensava que seu amor não bastaria para vencer isso. Freyr agarrou as mãos no lençol violeta e correu-as até as mãos entrelaçadas dos gêmeos. Segurou-as aplicando o pouco de forças que ainda guardava, chorando em agonia. Fechou os olhos, e tentou sentir a aura dos dois. Sabia que era impossível, como humano, não podia sentir a aura dos seres de luz e trevas. Aquilo doeu ainda mais no peito. Afundou o rosto no colchão, molhando-o de lágrimas.

Sussurrando, deixou os sentimentos fluírem:

– Eu nunca pensei que fosse conhecer algo tão maravilhoso assim.... Algo diferente, eu realmente nunca tinha experimentado direito. Intenso e que eu pude desfrutar com você, Zeenon. – soluçou, apertando os olhos. – Mas agora você está aí... Imerso em algo que eu não sei dizer o que é, E me desespera saber que não posso fazer absolutamente nada. Que poder tenho eu para fazer você voltar? Como posso saber quando voltará? E se...

Chorou novamente, desabava sobre os lençóis.

Levantou a cabeça, buscava um pouco de calma. Respirou fundo, apertando ainda mais as mãos dos gêmeos. A energia estranha parecia cada vez mais concentrada no quarto, agora parecia mais gentil, porém muito intensa. Ainda tentava invadir seu espaço, de forma leve, como brisa. Fechou os olhos, tentando captá-la. Não sabia como fazer aquilo, não entendia sobre rituais de magia, todavia com um pouco de concentração, talvez conseguisse conceber.

Sentiu vibrações subirem pelos dedos das suas mãos e espalharem-se por todo o seu corpo, da cabeça aos pés. Ergueu o pescoço e, novamente ele deixou escapar algumas palavras:

– A união de vocês é tão linda, mesmo que foi quebrada há alguns anos. O amor que passavam um ao outro era totalmente legítimo. O equilíbrio...

Repentinamente, Freyr sentiu-se dominado por aquele energia, entrou em estado de transe. A forte aura o rodeava vindo de todas as direções. Tamanha intensidade, produziu uma grande ventania no quarto. Raios em brilhos dourados perpassavam as janelas do aposento.

O corpo do garoto, magicamente, parecia brilhar intensamente em dourado. Aquela luz que emergia do jovem iluminava todo o quarto negro do rei. Os cabelos de Freyr cresciam em fios de ouros, suas vestes tornaram-se a mais pura seda branca.

Inconsciente, ele entoava encantamentos

– Luz... Escuridão... Tornam-se um só elemento. O enlace ressoa. A fusão entre opostos. Dor, ódio, ressentimentos emergem e se enterram na escuridão da noite fria. Apenas o amor pode retirar as sombras do coração e trazer o equilíbrio de tudo. Rosen!

A luz continuava a emergir, o quarto brilhava veemente. A força agora rodeava todo o castelo. As auras de Mark e Link, captaram toda a intensidade daquela energia, e os garotos acordaram assustados.

Sentiram que a forte aura vinha do quarto do rei, e sem pensar em mais nada, correram para lá. Quando abriram a porta, o brilho tentou agredir suas vistas, mas os dois cobriram os olhos usando ambas as mãos.

As luz apagou-se, gradativamente, e eles puderam observar o quarto.

Zeenon e Heimdall continuavam deitados sobre a cama. Porém notaram algo diferente.

O brilho prateado dos cabelos de Heimdall voltaram, as faces dos dois guardiões estavam mais vívidas. Concentrando-se, Mark conseguiu sentir as auras dos guardiões, mas havia outra mais forte que o atrapalhava. Link aproximou-se da cama e acariciou o rosto do seu pai, sentiu as lágrimas rolarem pelo rosto, mas estava curioso para saber como aquilo aconteceu.

O dragão celeste viu dois pés caídos perto da cama e correu até lá.

Protegido por um halo dourado redor do seu corpo, Freyr repousava, caído ao chão, desacordado. Os enormes cabelos ondulados e dourados cobriam quase completamente o rosto e toda a coluna do garoto.

