Paixões gregas - Um amor como vingança(Degustação) escrita por moni


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Oieeee. Primeiro de tudo quero muito agradecer! Já recebi duas recomendações e nem acreditei, estou muito FELIZ!!! Então esse capitulo vai em homenagem a minhas duas amigas que estão comigo a cada história que decido contar, sempre deixando um comentário e demonstrando seu carinho. Jussara Rogers e Alice Dixon Ludwig, eu amo vocês a amizade de vocês. SÂO MUITO QUERIDAS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
É por isso que gosto tanto desse lugar, as pessoas que conquistei aqui fazem tudo valer a pena.



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Pov – Melissa

Ficar parada naquela sala esperando por meu carrasco foi assustador, mas quando ergui os olhos e ele surgiu, não foi medo que senti, não logo que o vi, não esperava por nada como aquilo, o coração descompassou um segundo.

Leon Stefanos é o homem mais elegante que já cruzei e já estive diante de muitos milionários, homens bonitos e ricos, mas nada igual a ele, a pele bronzeada, os olhos escuros e penetrantes, alto, mãos fortes, notei tudo e nem sei porque. Notei mesmo que o terno elegante perdia a importância diante de sua beleza, me culpei por um longo segundo. Aquele devia ser meu inimigo, se estou aqui é porque ele me quer mal e fico ali, me perdendo em encantamentos?

Quando falou sua voz grave me fez mais uma vez pensar que eu corria muitos perigos, entre eles de me enfeitiçar. Não tinha nada de grosseiro em seus gestos e gentilezas. Tudo foi estranhamente agradável.

Ele me mostrou a casa, caminhou ao meu lado, me emprestou um livro, e me deixou aqui. Quem precisa de um quarto como esse? Grande, bem decorado, arejado, cheio de cosméticos, toalhas macias, cama confortável.

Tudo perfeito até entender a verdade, até ele me dizer com todas as letras para que eu servia, porque estava ali. Leon Stefanos me queria em sua cama, ou na minha, não acho que ele me levaria para seu quarto, o que quer é apenas me usar, se servir do que meu corpo pode oferecer, humilhar uma Kalimontes, sim, porque parece esse ser meu maior crime, ter o sobrenome amaldiçoado dos Kalimontes.

Como se não fosse fardo o bastante ser filha dele eu tinha de pagar por seus crimes em seu lugar. Lembro de sua voz dizendo que me quer e estremeço, nunca me vi naquela situação, odeio ter gostado de me imaginar em seus braços, mas não consigo evitar pensar nisso.

Me sento na cama, é tão macia, dou um sorriso amargo quando penso que ele achou que eu não estava gostando do quarto, que meu pai tinha me criado com mimos. Nem pensei em dizer a verdade. Porque ele acreditaria? Porque qualquer um acreditaria? Se acreditasse que diferença faria? Quem se importa com o que me acontece?

Desfaço a pequena mala, não tenho nada adequado para aquela casa, como será um jantar a seu lado? O que ele espera de mim? Porque não consigo sentir ódio?

Encaro o espelho, é simples responder essa.

─Porque nunca ninguém te tratou com tanta gentileza. – Tomo um banho, pego o vestido azul, é simples, tão simples quanto o outro. Calço minhas sandálias baixas, escovo os cabelos, refaço a trança, uso umas gotas do perfume mais suave que encontro, depois volto a me sentar na cama.

Será que Ariana demora? Será que vou passar o tempo todo aqui e sair apenas quando ele quiser? Que tipo de vida me espera? Quando a gentileza vai acabar? Sinto medo e ansiedade, tudo misturado e confuso dentro de mim.

Uma leve batida na porta meia hora depois faz meu coração bater assustado, corro para abrir, tenho medo de fazer qualquer tolice que irrite Leon, medo do que ele pode fazer, meu pai me entregou a ele, talvez ele ache que isso lhe dá plenos poderes. Talvez dê, decido apenas abrir a porta.

─Boa noite senhorita Kalimonstes, está pronta para me acompanhar? O Senhor Leon a aguarda para o jantar.

─Claro. Pode me chamar apenas Melissa? Ficaria mais confortável.

─Como quiser Melissa. – Ariana tem uma postura austera, não sei bem como vai ser entre nós.

─Trabalha aqui há muito tempo? – Tento conversar, se ao menos eu tivesse alguém para me fazer companhia, talvez não fosse o inferno que parece estar por vir.

─O senhor Leon a aguarda.

