CIDADE DAS PEDRAS - Draco & Hermione escrita por AppleFran


Capítulo 24
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, sei que por eu ter perdido um dia de atualização, eu deveria ter colocado um capítulo para vocês entre domingo e hoje, mas o problema é que eu realmente não estou tendo tempo pra entrar no computador. Não é nem questão do capítulo não estar finalizado, o problema é eu vir postar. Estou passando correndo aqui pra postar o 23 para não perder as datas de capítulo novo. A vida está corrida esses últimos dias! Espero que entendam. Assim que tiver tempo vou soltar um capítulo a mais para compensar o dia que perdi! Espero que curtam esse 23!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/608713/chapter/24

Capítulo 23

Narcisa Malfoy

Queria ficar com os olhos fechados, sentindo todo o calor que havia ali e todas as sensações boas que lhe provocava. Ela abriu um sorriso quando apenas aquelas sensações fizeram seu coração se regozijar mais uma vez. Lúcio voltava para ela. Sempre voltava. Ela era sua família.

– Estou feliz por estar em casa. – Narcisa disse num tom baixo, acomodando-se mais sobre o peito nu de Lúcio Malfoy. Sentiu os dedos dele percorrerem o caminho de sua espinha e mais daquelas sensações adormeceram seus membros.

– Sim, sei disso. – ele soava sério e ela sabia que não era por estar cansado da presença dela. Ele carregava algo nos olhos no momento em que passara para o lado de dentro de casa.

O silêncio se estendeu. Para Narcisa era delicioso, era tudo que ela desejava todos os dias. O silêncio, seu marido, seus corpos unidos como deveria ter sido desde o primeiro dia em que havia pisado na mansão Malfoy como uma. Sentia seus olhos pesarem, Lúcio sempre lhe exigia energia além do que ela achava que poderia dar, o mundo parecia distante, mas a verdade era que não queria dormir. Sabia que assim que o sol saísse novamente, ele deixaria aquela cama, tomaria seu banho e iria embora para voltar sabe-se lá quando.

– Sabe que não gosto de guardar segredos de você, não sabe Narcisa? – ele disse num tom tão baixo que foi quase um sussurro. Ela achara que ele havia dormido, mas aparentemente não.

Ajeitou-se novamente sobre ele.

– Às vezes queria apenas que guardasse alguns deles para você. – disse no mesmo tom que ele. Narcisa conhecia os segredos de Lúcio, muitos deles, não gostaria nunca de ter ouvido. Sentia-se culpada muitas vezes por amar um homem como ele.

– Sabe que eu preciso de você, Cissa. – os dedos dele correram por seus cabelos loiros e um arrepio correu sua espinha. – Eu preciso que sempre saiba quem eu sou. É minha mulher, preciso que pelo menos você saiba quem eu sou. – desenhou a linha da mandíbula dela, o que a fez encará-lo, puxando-a pelo queixo. – Você sabe que tudo que eu faço é por nossa família.

Narcisa negou com a cabeça, encarando os profundos olhos cinzentos de seu marido.

– Não, Lúcio. Tudo que você faz é pelo nome Malfoy. – ela afastou os cabelos loiros que caiam em seus olhos – Eu não o culpo, porque foi o que os seus pais te ensinaram a fazer a vida inteira. Eu apenas... – Narcisa suspirou e fechou os olhos por um segundo. Aproximou-se do marido e selou seus lábios rapidamente sobre os dele. – Posso lhe pedir algo? – tentou usar sua voz mais suave. – Por favor, não estrague esse momento. Por favor. – ela quase implorou em seus sussurros. – Você não vem para casa faz tanto tempo, nós não ficamos juntos faz tanto tempo. Eu senti sua falta tanto. Vamos ficar juntos, em silêncio. Tenho medo de saber qualquer segredo seu agora.

