__ Por sua causa? – sorrio debochada. __ O mundo não gira em torno de você, querido Dallas!

Ele arqueia o cenho e sorri convencido. Droga, por que ele tem que ser tão maravilhosamente lindo e imbecil?!

__ O mundo não, mas já o seu mundo... – diz dando ênfase.

__ Lamento lhe informar, mas... – me ponho de pé, encarando-o irritada. __ Você não está com essa bola toda!

__ Tem certeza que não? – pergunta ironicamente, se aproximando.

Uma mistura de sentimentos toma conta de mim. Ódio, tristeza, mágoa, amor, saudade, desejo...

__ Olha aqui seu...

__ Vamos parar! – Rosie corta-me.

__ É... – Carter chama nossas atenções. __ Tudo bem que estão com assuntos mal resolvidos, mas não nos envolva nisso!

__ Não nenhum assunto mal resolvido! – eu e Cameron dizemos em coro.

__ Depois dizem que não se amam... – Pedro suspira fazendo os outros rirem.

Encaro Cameron demonstrando toda minha fúria e depois lhe dou as costas, pegando minhas coisas e saindo.

__ Angel, espera... – Rosie grita e ouço seus passos me seguindo.

*...*

__ Precisa mesmo ir para Nova York? – pergunta enquanto caminhamos pela calçada vazia.

__ Preciso. – respondo. __ Preciso de um tempo para mim e...

__ Um tempo longe do Cameron! – corta-me.

__ Não consigo esconder, não é mesmo?! – bufo passando as mãos pelos cabelos.

__ Não para mim. – ela sorri. __ Eu sei que essa pose durona ai uma hora vai desmanchar e eu queria está por perto para te amparar, por que sei que você está tentando ao máximo ser forte. – olho-a sentindo meus olhos marejarem.

__ Eu acho que nunca senti uma dor tão grande... – resmungo deixando uma lágrima escapulir.

__ Aliviaria se você não a prendesse dentro de você! – rebate se aproximando. __ Não prenda esse choro, libere-o.

__ No que isso vai me ajudar? Vou chorar e demonstrar o quanto sou fraca. – suspiro.

__ Acredito que chorar não tenha nada a ver com fraqueza. Pelo contrário. Quando você chora, você está sendo corajoso o bastante para admitir que você tenha sentimentos. – Rosie diz com os olhos brilhando intensos.

__ Do que me adianta admitir meus sentimentos? Eles foram jogados fora como um nada, e isso dói mais que tudo. – rebato.

__ Minha mãe sempre diz que quando choramos estamos também eliminando o que há de ruim em nossos corações. – explica.

__ Eu espero que ela esteja certa, por que não aguento mais... – digo liberando as lágrimas.

O pior de tudo é vê-lo ali, em minha frente, e ver todos os momentos que passamos juntos passando como um filme em minha cabeça. Ele me olha, eu desvio, olho para o chão, jogo o cabelo na cara e passo como se nada tivesse acontecendo, tentando esquecer toda a mágoa que ainda está em meu coração. Tudo que eu mais quero e poder ser feliz de novo, me achar novamente, porque por enquanto, continuo perdida, perdida em lembranças, e em tempos que não voltam mais.

*...*

Quando coloco minha cabeça no travesseiro as lagrimas começam a cair, quando elas começam a cair, eu sinto uma dor tão forte no peito, sabe oque essa dor significa? Significa não tê-lo ao meu lado, significa vê-lo sorrindo por ai enquanto eu estou aqui chorando.

Às vezes eu me pego pensando, oque ele deve estar fazendo agora? Será que ele está pensando em mim? Será que ele sorriu hoje? Como será que ele está. Será que ele também chora pensando em mim?

Queria de todas as maneiras concertar o eu e ele, para se quem sabe pudéssemos ser um casal de verdade, daqueles que a gente sonha quando estamos apaixonados. Tentei tanto concertar isso e acabei me esquecendo de que certas coisas não tem concerto. Certas coisas, pra falar a verdade, nunca deveriam ter acontecido, e se aconteceu foi porque o calor do momento fez com que a razão fosse simplesmente um nada naquela situação.

Se eu me arrependi de tê-lo conhecido? Bom, acho que não. Não me arrependo de tê-lo conhecido, de ter me apaixonado por ele… Arrependo-me de ter sido tola, de ter fechado os olhos diante de coisas que poderiam me machucar, e machucaram. Arrependo-me de ter me entregado tanto a ele. Arrependo-me por ter ignorado o fato de que eu e ele foi apenas um engano. Ignorei porque independente de qualquer coisa que estava acontecendo eu o queria.

O queria de uma forma tão estranha que parei de pensar no que iria me fazer bem para pensar no quanto eu ficaria bem ao lado dele se tudo aquilo que eu imaginava se tornasse verdade. Pois bem, eu me enganei. Me enganei tanto.. E agora eu percebo o quanto fui ingênua por imaginar que seriamos um casal perfeito, desses de novela, que ignora todas as diferenças para pertencer um ao outro.

