Paixões gregas - Um amor como vingança(Degustação) escrita por moni


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

MARY!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Sua Linda!!! Obrigada!!! Adorei a recomendação. Estou muito feliz, muito mesmo, não esperava por isso, mas tem sido muito legal escrever essa fic e receber tanto carinho! Que recomendação mais delicada e carinhosa. OBRIGADA!!! Mais uma vez, estou muito feliz por isso decidi postar mais um capitulo em gratidão, esse é todo seu. BEIJOS!!!



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Pov – Melissa

Abro a porta do quarto pisando em nuvens, é assim que me sinto desde que ele me beijou pela primeira vez. Ali mesmo na porta do quarto, achei que seria o começo do meu calvário e no entanto foi o começo do sonho, nunca achei que se sentia esse tipo de coisa.

Meu corpo respondeu de um jeito que só queria mesmo me entregar para sempre e por inteiro, a respiração acelerou, meu sangue correu rápido pelas veias e foi mesmo como borboletas no estômago, ele diz que tenho que fazer o convite. Como posso fazer isso? Nem sei que palavras dizer ou o que vem depois disso.

Mas é perfeito, todo o tempo ele é perfeito, gentil, carinhoso, me dá atenção, conversa comigo, me escuta, tudo aqui é encantador e me sinto como nos contos de fadas que sonhei.

Seus funcionários são como minha família, me aceitam sem se importar de onde eu venho, me deixam participar de tudo e os dias passam rápidos enquanto espero que chegue do trabalho, enquanto sonho com seus beijos e carinho, sempre querendo mais.

Quando acabar, quando ele me mandar cruzar o portão de volta para o inferno eu não sei o que vai ser. Balanço a cabeça, afasto o pensamento, toda vez que ele me domina eu o empurro para longe.

Pode não ser esperto da minha parte, mas é meu jeito de lidar com aquilo. Esperar sábado será uma grande tortura, o que ele pretende? Nunca passamos o dia juntos e vai ser bom. Não importa muito o que ele tenha e mente, qualquer hora ao lado de Leon é sempre perfeita.

Na quinta eu o espero na varanda ansiosa, foi o dia mais longo que já tive longe dele, me despedir de manhã com um beijo na porta e acenar assistindo o helicóptero levantar voo deu em mim uma doce sensação de final feliz e uma dor de medo. Medo do fim.

Ele entra e sei que sentiu minha falta. Vejo em seus olhos e no modo como ele me puxa para seus braços e me beija aliviado, meu coração dispara. É assim toda vez.

Nem pensamos no jantar, nos sentamos ali mesmo, na beira da piscina, trocando beijos e carinhos, sentindo como somos felizes no mundo da imaginação que criei na minha cabeça.

Ele adorou o jantar que preparei nos últimos dois dias, não sabe que fui eu, não quero colocar ninguém em encrencas, mas não importa, apenas gosto de vê-lo saborear a comida e elogiar, aquilo me basta.

─No que está pensando? – Ele me pergunta afastando meus cabelos, adoro como sua mão é leve quando me toca.

─Bobagens. Terminei o livro.

─Gostou?

─Sim, não foi como eu esperava, mas foi bom. Vou começar outro, um que não tenha vingança e dor. Só uma história bonita.

─Cinderela? – Ele brinca comigo, eu o beijo, me abraço mais a ele.

─Não esse é muito forte, tem uma bruxa má sabia?

─Boba! – Ele ri, sua mão me fazia carinho nas costas, acho que ele nem se dá conta disso.

─Chorei um pouco no final do livro.

─Uma garota que chora quando lê romances. – Ele me olha profundamente, está sempre buscando algo em mim. – O que fez hoje com seu dia? – É difícil responder aquilo, não posso dizer que cuidei do jardim, ajudei no almoço, e andei atrás de Ariana pedindo por mais enquanto ela resmungava que eu não sabia ficar quieta.

─Só fiquei por ai, terminei o livro, nada demais. – Odeio mentir, mas é só isso que faço, eu minto, escondo a verdade. Ele não se importa, nunca me escutaria ou acreditaria, então deixo apenas que acredite no que quiser.

─O que gosta de fazer, além de chorar quando lê romances?

─Eu sei desenhar. –Me sento para olhar bem para ele, adoro aquilo mais que tudo. – Mesmo, eu desenho muito bem, queria ser pintora, como aqueles artistas, com tinta e tela, sabe aquelas que ficam em cavaletes?

