Generation escrita por Suzanna
– Eu te amo, Angel! – essas foram às palavras mais lindas e mais inesperadas que eu já ouvi. Meu coração parecia querer saltar para fora e ele mesmo responder que também o amava e sempre amou, desde o momento que pôs os olhos sobre ele. E eu me senti a pessoa mais importante de todo o mundo, como nunca havia sentido. O tempo parou e eu senti uma coisa inexplicável dentro de mim, era como se mil vagalumes estivessem iluminando meu corpo, era como mágica... A minha vida mudou quando você entrou nela!
Desmancho o abraço e olho em seus olhos marejados. Ele parece perdido, confuso e receoso. Eu sorrio, e ele pisca ainda confuso:
__ Eu também te amo! – digo acabando com o silencio terrível.
Um brilho surge nos seus olhos e um sorriso em seus lábios. Aproximo nossas bocas e me entrego ao melhor beijo do mundo, onde nossas línguas fazem o trabalho de mandar embora o medo.
*...*
Uma semana se passou desde esse dia e eu ainda lembro-me e sinto-me como se fosse hoje. Olho meu armário na intenção de achar alguma roupa descente. Cameron teve a maldita ideia de me levar para conhecer Wendy e sua mãe. Reviro os olhos enquanto toco nos vestidos que não me agradam muito e lembro-me do seu sorriso quando aceitei o convite – isso será uma maneira de mostrar o quanto é sério e o quanto queremos que dê certo – sorriu ao lembrar-me de suas palavras – sem deixar escapar que todos, verão que você é minha – essa palavra em sua boca fica tão linda, sem desejo de posse, mais sim com prazer de dizer que estamos juntos, chega a arrepiar.
__ Angel? – a voz de minha mãe soa atrás de mim.
Viro-me e fito-a sentada na cama enquanto observa meus movimentos:
__ Oi... – suspiro.
__ Qual o problema? – pergunta.
__ Cameron quer que eu conheça sua mãe hoje! – digo.
Vou até ela e me sento ao seu lado:
__ Isso é bom. Mostra que ele é um menino sério! – diz sorrindo.
__ É... – sussurro.
__ O que te incomoda? – pergunta.
__ Sei lá. Se ela não gostar de mim? – pergunto.
__ É claro que ela vai gostar de você. Não tem por que não gostar! – responde me puxando para deitar em seu colo e acariciar meus cabelos.
__ Espero mãe. – resmungo.
__ Mais aproveitando o assunto... – sorri. __ Quando iremos conhecê-lo? – pergunta.
__ Quando papai estiver de bom-humor, talvez... – ironizo.
__ Oras, pare de besteiras. Marque com ele e de seu pai eu cuido! – diz e eu sorrio.
*...*
Visto um vestido branco de mangas longas. Coloco saltos beges. Arrumo os cabelos em um coque sofisticado e solto. Faço uma maquiagem e passo perfume. Coloco algumas joias para valorizar o look. Pego meu celular e coloco-o dentro da bolsa e retoco pela ultima vez o batom.
__ Quem é você e o que fez com Angel? – ironiza Sophie adentrando meu quarto.
__ Como estou? – pergunto ignorando seu comentário.
__ Perfeita demais para conhecer somente a sogra! – responde.
__ Pelo que Cameron me contou dela... Devo caprichar! – suspiro.
__ Caprichou na, lingerie também? Sabe, o filhinho dela também precisa ser agradado! – malicia.
Reviro os olhos e ignoro-a. O som da buzina do carro de Cameron soa em frente a casa e eu me olho pela milésima vez no espelho:
__ Está perfeita, garota! – diz Sophie me puxando para fora do quarto.
*...*
Encaro o garoto me esperando encostado ao seu carro, distraído com algo em seu celular. Sorrio enquanto me aproximo. Seu olhar sobe pelas minhas pernas descobertas e para em meu rosto.
