Paixões gregas - Um amor como vingança(Degustação) escrita por moni


Capítulo 3
Capitulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oieee Estou tão feliz de ter vocês aqui! Mesmo não sendo sobre TWD, Espero que gostem.



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Pov – Leon

Fico sozinho em meu escritório, abro e-mails, leio contratos, sempre tanto para fazer, mesmo com todo o time de funcionários, sócios capacitados eu ainda era o centro de tudo e sobrava muito pouco tempo livre.

Suspiro um tanto cansado, me encosto em minha cadeira de couro confortável, a essa hora Cristus já deve estar dando um jeito de trazer Quiron até mim, não tenho dúvidas de que ele virá, a curiosidade e a esperança de quem sabe se dar bem as minhas custas vai traze-lo até mim.

Fico pensando como será sua filha, sorrio com a ideia de uma madame cheia de manias, criada no luxo, acostumada com tudo de melhor que a vida possa oferecer, mimada pelo pai milionário, vai ser divertido domar suas vontades, faze-la se sentir usada.

Imagino uma mulher cheia de maquiagem, perfume francês, saltos altos, óculos de sol. Sorrio com a ideia, escuto uma leve batida na porta, ela se abre em seguida, Ariana surge completamente contrariada.

─Senhor, o Cristus acaba de chegar e ele... Quiron está com ele. – Ela me olha completamente espantada, meu sorriso quase provoca um desmaio em Ariana.

─Mande-os entrar, está tudo bem Ariana, ele foi convidado.

Ela se retira sem discutir, não está nada contente com isso, mas é incapaz de desobedecer uma ordem minha.

Cristus entra acompanhado de Quiron e seu segurança, eu sorrio sem me mover da cadeira, o covarde trouxe seu cão de guarda. Nos encaramos, uma fúria me domina ao notar o quão saudável e bem disposto aquele crápula está, ele tem a mesma idade que meu pai teria.

Os cabelos grisalhos não atrapalham em nada o porte elegante e jovial do homem diante de mim, ele tem o mesmo ar superior de que me assustava na infância, mas não é tão alto como me lembrava.

Controlo meu ódio, vou destruí-lo, não tenho dúvidas sobre isso, não tem nada que ele possa fazer, logo aquele ar superior vai cair por terra. Paciência, apenas isso.

─Como vai Quiron? – Noto seu olhar encantado para a decoração elegante.

─Muito bem. Assim como você. – Ele responde mostrando uma tranquilidade que duvido que sentisse.

─Ótimo, que tal mandar seu cão de guarda aguardar lá fora? Não acha mesmo que colocaria sua vida em risco. Isso me ofende.

─Me espere lá fora Cirilo.

─Cristus, acompanhe o homem, e cuide para que nós não sejamos interrompidos.

Com um movimento de cabeça Cristus me obedece, os dois se retiram, ficamos apenas nós dois, é o primeiro embate, quero guardar cada segundo daquele momento.

─Então o pequeno Leon se deu bem. – Ele diz se sentando na cadeira que indico sem me mover da minha. – Ouvi rumores de que os Stefanos tinham comprado a mansão. Fez uma bela reforma.

─Imaginei que gostaria da reforma, aprecia tudo que é bom e caro não é?

─Sou culpado desse pecado! Gosto do que é bom e normalmente o que é bom é caro. – Ele enfrenta meu olhar.

─Não tem nada demais. Quando se pode pagar é claro. – Provoco, ele ergue uma sobrancelha.

─Boas relações sempre ajudam. Não foi assim que chegou aqui? – Ele me questiona provocador.

─Cheguei até aqui com muito trabalho, meu e dos meus irmãos. Não espero que entenda. Não você. – Meu olhar o assusta, ele sente o perigo. – Mas vamos ao que interessa...

─Não vai me oferecer um drink? Onde estão suas maneiras? – Ele quer ganhar tempo, marcar posição, me fazer parecer um garoto diante de um homem.

─Você vai mesmo precisar. – Fico de pé, caminho até o bar, sirvo uma dose grande de uísque, deixo na mesa diante dele. Quiron pega o copo e toma um longo gole. – Agora que já mostrei minhas boas maneiras tenho certeza que deve estar curioso sobre o que faz aqui.

─Não é uma visita de cortesia? – Ele sorri. – Minha curiosidade me trouxe até aqui, não me lembro de nada que tenhamos em comum.