─Sei. Porque nunca tentou?

─Essas coisas são caras demais. Além disso não tenho nenhuma técnica.

─Tem cursos, hoje em dia até pela internet. Artistas usam mais seus instintos do que técnicas.

─Pode ser. – Volto para seus braços. – Já foi no Louvre? Dizem que é lindo.

─Uma vez, levar meu irmão Nick, quando ele ia para faculdade eu quis que ele pudesse escolher, nenhum de nós pode, ele foi o único que fez faculdade e queria que ele tivesse certeza, então levei ele para uma volta pelo mundo, fomos a muitos lugares. – Ele fica pensativo. – Não éramos muito próximos a ele, o Nick ficou muito tempo longe, nem falava mais grego quando nos reunimos, aquilo foi importante, eu o levei de museus a corridas de carro, mas ele quis mesmo ser advogado.

─Você é um bom irmão. – Ele sorri orgulhoso, me dói saber que foi meu pai quem os destruiu, separou, deixo na miséria, num pais estranho, nem mesmo sei porque ele ainda vive em Kirus, Leon já devia tê-lo mandado para longe.

─Sou o mais velho. Ele merecia ter essa oportunidade. Eu não tive.

─Acho que escolheria fazer o que faz mesmo se tivesse oportunidade, não foi apenas falta de escolha, tem talento.

─Acha?

─Fala com amor do seu trabalho, se empolga, seus olhos brilham, você gosta.

─Gosto, dei sorte de unir os dois. – Ele me beija, um longo beijo, cheio de carinho, meu coração salta. – Fez um dia lindo hoje, porque não colocou um biquíni e se bronzeou um pouco? Já disse que pode se divertir o quanto quiser, aproveitar a piscina.

─Eu nem tenho biquíni, não sei nadar... – Ele me solta, seus olhos escurecem de raiva e me assustam, Leon fica de pé.

─Não cansa nunca? – Me pergunta cuspindo as palavras, não me movo, com medo e confusa. – Esse seu teatrinho de moça inocente está indo longe demais.

Ele grita comigo, meus olhos marejam e não sei o que fazer, o que disse que o ofendeu tanto.

─Eu não...

─Quer mesmo que eu acredite que uma mulher que nasceu e foi criada numa ilha, não sabe nadar? Alguém que sempre viveu no luxo da casa de Quiron Kalimontes e sua piscina olímpica?

─Leon... – Ele nunca vai acreditar em mim? Não sei como posso mostrar a ele, não sou como meu pai, não sou, nunca vou ser. Nunca aproveitei nada daquilo.

─Chega. Fingir inocência não vai mudar nada. Está aqui por um motivo e nada mais. – Ele me dá as costas, fico ali, na beira da piscina, assistindo ele seguir para longe sem olhar para traz, então corro para o quarto onde posso me entregar as lagrimas sem ser acusada de mentirosa.

Soluço sem forças para parar, porque foi que me deixei levar? Porque me entreguei aos sentimentos dessa maneira? As lágrimas não param de cair, mesmo uma hora depois.

Ariana bate na porta e entra logo depois, traz uma bandeja com o jantar, coloca na cama e me abraça, adoro que ao menos agora eu tenho quem me acolha.

─Brigaram? – Ela pergunta e nego, não sou ninguém para brigar, só ouvi calada como mereço.

─Ele brigou comigo.

─Acho que se arrependeu, foi me procurar muito preocupado com seu jantar, mandou eu caprichar na sobremesa. – Ela me aponta a bandeja. – Estava preocupado mesmo, pareceu até triste.

─Será? – Seco as lágrimas. Encaro a bandeja. – Estou sem fome, estou muito triste.

─Triste eu acredito, sem fome duvido, acho que nada tira seu apetite. – Ela seca minhas lágrimas e a abraço de novo, aproveito aquele carinho sincero, parece ser o único que vou ter na vida. – Agora me conte o que aconteceu?

─Ele me odeia, me odeia tanto quando odeia meu pai. Gritou comigo, me machuca quando me dou conta que sou só... eu não queria... Ele é.... – Não consigo dizer, não faz nem dez dias que estou nessa casa. Como posso me sentir assim?

─Se apaixonou por ele não é? Eu vejo, sei que sim.