O olhar de Lúcio era sincero. Tão sincero que ela sentia aquele calor em seu coração de que era verdade sim, ele precisava dela. Narcisa sabia que conhecia o marido como nenhuma outra pessoa conhecia e eram, naqueles momentos, que ele a olhava daquela forma, que ela sabia que ninguém nunca havia recebido aquele olhar dele, nunca. Era a única parte dele que era apenas e unicamente exclusiva dela. Não poderia dar às costas a isso, não poderia desapontá-lo.

– Eu preciso que saiba, Cissa. – ele tocou seu rosto.

Ela soltou o ar frustrada e fechou os olhos. Não podia desapontá-lo. Ele precisava dela.

– Sabe que eu sempre irei o amar independente do que for. – disse ao abrir os olhos. Sentiu um aperto em seu peito tão profundo. Narcisa realmente não queria ouvir. Não queria saber mais dos segredos escuros de seu marido. Ela queria apenas aproveitar que ele estava ali com ela, mas Lúcio insistia em querer colocar a culpa de saber que o amava novamente ali. – Acho que já sei o quer me dizer. – sussurrou.

– Creio também que realmente já saiba. – ele usou o mesmo tom que ela e Narcisa sentiu o aperto em seu peito aumentar ainda mais. Quis se afastar dele. – Quero primeiro que saiba que eu não tive muita escolha, querida. – ela apenas assentiu. Queria tanto se afastar dele. – O mestre me disse que era uma menina, você sabe que meninas não podem carregar mais o sobrenome Malfoy quando se casam e com a relação que Draco tem com Hermione, não acredito que eles se dariam ao trabalho de fazer outro filho, um que pudesse continuar a linhagem.

Era sempre sobre isso que Lúcio se preocupava. A linhagem. Os Malfoy. Narcisa não conseguiu mais, teve que se afastar. Deu as costas a ele, se sentou do lado aposto da cama e puxou o lençol consigo para se cobrir. Podia dizer que até sentia vergonha de ter feito amor com ele há alguns minutos atrás.

– O mestre lhe pediu autorização? – ela trabalhou para conseguiu dizer.

– Você sabe que o mestre não precisava da minha autorização. Ele me contou apenas para ter certeza de que nossos interesses ainda continuam seguindo o mesmo trilho. Eu não poderia ter salvado ninguém, Cissa. – ele disse.

– Sim, você poderia. – ela sussurrou fechando os olhos. Por que o amava tanto? Como conseguia? – Apenas não se deu ao trabalho porque uma menina na família, a essa altura, não era lucrativo. – suspirou – Consigo ver que não está feliz com tudo isso. Por quê? Não conseguiu o que queria?

Lúcio soltou o ar pesadamente.

– Draco. – disse mostrando que a razão era Draco. O silêncio pairou no ar por alguns segundos, como se ele estivesse pensando na melhor forma de dizer aquilo. – Sabe que ele me evita o quanto pode, mas mesmo assim, ele veio até mim e desceu do enorme pedestal de orgulho onde se mantêm há anos e quase implorou para que eu desse suporte na ideia de levar o filho para fora de Brampton Fort quando nascesse. Ele queria aquela criança. Tenho notado como ele vem agindo nas últimas semanas. O conheço. Tem sido difícil para ele. Principalmente na primeira semana. Ele parecia tão perdido.

Sim, Draco tinha um coração.

– Mesmo sabendo disso, concordou com o mestre quando ele disse que mataria sua neta. – Narcisa sentia os dentes apertados e um nó subir em sua garganta. – Se tivéssemos tido uma filha, Lúcio. Você a amaria? A amaria mesmo depois que ela trocasse de sobrenome? – puxou o ar – Por que fez isso com sua neta? Por que fez isso com Draco? Por que fez isso com o seu filho, Lúcio? Você sabe que ele deve ter alguma ideia de que você sabia sobre tudo isso agora, não sabe?

