Generation escrita por Suzanna
Suas mãos seguravam firme minha cintura e seu corpo se pressionava ao meu. Eu chorava feito uma criança indefesa e na verdade eu estava indefesa. Seu rosto próximo ao meu, podia sentir seu hálito de bebida tocar meu rosto...
__ Angel? – a voz dele me deu tanta paz. Agradeci aos seus por ouvi-lo naquele momento.
O homem larga meu corpo e me empurra contra a cama, abro os olhos e vejo que Cameron o encara assustado e furioso. Jonathan sorri como se nada houvesse acontecido e tenta sair do quarto. Cameron o impede desferindo um soco em seu rosto e uma joelhada em seu estomago.
__ Você... – ofega Jonathan. __ Seu desgraçado! – grita.
__ Isso foi por você tocar nela! – grita Cameron de volta.
__ Cameron, o que... – a mãe de Cameron chega assustada e abri a boca em um perfeito – O –.
__ Esse filho de uma puta tentou abusar da Angel... – exaspera Cameron.
Eu não consigo abrir a boca para dizer absolutamente nada. Cameron me olha entristecido e corre até mim. Segura minha mão e me puxa para seu corpo, me envolvendo em um abraço confortante. Recosto minha cabeça em seu peito e me embriago com seu perfume. Isso é o que mais preciso!
__ Jonathan, como pode? – pergunta Camila ainda impressionada.
__ Mamãe o que houve? – pergunta Wendy.
__ Eles estão mentindo, amor. Eu jamais tocaria nessa garota! – tenta se defender.
__ Não é a primeira vez que você faz isso. – exclama Camila.
__ Mamãe... – chama a garotinha assustada.
__ Wendy, vem aqui! – chama Cameron.
Ela nos olha assustada e corre até nós. Cameron me solta e a pega nos braços, mantendo-a ao meio de nosso abraço. E enfim ela se acalma um pouco.
__ Quero que suma daqui! – grita Camila.
__ Essa casa também é minha... – grita Jonathan.
__ Não, não é. Essa casa foi do meu falecido marido. E hoje é minha, do Cameron e da Wendy! – diz.
__ Levarei Wendy comigo! – ameaça.
__ Não mesmo. Nem que eu tenha que levar para justiça tudo que você faz e fez. – Camila rebate.
__ Você não tem prova de nada! – diz.
__ Engano seu, meu amor... – sorri Camila debochada.
__ Eu vou... – diz Jonathan. __ Mais eu volto! – nos olha diabolicamente e sai.
Assim que ouvimos o barulho da porta de entrada sendo batida com força a mãe de Cameron desaba no chão. Cameron me entrega Wendy e vai até a mãe, abraçando-a firme.
__ Desculpe-me por isso... – ela diz me olhando triste.
__ Não tenho o que desculpar a culpa não foi da senhora. – digo sorrindo fraco.
Wendy me olha, confusa e eu sorrio para distrai-la. Ela sorri de volta a acaricia meus cabelos.
*...*
__ Sua mãe ficará bem? – pergunto.
Cameron me trouxe em casa, estou encostada ao capô de seu carro e ele está ao meu lado de braços cruzados e olhos fixos no chão.
__ Não é como se fosse seu primeiro amor! – responde frio.
__ E Wendy? – pergunto.
__ Ela ficará bem. Diremos a ela que seu pai viajou e com um tempo ela esquece. – diz.
__ E você? – pergunto percebendo o quão frio ele está.
Ele levanta o olhar e me fita entristecido.
__ Você não queria ir. Eu deveria ter te ouvido e não insistido! – suspira.
__ Veja pelo lado bom... – sorrio fraco. __ Pelo menos, você não terá mais que atura-lo! – digo.
Ele assente sem expressar nenhuma felicidade e volta a encarar o chão.
__ Não é como se ele fosse desaparecer. Ele é um cara vingativo. – diz.
__ Quer dizer que ele vai voltar para buscar Wendy? – pergunto.
__ Quero dizer que ele pode voltar a te procurar para terminar o que começou! – explica.
Engulo em seco e ele volta a me encarar. Percebe meu nervosismo e se desencosta do carro, parando de frente para meu corpo e tocando meu rosto.
