Obsession escrita por Cris Turner


Capítulo 5
Capítulo 5




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Capítulo 5

"Eu aprendi que duas pessoas podem olhar exatamente a mesma coisa e podem ver algo totalmente diferente." (Anônimo)

- Não, Alice, eu não vou me atrasar. Eu sei que você detesta esperar – revirei os olhos.

- Ótimo. Não se atrase. – cantarolou antes de desligar.

Como se eu não conhecesse Alice Cullen há onze anos. E não soubesse quão impaciente e manipulador – nem sempre em um mal sentido – ela podia ser. Exatamente por ser tão espertinha é que ela havia me vencido pelo cansaço e conseguido um "sim" ao seu convite para ir ao cinema agora à tarde, Corri escada a acima a fim de tomar banho e trocar de roupa. Não que eu estivesse eufórica com a expectativa de ir a Port Angeles, mas eu realmente não queria fazê-la esperar, Alice se tornava absurdamente insuportável quando estava irritada. Depois de tomar banho, vesti uma calça escura, uma blusa azul e uma sandália preta de salto-alto. Passei um pente pelos cabelos e um pouco de maquiagem sobre as olheiras. Peguei meu celular, alguns dólares e coloquei tudo no bolso dianteiro da calça.

Estava descendo o último degrau e colocando uma jaqueta sobre os ombros quando a campainha soou.

- Eu disse que não atrasaria – falei assim que abri a porta – Mãe, vou sair com a Alice. – gritei para casa aparentemente vazia.

- O.k., querida – uma voz suave respondeu.

- Vamos? – olhei para ela.

Notei que Alice estava particularmente ainda mais bonita hoje. Franzi o cenho. Ela não costumava se produzir toda para ir ao cinema com a melhor amiga.

Virei para onde deveria estar estacionado o porshe amarelo canário, mas encontrei um jaguar preto.

Ah! Então era por isso que ela caprichara na aparência.

- Jasper vai conosco. – comentou enquanto atravessávamos o caminho de pedra lisa que cortava o jardim de minha casa até a calçada.

Como se eu não soubesse... Eles não passavam uma sexta-feira longe um do outro. Era só acabar o treino e eles saiam para fazer algum programa tipicamente romântico. O ruim era ter que ficar segurando ve...

- E Edward também. – completou quando estávamos a três metros do carro.

Estaquei no lugar. Alice deu mais dois passos antes de virar para trás a fim de me olhar.

- O quê? – minha voz saiu estrangulada.

- Edward também vai ao cinema conosco. – sorriu – Ele estava sem fazer nada em casa então o convidei para...

- Eu não vou. – dei-lhe as costas e comecei a fazer o caminho de volta.

- Por que não? Você está linda. Não precisa se preocupar com isso – ela me alcançou em menos de um segundo depois.

- Eu não posso ir. – falei em um fiapo de voz.

- Já disse que você está linda. Edward também vai notar quão bonita você está. – segurou meu braço firmemente, interpretando erroneamente o motivo de meu pânico.

No momento, eu não poderia me importar menos com a maneira como estava vestida. A questão toda estava centrada no fato de que eu agonizava cada vez que precisava me afastar de Edward ou quando precisava agir como se ele não estivesse ali. Exatamente como eu fizera durante os cinco dias daquela semana. Porém, quando o encontrava era em lugares abertos; onde sempre havia uma válvula de escape. Eu podia correr para o outro cômodo! Como eu correria para outro lugar dentro de um carro! Como eu poderia passar quase uma hora tão perto dele sem perder o que restava de sanidade?

- Alice, por favor... – supliquei.

- Isabella, o que está acontecendo? – cruzou os braços - Primeiro você sumiu lá de casa no meio da noite, então meu pai aparece dizendo que você foi embora. E depois você passou a desaparecer na hora do almoço. Então recusa os convites para dormir em minha casa e não quer assistir o treino dos garotos. E agora não quer ir ao cinema porque meu irmão vai junto. Você parece estar evitando-o – franziu o cenho.

Por vezes, a perspicácia de minha melhor amiga era bem inconveniente. Se desistisse de seguir a carreira moda, ela poderia tentar investigação particular. Alice seria um excelente detetive. Porém, nem mesmo ela me faria dizer o que acontecera – o que eu ouvira – na última vez em que estive na mansão Cullen.