Pela resposta fria não sou bem-vinda. Não vou desistir assim tão fácil. Quem sabe em outro momento. Ele está de pé a minha espera, usa um terno cinza que realça sua beleza e o deixa ainda mais jovem. Mais uma vez me recrimino por sentir aquela coisa dentro de mim.

A sala não deixa nada a desejar ao resto da casa, é elegante, mas não ostenta. Gosto muito da mesa grande, penso numa grande família rindo em volta dela, brincando, uma casa como aquela merecia uma família grande.

─Boa noite, Melissa! – Ele sorri para mim, como um sorriso pode fazer isso comigo? Sorrio de volta, é automático.

─Boa noite, Leon.

─Com fome? – Ele me pergunta enquanto educado me ajuda a me acomodar na cadeira a sua direita. Sinto o aroma da comida diante de mim e a fome surge.

─Sim. Filé ao molho madeira. Foi você quem fez Ariana? – Pergunto enquanto Leon se acomodava, gosto de culinária. No fim eram os momentos mais perto de felizes que tinha naquela casa, quando perseguia os chefs em busca de suas receitas.

Ariana fica surpresa, não esperava ser percebida ali a espera de nos servir, ela quase sorri.

─Não. Temos uma cozinheira.

Ela nos serve e experimento, o sabor é ótimo, tudo perfeito, a cozinheira era mesmo boa.

─Como ela se chama? – Pergunto a Ariana que de novo se surpreende.

─A cozinheira? – Afirmo, ela troca um olhar com Leon. – Mira.

─Pode por favor dizer a ela que está uma delicia e que agradeço? – Ela se espanta, mas a verdade é que sempre sonhei que um dia algum daqueles convidados do meu pai um dia elogiariam a comida, me agradeceria por ela. Nunca aconteceu, tenho certeza que Mira vai gostar de saber.

─Vou dizer a ela.

─Gosta de cozinhar Melissa? – Leon me pergunta entre um gole de vinho e uma garfada.

─Muito. – Sorrio. – Houve muitos chefs de cozinha trabalhando na casa do meu pai, franceses, italianos, aprendi um pouco com cada um. – Ele me observa, parece curioso. Não conto o que veio depois, que um dia eu virei a cozinheira, ele não acreditaria.

─Pensei que odiaria o cheiro de alho. – Seu tom é cínico, posso notar pela sobrancelha erguida.

─Tem muitos truques para isso.

─Claro, imagino que sim. – Ele sorri. Queria entender melhor aquele homem, mas não me atrevo a fazer perguntas. Volto minha atenção a comida, uns minutos depois ele toma mais um gole de vinho. – Não tocou no vinho.

─Não bebo. – Digo com medo de isso causar algum problema, mas ele apenas aceita. Ao menos não está em seus planos me embebedar. Acho que é autoconfiante demais para precisar de artifícios.

─Vou para Atenas amanhã cedo. Pretendia passar mais tempo aqui. Mas surgiu um imprevisto.

─Vai ficar fora? – Pergunto sem saber muito o que sentia sobre isso.

─Não. Apenas durante o dia, meu helicóptero me pega pela manhã e retorno no fim do dia. É assim todos os dias.

─Eu ouvia o helicóptero. – Digo quase que para mim mesma, era meu cavalo branco, o que me salvaria do dragão, irônico, ele é como sócio do dragão. Fico triste, mais um sonho indo por terra, talvez o último deles.

─Gostaria que tomasse o café da manhã comigo, que me esperasse para o jantar, assim podemos nos conhecer melhor.

Afirmo, não devia me sentir lisonjeada com o pedido, mas me sinto. Penso no que faria com o resto do tempo, se devia ficar no quarto como uma espécie de prisioneira.

─Quando estiver fora, durante o dia. O que devo fazer? – Decido que o melhor é perguntar, Leon me olha quase confuso, dá de ombros.

─O que quiser. – Agora eu fico confusa. – Nadar, ler, passear.

─Passear? Quer dizer ir lá fora? – Ele estava falando sério?

─Por que não? Estamos numa ilha Melissa, na minha ilha, garanto que não pode deixa-la, não sem eu saber. Então pode andar a vontade. Além disso Cristus está sempre por perto.

─Obrigada. – É tudo que encontro para dizer, pareço mais livre que na casa de meu pai e aquilo é mesmo estranho e bom.

─Já começou a ler?

─Ainda não.

─Gostou do quarto? Tem tudo que precisa?

Afirmo, ele não tem mesmo ideia de onde e como eu vivia, descanso os talheres e ele sorri, a comida está muito boa. Ele me imita.

