Generation escrita por Suzanna


Capítulo 5
Capitulo 5 - Sentimento!




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Crianças brincando em suas bicicletas, pais de olhos atentos nos filhos, bebês dormindo nos carrinhos, idosos lendo jornal e jogando dominó, carrinhos de sorvete e cachorro quente, sem esquecer a pipoca e o algodão doce. Havia de tudo no parque em frente à casa do Nick, na verdade eu estive aqui ontem com os outros, mas nem imaginei que ele e Dallas moravam aqui perto – deve ser por isso que o vi ontem aqui, sozinho e pensativo.

__ Então, está se envolvendo com Dallas? – perguntou Nick enquanto comíamos cachorro quente sentados no banco de madeira, fazia um tempo que eu não comia cachorro quente.

__ Não, se eu estivesse eu estaria aqui?! – respondi, ele sorriu e negou.

__ Como nunca notei você antes?! – perguntou sorrindo meigo.

__ Porque antes do Dallas chegar havia uma linha que separava os populares dos sem facção?! – ironizei.

__ Ele fez um bom trabalho em acabar com isso. – disse ele.

__ Então, oque há entre você e Phoebe? – perguntei cortando o assunto – Dallas.

__ Nada. Se houvesse eu estaria aqui?! – imitou-me, ambos rimos.

__ Bem vingativo. – brinquei.

__ Não, não. Justo. – concertou-me.

__ Ok. Mais é porque vocês vivem brigando e já ficaram varias vezes. – expliquei.

__ É meio complicado. No começo eram apenas por diversão, da parte de ambos eu creio, mas depois foi tomando uma linha de nosso raciocínio... – eu o interrompi.

__ Começaram a se gostar? – perguntei.

__ Digamos que sim. Mas, ela decidiu parar, disse que não queria esse sentimento, que tinha medo e que era melhor pararmos ali, eu somente aceitei. – concluiu.

__ Mas, ainda continua louco por ela, não é?! – perguntei procurando seus olhos.

__ Não. Vem, vou te levar em casa. – respondeu se levantando e erguendo sua mão para mim de forma cavalheira.

Ele odiou o assunto – droga, Angel – peguei sua mão e seguimos para seu carro, ele abriu a porta e eu adentrei o mesmo, deu a volta e adentrou no banco do motorista, deu partida no veiculo e colocou o mesmo no transito para minha casa. Assim que ele estacionou em frente á minha calçada, eu agradeci mentalmente, o silencio entre nós estava me matando.

__ Desculpe-me. – pedi, ele me olhou confuso.

__ Por? – perguntou.

__ Perguntar sobre Phoebe. – respondi, ele sorriu e acariciou meu rosto.

__ Esquece linda. Phoebe é assunto encerrado! – ele disse, eu assenti e me aproximei de seu rosto e depositei um beijo estralado na sua bochecha.

__ Obrigada por hoje. E até amanhã. – falei enquanto saia do veiculo.

__ Obrigada você. Até. – respondeu dando partida e sumindo na estrada.

Quando entrei em casa percebi que estava sozinha, meus pais estavam no trabalho, cocei a nuca e passei os dedos entre os cabelos, fui para meu quarto e deixei a bolsa cair no chão, me joguei na cama de papo para cima e fitei o teto branco acima de mim, peguei o celular no bolso traseiro da calça e mirei a tela do mesmo.

Não sei se já está em casa, mais estou indo ai!” – Phoebe.

Suspirei preocupada e corri para o banheiro, me despi e deixei a água gelada do chuveiro escorrer pelo meu corpo, enrolei-me numa toalha e voltei para o quarto, vesti um vestido jeans claro de mangas longas, arrumei o coque em meu cabelo, calcei minhas havaianas e fui para cozinha procurar algo para comer.

