Anteriormente...

"Rony se levantou do sofá sem entender nada. Acabara a família Granger."

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O ruivo abraçou a esposa, por que viu que ela estava a ponto de cair, enxugou parte do seu rosto e olhou dentro de seus olhos.

– Ei... - disse paciente - O que houve?

– Meus pais... - soluçou - ...acidente...morreram. - e chorou em dobro.

Rony apenas a abraçou forte, por que sabia que era o que ela precisava no momento. Hermione se aconchegou mais ainda nos braços do ruivo, que mexia nos castanhos cabelos dela agora.

Enquanto isso, no pé da escada, uma pequena Rose observava quietinha, e, depois de segundos resolveu perguntar.

– Mamãe? Papi? O que aconteceu? - questiona a menina esfregando os olhos de sono.

– Ah filha... Dá um abraço aqui vem. - diz Hermione tentando conter as lágrimas.

– Não, eu quero saber por que vocês estão chorando! - bate o pé.

– Rose, lembra do vovô e da vovó? - pergunta Rony.

– Bem, eu tenho quatro, são os pais da mamãe ou os seus?

– Os da mamãe...

– Lembro, faz tempo que não vejo eles! Podíamos ir visitá-los né? Da última vez em que eu vi a mamãe falando com eles, que foi semana passada, vocês brigaram... - diz a menina abaixando os olhos.

– Sim filha, então... - o ruivo olha para a esposa tentando achar palavras para descrever a situação - Um policial, acabou de ligar, dizendo que seus avós... Bem, eles foram morar com papai do céu, entende? - ele se abaixa e pega a menina no colo.

– M-mas... Por que? - seus olhinhos se enchem de lágrimas.

– Porque lá é um lugar muito bom. Agora vai dormir tá? Está tarde, e... Enfim. - manda Hermione.

– Tudo bem... - a menina volta para o quarto.

– Eu vou fazê-la dormir, já volto. - diz Hermione séria, e enxugando novamente o rosto. Rony assentiu com a cabeça.

O ruivo vai até a cozinha, bebe um copo de água, e sobe para seu quarto, no corredor para em frente o quarto de Rose, e vê Hermione lendo um pequeno livro para a menina, ele sorri, e vai se deitar.

Uns cinco minutos depois Hermione volta, com o rosto reluzindo de lágrimas secas, e novas lágrimas escorrendo. Se deita ao lado do marido.

– Você está bem? - pergunta o ruivo.

– Vou ficar...

– Não quer ir amanhã ver o enterro?

– Não vão enterrá-los amor... os corpos vão ser cremados. - e ela volta a chorar.

Ronald viu novamente aquela Hermione indefesa e insegura do primeiro ano. Apesar de se manter sempre forte, e nunca mostrar seu lado sentimental, ela era demasiada fraca em certas situações psicológicas. O medo da morte sempre afrontou Hermione, e Ron bem sabia disso.

– Eu nem pude me despedir, nem dizer um último "eu te amo" pra eles. - se lamenta. - Eu briguei com a minha mãe semana passada, e não falei mais com ela. Eles nunca me deram tanta atenção e eu sempre ficava com raiva disso, daí eu cresci e eles tentaram consertar o erro, mas eu não perdoei Ronald... Eu fui tão idiota, agora eles se foram e... Eu não me desculpei!

– Ei, não fique assim, por favor... Todos nós erramos, e algum dia, você vai encontrá-los lá em cima, sabe disso, agora, temos que ser pé no chão e saber lidar com tudo isso, eu sei que é duro, mas... A vida segue amor, e nossa vida está tão boa, nosso trabalho, nossa convivência, nós temos a melhor filha do mundo, olha, está tudo bem. Eu te amo. - ele a beija.

– Eu também, obrigada por estar comigo nessas horas. Eu ia te contar hoje uma coisa, mas veio esta notícia e eu esqueci completamente. - diz Hermione.

– Fala agora.

Hermione puxa uma pequena caixa embaixo da cama. Uma caixa larga e azul marinho fraco. Rony olha curioso, Hermione a apoia no colo e abre. De dentro, ela tirou uma mini camisa do Chudley Canons, time de quadribol favorito de Rony.

– O que é isso?! - ele pega.

– Uma camisa do Chudley Canons. - Hermione diz como se isso parecesse óbvio.

– Sim mas... Não acha pequena pra mim?! - pergunta confuso para a esposa.

Hermione abre um sorriso, Rony ficou feliz em vê-lo.

– Não é pra você seu bananão!

– Então é pra quem!? - pergunta indignado.

– Para o nosso filho... - ela revira os olhos.

– A gente não tem filho Hermio... - ele percebe finalmente. - Espera... a gente vai.... Você está... AI MEU MERLIN! AHAHA! - ele pula de alegria em cima da cama.

Hermione assentiu com a cabeça sorrindo.

– Ronald! Pare de pular e gritar, você vai acordar a Rose e quebrar a cama!

– Okay, okay... Meu Deus! - o sorriso escancarado.

– Eu sei! - eles se beijam desesperados.

– Mas que bagunça! - era Rose que tinha acordado e estava agora em cima da cama com seus pais. - Depois eu que faço barulho quando estou brincando! - diz com uma vozinha de sono.

– Filha! Vais ter um irmão! - diz Rony abraçando a menina.

– Nossa, quanta notícia em um dia só! Deixa eu dormir, e amanhã você me conta! Agora vocês dois fiquem quietinhos! Shhh - diz a menina fechando a porta do quarto dos pais e voltando para a cama.

Os dois se olham ainda sorrindo. Rony, agora mais calmo, se aproxima da esposa.

– Poderíamos comemorar não é...? - pergunta.

– Xii, eu já conheço esse olhar Ron. - ri Hermione. - Mas acho que não estou no clima hoje... Bem, você sabe né? Meus pais... - e volta a fazer um olhar triste.

– Verdade, desculpa amor... Mas, e amanhã? - diz esperançoso se cobrindo.

– Vamos dormir Ron! - Hermione ri e apaga a luz.