The Golden Rose - A Rosa Dourada escrita por Dandy Brandão


Capítulo 2
Capítulo 01


Notas iniciais do capítulo

~ Temos então o encontro!



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– Olá! – disse Freyr, na esperança de obter alguma resposta

O rapazinho loiro apenas ouviu o eco da sua voz. Sempre passeava por aquela floresta e, encontrara aquela enorme gruta. Deu mais alguns passos, olhando para todos os lados, com certa aflição, afinal não sabia quais animais poderia encontrar por ali. Quanto mais se aproximava do interior do local, visualizava a luz azul e cristalina do teto da gruta, deveria haver água por ali. Ele andou, ansioso, até que avistou a beira de um belo lago, no meio da gruta. A cor azul-celeste inundava não só o teto, mas toda parede rochosa do local. O lago era rodeado por grandes rochas negras e podia ver seus habitantes a nadarem tranquilos na água de uma transparência cristalina e sutil.


Aquele local trazia à tona os lugares fantásticos que Freyr sempre lia em seus livros favoritos. O rapazinho entusiasmou-se ao ter a ideia de passar o resto da tarde ali, afinal sabia o caminho de volta para casa. Fascinado com toda àquela beleza, aproximou um pouco mais do lago, até que percebeu a presença estranha de um belo ser, sentando em uma das grandes rochas.

Era um homem esbelto, a pele branca, quase pálida. Os cabelos negros, lisos escorriam por sua coluna.Se us trajes escuros faziam-no despontar sobre a gruta. Freyr parou e começou a contemplar a beleza daquele moço. Pensava quem poderia ser aquela bela criatura com porte de rei, de onde ele vinha, o que pensava...

Em meio aos seus devaneios, ele nem percebeu que a criatura que contemplava estava, agora, parada bem à sua frente, com os grandes olhos vermelhos o observando.

Assustado com o aparecimento repentino do sujeito, Freyr saltou para trás e levou a mão no peito ofegante.

– Quem é você, o que faz aqui? – disse o homem, dono de uma voz de suavidade lânguida, escondendo todas as suas malícias.

– Quem é o senhor? – murmurou.

– Você não respondeu a minha pergunta. – Ele jogou um sorriso torto de lado.

O garoto assustou-se com a prepotência do homem, deveria mesmo ser algum nobre.

– Chamo-me Freyr Siegfried... E o senhor, como se chama?

– Zeenon. – Respondeu, incisivo.

O corpo de Freyr vibrou ao saber a identidade do homem à sua frente. Já tinha escutado vários mitos sobre Zeenon, o Guardião das trevas, aquele que controlava os seres da escuridão. Sempre era apresentado um homem nada piedoso, sem escrúpulos e devorador de almas.

Freyr olhava aquele rosto belo, sereno... Tentando entender as atrocidades que falavam sobre o rei da escuridão. As sobrancelhas arqueadas indicando astúcia; os lábios médios, vermelhos; o rosto fino. Parecia um jovem-adulto, não um homem que já vivera décadas e décadas assombrando as pessoas. A única coisa que assustava o garoto, era a sua altura e a cor escarlate dos grandes olhos do homem. Freyr inclinava a cabeça de um lado a outro, com seus olhos azuis a admirarem a beleza do rei parado à sua frente, poderia passar horas e horas ali.

Zeenon começou a ficar irritado com a dança rítmica de Freyr com o pescoço. Impaciente, andou em direção à entrada da gruta. Iria partir, não tinha paciência para humanos.

Assim que Zeenon saiu, o garoto de cabelos loiros acordou dos devaneios e correu atrás dele.

Sem timidez, agarrou seu braço, impedindo-o de continuar.

– Por favor, espere!

Voltando-se para o garoto, Zeenon observou-o em um olhar faiscante; Freyr agora não sentia mais medo daquelas esferas vermelhas, fascinava-se.Aqueles olhos de fogo, profundos, eram os mais belos que já vira. Não era algo humano ou natural. Brilhavam como os de uma fera, pronta para abater sua presa. Zeenon tinha um aspecto de homem “mal”, mas seus trejeitos eram sedutores.

Olhar seu rosto frio era incrível.

– O que você quer comigo? – Disse Zeenon, contendo a impaciência.

O rapazinho soltou o braço do rei das trevas.

– O senhor é mesmo Zeenon, o Guardião da escuridão?