Afirmo, não tem porque negar, dá para ver, penso e falo nele o dia todo. Volto a chorar, ela me abraça mais.

─Não acho que ele te odeia não, muito pelo contrário, acho que ele gosta muito de você, talvez não saiba ainda, mas gosta.

─Como posso ter me apaixonado? Estou aqui a pouco tempo, o motivo... Meu Deus é torpe. Mesmo assim...

─Não escolhemos essas coisas, elas acontecem, e nem sabemos o fim dessa história, aposto que amanhã vai ficar tudo bem, então não chore mais, coma e vá dormir. Ele é um homem muito bonito, é natural se encantar.

─Nem ligo para isso, estaria apaixonada se fosse o corcunda de notre dame.

─Mas sabemos que ele está muito longe de ser Quasimodo. – Eu acabo rindo por entre as lágrimas. – Vou te deixar, pare de se lamentar, coma, vamos ou conto para Mira.

─Vou comer.

─Certo, boa noite, descanse, amanhã é um novo dia, deixe a bandeja aqui, nada de descer no meio da madrugada para lavar a louça, amanhã cuidamos disso.

Fico sozinha, seco as lágrimas, pego a bandeja, gosto mesmo da comida, na casa do meu própria pai eu comia me sentindo uma mendiga, ele deixava sempre tão claro que me fazia um favor me alimentando que engolia a comida com vergonha de existir.

Vou para minha varanda, eu tenho uma varanda, não sei até quando, mas é bom poder me sentar ali olhando a noite e tentando me acalmar.

Fui mesmo uma tola me apaixonando, e mesmo depois das coisas que me disse, de deixar claro que não passo de uma peça em seu jogo de vingança eu ainda quero seus beijos, ainda quero pertencer a ele, sei que depois tudo acaba, mas aceito.

Levar as lembranças disso é mais do que tive, por isso fico feliz, é melhor as lembranças do que o vazio que sempre foi minha vida.

Nunca vou amar ninguém assim, nunca mais vou me sentir desejada, com o coração batendo, viva, feliz, então quero me lembrar.

Estava quase amanhecendo quando me rendo ao sono, me deito secando mais uma lágrima. Acordo com Thaís me balançando. Me sento confusa, o dia claro.

─Bom dia! – Ela sorria trazendo sacolas.

─Que horas são?

─Nove, nunca te vi dormir tanto.

─Fui dormir tarde, já estava amanhecendo. Leon já saiu? Nem ouvi o helicóptero.

─Ele usou a balsa hoje, eu acho, algo com o helicóptero, sei lá. Fui fazer compras! – Thaís estava muito animada.

─Estou vendo, é dia de pagamento?

─São suas Lissa. Roupas de praia, biquínis, saídas de banho, um chinelo lindo e até um chapéu eu comprei, Cristus me levou, seu... sei lá o que ele é seu, o senhor Stefanos que me mandou. Disse para não me preocupar com os preços e lógico que não me preocupei.

Fico perplexa, ela começa a tirar coisas das sacolas, me surpreende, não acredito que fez isso, não sei se é um pedido de desculpas ou seu jeito de dizer que simplesmente não acreditou em mim.

─Não são muito pequenos Tháis?

─São Lissa, é claro, mas olhe para seu corpo? Vai ficar perfeito, pare de reclamar.

─São todos lindos, Obrigada.

─Agradeça ao seu... – Dono, completo mentalmente é isso que ele é, meu dono, me comprou de meu próprio pai em algum acordo sujo, apenas isso.

─Vou agradecer, é tudo lindo, nunca tive nada assim, eu nunca ganhei um presente. – Decido esquecer os momentos ruins e voltar para o conto de fadas que criei na mente.

─Ele te maltratava não é? – Me espanto. – Seu pai Lissa, batia em você, te machucava não é isso, tem medo de tudo, eu sei.

─Thaís, eu...

─Não vou contar a ninguém, eu juro, está segura aqui, não vai acontecer.

Isso era algo que não tinha mais certeza, não depois do ataque da noite anterior, ver a fúria de Leon me assustava.

─Espero que sim, as coisas eram... Eu era só uma empregada, menos que isso, empregados tem respeito, salário, eu era uma escrava, e ele me machucava sim, com palavras, humilhações e as vezes... – Um mundo de lembranças de todo uma vida me invade a mente, as lagrimas embaçam minha visão.