Nunca curti cozinhar, também nunca fui boa nisso, meus amigos dizem que minhas panquecas são maravilhosas – mas só isso mesmo – abri os armários pegando todos os ingredientes e comecei a fazer a única coisa que sei fazer – não posso viver somente de panquecas, precisamos de uma empregada – eu adorava a parte em que eu jogava para cima e ela caia certinho na frigideira, antes eu não sabia fazer isso, mas Pedro me ensinou – também poderá quem joga futebol americano sempre tem uma boa mira – já estava na quinta panqueca, desliguei o fogão, coloquei as mesmas num prato e despejei o melado que meu pai comprará somente para mim.

Despejei um pouco de leite no copo de vidro e levei tudo para sala, às vezes eu amava ficar sozinha e às vezes eu queria até um amigo imaginário, Rosie aquela falsa não viera me perturbar hoje – deve está dormindo – bufei enquanto ria e coloquei as coisas sobre a mesa de centro, peguei o controle da televisão e do DVD, pus o filme – Hobbit – joguei a pernas para cima da mesa de centro e passei a me deliciar das minhas maravilhosas panquecas e do meu rápido copo de leite.

O som da campainha soou pela casa, deveria ser Phoebe...

__ Se não estivesse em casa, eu te mataria! – ela disse passando reto por mim e caminhando até o sofá, se jogando sobre o mesmo e pegando uma das minhas panquecas.

__ Que ousadia... – ironizei, ela sorriu torto e assentiu.

__ Cheguei numa boa hora... Panquecas! – disse animada e com brilho nos olhos, eu não disse que eles amam minhas panquecas?!

__ Veio falar do Nicolas? – perguntei me sentando ao lado dela, ela estava me matando com aquela falta de explicação do porque ela veio aqui e tão rápido.

__ Angel... Nicolas Steele foi um caso do acaso! – ela disse e no fundo eu sabia que ela estava mentindo, pois quando ela dizia o nome dele, seus olhos pareciam estrelas acesas á noite.

__ Não é o que seus olhos dizem. – respondi sorrindo meio obvio.

__ E oque eles dizem? – perguntou se virando em minha direção, há essa altura eu não prestava mais atenção no filme.

__ Eles brilham quando diz o nome dele, Phoebe! – respondi, ela suspirou e depois fechou os mesmos, eu sabia que tinha chegado ao ponto fraco dela.

__ Olha Angel, esquece esse assunto, eu escolhi acabar com isso e não me arrependo então se está preocupada em ficar com ele e depois eu ficar com raiva, não se preocupe vocês são livres para fazerem oque quiserem. – ela disse e parecia ser com toda sinceridade do mundo.

__ Não pretendo ficar com ele. – resmunguei.

__ Por que é besta. Ele é um gato, mas você que sabe, não pode ficar pensando no Dallas para sempre! – ela disse sorrindo irônica.

__ E quem disse que eu penso no Dallas? – perguntei irritada, ela está louca, eu não penso nada nele.

__ Seus olhos, amiga... Seus olhos! – respondeu imitando-me, ela riu e eu bufei.

***

__ Da Da Da Da. The smell of your skin lingers on me now. You're probably on your flight back to your hometown… - eu cantarolava a musica enquanto usava minhas unhas pintadas de preto para fazer as notas no violão preto que eu ganhara de meu pai ano passado.

Rodei meus olhos pelo quarto, a porta estava aberta e meu pai estava parada nela, encostado ao batente me olhando e sorrindo:

__ Quando está tocando e cantando dessa forma, fica parecida mais ainda com sua mãe quando jovem! – informou adentrando meu quarto e se sentando em minha cama onde eu também estava sentada.

__ Pelo menos não tem como ninguém duvidar da minha paternidade. – eu brinquei ambos sorrimos e ele assentiu.

__ Só vim te avisar que estou no escritório se precisar! – ele disse, assenti, ele se levantou caminhando até a porta.

__ Pai... – chamei e ele voltou a fitar-me.

__ Sinto falta dos outros. Do Alexy, da íris, de todos. Quando eu era pequena que morávamos lá, eles viviam me mimando! – falei lembrando-me de uma bela infância.

__ Eu também sinto filha. Até mesmo do babaca do Nathaniel! – respondeu sorrindo e coçando a nuca, eles nunca iriam se gostar mesmo.

