Winner escrita por Alice


Capítulo 3
Vaidosa


Notas iniciais do capítulo

Esse daqui fala sobre crime sexual



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Vaidosa. Essa era a Weasley no fim do outono. A longa saia jeans, aberta atrás, a fazia elegante, e o crop top de mangas longas, azul, a fazia atrevida. O coque estava apertado no topo da cabeça e seus lábios cereja. Sim, Rose era, definitivamente, vaidosa, até mesmo no trabalho.

Ela dividia seu escritório com sua colega, Lyra Greengrass, que graças ao Senhor concordava com suas idéias feministas. A menina era branca como a neve, com sardas marrons e tinha os olhos e cabelos negros, adorava coturnos e se vestia como a típica punk americana. Ela era linda.

Elas falavam aos murmúrios, sobre um show que iria acontecer na próxima semana, quando a secretária de Longbottom – o chefe seu chefe, não a filha [gostosa] dele – a chamou em sua sala, para discutir sobre uma reportagem que Rose escrevera. Era sobre a onda de estupros que estava ocorrendo no Brooklin durante as ultimas semanas. Aquilo havia se tornado algo realmente importante para ela, não apenas para sua carreira, mas para evitar que os adolescentes, filhos de vereadores e senadores, parassem de utilizar seu “poder” para enfiar o pau pequeno deles em vaginas que não os queriam, com a desculpa que as roupas curtas, as risadas e as vezes os beijos significavam que ela queriam. Mas elas só queriam se divertir, não transar a força, porra.

E a polícia estava encobrindo os casos a mando desses políticos, então a população não estava sabendo disso. Ainda. A reportagem de Rose poderia mudar isso. Longbottom tinha que aceitar pô-la no jornal. Talvez fosse a ultima chance de justiça para ela – para Roxanne.

Quando entrou na sala Neville foi direto e lhe entregou uma folha com o título de sua reportagem – “Vocês Pediram Por Isto”, que era uma ironia. Ele pronunciou apenas um palavra:

– Leia.

E foi o que ela fez.

White boy : “some of these dumb hoes,

Those slut rocker bitches walking down the street,

They're asking for it, they may deny it but it's true.”

Rose estava chorando. Como? E então: Quem? Ela olhou para frente e Longbottom a encarava de volta, impassível. Ela sabia que ele sabia que não fora aquilo que ela escreveu. Ela jamais escreveria algo assim.

(“Todos sabem que elas estavam pedindo: as roupas curtas, o rebolado no andar, os gestos, a dança provocativa. Ninguém pode dizer o contrário.”)

Por que?

– Senhorita Weasley, eu fui aquele que deu o voto final para ser contratada porque tem uma voz que este jornal precisava urgentemente: uma voz que falasse a favor das mulheres. – se ele a demitisse, por achar que escrevera aquilo, ela surtaria – Assim, sei que você jamais escreveria algo assim.

Ela suspirou. Obrigada. E então, novamente: Como? Quem?

Por que?

– Aparentemente, depois que eu li a sua reportagem original e a coloquei no planejamento do jornal, alguém entrou no nosso novíssimo sistema de computadores e a editou. – Quem? Por que? – Eu vim revisar antes de mandar a impressão desta edição e reli a sua reportagem, a vendo do jeito que entreguei a você. Pelo que o sistema indica, o editor foi Mikael Edgecombe.

Bem, ela já sabia o porquê. Fora o fora monumental que ela dera depois de uns amassos num canto escuro de uma boate anos ’70 perto de Chinatown. Ele tentara prender ela de volta, mas Rose não era idiota, se ficasse ele iria querer mais, e ela jamais daria para ele. Se Rose não fosse como era, ele teria conseguido o que queria, a força. Graças a seu pai, ou apesar dele, ela era alta: isso intimida os homens.

Mas então ela releu o que o filho da puta havia escrito, ignorou o que Longbottom estava dizendo e saiu pela porta, em direção ao elevador. O ódio – porque era maior do que apenas raiva –, cresceu quando o viu no elevador antes da porta fechar, sorrindo e lhe mandando uma piscadela.

(“Qualquer mulher que se preze teria vergonha desta parte feminina: as que se entregam no momento e ficam reclamando depois por não ter sido como queriam. Tudo que ela fazem leva até aquele momento, as culpadas são elas mesmas.”)