– Sou, sim. Assusta? – Respondeu, sem receios.

– Não! Claro que não! Eu já ouvi tanto falar sobre o Senhor... Mas...

Zeenon já estava ciente das palavras que ouviria em seguida. Todas aquelas histórias que devorava crianças, arrancava a pele das pessoas para fazer rituais, tomava sangue... E todos os absurdos que envolveram seu nome e de seus feiticeiros, seus amados feiticeiros residentes do Submundo. Era um dos motivos para odiar tanto os humanos.

Aquele garoto era mais um deles.

Poderia mata-lo, ali mesmo, se assim quisesse.

– Já sei o que vai dizer, pode me dar licença agora? – Ele ultrapassou Freyr novamente, louco para ir embora dali.

Freyr observou ele dar alguns passos em direção à floresta, mas conseguiu completar a sua frase:

– O Senhor não é o que dizem. – Aumentou o tom de voz, a fim de que Zeenon o escutasse.

O rei parou de repente, próximo à um grande carvalho de folhagem alaranjada, por conta do outono. A frase do garoto afetou-o de alguma maneira.

Caminhou em direção a Freyr, e indagou:

– Como sabe disso?

– Eu vejo em seus olhos, em seu rosto. – Disse, encantado.

– Aparências enganam. –Sorriu de forma maliciosa, querendo assustar o garoto. Sem muito sucesso.

– A mim não.

Freyr respondeu o rei de forma direta, decisiva. Não conseguia sentir medo daquele homem. Alguma coisa lhe dizia que ele não era aquela criatura mau e rude das histórias contadas. E, Isso se confirmava pelo fato de Zeenon não ter o ameaçado enquanto estava ali. Respondia as perguntas em tom normal, mesmo impaciente.

Zeenon começou a ficar intrigado com o garoto, será que pelo menos um humano era compreensivo? Todos pareciam tão iguais. Alienados, fracos. Ele sempre alimentou essas ideias em sua mente e, depois que seus poderes foram concedidos sua percepção dos humanos apenas piorou. Não sabia se estava certo ou errado, mas os humanos sempre se mostraram assim para ele.

Mesmo cismado, o rei resolveu chamar o garoto a entrar na gruta e conversar um pouco mais com ele, ia tirar a prova.

Freyr ficou imensamente feliz com o convite, finalmente conheceria umas das criaturas que mais o fascinava. As história sobre dragões e magia, eram as preferidas do rapazinho.

Assim que entraram na gruta, e sentaram-se em uma das pedras próxima ao lago, Zeenon analisou rapidamente o rosto de Freyr. O jovem tinha uma aparência totalmente diferente de qualquer outro garoto que Zeenon já vira. Os fios loiros, nariz fino, e os olhos médios com um azul saltitante. A sua boca era pequena e carnuda; parecia um menino bastante novinho.

– Cabelos loiros, olhos azuis...

Ele analisou a face de Freyr mais um pouco... Era com uma aparência inocente, parecia não ter muita malícia.

– Sua aparência assemelha-se àqueles anjos de histórias clássicas. – Ele riu sozinho.

– Acho que se eles existem, devem estar no reino da Luz. – Disse, animado em conversar com o rei.

– Heimdall nunca me falou de anjos por lá. Com certeza eu já teria visto um...

– Quem é Heimdall?

– Não sabe quem é? Achei que ele fosse mais famoso que eu – O nobre rei por um momento ficou surpreso, olhou para baixo e sorriu – É o orgulhoso Guardião da luz, ou melhor, o Rei da Luz.

– Ah! Já ouvi falar dele, dizem que é um homem bom. Mas eu nunca o conheci...

– É um bom homem mesmo, bom até demais, irrita-me. Mas, estamos tentando manter o equilíbrio entre Luz e Trevas...

O rei pensou em Heimdall por alguns instantes, aquele homem bondoso e cheio de candura que adorava passear entre os humanos, junto a seus súditos. Ajudando-os, enchendo o mundo hostil dos humanos de brandura e luz. Zeenon odiava aquele jeito, mas não podia negar que o guardião da luz o despertava certo apreço.

Os dois ficaram em silêncio alguns instantes. Freyr admirava o rei com seus olhos curiosos. Queria conversar mais com ele, mas Zeenon parecia distante, o pensamento longe.

– Conversando assim... O senhor não parece tão mal... – Disse, rompendo o silêncio.