- Não aconteceu nada.

- Eu não acredito em você.

- Já disse que não aconteceu nada e não tem nada acontecendo.

- Prove.

- Como?

- Venha conosco para Port Angeles.

- Eu não preciso provar nada. Por não tem nada acontecendo!

Um brilho perigoso cintilou nos olhos verdes. E eu entendi que se não acabasse com esse assunto agora, ela iria cavar até encontrar o que procura. Não suportaria ter que encarar a piedade dela também Respirando fundo, tomando coragem para o que precisava ser feito.

- Pensando melhor, eu vou.

A surpresa a deixou desconcertada, mas logo se recuperou.

- Certo. Vamos então. – falou, fechando a mão sobre meu pulso outra vez e indo em direção ao carro de Jasper.

Sentei no macio banco de couro e imediatamente fui envolvida pelo perfume maravilhoso do garoto sentado ao meu lado. Eu estava sentada atrás do banco do passageiro e ele, atrás do banco do motorista. Alguns centímetros nos separavam, mas eu podia sentir seu calor chegar até mim.

- Oi, Bella. – as voz aveludada dançou pelo carro silencioso

- Oi, Edward.

Virei para ele e forcei um sorriso, pois sabia que Alice estaria espiando através do retrovisor.

- Oi, Jasper. –senti minhas bochechas esquentarem ao dizer o nome dele.

Eu ficava embaraçada por ter que encarar Jasper. Afinal, ele sabia – por fonte totalmente segura – o quão infernal eu tornara a vida de seu cunhado.

- Oi, Bella, - sorriu – Amor, está tudo bem?

Soube que a pergunta dirigida à Alice se devia a nossa demora em entrar no carro.

- Está tudo ótimo, amor. Certo, Bella?

- Ótimo. – murmurei.

"Ótimo" é a última palavra que eu usaria para descrever a viagem até a cidade vizinha. Os três iniciaram uma conversa animada sobre filmes e tentaram me incluir nele, mas eu respondia monossilabicamente, mantendo minha atenção na paisagem do outro lado da janela. Era estranho e constrangedor passar tanto tempo confinada em um espaço ínfimo com Edward depois de tê-lo evitado – de todas as maneiras possíveis – durante a semana. Para piorar, quando finalmente chegamos ao nosso destino, Jasper e Alice resolveram andar mais a frente. O silêncio pesou entre nós dois até chegarmos à bilheteria. Eles começaram a discutir qual filme assistiríamos. Eu ouvia os sons, mas não distinguia as palavras, pois estava ocupada demais tentando não ficar embriagada com o perfume de Edward.

- Vamos assistir Jogos Mortais VII. – minha melhor amiga falou animadamente.

Excelente! Era tudo o que eu precisava no momento! Eu morro de medo de filmes de terror, já Alice, os adorava. Eu só suportava assisti-los quando Edward estava junto, assim eu tinha uma excelente desculpa para abraçá-lo. Agora que eu não era mais uma patética apaixonada... digo, agora que não agia mais como uma patética apaixonada, teria que assistir a droga do filme sem ter nada para me distrair.

A baixinha sorria tanto que parecia estar me fazendo um favor. Acho que era exatamente isso que ela pensava estar fazendo. Afinal, Alice sabia da minha tática "Ai que medo, Edward!" Uma semana atrás, eu ficaria muito agradecia.

É. Uma semana atrás.

- O.k. – murmurei, tateando meu bolso a procura de dinheiro.

Jasper tinha acabado de comprar o seu ingresso e o da namorada, desocupando o caixa. Dei um passo em direção ao balcão quando as costas de Edward surgiram em meu caminho. Fiquei genuinamente surpresa. Ele sempre fora tão cavalheiro. Nunca faria uma coisa dessas...

Dei de ombro. Se ele queria tanto comprar seu ingresso antes de mim, que assim fosse. Movi-me para o lado quando Edward deu um giro de 180 graus e me encarou. Achei que ele quisesse passar, mas estava errada, pois Cullen também se moveu, ficando mais uma vez na minha frente.

- Com licença.

O sorriso torto apareceu em seus lábios e ele esticou a mão que segurava um ingresso.

- Aqui. O seu.

- O quê? Para mim? Obrigada. – peguei-o e estendi a nota de dez dólares que segurava.