__ Será que um dia veremos todos de novo? – perguntei tristonha.

__ Tenho certeza que sim. – respondeu confortante e saiu fechando a porta.

São tantas saudades… Saudade de minha infância, de ficar a manhã toda assistindo desenhos, de não me preocupar com nada, de sorrir das coisas mais idiotas. Saudade de muita gente também, principalmente dos meus antigos amigos, que hoje em dia já não vejo mais, das brincadeiras que nós fazíamos, de conversar com eles, de falar pra eles as coisas mais sem noção, e eles rirem. Saudade de pessoas que eu nunca pensei em conhecer um dia, e de uma forma mais inesperada eu as conheci, e desenvolvi um carinho muito grande por elas, porém precisaram tocar as suas vidas pra frente, e me deixam pra trás, já não nos falamos como antes, mas eu ainda sinto saudade, e de vez em quando, ouvindo uma música, ou falando algo, eu acabo lembrando –delas –. São pessoas e momentos que marcaram a minha vida, não da pra esquecer-se disso.

Saudades de quando Alexy me enchia de joias e maquiagem, eu mal tinha seis anos, minha mãe gritava com ele toda vez e ele ria feito uma criança, lembro-me dele dizendo que sempre quis roubar meu pai para ele, lembro-me da Iris me levando para passear no parque e sempre encontrávamos meu padrinho Lysandre, hoje eu entendo que ela sempre queria mesmo encontra-lo, lembro-me da Viollete me desenhando num bloquinho de papel, lembro-me do meu tio Armin me jogando para cima e me rodando no ar, lembro-me das minhas tias disputando minha atenção, lembro-me de chorar para ir à casa da minha madrinha Rosa, lembro-me de tanta coisa, coisas que não queria que fossem embora.

***

Não me lembro de ter pegado no sono, mais quando acordei o sol que entrava pela fresta da cortina da janela do meu quarto já estava queimando minha pele e os passarinhos já cantavam anunciando que um novo dia acabará de nascer, encarei meu despertador, faltava somente uns minutos para ele tocar, desliguei-o antes e fui para o banheiro – nem jantei á noite, vou acabar secando mais – me despi, liguei o chuveiro e tomei um banho gelado, voltei para meu quarto enrolada em uma toalha e encontrei minha mãe abrindo a janela e arrumando minha cama.

__ Mocinha, quando comer na sala, por favor, coloque os pratos na pia. – repreendeu-me, o papo com Phoebe ontem acabou me fazendo esquecer-me de lavar a louça.

__ Foi mal, mãe! – respondi procurando uma roupa no armário.

__ Venha logo tomar café, você não jantou ontem. – ela disse saindo do quarto.

Encontrei um vestido xadrez vermelho e azul e o vesti, calcei uma bota cano médio e salto plataforma preta, soltei os cabelos do coque, passei delineador, uma sombra leve e um batom vermelho, caprichei no perfume, coloquei algumas joias, peguei meu celular, minha bolsa e sai do quarto fechando a porta, indo direto para a cozinha, onde meus pais estavam sentados tomando café.

__ Diga que dessa vez seu bolo não solou. – fui logo dizendo assim que me sentei e vi o bolo de chocolate sobre a mesa, da ultima vez que minha mãe fez, solou.

__ Bom dia para você também, Angel. – respondeu ela ofendida, meu pai riu.

__ Dessa vez está comestível... – meu pai disse brincalhão e recebeu um olhar severo da minha mãe, ambos rimos.

Quando terminei meu café, me levantei e esperei minha mãe pegar umas coisas no escritório, quando ela voltou, eu me despedi do meu pai e sai de casa juntamente com ela, ela destravou o carro e seguiu para o banco do motorista...

__ Banco de trás, Angel. Rosa irá conosco no carro hoje! – ela disse antes de eu adentrar o veiculo, assenti e adentrei no banco de trás, ela deu partida e logo parou em frente à casa das Fields.