Sem entender absolutamente nada do que acontecia ali, Mark agachou-se ao lado dele. A energia que sentiu parecia emanar do garoto. Link ao ver seu companheiro agachado, aproximou-se e sentiu o impacto da aura.

Era veemente, parecia mais forte do que qualquer coisa.

– O que será... E esse halo dourado em torno dele? – sussurrou.

O dragão das sombras também se agachou e afagou os cabelos longos de Freyr.

Zeenon e Heimdall mexiam os olhos, mas já estavam conscientes. Sentiam-se bem melhor, as auras revigoradas. O guardião sombrio sentou-se sobre a cama e vislumbrou o seu irmão. A cor prateada dos seus cabelos pareciam mais bonitas... Brilhantes. O rosto corava-se, os olhos já se abriam.

Virou-se para o outro lado e recebeu o impacto da aura da criatura loira caída no chão do seu quarto.

Levantou-se e observou Freyr encolhido no chão.

Surpreso, disse:

– Freyr... O que...

Assim que viram seu pai de pé, os dragões lançaram-se contra o rei, felizes por vê-lo bem-disposto.

– Pai! Que bom que você acordou! – Link o abraçava com força, sorridente.

Mark se aconchegava em seus braços, chamando-o de “pai” a todo instante. Zeenon acolheu os garotos, sentir aquele calor era maravilhoso.

– Acalmem-se, garotos, eu estou bem. – disse, sereno.

Os jovens se afastaram, com lágrimas nos olhos, sentiram os dedos do rei sobre o seus rostos.

– Quero que me expliquem o que está acontecendo.

– Espera...

Link pegou Freyr no colo, e colocou-o na cama. Sentou-se ao lado do jovem loiro.

– A situação estava tensa, mas graças a Loki, Andy e Mark, contornamos.

Zonzo, Heimdall sentou-se na cama. Olhava para o quarto, tentando absorver a situação. Zeenon andou para o lado seu irmão. Levou uma das mãos às mechas prateadas de Heimdall.

– Está bem, meu irmão? – indagou, calmamente.

– Sinto minha aura bem mais forte. – respirou fundo, e direcionou o olhar para Freyr ao seu lado, sentiu uma pontada forte no corpo – Que poder é esse?

– Não sabemos ainda... Estou curioso.

O rei sombrio correu os olhos para Freyr, que ainda permanecia desacordado. A aura era muito mais vigorosa do que qualquer outra já vista, somente não conseguia entender de onde veio aquele poder. E, o porquê ele dominava o corpo de seu namorado.

O dragão celeste encostou-se no dossel da cama, apreciava a cena. Seu pai continuava ao lado do irmão, porém os guardiões agora contemplavam o loiro sobre a cama. Não queria estragar o momento, porém era preciso deixar os dois a par de tudo.

– Simun invadiu o seu castelo, tio. Desferiu o ataque sobre suas criaturas, então o Senhor e meu pai desmaiaram. Eu, Loki e Andy conseguimos reforços no Submundo e estabilizamos a situação.

Ao ouvir sobre a cooperação do Submundo, Zeenon virou-se para o filho, maravilhado com a notícia. Nunca seus súditos fizeram tal coisa.

– Minhas criaturas ajudando seres de luz? – indagou, incrédulo.

– E, como estão os meus companheiros? – Heimdall encarou Mark, preocupado, mas mantinha a calma.

– Estão bem... Recuperam-se. Shigurd me contou que Simun trancaram todos em uma gaiola mágica, após o ataque. Porém, Andy os libertou.

– Que bom... – pôs a mão sobre o peito, sentia a energia dos seus seres.

Heimdall sorriu aliviado, estava feliz em saber todos estavam bem e que os seres de trevas ajudaram-nos. Parecia um sonho.

– Como o Freyr ficou assim? – perguntou o rei da luz.