- O que é isso? –franziu o cenho.

- O dinheiro para pagar o ingresso - falei bem lentamente.

- Eu não vou aceitar isso.

Resmungou, parecendo ofendido, e saiu para onde a irmã e o cunhado estava. Os dois nos olhavam de maneira engraçada, mas estavam longe demais para ouvir qualquer coisa.

Enfiei todo meu dinheiro no bolso da jaqueta.

Edward estava se portando de maneira muito estranha. Eu tinha ciência de que não estávamos em um encontro duplo. Não esperava que ele pagasse as coisas para mim. Enquanto caminhava até eles, refleti sobre como queria que esse dia acontecesse em outro contexto – um onde Edward gostasse de mim.

Doce fantasia.

- Eu vou comprar pipoca. Vocês querem alguma coisa? – o loiro perguntou quando eu os alcancei.

Como se eu pudesse comer alguma coisa enquanto assisto aquele velho sádico torturar várias pessoas.

- Não, obrigada.

- Amor, eu quero uma Coca.

- Eu vou com você.

Então os dois se afastaram. Deixando-me com minha fada eufórica.

- Meu irmão comprou seu ingresso. Isso foi tão fofo – seus olhos brilharam.

- É. Foi lindo.

Por sorte, ela não captou minha ironia, preocupada demais em dizer como Edward e eu formaríamos um par perfeito. Pelo visto eu não era a única por ali que criava castelos no ar.

xxx

Bem, no momento, eu não sabia se estava feliz por já estar dentro da sala de cinema e, assim, livre das conversas constrangedoras com Alice sobre o irmão dela ou se estava em pânico por ter que assistir aquela droga de filme. Não havia muitas pessoas ali, o que deixava o ambiente ainda mais aterrorizante.

Isso já é ridículo. O filme nem começara e eu já estava com medo.

Estávamos lado a lado com os garotos na ponta.

Os trailers começaram.

- Bella?

- Oi?

- Eu peguei isso para você.

Havia uma barra de chocolate branco em sua mão.

Franzi o cenho. A situação ficava cada vez mais esquisita.

- Eu não posso aceitar.

- Por quê? Aconteceu alguma coisa?

De alguma maneira, sabia que Edward não se referia a minha negação a seu chocolate. Era bem mais profundo do que isso.

Droga! Quando os Cullen se tornaram tão perceptivos e diretos? Tudo bem que a mudança radical de atitude possa ter lhes dando umas dicas de que sim, aconteceu alguma coisa. Mas será que eles não sabiam que era deselegante ir tão direto ao assunto assim!

- O quê? Não... eu... não... – gaguejei.

- O filme vai começar.

Jasper falou animado e, acidentalmente, me salvou de responder a pergunta. Esbocei um sorriso sem-graça para Edward e me endireitei na poltrona.

Menos de meia-hora de filme havia se passado e eu estava em absoluto pânico. Alice e Jasper, quando não estavam se beijando, pareciam achar o filme muito engraçado. O que havia de engraçado naquela desgraça toda? Eu nunca mais vou dorm...

Cerrei as pálpebras rapidamente ao ver a mulher ser morta.

- Droga! Droga! Droga! – resmunguei baixinho – Odeio filmes de terror.

Vou manter meus olhos bem fechados até essa porcaria acabar. Senti algo tocar meu braço e quase cai da poltrona devido ao susto.

- Bella, você está bem?

- Eu... eu... estou bem. – cravei minha atenção na jaqueta escura de Edward, tentando bloquear os sons aterrorizantes que os personagens faziam.

- Pegue – voltou a oferecer o chocolate – Eu sei que doces lhe acalmam.

- Muito obrigada.

Falei aflita, engolindo o orgulho.

Estava com medo demais para lembrar que não deveria aceitar nada dele. Agarrei a guloseima, rasgando a embalagem e mordendo o doce. Suspirei, agradecida.

Edward tinha razão; doces sempre me acalmavam. Por que eu não me lembrei de comprar alguns chocolates antes de entrar nessa sala? Eu sempre me entupia de açúcar quando Alice me arrastava para uma sessão de horror ou, quando na casa dos Cullen, Edward se sentava longe demais para que eu buscasse apoio emocional nele. Sorte que Edward me deu o chocolate dele...