__ Não se preocupe. Não deixarei ele te tocar... – diz aproximando nossas bocas.
Seus lábios tomam conta dos meus e o puxo pela jaqueta para mais perto de meu corpo. Ele puxa levemente os cabelos em minha nuca e apoia sua outra mão em meu braço enquanto alisa o mesmo. Cameron era e sempre será o que sempre preciso!
*...*
Eu estou em um lugar muito escuro, não posso e nem consigo enxergar nada. Olho em volta e nada mais que tudo preto a minha volta. O desespero toma conta de meu corpo e começo a chorar. Onde estou?! Como vim parar aqui?! De repente surge uma luz e um corpo em pé em frente a ela.
__ Quem está ai? – pergunto.
__ Linda Angel. Eu disse que voltaria! – responde uma voz rouca.
__ Quem é você? – pergunto.
__ Angel! Corra! – uma voz masculina soa atrás de mim.
Procuro. Olho e visualizo, mas não consigo vê quem disse isso. Choro ainda mais e então percebo que a voz que me manda correr era do Cameron. Volto a olhar o corpo parado em minha frente e tomo um susto ao vê-lo tão próximo, grito.
Acordo ofegante e bastante suada. Toco minha testa, fora apenas um pesadelo! Passo as mãos pelos cabelos e minha mãe surge na minha porta, juntamente com meu pai e Sophie, ambos os três assustados. Meu pai segura uma faca em suas mãos e minha mãe uma vassoura.
__ O que houve? – pergunta minha mãe enquanto meu pai vasculha meu quarto.
__ Ladrão? – pergunta meu pai.
__ Não... – ofego. __ Pesadelo! – digo.
__ Ah... – suspira minha mãe aliviada.
__ Está tudo bem agora. São duas da manhã, volte a dormir! – diz meu pai.
__ Sophie dorme comigo. – peço.
Ela assente e vem até minha cama, se deita na mesma e me abraça.
__ Qualquer coisa nos chame! – diz minha mãe.
__ Ou grite... – completa meu pai.
Assentimos e eles saem fechando a porta. Vejo Sophie me encarar confusa e me sento.
__ Preciso te contar o que aconteceu hoje na casa do Cameron! – digo.
Ela assente e eu começo a contar. Eu tentei não deixar, mas realmente estou assustada – quero dizer que ele pode voltar a te procurar para terminar o que começou. – as palavras de Cameron me perseguiam.
*...*
Visto uma calça jeans preta e uma blusa regata vermelha, por cima um casaco com estampa de caveirinhas branca e preta. Coloco sapatos pretos com detalhes em dourados. Deixo os cabelos soltos, passo maquiagem e perfume. Coloco algumas joias. Pego meu celular e jogo-o dentro da minha bolsa.
__ Bom dia! – digo assim que me sento á mesa.
__ Não teve outro pesadelo, não é?! – pergunta minha mãe, preocupada.
__ Não. Sophie me passou uma áurea boa! – sorrio e a mesma sorri junto.
Rosie usava um vestido branco e sapatos bem altos. Maquiagem forte e cabelos modelados. Carregava sua bolsa branca juntamente com seu celular e usava joias lindas. A bonequinha!
__ Então vocês se beijaram... – os olhos da garota brilhavam enquanto Sophie nos contava de seu encontro com o Carter.
__ Sim! – responde Sophie enquanto foca os olhos no transito.
__ E ai? – pergunta.
__ O que?! – devolve Sophie.
__ Você gostou? – pergunta.
__ Claro! – Sophie sorri.
Apoio meu braço na porta do carro enquanto pondero minha cabeça sobre a mesma.
__ Angel? – chama Rosie.
__ Hm... – resmungo.
__ Não está feliz pela Sophie? – pergunta.
__ Oh claro, muito. – sorrio.
__ Aconteceram coisas terríveis com nossa garotinha... – sussurra Sophie.
E nisso eu deixo com que ela conte tudo que lhe contei.
*...*
Cameron não aparecerá na aula e eu não conseguira me concentrar na mesma. Meus amigos todos já sabiam do ocorrido e eu confiava neles para guardarem isso para eles. O sinal toca anunciando que é hora de ir embora...