Os dragões se entreolharam sem saber como responder tal pergunta. Também tinha essa dúvida. Então, Link resolveu explicar o que ocorreu durante a noite.

– Nós estávamos no nosso quarto, quando sentimos um grande poder vindo daqui. Corremos para cá, quando abrimos a porta uma luz dourada irradiou, porém logo se apagou. Freyr estava caído e o Heimdall, que permanecia em forma humana, tinha voltado ao normal.

Freyr começou a movimentar a cabeça para os lados, despertava lentamente. Assim que os presentes perceberam seus movimentos, a atenção voltou-se totalmente para o garoto. Seus belos olhos azuis surgiram, soltou um longo suspiro. Sentia-se totalmente diferente por dentro, o corpo estava leve, mas algo poderoso residia dentro de si, parecia contorná-lo por todos os lados. Era alguma força estranha que se propagava para fora do seu corpo.

Zeenon contornou a cama e sentou-se ao lado do namorado. Observou ele levantar a cabeça e o ajudou a sentar-se na cama.

Freyr se assustou ao ver fios dourados alcançarem suas mãos, o cabelo estava enorme. Ainda um pouco tonto, atentou seu olhar nos curiosos que o observavam.

– O que aconteceu...? – Sua cabeça parecia girar.

– Eu que pergunto. – disse Zeenon, estranhando a reação do garoto. – Essa aura... O que é isso?

Desorientado, o garoto coçou a testa, a mente estava em branco. De repente, sentiu uma forte dor no peito, que estendeu-se a sua cabeça. Caiu sobre os braços de Zeenon, o qual abraçou-o com toda força. O rei percebeu que aura do menino tentava agir sobre ele, adaptando-se ao corpo frágil. Com certeza, a dor era muito forte.

Heimdall os observou, preocupado. A aura era muito intensa para o corpo de Freyr, ele sofreria muito durante a adaptação. Porém, contrário às suas previsões, o loiro se afastou dos braços de Zeenon, como se a dor já tivesse passado. Estava bem, lívido.

– Passou... Estou bem, amor. – sorriu, aliviado.

O rei sombrio soltou-o, desconfiado. Estranhou a recuperação dele ser tão rápida.

– Em geral, não é assim que acontece.

Repentinamente, Freyr ouviu alguns sussurros em sua mente, algo parecia querer se comunicar com ele, mas não conseguia entender o que dizia. Fechou os olhos tentando decifrar as palavras, concentrava-se totalmente em sua mente.

Depois de alguns instantes compreendeu.

– Tem algo me explicando o que aconteceu... Não sei de quem se trata, mas fala com clareza.

Seus observadores entreolharam-se curiosos, a situação tornava-se cada vez mais esquisita. Decidiram esperar, quietos.

O jovem levantou a cabeça e encarou o namorado.

– Zeenon... Você sabia algo sobre a magia concebida do equilíbrio entre Luz e Trevas?

– Como assim magia do equilíbrio? – o rei franziu o cenho.

– E você, Heimdall? – O jovem olhou para o rei da Luz, que balançou a cabeça negativamente. Suspirou e, dirigiu-se aos seus observadores – O equilíbrio nunca foi totalmente estabelecido. As auras dos guardiões se chocavam, por causa dos sentimentos de Zeenon que, mesmo um pouco mais amenos atualmente, faziam as auras de vocês entrarem em conflito e para haver a verdadeira harmonia entre os opostos, elas deveriam estar unidas em uma só.

Os ouvintes estranharam as palavras do rapaz, principalmente os guardiões, sabiam de absolutamente tudo sobre a magia, porém nunca escutaram sobre esse assunto. Ao perceber a confusão na expressão deles, Freyr concentrou-se novamente e continuou:

– Não sei se os seres já estavam cientes disso, mas quando os sentimentos se superassem as ligações estariam completas e a magia do equilíbrio apareceria. – Dirigindo-se aos guardiões, continuou – Quando receberam os poderes, havia muitos resquicios guardados em Zeenon, e os seres ainda preservavam rixas, era impossível haver equilíbrio... Depois, com as lutas acirradas, a situação piorou. Mas, agora, que vocês começaram a se reconciliar, aos poucos os halos dourados apareciam, indicando que o equilíbrio estava próximo. E também, a cooperação entre os seres de luz e trevas contribuíram para isso.