─Você está em minhas mãos. – Aviso e ele me olha, meu tom firme não deixa dúvidas de que digo a verdade e ele perde a fala. – Se lembra de como eu e minha família deixamos essa ilha quando você e minha mãe... – Não continuo, sei que ele entendeu.

─Seu pai não era muito compreensivo e preferi afasta-lo. – Não tem nenhum remorso em suas palavras, nada de arrependimento, aquilo não significou nada para ele. Meu ódio se inflama. – Agora vamos acabar com esse suspense e me diga, o que quer de mim?

─Já tenho tudo que quero. – Sorrio, fixo meus olhos nele, quero ver cada uma de suas reações. – Comprei cada uma de suas dívidas. Tudo que um dia foi seu agora me pertence.

─Como? ─ Ele se espanta, toma mais um longo gole da bebida.

─Sou seu único e obstinado credor.

─Então é isso. – Ele ergue o queixo, tenta desesperadamente manter a postura. – O que pretende?

─Cobrar cada centavo, expulsa-lo da minha ilha e...

─Sua ilha?

─Cada centímetro dela, inclusive a casa que você vive.

─Você é um...

─Ainda não terminei. Quero sua filha.

─Está louco.

─Eu a quero como minha amante e quero que toda a ilha saiba que a filha de Quiron Kalimontes me pertence até eu me cansar dela.

─Vai violentar uma mulher apenas porque é minha filha?

─Não seja tolo! Não sou um bárbaro. – Eu o provoco, mostro minha força mantendo o ar calmo, mesmo meus olhos cintilando de fúria. – Será fácil seduzi-la, sendo sua filha meu dinheiro deve ajudar, mas não se engane, não vai ter nenhuma vantagem nisso.

─E se ela recusar? – Ele finge estar em vantagem.

Abro a gaveta, retiro a pasta, toda a vida suja dele documentada ali, estendo a Quiron, seus dedos tremem um pouco quando ele aceita, a cada documento sua cor foge de seu rosto, os dedos tremem mais e mais, está chocado.

─Chantagem, venda de informações privilegiadas, propina, gente muito poderosa. – Eu acentuo os pontos fortes do dossiê.

─Me espionou todos esses anos?

─Fiz mesmo um bom trabalho, não acha? – Me recosto na cadeira, cruzo a perna, adoro olhar seu desespero, o ar superior caindo por terra diante dos meus olhos. – Fico me perguntando, quanto tempo acha que demora para um desses seus amiguinhos ai mandar acabar com você quando tudo isso chegar aos jornais?

─Entrego Melissa e me entrega a pasta? – Melissa. Me dou conta que só agora descobri o nome de minha futura amante.

─Não entendeu Quiron, não estamos negociando. Quero sua filha aqui até as seis da tarde. Vou te dar duas passagens de avião para os Estados Unidos, vai partir com sua amante quando eu achar que é hora de ir. E o dossiê fica comigo, gosto de saber que nunca mais terá paz pensando sobre se eu vou ou não entregar isso para imprensa.

─Melissa vai viver aqui com você? – Ele pergunta, não parece sentir qualquer remorso.

─Até que me canse dela, depois eu a devolvo a você. – Pela primeira vez minhas palavras me causam repulsa, mas não arrependimento. – Eu a quero aqui, descumpra sua parte e os jornais do mundo darão a mesma manchete amanhã. Sua visita acabou, acho que conhece a saída.

Quiron se põe de pé, tonto com tudo que ouviu, sem alternativa deixa minha sala, minha casa e sou obrigado a admitir que a ideia de me entregar a própria filha não o torturou tanto quanto esperava, devo ficar atento, aquele crápula tem planos.

Volto ao trabalho, tento me concentrar nos papéis diante de mim, mas fico ansioso, será que Quiron vai trazer a mulher? Assisto o relógio caminhar lentamente. Preciso comunicar Cristus e Ariana. Eu os chamo e sou atendido prontamente como de costume.

─A filha de Quiron será minha hospede por um tempo, ela deve chegar por volta das seis horas, prepara um quarto ao lado do meu para ela Ariana. Seu nome é Melissa.

─Acho que não entendi bem senhor, a filha do Kalimontes vem se hospedar aqui? – Ariana não era tão discreta quanto Cristus.

─Sim.

─Vai viver aqui? Ela...

─Tenho planos para ela Ariana, acho que não preciso dar detalhes, sempre foi bastante inteligente, a receba bem, dê a ela tudo que precisar, todo conforto se é que me entende.

─Sim senhor.