__ Nick! – grito.
Todos já saíram da sala, Nick me fita e sorri se aproximando.
__ Oi... – responde jogando a mochila de volta na mesa.
__ Está indo para casa? – pergunto.
__ É o que eu planejo! – responde.
__ Pode me dar uma carona? Preciso ver Dallas! – explico.
__ Claro. Fiquei sabendo o que aconteceu. Ele me conta tudo. Eu lamento! – diz amigavelmente.
__ Também lamento. – sorrio fraco.
__ Posso entrar pela sua casa? – pergunto quando já estamos próximos da sua rua.
__ Mais não tem passagem até a casa dele. – diz.
__ Pulo a cerca. Sei que ele não está em casa! – digo.
__ Tudo bem... – responde Nick, confuso.
Ele estaciona e descemos do veiculo. Ele me conduz até seu quintal e agradeço-o com um abraço. Encaro a cerca em minha frente e agradeço por está de calça. Faço um esforço mínimo já que a cerca não é tão alta e salto para o lado da casa do Cameron. Observo pela porta de vidro para vê se a casa está vazia e sigo para dentro da pequena mata.
E lá estava ele. Deitado com os braços escondendo o rosto e sempre sem camisa – já estava virando moda. Ok Cameron, eu já sei que você tem um belo tanquinho – penso. Termino de subir as escadas e o barulho do meu sapato em atrito com o chão faz com que ele se sente rápido e assustado e me fite.
__ Angel? - diz assustado.
__ Oi... – respondo baixo.
__ O que está fazendo aqui? – pergunta.
Aproximo-me, largo a mochila no chão e me sento ao seu lado no colchão:
__ Você não apareceu no colégio. Então vim ver o que houve. – explico sorrindo fraco.
__ Imaginei que seus pais iam te mandar ficar longe de mim, então queria dá um tempo... – suspira.
__ Por que eles fariam isso? – pergunto confusa.
__ Por causa do que houve ontem... – responde.
__ Bem... Eles até poderiam mesmo mandar, mas só se eles soubessem... – sorrio.
Ele parece não gostar e me olha estranho.
__ Você ainda não entendeu do que aquele infeliz é capaz, não é?! – bufa se levantando
__ Sim, Cameron. Eu já entendi! Mas, não é como se eu fosse à única pessoa a quem ele vai voltar para se vingar. E também não vou parar minha vida por causa dele! – suspiro também me levantando. __ Não acredito que depois de tudo, depois de eu ultrapassar meu orgulho e me permitir admitir que me apaixonei pelo garoto mais complicado da face da terra, você me pedirá para ficar longe... – exaspero.
__ Eu também me apaixonei pela garota mais difícil e cabeça dura do mundo... – sorri.
__ Mas, agora está pedindo para ela ir embora! – digo.
Ele passa as mãos pelos cabelos e suspira profundamente.
__ Eu só não quero que se machuque... – sussurra.
__ E o que te faz pensar que estando longe de você, eu não vou me machucar?! Se ele vier a se vingar, ele fará isso eu estando contigo ou não! Assim como ele pode te machucar também... – rebato.
__ Angel, a única coisa que pode me machucar é ver você machucada ou sofrendo. E ele sabe disso. Por isso achei melhor que você se afastasse, ele poderia achar que eu não te queria mais e não tocar a mão em você. – explica.
__ Então estamos quites. A única coisa que pode me machucar é ficar longe de você! – digo meiga.
Ele balança a cabeça sorrindo fraco e se aproxima me puxando pela cintura para perto de seu corpo.
__ Você é irritantemente teimosa! – resmunga.
__ E você terrivelmente protetor! – rebato.
Ele abre mais o sorriso e cola nossos lábios. Sua língua encontra a minha e como sempre ele faz todos os meus pelos se eriçarem ao seu toque. Agarro os cabelos de sua nuca e os puxo fracamente, ele arfa entre o beijo e eu sorrio ao ver o efeito que tenho sobre ele.
(...) Eu fico um pouco fora de controle quando eu tento te deixar. Eu não acho que vou tão longe de novo. Não vale a pena. - Cameron Dallas.
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