– Têm uns que gostam de mim...Outros me odeiam, outros não querem me ver nem pintado... Mas isso não importa para mim – Ele aumentou o tom de voz, queria deixar aquilo bem claro – Vários conceitos, mas nenhum me conhece verdadeiramente, por isso sou indiferente a tudo isso.

– O senhor é um rei bem estranho – Eles se entreolharam e riram juntos, Freyr estava começando a gostar daquela personalidade intrigante de Zeenon.

– Estranho? Nunca tinham me atribuído esse conceito. Vindo de um humano, isso me surpreende.

Zeenon olhou-o profundamente e seus olhos cor de sangue brilharam intensamente.

O garoto loiro estava admirado com aqueles olhos tão lindos. Pareciam de sangue. Era algo mágico.

– Seus olhos são tão bonitos, senhor Zeenon. – Disse Freyr, tímido.

– Chame-me somente de Zeenon, sinto-me velho com este “senhor” – Ele sorriu, ainda um pouco travado.

– Tudo bem. – Freyr sentiu o sangue transbordar pelo seu rosto, deixando-o rubro. Era engraçado estar ali, em uma gruta, com um homem tão poderoso.

– Onde é seu castelo, Zeenon?

– Tenho um no Submundo e outro aqui perto dessa floresta, em uma montanha.

– Deve ser enorme, torres, quartos, salões... Sempre quis ver um castelo –Freyr olhava o lago, os olhos azuis cintilavam como os de uma criança, imaginava como deveria ser o castelo de Zeenon.

Vendo pela entrada da gruta, Freyr percebia que o céu ficava cada vez mais escuro, porém estava gostando tanto daquela conversa. Não queria ir embora.

– E você? Onde mora? – Indagou Zeenon, interrompendo os devaneios do rapazinho.

– Moro na cidade de Vistorius, É bem aqui do lado desse bosque... Em um pequeno bairro.

– Ah... É a cidade onde mora o rei, não é? A capital do reino de Ezra. – Disse Zeenon, lembrando-se do seu querido rival.

– É sim, não gosto dele. É um explorador.

Freyr não suportava ouvir falar daquele homem nojento que era Simun. Muitos o idolatravam, mas ele conseguia ver o mal que o rei causava às camadas mais pobres da cidade, que ficavam abandonadas e sem nenhum apoio do rei.

– Na verdade ele é um covarde, que adora manipular seus súditos, e gosta de invejar o território alheio – Tinha ar sarcástico na voz.

O rei sorriu para Freyr que, animado, assentiu com a cabeça. Zeenon tinha as mesmas ideias que ele, era difícil encontrar alguém assim. Todos se calavam com medo da repressão do reino, mas Zeenon poderia muito bem falar o queria, afinal, era mais forte do que qualquer exército.

Um pouco intrigado com o poder do rei, Freyr queria saber um pouco mais sobre sua magia. Imaginava se era como nos contos e livros que gostava de apreciar à noite.

– Como é ser rei da escuridão, Zeenon? – Freyr encarou o rei.

– Chato... Ás vezes a imortalidade deixa tudo mais chato... Você pode fazer de um tudo, mas... Tem dias que não tem nada para fazer. – Zeenon sorriu e olhou o jovem com ternura.

– Heimdall também é imortal?

– Sim, é... Temos quase os mesmos atributos. – Zeenon sentiu-se um pouco incomodado ao ter que falar sobre Heimdall, era um assunto que gostava de evitar.

– Sempre existiu isso de luz e escuridão? – Disse Freyr, curioso.

Zeenon virou-se mais para o jovem e falou eloquentemente:

– Sempre, claro... As criaturas existem há muito tempo, desde que magia surgiu no mundo, de uma grande movimentação no universo. Mas antes era um verdadeiro caos, Não sabiam coexistir. Então dois humanos, eu e Heimdall, ficamos encarregados de estabelecer o equilíbrio... Mas – Zeenon fez uma breve pausa – Teve uma época, depois de conseguirmos o equilíbrio, eu... Quis quebrá-lo... Arrependo-me por isso. Mas hoje já está restabelecido.

Freyr ouvia tudo muito atento e fascinado com o rei. Aqueles assuntos o despertavam bastante interesse, desde a sua infância. Zeenon era excêntrico, poderia ter sido mal, mas o modo como ele falava revelava ainda mais o seu arrependimento.