– Draco sabe como as coisas funcionam do lado de Voldemort, Cissa. Ele sabe que sacrifícios devem ser feitos toda hora. E você não haja como se não soubesse disso também. Eu não poderia ter dito ao mestre para poupar a vida da criança, sendo que ele apenas estava me informando sobre a intenção de matá-la. Ele não queria minha opinião.

Narcisa viu seus olhos embaçarem e precisou piscar para afastar as lágrimas. Ela havia estado tão pronta para receber aquele bebê. Uma esperança havia lhe crescido. Alguém poderia amá-la, além de Draco. Mais alguém. A felicidade e esperança nos olhos de Hermione quando Draco havia lhe dito naquele jantar que estavam trabalhando para não deixar que seu filho caísse nas mãos de Voldemort era tudo que ela mais lembrava.

– Você já sabia que ele iria matá-la naquele jantar. – sua voz saiu tão baixa que Narcisa mal sabia se conversava com ela mesma ou se Lúcio a escutava. – Mesmo assim não contou a ninguém, não contou nem a mim. Deixou que colocássemos todas aquelas esperanças no coração de Hermione. Você queria apenas pressioná-la, manipulá-la para fazer com que ela dissesse sobre o véu. Agora eu entendo o porquê nem mesmo se deu ao trabalho de finalizarmos aquela discussão, de mostrar a ela como faríamos para tirar a criança de Brampton Fort. Você apenas a usou.

– Céus, Narcisa. – ele se moveu às suas costas – Diz como se nunca tivesse me visto fazer isso antes!

– Ela é sua família agora. – será que Lúcio nunca entenderia o que seria aquilo?

– Por isso mesmo ela deve aprender, entender e aceitar como as coisas funcionam. Você mesma sabe que sacrifícios são necessários e sabe que no começo é realmente complicado entender esse mundo. – ele a envolveu com seus braços. Narcisa sentiu o calor dele abraçá-la e a respiração quente contra seu pescoço. – Sabe que não é nada impossível de se administrar. Você aprendeu com o tempo. Ela também aprenderá. – Lúcio depositou ali um beijo calmo. Subiu mais um pouco e a beijou outra vez. – Cissa. – sua voz estava agora em seu ouvido, rouca, grave. – Ainda me ama?

Ela tremeu. Ele poderia ser quem fosse, não havia dúvidas em seu coração.

– Como pode sequer duvidar? – Narcisa não conseguia dizer aquilo sem sentir dor em seu coração. Sua noite já estava arruinada de qualquer maneira. Ela não conseguiria mais encostá-lo sem se lembrar, sem sentir culpa de amá-lo tanto.

– Então durma comigo. Tenho mil coisas para fazer amanha. Preciso descansar. Vamos deitar novamente. Sei que foi difícil para você ter que escutar isso, mas estou grato por não haver mais segredos entre nós. – sua voz era calma e sincera.

Narcisa engoliu a saliva, puxou o ar e assentiu. Deitou-se com ele novamente, acomodou-se contra ele, mas não sentiu nenhuma daquelas deliciosas sensações de antes. Ali, tudo que apenas havia restado, era a certeza de que vivia um amor doloroso, um amor que vivia sozinha, porque Lúcio nunca diria que a amava de volta.

– Lúcio. – ela o chamou depois de longos minutos em silêncio. Ele murmurou algo dizendo que a escutava, mas que já estava à beira de seu sono. – Quando acha que Hermione deveria saber sobre quem ela é?

Ele respirou fundo e ajustou-se a trazendo mais para si.

– Ainda precisamos dela como uma Sangue-Ruim por bastante tempo, querida. Não pense sobre isso agora, apenas durma.

Hermione Malfoy

Verificou pela quinta vez se tudo estava conforme havia pedido a Tryn. Taças de cristal, talheres de prata, porcelana decorada, guardanapos de algodão espesso. Olhou-se no espelho pela última vez, enquanto escutava o carro de Draco chegar no pátio de entrada.