─Ariana pode trazer a sobremesa. A menos que esteja de regime, como todas as mulheres que conheço, embora definitivamente não precise.

Fico corada, meu rosto queima, desvio meus olhos dos dele, a ideia de que ele observa meu corpo e gosta do que vê me deixa com reações estranhas e novas.

─Não estou de regime, nunca fiz um regime.

Ariana se retira e ficamos sozinhos, se fosse dona da casa eu a convidaria para se sentar conosco, ou ao menos se retirar, não tem nada demais servir o próprio prato.

─Mulheres nunca estão satisfeitas, é a primeira feliz com o corpo.

Não sei como responder aquilo, meu corpo nunca pareceu muito importante, estava sempre preocupada em mantê-lo inteiro, em não criar problemas, em terminar as refeições, manter a casa limpa, aguentar mais um dia, não dava muito tempo para me olhar.

Ariana retorna e traz uma bela e perfumada torta de chocolate, é minha sobremesa preferida, tem muito significado para mim, acho que deixo isso claro com meu olhar, ele sorri surpreso, Ariana também.

─É minha favorita. Eu sei fazer. – Conto orgulhosa. Ariana sorri mais uma vez, Leon faz sinal recusando e ela o serve de café grego.

─Não gosto muito de doces. Isso é com meu irmão Nick.

─Que estranho? – Como alguém pode recusar torta de chocolate?

─Divirta-se. – É isso que faço, me esqueço um pouco dele ali, o chocolate me acalma, diverte e nem me lembro a verdade que me cerca enquanto aproveito cada pedaço. Não resisto a lamber o garfo enquanto ele toma seu último gole de café. – Tem certeza que não quer uma xicara de café?

─E tirar o sabor da torta? Nem pensar.

─Nesse caso que tal uma volta pelo jardim, a noite está muito clara e agradável.

─Claro. – Eu queria, seria bom sentir o perfume de todas aquelas flores e de algum jeito adiava um pouco a hora de me recolher, ainda não tinha certeza se podia confiar em suas palavras.

Deixamos a casa e seguimos lado a lado pelo gramado, o lugar era encantador, tranquilo, perfumado, fresco, um pedacinho do paraíso, ele tinha muita sorte.

─Seus irmãos não moram aqui?

─Não. Heitor mora em Londres, Ulisses em Nova York e Nick em Boston, estuda em Harvard.

─Puxa que sorte, ele deve ser muito inteligente. Estuda o que?

─Direito. E você, não quis fazer faculdade?

─Estudei em casa. – Como dizer a ele a verdade, porque gastar tempo com ela se vai soar como mentira. O melhor é esquecer o assunto. – Quem cuida do seu jardim? É tão lindo.

─Cristus. Quis contratar um especialista, mas ele gosta, passa todo tempo livre aqui.

─Bom, acho que ele é um especialista, é perfeito.

─Amanhece o dia aqui infalivelmente.

─Eles parecem fieis.

─E são, aqui somos poucos, mas em Atenas e em toda a empresa. É um bom número.

─Tantas vidas que dependem de você. Não tem medo?

─O medo só atrapalha, é preciso arriscar, mas claro que não é um jogo fácil.

─Uma vez fui ao mercado e ouvi uma senhora dizer que os Stefanos tinham trazido prosperidade a ilha.

─As coisas parecem ter melhorado mesmo. É o que dizem, mais turistas.

─Não fica com medo de isso prejudicar a ilha? É tudo tão lindo, quer dizer essa beleza toda natural não pode acabar prejudicada se a ilha crescer muito?

─É bom saber que não sou o único que me importo. Eu já cuidei disso, não permito mais nenhum hotel ou nada que hospede mais gente do que o que já temos aqui.

─E quanto é isso? – Chegamos a um muro com uma bela vista para o mar lá em baixo, uma brisa leve soprava. Vejo as luzes das casas acesas, escuto as ondas quebrarem lá em baixo.

─Uma pensão para quem não pode gastar muito, recebe no máximo oito turistas de cada vez e o hotel que tem espaço para cinquenta pessoas.

─Só cabe isso naquele hotel? Puxa ele parece tão grande por fora?

─Nunca esteve lá? Seu pai sempre deu muitas festas ali, é o mais perto de luxo que a ilha oferece.

─Nunca fui em nenhuma festa lá.

─Devia ter ido, a dívida de Quiron lá é exorbitante.

Aposto que era, ele jantava lá com seus convidados muitas vezes na semana, as vezes apenas com suas amantes e depois de Samara era quase todo dia, até um ano atrás.