Pela porta branca passou Rosie – como sempre, arrasando no visual – e logo depois minha madrinha Rosa, com uma roupa casual e comportada que nem a de minha mãe só que azul marinho e a da minha mãe era cinza. Rosie adentrou o carro e se sentou ao meu lado, sorriu para mim e me deu um abraço, logo depois Rosa adentrou o meu antigo lugarzinho na frente.

__ Bom dia madrinha! – falei sorrindo para ela, a mesma se virou e me fitou.

__ Bom dia, Angel! – respondeu sorrindo meiga.

Minha mãe deu partida no carro e nos colocou no transito para o colégio.

***

__ Acho que chegamos cedo demais! – anunciou a morena ao meu lado.

Realmente. O colégio estava um silêncio total, não se via um pé de gente nos corredores que costumam lotar.

__ Ou todos foram abduzidos... – brinquei.

__ Idiota. – disse rindo.

__Vou aproveitar e passar na biblioteca preciso devolver um livro. – ela informou começando a caminhar e me deixando sozinha no corredor, Rosie Fields lendo um livro?! Isso é novidade para mim.

Caminhei em passos lentos até minha sala, não ficaria ali no meio do corredor parada que nem um zumbi, a mesma estava vazia, segui até a ultima carteira e me sentei deixando a bolsa cair no chão e fitei o estacionamento vazio pela janela, deitei a cabeça sobre a carteira, meus cabelos fizeram o trabalho de cobrir meus olhos da claridade. Ouvi o barulho da porta se abrindo e não tive vontade de olhar quem era só podia ser Rosie, só havia eu e ela aqui mesmo.

Um baque no chão parecia uma mochila caindo no chão e depois uma cadeira rangendo – caralho, Rosie está agitada hoje – abri os olhos, passei as mãos pelos cabelos e levantei a cabeça dando de cara com quem fez tanto barulho.

__ Foi mal, não queria te acordar... – disse o dono do par de olhos escuros e da boca mais linda que já vi – e já beijei – revirei os olhos e suspirei ter contato com ele estava sendo difícil demais para mim.

Desci mais meu corpo na cadeira e joguei os braços para cima da carteira, entrelaçando os dedos, ele me deixava nervosa e aflita, o encarei de canto, ele mexia em seu celular e por coincidência o meu vibrara na bolsa, alcancei a mesma no chão e peguei o meu iphone de dentro dela.

Se eu me aproximar de você, não
vai me bater, vai?” –
Cameron.

Onde ele conseguira meu numero?! E por que ele está me mandando mensagem se está bem perto de mim?! O encarei de relance, ele franzia um cenho ao me olhar.

“Oque quer?” – Angel.

“Conversar.” – Cameron.

“Então fale.” – Angel.

Eu pensei que ele fosse conversar por mensagem, mais ele se levantou e se aproximou de mim, se sentando na cadeira em frente á minha...

__ Ficou com o Nicolas ontem? – ele perguntou, bufei irritada.

__ É isso?! Pois bem, não é da sua conta. – respondi irritada e me levantei querendo sair dali, ele se levantou em seguida e arrancou a mesa que nos separava, parando em minha frente.

__ Angel, você não entende. Nicolas não gosta de você! – ele disse confiante, faltavam somente centímetros, nossos rostos estavam perto demais e nossos corpos quase colados.

__ Não precisa gostar para ficar. E já que é assim, me diga senhor sabichão quem gosta de mim? – perguntei irônica, eu estava ficando cada vez mais nervosa e ele cada vez mais próximo, eu podia sentir seu hálito de menta em meu rosto.

__ Você deveria saber... – ele disse debochado, engoli em seco quando ele simplesmente me empurrou de leve, me fazendo cair sentada sobre uma mesa atrás de mim, adentrou o meio de minhas pernas e puxou minha nuca colando nossos lábios em um beijo totalmente cedido, sua língua pediu passagem e eu dei, sua mão segurava firme meus cabelos enquanto a outra envolvia minhas costas, involuntariamente ou talvez totalmente querendo, minhas mãos seguiram para gola de sua camisa o puxando ainda mais para mim.

(...) E quando eu percebi oque estava fazendo, já era tarde
demais! Pois, o sentimento já morava em mim.


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