Vestia um longo de tecido fino que desenhava seu corpo muito bem até os pés. O tom era de um vermelho profundamente escuro, quase burgundy. A alça cruzava seu ombro e se entrelaçava até a parte de baixo de suas costas a deixando exposta. As jóias que havia escolhido carregavam pedras escuras envoltas em cordões de prata. O penteado ficara por conta de Tryn e todo o seu cabelo estava puxado para o lado esquerdo. Sua maquiagem não estava muito carregada por motivos óbvios de equilíbrio visual, mas tomara o cuidado até de fazer as unhas.

Respirou fundo. Estava considerando aquele dia como o dia em que sua vida seria dividida. Ela mudaria. A Hermione que havia sido todos esses anos seria guardada em um lugar especial e distante dentro de si, ela era sua essência e precisava ficar guardada, mas agora precisava mudar, precisava ser uma Malfoy, porque esse era o seu destino, o caminho que deveria seguir. Tudo aquilo, aquele ambiente, aquelas pessoas, Draco, Brampton Fort, a Marca Negra, tudo, era quem ela deveria ser agora. Era o que ela deveria aceitar. Era o que ela deveria viver. Aquele era seu mundo agora, precisava se encaixar nele definitivamente.

Encheu duas taças de champagne, enquanto escutava a voz de Draco no hall de entrada lançando ordens a um dos elfos e avançando. Hermione segurou as taças, verificou seu vestido rapidamente com um olhar e inalou o orgulho que corria em suas veias. Apoiou um braço no encosto de uma das cadeiras, tomou um gole da bebida e, no momento que afastou a taça da boca, Draco passou para o lado de dentro enrolando a manga de sua camisa. Ele congelou quase que instantaneamente com os olhos sobre ela. Hermione sentiu um sorriso se abrir em seu interior.

– Oh. – foi tudo que ele disse enquanto levantava as sobrancelhas.

Hermione trabalhou para abrir um sorriso agradável.

– Olá, querido. – ela disse e se aproximou. Estendeu a outra taça a ele. – Como foi seu dia?

Ele desceu aqueles olhos cinzas congelantes por todo o corpo dela e pegou a taça.

– Ocupado. – Draco respondeu, não parecendo prestar muita atenção nas próprias palavras.

– Bom. – pouco se importava com o dia dele.

Deu as costas e avançou até a cadeira na cabeceira onde ele se sentava durante todas as refeições. Afastou-a como um convite para que ele se sentasse. Draco ainda estava congelado no mesmo lugar.

– Não acha que estou vestido inapropriadamente? – ele abriu os braços mostrando as mangas que havia dobrado e a gravata desatada que cercava seu pescoço.

– Você está perfeito. – Hermione sorriu. E realmente estava. Ela não se lembrava de nenhuma vez em que havia visto Draco fora da perfeição. Nem mesmo quando ele acordava. Ah, quando ele acordava...

Ele também abriu um sorriso, inclinando a cabeça como se aceitasse que se era assim que ela preferia, então, tudo bem. Foi em direção a cadeira dela e a afastou esperando até que Hermione se sentasse. Depois foi até a sua e tomou seu lugar.

– Devo dizer que não estava esperando nada perto disso. – disse ele, depois de tomar um gole da bebida que havia recebido e depositá-la sobre a mesa. – Durante o dia inteiro, tudo que realmente ocupou minha cabeça foi o peixe que eu sabia que provaria agora.

Hermione teve que rir, sentindo o som escapar de sua garganta com naturalidade. Encolheu os ombros uma vez, satisfeita em saber que apreciavam sua culinária. Ela nunca tivera muita chance na Ordem com a Sra. Weasley por perto.

– Foi um desafio escolher o cronograma do cardápio de hoje, mas sua mãe foi uma boa ajuda. – ela disse, enquanto abria o guardanapo em seu colo.

– Minha mãe? – Draco pareceu confuso e surpreso enquanto também assentava seu guardanapo. – Ela esteve aqui hoje?