Não gosto de ouvir que meu pai deve lá, ele não liga a mínima para mim, mas odeio ser comparada a ele, odeio que nos liguem.

─É tarde Melissa, preciso descansar ou não vou dar conta de todos os compromissos de amanhã. Vamos eu acompanho você até a porta do seu quarto.

Ele enfatiza a porta e talvez seja apenas porque não consigo esconder muito o medo, afirmo e seguimos um ao lado do outro, ele não tocou em mim em nenhum momento, mesmo assim me sinto quase em seus braços, tem uma corrente entre nós, sua presença é marcante, domina o ambiente, me deixa consciente e confusa, assustada ao mesmo tempo ansiosa.

Paramos na porta do quarto, meu coração aos pulos, o medo me dominando de um modo completo. Ele parece tão gentil, agradável, foi tão atencioso, não quero perder isso.

─Boa noite. – Ele diz e em seguida se vira me deixando, nem um movimento, insinuação, nada, apenas me deixa ali e entra na porta ao lado. Surpresa e grata entro no quarto.

Não é fácil pegar no sono, todo aquele conforto é estranho, mas acabo dormindo, acordo muito cedo como de costume, com medo de me atrasar me ponho logo de pé, me arrumo e quando desço a casa parece vazia.

Eu podia dar uma volta pelo jardim antes de encontra-lo, respirar o ar da manhã. Cristus trabalhava no jardim. Sorrio me aproximando.

─Bom dia Cristus.

─Bom dia senhorita.

─Por favor, apenas Melissa.

─Como preferir.

─Seu jardim é lindo, muito bem cuidado, gosto muito desse lugar.

─Obrigado, tem um belo jardim na sua casa, eu notei quando estive lá, as roseiras eram muito bem cuidadas.

─Por mim, eu que mantinha o jardim, fico feliz que gostou. – É estranho, mas me deixa orgulhosa. – Será que posso ajuda-lo de vez em quando?

─Sinto muito Melissa, mas esse não é seu trabalho. – Meu rosto entristece, nenhum deles parece muito disposto a me dar uma chance. – Mas quem sabe um dia desses? – Ele conserta quando percebe minha tristeza, sorrio, quero muito uns momentos ali.

─Obrigada. – Ele sorri de volta.

─Bom dia. – Escuto a voz de Leon e meu coração dispara, me volto e lá está ele, ainda mais bonito que no dia anterior, aquilo é mesmo estranho, as coisas que me provoca.

─Bom dia. – Respondo tentando não sorrir, ele acena para Cristus.

─Me acompanha? – Convida educado e fico pensando se ele é sempre assim, se vai sempre ser gentil.

─Sim. Tchau Cristus.

─Tchau Melissa. – Cristus acena tranquilo, gosto daquele homem.

A mesa de café parece me lembrar os velhos tempos da mansão, as mesas de café do meu pai, nunca desfrutei delas. Ariana surge como que por milagre.

─Bom dia Ariana, que mesa linda.

─Bom dia, obrigada.

Nos sentamos nos mesmos lugares. Me sirvo de suco, ele toma café preto, devia se alimentar se vai ter um dia difícil.

─Devia tomar o suco, se alimentar melhor se vai trabalhar o dia todo. – Me arrependo de dizer, saiu espontâneo, espero por uma bronca sobre cuidar da minha própria vida, ganho um sorriso.

─Está certa. – Ele se serve de suco e mastiga uma torrada com creme cheese.

─Dormiu bem? – Me pergunta e parece mesmo interessado.

─Sim.

O helicóptero se aproxima, escuto o som e encaro Leon, ele me olha, tem um olhar penetrante que parece querer me ver por dentro, me invade sempre como se eu estivesse desprevenida.

─Tenho que ir, termine seu café, já notei que apetite não falta. – Não é uma crítica, percebo pelo sorriso. Mais uma vez sorrio de volta. – Tenha um bom dia.

─Obrigada. Você também.

Fico sozinha ali, assisto ele deixar a mesa e a sala de jantar sem me tocar nenhum momento, começo a relaxar um pouco, talvez ele cumpra sua palavra e não me toque.

Fico de pé, pego a bandeja de prata elegante, junto a louça e olho em volta, a cozinha só pode ser depois daquela porta, caminho com a bandeja, abro a porta, logo vejo a copa e em seguida a grande cozinha, o lugar era mesmo perfeito.

Ariana surge ao meu lado apressada, retira a bandeja de minhas mãos, não parece nada contente.

─O que está fazendo?

─Retirando a mesa. – Pelo seu olhar parecia mais que estava cometendo algum crime.