Zeenon teve um estalo e lembrou-se da noite em que conseguiram selar a paz. Eles viram alguns flashes dourados perto do lago.

– Lembra-se Heimdall dos flashes no lago? – Estupefato, ele se voltou ao irmão.

– Sim, Zeenon, recordo perfeitamente... – Heimdall parecia não acreditar direito naquela história, falava com certo deslumbre na voz.

– Por o equilíbrio estar quase completo, Zeenon desmaiou quando seu irmão foi afetado pelo ataque, e assim será. A conexão entre vocês está completa, poderão sentir tudo um do outro. Juntamente à cooperação entre as criaturas, atingiu-se o clímax, e a assim a magia de Equilíbrio apareceu, tendo a mim como recipiente.

– Coincidência... Logo você, Freyr. – disse Link, sorrindo.

O garoto concentrou-se novamente, não tinha se perguntado por que foi escolhido. A resposta veio suave e tranquila em sua mente “Seu amor... Um dos bens que ajudou na cura."

– “Meu amor?” – sussurrou, e um sorriso surgiu em seus lábios.

– Seu amor? Então não foi uma coincidência. – Heimdall que escutou o sussurro de Freyr, logo entendeu a escolha – O que existe entre você e Zeenon é forte...

– Acho que era minha missão... A missão que eu pude completar. Eu sempre senti algo forte aqui dentro, me dizendo para permanecer ao lado dele e ajudá-lo... – sorriu, olhando diretamente para o rei Zeenon.

Os namorados se abraçaram, aconchegavam-se um no calor do outro. Aquele acontecimento não poderia ser mais bonito. Era a prova de que o sentimento entre eles estava cristalizado... E, agora, brilhava em uma aura dourada. Zeenon sentiu vontade de beijar e possuir o garoto ali mesmo, mas entre tantas companhias, era impossível. Beijou-o de leve, ainda enquanto o abraçava.

Afastaram-se, mesmo contra a vontade dos dois.

Heimdall ainda preservava a dúvida sobre a adaptação da aura do menino. Queria saber o porquê ela não trouxe mais efeitos colaterais nele e como se adaptaria ao corpo ainda imaturo. Sabia que Freyr ainda não pudesse lhe dar uma resposta, porém não conseguiu segurar a pergunta.

– A aura... Como você se recuperou tão rápido? – perguntou, preocupado.

– Acredito que ela agiu sobre mim, novamente. Aplacou a dor.

– Sua própria aura, Freyr? – perguntou Link.

O garoto afirmou, balançado a cabeça.

– Ainda não sei direito o que ela pode fazer... É melhor perguntar. – fechou os olhos perguntando à sua aura, mais sobre o poder – Apenas me disse que posso aprender feitiços tanto de luz e trevas. E... os meus eu posso constituir.

– Essa magia... É mais poderosa que a dos guardiões... É incrível, Freyr. – o rei sombrio acariciou os cabelos loiros do jovem, que o olhava com alegria.

Freyr agarrou-se novamente em Zeenon, estava tão feliz por vê-lo bem. Ainda mais em saber que por causa dessa nova e intrigante magia, pôde trazê-los de volta e ainda estabelecer o verdadeiro equilíbrio das forças opostas. Não imaginava que um dia teria todo aquele poder, condenava-se por nunca poder ajudar o seu amado rei e ficar apenas debaixo das suas asas, agora, ele o salvou.

Emocionado, Heimdall observou-os, sorridente. Queria agradecer ao garoto.

– Obrigada, meu jovem. Você nos salvou. – estendeu os braços, pronto para o abraço – Posso dar-lhe um abraço?

– Claro!