– Esqueci-me de perguntar... O que veio fazer nessa gruta? Pode ser um lugar perigoso para garotos como você... – Ele observou o corpo franzino do jovem e continuou – Frágeis...

– Eu estava andando pelo bosque e encontrei esse lugar, como nunca tinha visto resolvi explorar...

Freyr olhou para a entrada da gruta e viu o tom alaranjando do fim de tarde despontar. Infelizmente, precisava ir para casa.

– Zeenon, eu sinto muito, preciso ir. – Disse, revelando a tristeza em sua voz. – Podemos nos ver outro dia?

– Todos os dias venho a essa gruta. Se não apareço, aconteceu algum imprevisto.

Freyr se animou ao saber daquilo e respondeu:

– Então virei sempre te ver!

Zeenon olhou-o um pouco assustado. Freyr não parecia aquele tipo de humano que já conhecia há muito tempo. Conversara com ele amistosamente, e nem um momento Freyr demonstrou medo, nem o julgou mal; estava confuso.

Eles saíram da gruta. Chegando ao bosque, Zeenon olhou o céu quase estrelado, sentindo algo estranho por dentro. Ele nunca conversava daquela maneira com humanos.

– Não é com qualquer pessoa que converso abertamente assim. Sinto que posso confiar em você. Não me pergunte o porquê. Pois nem eu mesmo sei.

– Obrigado, sinto-me honrado.

– Depois eu sou estranho, humpf – Disse Zeenon sorrindo..

O rei falou alguns encantamentos. Sua silhueta sumiu em um vulto negro, que, lentamente, transmutou-se em um enorme dragão.

Era o lendário Dragão da meia-noite.

Criatura enorme, majestosa, com escamas negras brilhantes e olhos vermelhos.Suas asas gigantes, pontudas, dançavam ritmicamente, aprontando-se para o voo. Antes de partir, ele balançou a enorme cabeça achatada com dois chifres curvados, como se fosse um cumprimento e voou, majestoso, assim como seu hospedeiro.

Freyr estava totalmente sem reação, sempre sonhou em ver um dragão, mas não imaginava veria um assim, tão de perto. Ainda mais que era o poderoso Dragão negro da Meia-noite, as histórias sobre esse dragão o fascinavam. Diziam que o rugido desse dragão poderia destruir duas cidades inteiras.

O jovem ficou a observar seu vôo, até ele sumir completamente nos céus, misturando-se à escuridão da noite.

Ele seguiu para casa, pensando no nobre rei da escuridão e todo seu encanto, e no sonho que realizara hoje. Estava planejando o dia de amanhã, faria de tudo para ver Zeenon de novo. Queria saber mais e mais sobre aquele homem tão misterioso e poderoso.

Aproximava-se da sua pequena residência, em um bairro apertado e carente da grande Vistorius. Como sempre lia jornais coletados na rua, o garoto loiro sentia-se revoltado com a administração do Rei Simun. Seu bairro, como muitos outros carentes da capital, sempre era excluído dos investimentos do rei, que gabava-se da prosperidade e da seus “grandes” investimentos no centro da capital. Odiava aquele homem cínico, mas era apenas mais um morador de um bairro periférico, sem expressividade alguma sobre tudo aquilo.

Já era noite quando Freyr adentrou em casa, ele nunca se preocupava em chegar cedo ou tarde, seus pais sequer perguntavam onde ele estava.

Jude e Mary simplesmente não se importavam.

– Mãe, pai! Cheguei!

Freyr passou por seu pai, que estava sentando à mesa tomando café, e ele, com aquela expressão carrancuda de alguém amargurado e rude, disse um seco “Boa noite” e depois retornou ao seu café; cumprimentou com um “Oi”, o seu irmão Jimmy, mas o cachorro da casa merecia mais atenção. Olhou para os lados, procurando sua mãe Mary, mas não a achou, deveria estar na casa da vizinha, bisbilhotando a vida alheia, como sempre fazia.

Então foi para o quarto e deitou em sua cama.

Todos os seus dias eram iguais.

Freyr trabalhava na loja pela manhã, passeava pelo pacato bosque, às vezes visitava a pequena e pobre biblioteca da cidade – que ele já tinha devorado quase todos os livros – depois voltava para casa e se trancava no quarto.Olhava as estrelas, imaginando um dia em que as coisas mudassem um pouco... E Finalmente esse dia chegou.