"Eu peguei isso para você"

Senti o doce tornar-se borracha em minha boca quando a compreensão me atingiu. Ele não comprara para si, mas para mim. Edward tinha esperanças de que me dando o chocolate, eu não o abraçaria ao longo do filme. Por um momento o mundo girou quando a náusea subiu por minha garganta. Fechei meus olhos com força a fim de me recuperar da vertigem. Ao abri-los novamente já não sentia medo das imagens na tela e os gritos dos atores não me atingiam. A única coisa que chegava aos meus ouvidos era o som de meu coração já despedaçado se quebrando mais algumas vezes.

xxx

- Bella, você está bem? Você está meio verde. – Jasper perguntou.

Agora que saímos do cinema, os três me encaravam. Eu ainda sentia o impacto das ações de Edward roubando-me o fôlego.

- Sim. Vamos embora?

- É. Vamos. Eu estou morrendo de fome. – Alice resmungou.

Suspirei de alivio por estar novamente no jaguar. Estava cada vez mais perto de chegar em casa e...

O carro parou em frente uma lanchonete.

Ah não!

Os três saltaram do carro e eu, derrotada, também sai. Outra vez o casal disparou na nossa frente. Não havia nenhuma chance de eu andar lado a lado de Edward. Apressei o passo, passando pelos dois, entrando no estabelecimento e correndo para o banheiro feminino a fim de inventar um álibi para minha corrida maluca. Não me surpreendi quando, ao sair do banheiro, encontrei os três acomodados em uma mesa e me olhando de maneira divertida. Com um sorrisinho, me esgueirei para o único lugar vazio, o qual era ao lado de Edward.

- O que vocês vão querer?

Uma moça rechonchuda com um avental amarelo parou ao lado de nossa mesa. Ela anotou os pedidos de Jasper e Alice, então se virou para nós e disse:

- E o outro casal de namorados?

Senti minhas bochechas pegarem fogo.

- Eu...

- Não somos namorados.

A voz aveludada cortou a minha e mais um pedaço de meu coração.

- É. Não temos qualquer tipo de relacionamento.

As palavras mecânicas escaparam por meus lábios antes que eu pudesse refreá-las. Um silêncio mortal caiu sobre a mesa.

- Claro que não são namorados. –a mulher falou preguiçosamente, um sorriso de quem conhecia muito da vida brincava em seus lábios – Eu vou buscar o pedido de vocês enquanto seus amigos decidem. – falou para os dois.

Puxei o cardápio para me esconder deles. Nem me dei ao trabalho de ler os pratos que a lanchonete oferecia, pois não estava com fome. Então, quando a mulher retornou trazendo os sanduíches, pedi apenas uma Coca-Cola. Depois de anotar o x-egg de Edward, o qual eu "por acaso" sabia ser seu favorito, ela olhou para mim.

- Tem certeza que não gostaria de mais nada?

Sim, eu gostaria de algumas coisas tais como: a paz mundial; a legalização do uso de células tronco em pacientes terminais; Edward me amando, mas como isso parece impossível, orlando Bloom me amando já seria o suficiente.

- Tenho certeza. Obrigada.

Fiquei deslizando a lata de Coca de uma mão para a outra sobre a mesa, esperando eles terminarem de comer. Quando – finalmente – estávamos indo embora, os garotos disseram que iam pagar a contar. Adiantei-me e, depois de vasculhar rapidamente o bolso da minha jaqueta, peguei a única nota de cinco dólares que tinha e chamei Edward.

- Aqui.

Puxei sua mão e coloquei a nota nela enquanto ele ainda estava desprevenido.

Edward abaixou a cabeça para ver o que eu havia lhe entregado. Ao se endireitar, os olhos verdes me disseram que ele não aceitaria o dinheiro.

- Obrigada.

Então, antes que ele pudesse fazer qualquer coisa, dei-lhe as costas e fui até Alice que estava perto da saída.

A viagem de volta foi ainda mais sufocante. Porque Edward, apesar de participar da conversa com o casal que estava nos bancos dianteiros, mantinha sua atenção em mim. Não que eu estivesse observando-o, mas sentia seu olhar cravado em mim. E quando ele falava comigo havia um tom diferente em sua voz. Era quase... quase como o tom de detetives – daquelas séries policiais – quando entrevistam o suspeito que eles tem certeza que cometeu um crime terrível, mas ainda não podem provar isso. Eu só não sabia que crime tinha cometido...