O garoto soltou-se dos braços de Zeenon e saltou para os braços de Heimdall, que o abraçou com força. Agora, sim, podia sentir a aura dos guardiões e eram maravilhosas! Aquele calor que sentia antes, era mais intenso, parecia ver todos os sentimentos de Heimdall emanarem do corpo dele. Via-o como ele estava feliz, realizado... Mais forte.

Todos os presentes olhavam a cena, comovidos. Heimdall derramava lágrimas pelo rosto, sentindo o amor do garoto, ele podia sentir tudo que Freyr depositou em seu irmão durante todo o tempo que passaram juntos, era um sentimento forte e brando. Heimdall soltou Freyr lentamente e enxugou suas lágrimas, emocionado.

– Muito obrigado, mesmo. Você fez muito bem ao meu irmão.

– Não tem o que agradecer. – ajudou o rei a terminar de enxugar as lágrimas.

O momento estava maravilhoso, mas tinha que voltar ao Endymion. Levantou-se da cama e, voltou a atenção para os companheiros.

– Agora, eu preciso ir para o meu castelo. Tenho que saber da situação.

– Heimdall, está tudo bem por lá... É melhor o Senhor descansar, não? – Disse Mark, ciente de que ele precisava de descanso.

– Não, não... Eu tenho de ir. Eu estou bem, Mark. Não se preocupe.

Realmente, não tinham de se preocupar. Estava tão bem que poderia enfrentar um exército sozinho. Precisava, urgentemente, ver seus súditos.

– Levarei você até lá, irmão. Vamos fazer uma surpresa ao Loki.

Não tinham tempo para preparações, Zeenon direcionou-se a porta do quarto, abrindo-a. Estava ansioso para ver suas criaturas, porém um em especial era seu companheiro de longa data. Tinha certeza que ele também ficaria feliz.

Saíram do quarto, menos Freyr que precisava trocar a manta de seda que o cobria. Enquanto desciam as escadas, as quadrigêmeas voltavam para o castelo e assustaram-se ao ver Zeenon e Heimdall de pé, – e o melhor, extremamente revigorados.

Alegres, falaram harmonicamente:

– Que bom vê-los novamente, Senhores! – curvaram-se fazendo honras aos reis.

– Obrigada pela proteção, meninas! Agora, não fico mais parado.

Após o que passaram, Zeenon sentia certo peso por não ter matado Simun, antes de qualquer desastre. Olhou para a escada, e viu Freyr descer, a aura radiante, assim como seu sorriso. Os olhos do garotos brilhavam em um azul cristalino, os cabelos dourados estendiam-se por todo o torso. Espalhava harmonia pelo salão. E o rei pensava que não tinha como ele ficar mais bonito. Talvez, toda aquela situação tivesse que acontecer, para que o equilíbrio pudesse ser estabelecido como deveria ser. Vislumbrado, não percebeu que agora o garoto estava ao lado, segurando seu braço.

Partiram a voo para Endymion. Heimdall e Freyr no dorso do dragão da meia-noite, Mark e as gêmeas sobre as costas do dragão das sombras, vagavam livremente nos céus púrpura da madrugada. Excitados para a chegada, voavam rápidos.

Loki, pôde sentir a aura do mestre, de longe – lágrimas rolaram pelo seu rosto. Percebeu que ele se aproximava cada vez mais, junto aos garotos dragões, Heimdall e outra força... Não conseguiu identificar quem era. Quando eles se aproximaram, assustou-se ao ver a quem pertencia aquele poder. Esperou-os, na entrada. Assim, que eles pousaram, e Freyr pode descer do dorso do dragão, Loki correu até o jovem, boquiaberto. Não conseguia entender o porquê daquela aura poderosa envolvendo o garoto. Perturbado, indagou:

– Freyr... O que aconteceu...?

– Vou explicar tudo... É melhor deixar tudo se acalmar antes.

Assentiu, calado. Mas, ainda estava curioso.