– Sim. – ela respondeu. - Soube que seu pai deixou Brampton Fort hoje pela manhã, portanto a chamei. Talvez ela estivesse precisando de companhia e distração tanto quanto eu. – disse e esperou os segundos que Draco precisou para pedir que fossem servidos. – E ela havia expressado bastante interesse sobre me ver cozinhar da última vez que conversamos sobre isso. – acrescentou. – Fomos ao centro comprar aquilo que precisávamos, o que foi ótimo para amenizar a nossa imagem perante a imprensa, visto as últimas reportagens. Almoçamos em uma das casas de chá e quando voltamos, ela me ajudou.

– Minha mãe esteve na cozinha com você? – ele parecia realmente incrédulo, enquanto era servido pela salada que Hermione havia preparado com torradas temperadas.

– Sim. – respondeu Hermione, não vendo o porquê de tanta incredulidade.

Draco riu alto e com tanto gosto que pegou Hermione de surpresa. Ela nunca havia o visto fazer aquilo antes. A energia era tão contagiante que ela se viu incapaz de sorrir.

– Eu gostaria de ter visto isso. – ele comentou. – O que minha mãe disse da experiência?

– Que se parece bastante com preparo de poções. – respondeu e viu Draco rir mais uma vez.

– Sou bom em poções. Acha que eu poderia me aventurar nessa sua área exótica?

– Seria interessante vê-lo tentar.

– Você quis dizer divertido. – ele corrigiu ainda descontraído e ocupou a boca com salada.

Hermione se viu rir. Ela não esperava que aquilo fosse escapar do profissional, principalmente, porque nada entre eles escapava do profissional, mas ultimamente, desde que havia perdido sua filha, Draco começara a se comportar com ela como nunca antes tinha feito. Muito de seus atos iam além do gentil e ela se perguntava se aquilo era fruto do Draco que ele havia mostrado a ela há algumas semanas.

– Obrigada. – ela disse depois de longos minutos com a voz baixa, quase em um sussurro.

Ele pareceu intrigado e curioso pelo que ela havia dito e a encarou, mastigou e engoliu o que havia em sua boca, bebeu um gole do champagne e indagou:

– Pelo o que?

Hermione suspirou, não sabendo se conseguia ter coragem para dizer aquilo a Draco Malfoy.

– Por estar sendo compreensivo comigo. – ela entendia que não era fácil ser gentil com alguém que não se gosta.

Ele desviou o olhar. Sua expressão séria e indecifrável.

– Concordei que teríamos que superar tudo isso, certo? – Draco lançou um olhar rápido a ela que assentiu em resposta. – Eu não nos vejo fazendo isso da forma como éramos antes. – ele se referia à indiferença que habitava na relação que tinham e Hermione era obrigada a concordar. Era algo que eles trabalhariam juntos, porque do mesmo jeito que era difícil para ele ser gentil com ela, para ela também era difícil ser gentil com ele. Havia anos de rancor um pelo outro em jogo e ela ainda se lembrava de como Draco costumava discriminá-la em Hogwarts. Respirou fundo. Tinha que empurrar essa Hermione para longe. Os minutos se passaram em silêncio até ele voltar a se pronunciar: – Então. – disse quando a entrada foi trocada pelo prato principal e os olhos dele se iluminaram ao ver as batatas e o peixe lindamente posto em seu prato. Ela nunca teria notado o olhar Do marido se aquele momento fosse durante os primeiros meses de casados que eles haviam passado. Hoje, Hermione já entendia muito mais que o olhar dele não era constantemente frio e seco, ela só precisava prestar um pouco mais de atenção. – Você havia dito algo sobre um trato.

– Estive pensando em discutir isso após o jantar. – ela assumiu sua postura profissional.

Ele tomou um tempo para considerar aquilo.