─Nenhum Kalimontes deixa a ilha até eu decidir Cristus, cuide disso.

─Claro senhor. – Os dois se retiram, volto ao processo de espera, então finalmente Ariana volta a minha sala.

─Ela chegou, está na sala senhor.

─Obrigado, vou recebe-la.

Espero uns minutos, é bom que ela espere um pouco, assim já começa a perceber que não é o centro de tudo. Respiro fundo, vamos ver como se apresenta a filha de Quiron.

Não me preparei como devia para o encontro, me dou conta disso no momento em que ponho meus olhos no anjo que tenho de pé, no meio de minha sala. Tinha a pele clara, delicada, os cabelos negros estavam presos em uma longa trança que escorria pelo ombro, usava sandálias baixas, um vestido branco, simples, nenhuma maquiagem, nada de joias. O oposto do que sempre esperei. Melissa encarava o chão e apertava a mala pequena nas mãos como se ali estivesse sua salvação.

Ela sente minha presença, ergue o olhar e me deparo com os mais belos e assustados olhos azuis, sua beleza é perigosa, Afrodite, é como estar diante da deusa da beleza e do amor.

Perco o raciocínio por um breve momento, é como levar um susto, um soco na boca do estômago.

Eu devia simplesmente mandar que desse meia volta e fosse embora, aquilo é muito perigoso, nos encaramos um longo momento, sinto sua surpresa ao me olhar.

─Melissa Kalimontes. – Saio do transe quando me aproximo dela. – Seja bem-vinda.

─Senhor Stefanos. – Ela me encara apertando mais a mala. Sua voz é doce e melódica. – Eu... Meu pai...

─Pelo que posso notar ele não a acompanhou até aqui. – Ela se preocupa, me olha sem saber o que dizer.

─Não sabia que o esperava.

─Não, eu não esperava, acho que sempre soube que ele a mandaria sozinha. Estou satisfeito em não ter que vê-lo de novo. Me chame Leon apenas.

─Como quiser. – Ela mais uma vez encara o chão, aperta a mala desconfortável.

─Caminhou até aqui? – Melissa afirma, me faz pensar em uma criança perdida e assustada.

Sorrio, claro que esse era o plano, era tão óbvio, ela faria o papel da jovem inocente, tentaria me iludir com aquelas maneiras suaves, vamos ver quanto tempo até a máscara cair e Melissa Kalimontes mostrar suas garras.

─Acho que deve estar cansada, vou mostrar a casa a você. Essa é a sala principal, aquelas portas levam a sala de tv e jogos, o lugar preferido dos meus irmãos. – Ela me acompanha ainda segurando sua mala que propositadamente não me ofereço para levar. – Aqui é a biblioteca. – Abro as duas portas de correr e seus olhos brilham, entramos, ela deixa a mala no chão, caminha pelas estantes, toca os livros com as pontas dos dedos, a cabeça meio de lado lendo os títulos.

─Gosta de ler Melissa? – Seus olhos brilham tanto que não consigo achar aquilo fingimento, me faz sorrir. Ela se assusta com a pergunta, parece só então se lembrar de mim ali.

─Muito. – Ela não gasta muito tempo me olhando, volta para os livros. – Já leu todos?

─Infelizmente não. Mas pretendo. Trabalho demais.

─Entendo. Qual o seu preferido? – Fico surpreso com a pergunta, dou uns passos pela sala, vasculho pela estante.

─No momento é este aqui. – Pego um dos livros. – Aqui, O conde de monte cristo. Já leu?

─Não. – Entrego o livro a ela, Melissa abre com cuidado, cheira as páginas de olhos fechados.

─Típico.

─Como disse?

─Pessoas que gostam de livros costumam gostar do cheiro, meu irmão Nick sempre faz isso, cheira os livros. – Sorrio e ela sorri de volta, não é boa ideia olhar muito para ela, tem qualquer coisa de feitiço em seu sorriso. ─Fique a vontade para ler o que quiser.

─Obrigada. Posso começar por esse?

─Por que não! – Dou de ombros e ela mantem o livro com ela. – Vamos vou mostrar o resto da casa.

Deixamos a sala e continuo meu tour com Melissa ao meu lado carregando sua mala e também o livro.

─Por essa porta chega a copa, cozinha e os quartos dos funcionários. – Ela afirma, dá uns passos naquela direção. – Onde vai?

─Pensei que eu... – Ela se cala indecisa.