─Castigos físicos. – Afirmo. – Devia contar a ele, ou a Ariana quem sabe o Cristus. – Thaís não tem ideia do que me pede, as vezes acho que também mora nesse mundo encantado que criei, respiro fundo para controlar o choro.

─Não. Ninguém vai acreditar, não adianta, vamos esquecer isso.

─Tem razão, vamos descer logo, prometeu lasanha para o almoço, se não correr a Mira toma conta das panelas.

─Está certa. Vou tomar um banho e já encontro vocês.

Tento sorrir quando me junto a todas na cozinha, não quero que fiquem triste e talvez os presentes sejam mesmo um pedido de desculpas, preciso acreditar que são ou nunca mais paro de chorar.

Começamos a cozinhar, aquilo me distrai, me diverte, acabo sempre rindo de Thaís que larga sempre seu serviço para bater papo na cozinha.

─Terminou tudo? – Ariana pergunta.

─Sim, tudo perfeito.

─As flores sentiram sua falta hoje. – Cristus diz se juntando a nós.

─Aposto que foi ele que sentiu sua falta Lissa.

─Eu também, é claro, Lissa conversando com as flores é sempre um espetáculo à parte. – Ele sempre brinca sobre isso.

─Não vem roubar molho Cristus! – Dou um tapa em sua mão que tinha um pedaço de pão indo em direção ao molho, o pão cai na panela.

─Olha aí, agora vou ter que comer assim mesmo. – Ele brinca quando uso a colher de pau para tirar o pão boiando na panela. Coloco em sua mão e ele se afasta assoprando.

─Por isso odeio vocês em volta de mim quando cozinho, todo mundo se metendo! – Mira odeia que ficamos em cima dela, ninguém rouba petiscos nunca, isso é sempre muito perigoso.

─Sabemos Mira. – Ariana diz colocando a mesa na copa.

Mira terminava uma torta de limão que vai para o forno junto com minha lasanha.

─É a sobremesa do jantar Lissa, não adianta lamber os lábios assim.

─Já sei Mira, já sei.

─Isso está uma delicia. – Cristus comunica, se sentando a espera da lasanha agora no formo. – Vamos logo com isso Lissa, estou faminto.

─Estou indo.

─Você é um grande traidor Cristus. – Mira diz se acomodando enquanto levo a bandeja para mesa.

─A comida da Lissa é sempre diferente Mira, até você adora. – Thaís comenta também acomodada.

─Se continuarem assim ela nunca mais vai me deixar ajudar, então vamos esquecer isso.

─E se ela não deixar vai começar a choramingar. – Ariana brinca.

─Eu não choramingo! – Digo choramingando e todos riem. Talvez eu faça isso quando estou com eles.

Começo a servi-los.

─ Eu vou deixar sim Lissa. Não ligo a mínima, a verdade é que as flores estão muito mais bonitas depois que passou a cuidar do jardim, Cristus não era tão bom assim.

─Dois ciumentos! – Ariana se senta. Eles começam a comer, fico esperando para saber o que acharam. Culinária italiana é a minha favorita.

─Uma delícia, muito bom, vai para nosso livro de receitas. – Mira aprova e aplaudo.

─Isso significa que mereço um pedaço da torta de limão?

─Isso significa que a torta ainda é para o jantar, sei bem que não vai parar por aí e o Cristus vai querer também e terei que assar outra para o jantar.

─Você é má! – Resmungo me servindo, eles riem, adoro aquele ambiente, claro que o melhor mesmo é o jantar com Leon, mas nem sei se ele vai querer sentar comigo a mesa mais uma vez. Ao menos eu os tenho, não sei se ainda serão meus amigos quando Leon me mandar embora, mas são agora e isso é muito para mim. – Obrigada, por tudo, por me deixarem conviver com vocês, por cuidarem de mim, são especiais.

─Parece que cheguei numa boa hora. – A voz de Leon ecoa pela copa e todos silenciamos. Eu o vejo ali, de pé, seus olhos me encontram e meu coração dispara esquecido de todos os gritos da noite anterior.


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Notas finais do capítulo

beijos!!!!!!!!!!!!!!!!
Comentem. Agora vou escrever as outras fics. devo postar mais um hoje em algum lugar ahahahahaha Acho que é Resumption. Vou lá ver.