O guardião das trevas, que já em forma humana, caminhou até Loki e encostou a testa em sua cabeça, sussurrou “Estou de volta, meu amigo”. O feiticeiro deixou-se inundar de lágrimas novamente, sorria, de tamanha felicidade.

As criaturas entraram em festa, correram em direção aos mestres, animados para recebe-los.. Mark e Link fugiram da multidão e correram para perto de Andy, que observava tudo sentado no mármore da grande fonte do jardim. Zeenon foi recebido por abraços e sorrisos dos feiticeiros. O afeto pelos companheiros e seu mestre era grande, tal que Zeenon se sentiu ainda mais fortalecido ao ter novamente a aura feroz dos seus súditos.

Recebido com muitas lágrimas, Heimdall tentava acalmar suas criaturas com palavras de conforto. Eles o abraçavam, e enxugavam as lágrimas eufóricos. Estavam felizes por verem seu rei bem e muitos se desculpavam por terem desobedecido as ordens. Acreditavam que ele acordaria apenas daqui a alguns dias, aquilo era uma grande surpresa.

Freyr observava tudo, satisfeito, assim como Loki, Andy e os garotos dragões.

Zeenon parou seus feiticeiros por um momento, e disse em bom tom:

– Obrigada pelo calor, estou muito feliz em revê-los! E... – juntou suas forças e continuou – Desculpe-me por me afastar de vocês durante esse tempo. Eu estava confuso, precisava de um momento sozinho, mas vejo que sentiram falta de mim.

– Sim, Senhor! A força da sua aura é importante para nós. – disse um dos feiticeiros no meio da multidão.

– Nós o desculpamos, Mestre. – uma feiticeira de longos cabelos negros, tocou levemente no ombro de Zeenon;

– Eu prometo, estarei sempre com vocês de agora em diante e... – Ele olhou para Heimdall – Numa relação mais amistosa com eles. Agora... – abriu seus braços, em um gesto acalorado –Venham me abracem novamente! Quero senti-los mais perto de mim!

Novamente recebeu os afagos de seus súditos, e aproveitou o máximo da energia deles.

Depois de todo o esforço para controlar suas criaturas, Heimdall finalmente pode falar a eles:

– Pessoal, eu estou bem... Olhem. – tateou o seu rosto e, depois, estendeu as mãos – Eu e meu irmão estamos bem, graças ao Freyr.

– Freyr? Quem é? – Disse Shigurd, um leve estranhamento pairava na voz.

– Não sentem a poderosa aura que ele está emanando? Prestem atenção ali. – ele apontou para frente e todos acompanharam a direção à qual indicava.

Logo os olhos dos seres de luz estavam pregados em Freyr. O jovem ficou vermelho ao ver que tinham voltado toda a atenção para ele. Após os seres de luz, foram os de trevas. Olhavam-no como uma criatura quase ameaçadora, devido ao poder da aura. Heimdall andou até Freyr e segurou a mão do garoto.

Voltou-se novamente para suas criaturas e disse:

– Ele recebeu a magia que foi concebida pelo verdadeiro equilíbrio das forças. – lançou um olhar afetuoso para Freyr, o qual estava mais confortável – Poderemos agora viver em verdadeira estabilidade, não é Zeenon?

O rei sombrio juntou-se a eles e segurou a mão livre de Freyr, encarou o garoto, o rosto enrubescia-se

– Explique tudo para eles, meu amor. Estão curiosos, minhas criaturas estavam perguntando o porquê da sua aura poderosa.

Um pouco envergonhado, Freyr levantou a cabeça e suspirou, mas logo depois recobrou sua confiança e falou sobre a sua magia e o equilíbrio entre os guardiões. As criaturas ouviam com certo estranhamento, mas entenderam o propósito de tudo.

O jovem terminou de falar e surpreendeu-se com o gesto sublime deles. Começando pelos seres de luz, eles puseram a se curvar um por um e, até mesmo os orgulhosos feiticeiros repetiram o gesto, faziam-se honras ao mais novo mestre. Zeenon e Heimdall entreolharam-se sorrindo, então trataram de explicar ao jovem o que acontecia no momento.