─Isso é trabalho dos funcionários.

Meus olhos se perdem pela cozinha bem cuidada, todos aqueles aparelhos, o balcão onde uma senhora de cabelos brancos presos em um coque como os de Ariana descascava batatas.

─Bom dia, a senhora deve ser Mira. – Ela me sorri, ali estava um belo sorriso, nenhuma dúvida, apenas alegria e meu coração se aquece. – Amei sua comida.

─Recebi seu recado, obrigada Melissa. – Uma jovem invade a cozinha. O rosto corado, trazia vassouras e um balde com produtos de limpeza.

─Você deve ser a Thaís.

─E você a Melissa, nossa senhora, como é bonita, da até agonia. – Ela brinca, está tranquila e parece ignorar o ar preocupado de Ariana. – E não me deixou nada para fazer no seu quarto, acabo de vir de lá.

─Nem pretendo deixar. – Aviso, lá ao menos ninguém pode realmente me impedir de fazer o que quero. – Posso ajudar Mira?

─Não. ─Ariana se apressa. – É hospede aqui.

─Vamos ser honestas, sabem muito bem que não sou realmente uma hospede. – Dói dizer aquilo, admitir que qualquer uma daquelas mulheres está em situação muito melhor que a minha. – Todos me odeiam nessa ilha apenas por causa do meu sobrenome, não tenho amigos, nunca tive. Aqui tem tanta gente. Por favor Ariana, só quero descascar uns legumes, lavar umas folhas, secar os pratos. Não quero passar meus dias solitária perambulando pela casa.

─O senhor Stefanos não vai gostar.

─Ele é o primeiro a me odiar. – Aquilo é triste, não devia me importar, mas me importo. – Prometo não atrapalhar, é só quando ele não estiver.

─Deixa Ariana. Coitada da moça. – Thaís intervém.

─Ariana nenhuma de nós concorda muito com o que sabemos que está acontecendo, o que custa tornar as coisas só um pouquinho mais fáceis para ela? É a vez de Mira tentar. Ariana me olha firme. Não quero prejudicar ninguém, aceito resignada. Encaro o chão, não quero que vejam minhas lágrimas. Dou uns passos para a saída.

─Só quando o patrão não estiver. – Ariana diz e me volto sorrindo e chorando ao mesmo tempo, elas gostam da minha alegria, Thaís me abraça.

─Obrigada. Obrigada, prometo não desobedecer e muito menos atrapalhar. Sempre sabemos quando ele está chegando por causa o helicóptero eu juro sumir daqui toda vez que ele estiver chegando.

─Comece descascando as batatas, vou testar uma receita nova. – Mira me conta e corro para perto dela, pego o descascador e ela se surpreende com meu talento. – Não é que sabe mesmo o que está fazendo. – Sorrio, o dia parece estar prestes a ser um dos melhores da minha vida. Cristus entra nos olha estranhando minha presença.

─Ela vai ajudar quando o patrão não estiver e não vejo problema nisso. – Ariana diz firme, ele dá de ombros despreocupado roubando uma batata.

─Nem eu. – Meu sorriso se amplia. Talvez eu posso tê-los como amigos, nenhum deles parece me odiar. Thaís se senta ao meu lado, começa a me contar sobre sua vida sem nem mesmo eu perguntar, deve ter mais ou menos a minha idade, mas sua vida é muito diferente da minha. Thaís é livre, dona de si mesma. Já eu... Não sei muito quem eu sou.

As horas passam sem que eu perceba, o almoço fica pronto, Ariana começa a juntar um conjunto de louça numa bandeja.

─O que é isso? – Pergunto sabendo a resposta.

─Vou colocar a mesa para você na sala de jantar.

─Na melhor parte? Deixa eu ficar aqui com vocês, por favor Ariana. Na melhor parte vai me mandar embora, juro que depois do almoço sumo da cozinha, vou ler lá no jardim o resto da tarde.

─Para de ser má com a menina Ariana. Ela ajudou a cozinhar, o que tem demais comer conosco na copa? – Cristus que passava pela cozinha pergunta, pisca para mim e mais uma vez Ariana se rende. Desfaz a bandeja e definitivamente, mesmo sem saberem aquelas pessoas me proporcionavam um dia inesquecível.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Melissa está conquistando todo mundo, acho que essa vingança fica cada dia mais dificil para Leon. No próximo vamos ver como ele está reagindo a ela e um pouco mais dos dois juntos. Quem sabe um primeiro beijo?
Espero os comentários. Beijos