Para o garoto aquela tarde foi simplesmente maravilhosa.Contemplou de perto um dragão e conheceu um rei cuja aparência e personalidade eram totalmente o oposto que sempre imaginara. Freyr admirava histórias contadas sobre ele, por conter dragões e poderes que nunca havia visto, apesar de sempre o apresentarem como um homem ruim, que todos deveriam manter distância.

Nada disso passou por sua mente durante a conversa. Ele apenas sentiu mais vontade de ficar ali junto ao rei, o qual assemelhava-se aos vilões simpáticos que sempre lia durante a noite.

Seus olhos carregavam mistérios, tais esses que o garoto pretendia descobrir.

Ele levantou da cama e pegou um espelho na pequena estante de madeira negra e desgastada. Acariciando lentamente os cabelos loiros, vendo seus olhos azuis reluzirem a luz da lua que vinha da janela, pensou se realmente tinha face de anjo como Zeenon falara. Ele nunca reparou em sua aparência, era a primeira vez que analisava seu rosto, sentou-se na cama e começou a analisá-lo.

– Não tenho aparência de anjo, foi apenas gracejo dele... Ninguém nunca me fez um elogio assim, com certeza foi gracejo. – Ele queria não acreditar, mas as palavras de Zeenon ainda ecoavam em sua mente, pareciam tão verdadeiras...

Em seus aposentos, no grande castelo Darkvallum, Zeenon rolava de um lado para o outro na cama sem conseguir dormir, quando decidiu dar uma volta pelos salões do castelo. O encontro com Freyr perturbava sua mente, era uma criatura totalmente diferente que já encontrara. Todas as pessoas fugiam quando ele tentava se aproximar, com medo do seu poder.Sempre se refugiava nos confins do castelo, em lugares solitários, ou afugentando pensamentos com o doce som do seu piano, mas como era um ser imortal, sabia que um dia encontraria alguém especial e corajoso o bastante para não ter medo dele.

Decidiu andar um pouco, mas sabia que não seria muito efetivo. Foi para a sala de estar e encostou-se na grande janela de vitrais coloridos do local. Estava tão distraído, que não percebeu a aproximação silenciosa de seu filho.

– Pai.. Você parece tenso, aconteceu alguma coisa?

Link, o dragão das sombras, aproximou-se de Zeenon, em um jeito manso. Era o único filho de Zeenon e estava acompanhado de Mark, o dragão celeste, seu fiel e amado companheiro.

– Você é carrancudo às vezes, mas agora sua expressão está assustadora. – Disse Mark sorrindo.

Zeenon olhou-o como uma fera e logo Mark se escondeu atrás do parceiro.

– Calma, foi só uma brincadeira.

– Encontrei alguém hoje e estou um pouco perturbado, só isso. – Zeenon passou a olhar o luar. Parecia estar em outro mundo, bem distante da realidade.

– Ninguém te afeta assim, Pai... Quem é essa pessoa?

– Um garoto que encontrei na gruta, eu sempre vou lá para pensar... – murmurou, os olhos ainda presos no luar.

– Hm... Apaixonou foi? – Mark adorava perturbar o Zeenon, sabia que ele nunca o machucaria.

– Não sei... Mas ele me impressionou... O modo como se comportou perto de mim me tocaram de um jeito estranho...

Mark e Link se entreolharam sem entender muito o jeito de Zeenon, estava totalmente diferente do seu comportamento habitual. Frio e sisudo.

– Isso pode ser o começo de uma paixão – Link colocou a mão no ombro do seu pai – Quando o Mark chegou aqui aconteceu o mesmo comigo, o jeito divertido dele mexeu muito comigo.

Link olhou a face do companheiro e lhe deu um beijo na bochecha, acariciando seus cabelos curtos prateados. Mark repetiu o gesto e jogou um olhar apaixonado.

– Ok, se vocês vão ficar de namoricos é melhor irem para o quarto. – Zeenon fez um gesto para saírem do salão.

– Agora não, mais tarde. – Disse Mark, brincando.

– Estou de olho em vocês, ouviram? Vou tentar dormir novamente... Boa noite garotos.

Ele saiu e foi em direção ao seu quarto. Sabia muito bem que não conseguiria dormir, Freyr não sairia da sua mente tão cedo.


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Notas finais do capítulo

Não sei quantas mil vezes mudei esse capítulo! Mas, está aí!



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