Depois de um tempo, Jasper estacionou em frente a minha casa. Despedi-me rapidamente de todos. Avisei meus pais que estava em casa e subi para meu quarto. Sobre a escrivaninha do meu quarto, esvaziei os bolsos. Estava prestes a entrar no banheiro quando realmente olhei o que havia colocado no móvel.

Ali em cima estava meu celular, algumas notas de vinte, algumas notas de dez e, cuidadosamente dobrada, uma única nota de cinco dólares.

xxx

- Não, Alice. – falei pela trigésima vez.

Havia se passado mais uma semana. Já era sexta-feira novamente.

Estávamos na biblioteca, e eu tentava ler o meu amado livro enquanto ela tagarelava em minha cabeça.

É. Tentava. Porque isso parecia ser algo impossível desde quarta-feira - quando Alice descobriu que eu passava os intervalos na biblioteca. Ela começou a aparecer lá também, falando sobre a importância de nunca abandonar os amigos mesmo quando eles agem de maneira muito estranha.

E eu mereço umas coisas dessas? É cada amigo que eu arrumo...

- Por favor, por favor, por favor, Bella.

- Alice, como você espera que eu lhe explique química? Eu detesto química. Ainda mais cálculo estequiométrico. Você é melhor em química do que eu. – nem levantei os olhos da página em que estava.

- Bella, por favor. Eu não estou entendo nada.

- E você acha que eu estou?

- Você, com certeza, está entendo mais do que eu.

- Alice, eu realmente estou super interessada na conversa. – falei ironicamente – Mas minha curiosidade está implorando para que eu leia o que vai acontecer com o Percy agora que ele achou Dédalos. – apontei para o livro ainda aberto em minhas mãos.

- Não acredito que você está me trocando por um livro.

- Não é "um livro" – imitei sua voz – É Percy Jackson. – falei o óbvio. – Mas já que você insiste... – fechei o livro e o coloquei sobre a mesa.

- Então você vai me explicar?

- Peça ao seu irmão.

- Emmett vai sair depois do treino de hoje.

- O outro irmão.

- Edward vai estar ocupado.

Mas nem por decreto eu perguntaria "Ocupado com o quê?"

- Rose?

- Com quem você acha que Emmett vai sair, esperta?

- Seu namorado?

- Ele é melhor em biologia do que em química.

Eu estava ficando sem opções.

- Seu pai?

- Biologia.

- Sua mãe?

- O.k., Swan. Se você não queria me ajudar, devia ter falado de uma vez. Eu devia ter desconfiado de que havia alguma coisa errada quando você passou duas semanas escondida nesse lugar. Achei que você estava evitando meu irmão, mas você estava me evitando, não é? O que você pensa que eu fiz para receber um tratamento tão cruel?

- Alice, eu nunca ouvi tanta bobeira em uma única frase. – resmunguei. – Primeiro, eu não estou evitando ninguém. Segundo, não é que eu não queira lhe ajudar, mas eu não entendo a matéria.

- Mas você é minha melhor chance de tirar uma nota boa na prova. Por favor.

- O.k. Você venceu. – suspirei, resignada. – Que horas nós nos encontramos?

- Como assim nos encontramos?

- Nós vamos estudar aqui na biblioteca, certo?

- Aqui? Nem pensar! Esse lugar me dá medo. E eu preciso ver o treino dos garotos. Então, poderia ser depois do treino lá em casa?

- Não poderia ser depois do treino lá na minha casa?

- Então você vai ao treino?

- Não.

- Por quê?

- Certo. Depois do treino eu encontro você na sua casa. – puxei meu livro e sai da biblioteca.

Enquanto caminha um único pensamento me acometia: O que foi que eu fiz?

xxx

Estranhei a quantidade de carros parado no pátio dos Cullen. Além do carro dos quatro carros dos Cullen – exceto o volvo prata – estava o jaguar de Jasper. Será que eu teria que ensinar química para o loiro também? Pensando bem, eu não conseguira explicar nada para nenhum dos dois se eles estivessem juntos no mesmo cômodo. Era quase como se o resto de mundo sumisse quando para o casal quando eles se encontravam.

Estacionei meu Mercedes e fui até a entrada.