– Eles estão te agradecendo, Freyr. E... Parece que agora te consideram um mestre. – Zeenon soltou a mão do jovem e enxugou a lágrima que já escapava dos olhos de Freyr.

– Você é o guardião da nossa harmonia.

Freyr deixou as lágrimas rolarem pelo seu rosto e, assim que todos os feiticeiros voltaram às suas posições, disse:

– Muito obrigada pela recepção de vocês, estou muito feliz! – enxugou as lágrimas do rosto e sorriu, satisfeito.

Sirius deu um passo à frente, orgulhoso.

– Cuide bem do nosso Senhor Zeenon, nós ficaremos gratos.

– Cuidarei sim!

Encantado por aquela recepção, abraçou Zeenon, não imaginava que seria bem recebido. Parecia estar sobre as nuvens, de tão feliz.

No torre mais alta do castelo, Matheo e Alberón observavam Simun caído ao chão, aparentemente desacordado. Loki pediu moderação, porém algo que os dois não conseguiam controlar era o ódio. Observar os olhos castanhos de Simun e lidar com o jeito arrogante dele era extremamente propício para essa característica infame dos gêmeos. Aproveitaram a vulnerabilidade do rei para tortura-lo com ondas de choques pelo corpo dele, um dos piores feitiços que os dois já usaram. Simun acabou fraco... Mal conseguia se mexer.

Os gêmeos sentiram a aura do mestre e excitaram-se para vê-lo. Não podiam esperar mais as ordens. Porém, temiam o aborrecimento de Loki.

– Vamos, Alberón! Ele não tem como fugir. – dizia Matheo, já na porta.

– Loki disse para ter cuidado. – o outro cruzou os braços, tentando não dar ouvidos ao seu irmão.

Matheo, impaciente, andou até o irmão e puxou-o para a porta, o outro nem ofereceu muita resistência.

– Não vai demorar muito e ele está quase morto. – apontou para o rei desfalecido ao chão.

Alberón desviou o olhar para Simun, e voltou-se para seu irmão, os olhos caramelados deste brilhavam, excitados.

– Anda! Anda!

Saíram, e trancaram a porta.

As pálpebras cansadas do homem se levantaram, vagarosamente. Sentia um forte latejar em sua cabeça e o corpo pesava, como chumbo. Tentou levantar-se, mas foi em vão, as pernas não aguentariam o peso do corpo. Olhou ao redor, a visão ainda turva, mas percebeu que estava sozinho.

Tinha de fugir dali.

Nas mãos coladas ao lado do tronco do corpo, viu um brilho característico. Era seu anel, carregado de Maho. Brilhava, intensamente, parecia estar cheio de energia. Apertou os olhos e lembrou-se das ondas de choque pelo corpo, a pior sensação da sua vida. Porém, os choques deixaram a maho presente no anel, mais intensa. Então, podia usar algum feitiço de teletransporte, o qual era de alto nível. Aquele pico de energia estava favorável.

A voz falha, ditou os encantamentos.

Desmaterializou-se, caindo na floresta do norte.


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Notas finais do capítulo

Bom, chegamos ao fim da primeira fase! Preocupei-me por pensar que não conseguiria chegar a este capítulo, mas ele está aqui! Como podem ver, a guerra contra Simun ainda não terminou, porém a primeira fase da história tratava sobre a união Trevas x Luz e fico feliz por ter conseguido fazer isto em tempo...
Eu pensei que realmente dava para postar toda a historia durante o período de greve da universidade, porém falhei... e muito. Não declaro o hiato, mas provavelmente (quase certeza) não terei tempo de editar os capítulos e é impossível posta-los em estado bruto.
Ao menos, deixo a maior parte da historia aqui. :)

*Se, por acaso, eu voltar a postar... Será aos poucos e "burlarei" o meu tempo... Quero continuar, mas não sei como...

Fico triste, só que o estudo é prioridade! Bjs :*
Moon



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