─Vamos, vou mostrar a parte superior. – Ela me acompanha, agora parece ainda mais assustada, é mesmo uma boa atriz. – Aquele lado fica os aposentos dos meus irmãos, não ando muito por lá, eles vem pouco aqui. Essa é minha ala. Aqui fica meu quarto. – Aponto a porta e ela engole em seco, eu quase podia acreditar que estava com medo de ser puxada para dentro, mas nem mesmo abro a porta.

Seguimos mais uns passos até a porta seguinte.

─Este é seu quarto. – Abro e faço sinal para que entre, depois a sigo, seus olhos estão perplexos, ela olha em volta surpresa. – Se sentir falta de qualquer coisa é só avisar Ariana e ela providencia.

─Meu quarto? Vou ficar aqui?

─Não acho que deixe nada a desejar ao que tinha na casa de seu pai. Sabemos que seu ele não anda bem das finanças, não deve ter nada muito melhor por lá.

Ela me olha, pensa em dizer qualquer coisa, mais uma vez desiste.

─É perfeito. – Ela decide responder, afirmo, era mesmo, agora chegamos ao ponto.

─Preste atenção Melissa. – Eu exijo e sinto seu leve tremor ao me encarar. – Eu quero você. – Seu rosto enrubesce na mesma hora, seus olhos arregalam. – Mas não vou passar dessa porta até que me convide. Isso é uma promessa. Temos muito tempo.

Melissa mantem os olhos em mim, assustados e tímidos, o rosto vermelho como fogo, engole em seco muda, não se move, não responde, parece mesmo uma garota inocente, como se essa fosse a primeira vez diante de um homem que a corteja. Aquilo pode ser divertido, mas também perigoso, um dos dois pode se machucar, mas não vou retroceder, nem mesmo um passo. Vou até o fim, Quiron Kalimontes e qualquer um que tenha seu sangue merece pagar.

─Vou deixa-la descansar, caminhou até aqui, deve estar exausta, jantamos as oito. Ariana virá busca-la.

Giro nos calcanhares e deixo o quarto sem esperar resposta, nem mesmo acho que ela diria qualquer coisa. Fecho a porta atrás de mim e fico um segundo pensativo.

O jogo começou. Caminho para meu quarto, tomo banho e me visto para o jantar, depois desço, Ariana me aguardava na sala.

─Como será agora senhor?

─Já recebemos muitos hospedes Ariana, é como sempre foi, sirva o jantar as oito, vá busca-la quando chegar a hora e a leve até mim na sala de jantar.

─Está certo. Ela é jovem.

─Sim, vinte e dois anos pelo que soube.

─Bonita, muito mais do que eu esperava, nossa acho que eu nunca vi uma moça assim, ouvi dizer que a mãe dela era bonita, mas será que tanto assim?

─Conhece a história da mãe dela?

─Não sei se tudo que dizem é verdade. O que sei é que era uma rica jovem e solitária herdeira, Quiron a conquistou, claro que de olho na fortuna, mas ela amava muito ele.

─Ele pode ser um grande mentiroso quando quer. – Aquela garota só podia ter herdado aquilo do pai.

─Parece que depois ele mudou muito com a mulher, traia ela, só queria mesmo seu dinheiro, dizem que ela morreu de tristeza, não sei dizer se é mesmo verdade. Ele ficou sozinho com a filha, educou ela em casa e só.

─O homem tem talento para arruinar famílias. – Ariana afirma e me deixa, o celular toca.

─E então? – É a voz de Heitor do outro lado.

─Tive um encontro com Quiron, foi interessante.

─Já mandou ele deixar a ilha? – Meu irmão pergunta e decido que ainda era cedo para revelar tudo.

─Ainda quero tortura-lo um pouco Heitor, me dê uns dias.

─Por mim tudo bem. Qualquer coisa me avisa, vou desligar, ainda tenho uma reunião antes de poder ir para casa.

─Está bem. Boa noite. Eu aviso se tiver novidade, apenas não se preocupe mais com isso, está tudo sob controle.

Desligo, será mesmo? Não sei, ela é bonita demais, encantadora demais, definitivamente controle é algo que vou ter que buscar. Mas a máscara vai cair, quando Melissa Kalimontes mostrar quem realmente é o encanto se vai, não gosto de mulheres fúteis e superficiais, não perco mais que uma ou duas noites com elas.


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Notas finais do capítulo

Agora vamos ver no próximo o que Melissa achou desse primeiro encontro e como os dois vão se relacionar.
BEIJOS
Comentem, quero ver o que estão achando.


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