Rose Weasley queria matá-lo.

Ela o faria pagar.

Lay me spread eagle out on your hill, yeah

Then write a book bout how i wanted to die

It's hard to talk with your dick in my mouth

I will try to scream in pain a little nicer next time

Ela respirou fundo antes de abrir a porta, pronta gritar com ele. Gritaria até ficar sem voz, e não o espancaria para não perder o seu emprego. Só faltava essa. Nunca fora tão humilhada. Com o ar em seus pulmões, ela abriu a porta e Senhor, ainda bem que eu prendi a respiração. Mikael, aquele merda que não aceitava ser rejeitado, a segurou pelo pescoço e a levantou no ar.

– Olá, Weasley, aqui estamos nós novamente, sozinhos, num canto só nosso – ele a encostou na porta e girou a chave na fechadura. – Desta vez você não vai fugir.

E riu. Gargalhou. Mas manteve a mão bem firme no pescoço dela.

– Prometo que vai ser rápido, rosa. Talvez não indolor, mas você não tem chance de gritar mesmo.

Eu vou pedir para você lembrar de algo: Rose Weasley jamais era desrespeitada. E ela jamais seria. Bem, a ruiva ja passara por isso e sabia o que fazer, só tinha que se manter acordada. Não podia falhar consigo mesma: ninguém do prédio a procuraria ou entraria naquela sala, não sem motivo. Longbottom não sabia para onde ela fora e o resto estava no intervalo da tarde.

Assim, enquanto o filho da puta soltava o cinto e abria as calças, exibindo aquele pau nojento, ela se preparava para o momento de atacar. Não sentia mais as pernas direito: não poderia chutá-lo, mas aquele era apenas um dos vários pontos francos de um homem.

Então, quando ele começou a subir a saia dela, para tirar a sua calcinha e penetrá-la, Edgecombe afrouxou o aperto para um beijo forçado. E foi tudo do que ela precisou: uma pequena lufada de ar e a cabeça de Mikael perto da dela.

I'm so sorry if i'm alienating some of you

Your whole fucking culture alienates me

I can not scream from pain down here on my knees

I'm so sorry that i think!

– … e quando ele se aproximou o suficiente, eu dei uma cabeçada nele, como o treinamento de auto defesa ensinou. – ela se dirigia à policial. – Ele cambaleou para trás, me soltou para segurar a cabeça e isso me permitiu, depois de uns cinco segundos para recuperar o ar, gritar com todas as minhas forças por ajuda. Logo depois, quando Edgecombe já chegava perto de mim novamente, Zabini arrombou a porta e Nott deu um murro na cara dele. – Rose sorriu para os dois meninos que estavam ao seu lado.

A polícia chegara a meia-hora e, depois dos primeiros socorros, Rose estava dando o seu depoimento para o Boletim de Ocorrência à policial Tonks. E mesmo depois de atacada e quase estuprada, Rose não conseguia parar a onda de satisfação que tinha ao ver o filho da puta com o nariz “explodido”, cheio de sangue e algemado, sendo agredido verbalmente por vários policiais – principalmente pelas mulheres. Afinal, já havia passado por coisa pior.

Depois de guardar o papel com o depoimento da Weasley, Tonks voltou a falar, vendo para onde ela olhava:

– Ele vai pegar, no mínimo, dois anos de prisão na Federal – ambas sorriram: – É onde gera maior arrependimento por parte desses caras, porque os presos de lá não admitem agressão “sem motivo”, principalmente contra mulheres e crianças. – ela ainda acrescentou, baixinho – Lá tem o maior índice de estupro, também.

Três caras bombado e gigantes, com paus gigantes, se enfiado, juntos, no cú de Mikael Edgecombe realmente melhorou o humor de Rose.

Ela o fizera pagar. E sua reportagem iria aos jornais.

Jogou seus cabelos para trás e voltou para o escritório para pegar sua bolsa e ir para casa, rebolando. O filho da puta, que antes rira, agora chorava.

Ela ajeitou sua blusa e sua saia, passou batom e pegou um taxi.

Rose Weasley era vaidosa.

White boy...don't laugh...don't cry...just die!


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Notas finais do capítulo

O que vocês acham sobre estupro?



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