__ Isso tudo ai é para minha mãe? – pergunta enquanto mantém seus olhos arregalados.
__ A primeira impressão é a que fica! – respondo ainda sorrindo.
__ Então digamos que seu pai não tem uma boa impressão sobre mim... – diz e entendendo seu olhar, olho para janela onde meu pai nos observa.
__ Não ligue para ele. É assim com todo mundo! – digo.
__ Você está linda! – ignora tudo e diz com os olhos brilhantes.
Sorrio e deposito um selinho em seus lábios. Ele guarda o celular no bolso e abre a porta do carro para mim. Adentro o veiculo e ele dá á volta no mesmo adentrando o banco do motorista.
*...*
Cameron segura minha mão me passando paz e calma enquanto abre a porta de sua casa. A sala está escura, mais há uma luz ligada na sala de jantar. Seguimos juntos até a mesma, e fito uma mulher de cabelos castanhos claros, alta, pele branca e olhos escuros como o do garoto ao meu lado, era sua mãe, linda e jovem. Sentada em uma cadeira em frente a grande mesa, estava Wendy, seus cabelinhos castanhos e lisos, seus olhinhos castanhos claros, suas bochechas rosadas e suas covinhas a deixavam tão fofa. Sentando ao de Wendy estava o famoso padrasto do Cameron – infeliz, como diz ele – que me encarava feito um leão prestes a abocanhar sua presa.
__ Mãe, essa é Angel, a minha namorada! – disse ele. Eu nunca havia usado esse titulo. __ Angel, essa é Camila, minha mãe! – diz em seguida.
__ Prazer! – estendo minha mão, sorrindo.
__ Prazer é todo meu! – responde ela, apertando minha mão.
Cameron sorri para mim, como quem diz – viu, ela gostou de você – e eu sorrio de volta.
__ Hey pequena! Venha aqui... – ele chama a garotinha que corre para seus braços.
Ele solta minha mão e carrega a menininha em seus braços. Ela me olha assustada e um pouco enciumada – não é pra menos, estou roubando o irmão dela –:
__ Olá Wendy. Seu irmão me falou muito de você! – digo meiga.
__ Diga Oi a ela, pequena! – pedi o moreno.
__ Oi... – ela resmunga baixinho.
__ Você é muito linda, sabia?! – aliso seu braço.
__ Você também. – e foi a primeira vez que ela sorriu para mim.
__ Angel... Esse é meu esposo, Jonathan! – apresenta a mãe do Cameron.
O homem continua me olhando da mesma forma, o que me incomoda:
__ Prazer! – digo estendendo novamente minha mão.
__ Prazer é todo meu! – diz com pausas terríveis e um sorriso malicioso.
Ele segura minha mão e a beija enquanto observa minhas pernas. Cameron estende seu braço e puxa minha mão dele:
__ Não toque nela! – sussurra.
*...*
__ Então vocês se conheceram no colégio... – exclama a mãe de Cameron.
__ Sim! – resmungo enquanto bebo do suco e engulo a salada em minha frente.
__ Namoros de colégio nunca durão o bastante. – resmunga o tal de Jonathan.
__ Não diga besteiras, meu bem... – repreende sua esposa.
__ Os pais da Angel, namoraram no colégio e são casados até hoje! – rebate Cameron.
__ E o que eles fazem Angel? – pergunta sua mãe.
__ Empresariam cantores e possuem uma escola de musica. – respondo.
__ Interessante! Você canta? – pergunta ela.
__ Sim...
__ Cameron também. Já o viu cantando? – ela parece admirar o filho.
__ Já cantamos juntos, mãe. – responde o filho.
__ Além de bonita, talentosa. Deu sorte, Cameron! – diz Jonathan.
__ Sim. Eu dei! – responde Cameron de modo desafiador.
Um clima estranho pareia na mesa e sinto meu braço sendo cutucado. Fito a garotinha sentada ao meu lado e sorrio para a mesma:
__ Quer brincar no meu quarto quando acabar de comer? – pergunta.
__ Quero sim! – sorrio.
__ Ela gostou de você! – diz a mãe de Cameron.
__ E eu dela! – sorrio para a mulher em minha frente.
*...*
Paredes rosa e varias prateleiras, com bonecas e brinquedos em cima. Uma cama de solteiro branca com alguns adesivos da Barbie e um guarda roupa também branco. Um abajur ligado por onde roda o nome – Wendy – dentro do mesmo. O quarto da pequena lembrava minha infância, lembrava-me de quando passava o dia inteiro arrumando as bonecas e as colocando para tomar banho e comer de mentirinha. De quando eu era mimada pelos amigos dos meus pais. Alexy, Rosa, Sophie, Gabi, Lysandre, Iris, Armin...
__ Gosta de boneca? – pergunta a pequena me despertando dos devaneios.
__ Sim. Sabia que quando eu era criança tinha uma boneca igual a essa?! – pergunto sorrindo, me sentando ao chão do quarto e pegando uma Barbie loira que está jogada ao chão.
__ E onde ela está hoje? – pergunta se sentando junto á mim.
__ Na minha antiga casa. – respondo.
__ É muito longe daqui? – seus olhos brilham.
__ Muito... – sorrio.
__ Pode ficar com a minha se quiser! – diz meiga.
__ Obrigada linda. Você a guarda para mim e quando eu vim te vê a gente brinca ok? – digo.
__ Ok. Você vem brincar comigo de novo? – pergunta animada.
__ Claro. – sorrio e ela me abraça. Demoro de retribui pelo susto, mas logo a abraço também.
__ Tem muito jeito com crianças! – uma voz masculina soa.
Fito o tal Jonathan na soleira da porta e um arrepio passa por minha espinha. Cameron está lá embaixo ajudando a mãe com os pratos do jantar.
__ Gosto de crianças! – respondo fria.
__ Hm... – sorri. __ Wendy, sua mãe está te chamando. – diz.
__ Vou descer. Vem comigo? – pergunta a garotinha para mim.
Assinto louca para me livrar do homem:
__ Desça sozinha, meu anjo. Quero trocar uma palavrinha com Angel. – diz ele.
A garotinha assente obedecendo ao pai e sai me deixando ali sozinha com ele. Levanto-me do chão e ajeito o vestido, cruzando os braços sentindo um frio tocar meu corpo.
__ Está com medo? – pergunta fechando a porta.
__ Por que eu estaria? – devolvo.
__ Por que está sozinha... – sorri. __ Aqui comigo! – se aproxima.
Dou passos para trás e minhas pernas se chocam com a cama:
__ Diga o que quer falar comigo! – tento não demonstrar.
__ Você é areia demais para o caminhãozinho do meu enteado. – se aproxima mais e toca meu rosto.
Tento sair, mais não tem mais para onde correr e se eu chegar mais para trás, cairei na cama e estarei ainda mais vulnerável. Fico em silencio, sem saber o que responder:
__ Merece alguém mais integro e mais maduro... – continua. Leva seus dedos até meus lábios.
Tento empurra-lo e ele segura minha mão, levando-a até os lábios:
__ Que saiba te tratar como uma princesa! – beija minha mão.
__ Não quero nada disso... – suspiro. __ Estou ótima com o Cameron! – finalizo.
Tento novamente sair e ele impede:
__ Posso te mostrar que pode ficar ainda melhor... – diz levando sua mão até minha cintura.
PVD CAMERON
__ Mamãe, o que foi? – pergunta a pequena adentrando a cozinha.
__ O que foi o que? – devolve minha mãe, confusa.
__ Papai disse que estava me chamando. – explica.
Arregalo os olhos – Angel –.
__ Onde está Angel, Wendy? – pergunto.
__ No meu quarto. Papai disse que queria falar com ela. – responde.
No mesmo momento, largo os pratos na pia e corro escada acima. A porta do quarto da pequena está fechada. Corro até a mesma e a abro de vez...
__ Angel? – grito.
(...) E eu fechei meus olhos, numa oração dentro de mim.
Chamando por você!
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