Certo. A possibilidade de eu encontrar ele agora era de 20%. Porque a possibilidade de ele estar em um encontro era de 80%.

Ótimo.

Eu não sabia se esse conhecimento fazia bem ou mal a minha sanidade mental.

Toquei a campainha da casa dos Cullen. Não levava nada além do meu celular no bolso de minha calça. Alice teria que pegar o material dela para estudarmos.

Minhas probabilidades foram para o buraco quando Edward Cullen - de cabelos úmidos, sorriso torto no rosto vestido com calças jeans e blusa verde-musgo - abriu a porta.

Perdi o fôlego tamanha beleza.

- Bella?

- Oi, Edward. Alice está?

- Sim. Entre. – deu um passo para trás e abriu mais a porta.

- Ela está na sala. Vamos lá.

Depois de atravessarmos o corredor de entrada, viramos para a entrada da sala. Meu tênis – de alguma maneira – prendeu no tapete que cobria o corredor. Abaixei a vista, tentando soltá-los, quando em um movimento brusco com o pé, consegui o que queria. Só que agora eu caia lentamente de cara para o chão.

- Ah!

Um par de mãos fortes me segurou pela cintura, me amparando antes que o chão chegasse perto demais.

- Obrigada. – suspirei de alívio.

Ao menos esse tipo de vergonha eu não passaria na frente dele.

- Bella? – a voz de Esme chegou até nós.

Foi quando eu finalmente olhei para dentro do cômodo a minha frente.

Arregalei os olhos, surpresa.

Alice e Jasper estavam de mãos-dadas em um sofá, assim como Rose e Emmett que estavam ao lado deles. Carlisle mantinha o braço sobre os ombros da esposa em outro sofá e, ao lado dele, estavam uma mulher mais velha, mas mesmo assim muito bonita. E no último sofá estava um garoto lindo. Ele parecia ter a minha idade seus cabelos eram castanho-claros e olhos, verdes.

Todos eles olhavam para nós.

- Oh. Edward! – falou a senhora que eu não conhecia, parecendo emocionada – Sua namorada é linda.

- O quê? – soltei um gritinho.

Então percebi que as mãos dele continuavam em minha cintura. Em um movimento um tanto quanto desajeitado, me desvencilhei de Edward e dei um passo para o lado.

- Nós não somos... não... não – comecei com um ar de riso – Não... não. – terminei de maneira mais firme, olhando diretamente para ela.

Assisti o brilho de seu rosto desaparecer. Desapontamento e tristeza tomaram conta da bela feição. Estava ali, sentindo-me culpada por causar aqueles sentimentos naquela mulher, quando um braço firme serpenteou por minha cintura e me abraçou, trazendo-me para mais perto de um corpo quente.

- Amor, a gente não precisa mais esconder. Essa é a minha avó. – Edward falou, olhando para mim – Nós estávamos guardando segredo para contar primeiro para vovó. – explicou para nossa audiência – Bella e eu estamos namorando.


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Notas finais do capítulo

N/a: FELIZ ANO NOVO, MEUS AMOORES. *-*

Esse post saiu rapidinho, né? E é maior que os outros capítulo. :) Espero receber alguns reviews ;)

*HÁ* O que será que aconteceu nesse capítulo? Por que Edward fez isso? OMG. Ele ficou louco? Isso vcs descobrem no próximo episódio nessa mesma bat-hora, nesse mesmo bat-canal. UAHUAHAUAHAUH me ignorem. Eu nem gosto tanto assim do Batman. Mas quem já assistiu O cavaleiro das trevas? MUUITO bom. O Coringa é ótimo.

Siim, eu amo Percy Jackson. E eu amo Harry Potter *-* São livros absolutamente geniais. Se vcs puderem ler, não se arrependerão! =D

Será que eu mereço uns reviews? *-*

Obs1: Eu prometi que não ia comentar isso aqui, mas parece que é preciso. Amores, o Edward NÃO sabia que a Bella estava escutando. Ele não quis magoar ela. Ele estava apenas desabafando com o melhor amigo. Afinal, como vcs se sentiriam se tivesse alguém sempre correndo atrás de vcs? Mal deixando vcs respirarem?

Obs3: Eu só respondo os reviews do último capítulo, mas leio todos. É q senão eu fico perdida.