__ Querida? – minha mãe bate na porta do quarto. __ Está tudo bem? Quer conversar?

__ Me deixa sozinha, mãe. – resmungo abafado, com a cabeça escondida no travesseiro da cama.

__ Mas você não comeu nada... – diz preocupada.

__ Quando me der fome, eu como. – rebato ríspida.

__ Ok. – suspira. __ Se quiser conversar é só me chamar...

PVD CAMERON

Os dias estavam passando rápido e cada vez mais a tristeza crescia dentro de mim. Eu nunca havia me sentindo tão impotente e dependente de alguém como me sinto com Angel. O pior de tudo é pensar em alguma saída para isso tudo e ver que não há nenhuma.

Sinto saudades da sua risada incrível, das suas mil idiotices e chatices. Do seu medo de tudo. Do seu ar de menina independente, que não precisa de ninguém. Mas quando tá no escuro, ainda pede pra alguém abrir um pouquinho à porta e deixar a luz entrar. Da sua indiferença, e do seu modo de dizer que a minha diferença não afeta ela em nada. Da sua teimosia. Da sua mania insuportável que ela tem de achar que pode burlar tudo o que mandam fazer. Do seu abraço reconfortante. Dos seus beijos deliciosos e doces. Do seu toque macio, quente e calmo. De sua pele sensível e cheirosa. De seus cabelos enrolados em meus dedos. Do seu corpo colado ao meu.

É sempre assim, tudo o que eu faço me lembra dela, me faz pensar em como seria se ela tivesse aqui comigo, eu espero que essa dor um dia passe.

Ela despertou as coisas mais bonitas que existiam em mim, que eu nem sabia que tinha. Ela colocou brilho em meus olhos e paz no meu coração. Ela é a única pessoa que sabe decifrar meu olhar. E só ela consegue fazer isso. Tudo isso. Só ela consegue me deixar sem palavras, sem forças, com falta de ar. Eu rezo para que em outras vidas nós venhamos a nos encontrar de novo e que um simples detalhe faça a gente lembrar-se de tudo o que nós vivemos.

Empurro a porta da sala e adentro a mesma, dando de cara com a turma toda sentada conversando sobre a prova. Meus olhos seguem quase que involuntariamente para o fundo da sala e lá está ela. O motivo dos meus sonhos, meus desejos e minhas metas.

Angel está em pé conversando com seus amigos. Ela está tão linda! Observo-a vestida em um short preto e curto, o que a deixa bastante desejável, uma regata branca e por cima uma jaqueta jeans azul. Seus cabelos caídos sobre os ombros, dando um efeito perfeito de varias ondas. Seu rosto um pouco pálido e abaixo dos olhos algumas olheiras. Porém continuando linda...

Seus olhos finalmente me notam e sinto como se uma faca atingisse meu peito assim que ela engole em seco e desvia seu olhar do meu.

__ Amor! – ouço a voz estridente de Melissa zoar meus ouvidos.

Olho-a sem animação e arqueio o cenho observando-a se aproximar sorrindo.

__ Melissa, já te pedi para parar de me chamar assim. – bufo. __ Nós não somos namorados!

Ela arregala os olhos e noto toda a sala no olhando. Passo os olhos rapidamente por Angel e quase vejo um sorriso escondido dela.

__ Não diga isso querido... – Melissa diz cínica. __ Na verdade eu fingirei que não ouvi nada disso.

Sorri se aproximando rapidamente e depositando um selinho em meus lábios.

__ Já falou com seus amiguinhos que também vou nessa viagem de vocês? – pergunta olhando com nojo para os mesmos.

__ Por que você mesmo não fala? – devolvo cansado.

__ Ah amor, nós dois sabemos que...

__ Você é tão fútil que não se dá bem com nenhum deles! – corto-a. __ Melissa, não me encha com isso. Se quiser tanto ir, vá lá e diga a eles que quer. – me afasto dela e sigo em direção ao Nicolas e os outros, me sentando próximo a eles, o que é próximo a Angel.

PVD ANGEL

Não deveria me sentir feliz pelo fato dele está a tratando mal, até por que ela não fora o motivo pelo qual ele me magoara e terminara comigo. O pior é saber que o motivo fora ele mesmo, que ele quem escolhera assim, escolhera me magoar e me deixar.

Amanhã seria o ultimo dia de prova, o que significa que logo estarei longe daqui. O que necessariamente chega a ser bom, pois não tenho certeza se aguentaria ver mais ela o chamando de amor, o abraçando, o beijando, o tocando e muito menos dividir espaço com eles.

__ Prontos? – o professor diz chamando minha atenção.

Todos na sala gritam que sim e ele começa a nos entregar as provas de química, física e língua portuguesa.

Passo os olhos nas provas e subo o olhar, colando-os no corpo bronzeado, cabelos bagunçados e olhos focados no papel. Seus olhos fogem por um segundo do mesmo e correm para os meus. E então meu coração dispara entre a troca de olhares.

Droga Angel! Você continua a boba, idiota e apaixonada...

(...) Vê-la sofrendo é meu pior pesadelo! - Cameron Dallas.