– Quer me deixar bastante satisfeito por causa do seu peixe, assim você pode me ganhar um “sim” no que quer que seja esse trato, não é? Onde aprendeu essa estratégia fajuta?

Ela não pôde conter um sorriso.

– Conviver com Sonserinos tem me ensinado alguns golpes baixos interessantes. – tratou de dizer.

Draco soltou um riso fraco.

– E o que te fez pensar que, esse seu “golpe baixo”, funcionaria comigo?

Hermione o encarou. Ele mastigava sua comida com um sorriso discreto nos lábios.

– Eu tenho um elemento surpresa. – apenas disse, sentindo que seus lábios mostravam o mesmo sorriso que os dele.

– O que? Sexo?

Ela ergueu uma das sobrancelhas.

– Sou mesmo previsível assim?

– Sexo? – Draco insistiu.

Hermione puxou o ar.

– Sim. – respondeu, usando seu tom mais neutro possível, como se estivessem conversando sobre o clima do lado de fora.

Ele riu reclinando em sua cadeira.

– Eu não pensei que já estivesse nesse clima. Além do mais... – sua voz morreu, como se ele tivesse acabado de se lembrar de algo importante e os segundos em silêncio que se seguiram fez com que a expressão de Draco se tornasse séria e profunda novamente. Hermione sabia o porquê daquilo. – Eu não acho que seria bom que ficasse grávida assim tão... – sua voz morreu novamente.

– Oh. – ela lutou contra o sangue quente que quis colorir as maçãs de seu rosto. Desviou o olhar. – Não. – limpou a garganta. – Eles não poderiam manipular a vida assim, tão facilmente. – se referiu aos medibruxos. – Seria arriscado mudar o funcionamento do meu corpo. Eles apenas fizeram meu processo de cura ser bem rápido e aumentaram bastante as chances durante meu período fértil todo mês. Meu corpo continua funcionando como antes. – piscou e o olhou novamente. Draco a encarava.

– Então podemos administrar isso, não é? – ele parecia querer ter certeza.

– Teríamos que ser cuidadosos, porque eu não acho que meu corpo reagiria com qualquer feitiço ou magia de proteção. Mas sim, acredito que podemos administrar isso. – concluiu ela.

Eles se encararam por alguns segundos até Draco abrir um sorriso sincero.

– Essa é uma boa notícia. – ele disse

Hermione retribuiu com o mesmo sorriso, limpou a garganta, refez a postura em sua cadeira e voltou-se para seu prato.

– Então é melhor que faça hoje a noite valer à pena, porque não acho que seria inteligente arriscar nada nos próximos dias. – Hermione tentou ficar séria.

Draco ergueu uma sobrancelha e riu.

– Gosto de desafios. – disse com um sorriso tentador nos lábios.

Ela sorriu. Sabia que o marido gostava, principalmente quando se referia a sexo. Conhecia tudo que ele gostava e não gostava com relação àquela única área em específico.

– Você deveria me agradecer. – ela disse depois de alguns segundos, aproveitando que o ar de descontração ainda pairava entre eles.

– Agradecer pelo o que? – Draco perguntou depois de um gole em sua bebida.

– Pelo jantar. – ela pegou sua taça mostrando orgulho de seu feito.

Ele riu.

– Você não fez isso para mim, Hermione. Fez isso porque quer algo em troca. Brampton Fort tem lhe ensinado bem... – ele foi obrigado a parar porque, naquele mesmo momento, Tryn interrompeu o jantar avisando que havia uma coruja importante de fora da cidade esperando por ele em seu escritório.

Draco perguntou o porquê Tryn não havia trazido o pergaminho até ele ali, e a criatura respondeu que a coruja se recusava a entregar o recado a alguém que não fosse ele. Draco soltou o ar, não parecendo muito contente, cruzou um rápido olhar com Hermione e se levantou.

Tryn nunca havia interrompido nenhum de seus jantares. Hermione se levantou quando viu que o marido sumiu pela porta mais próxima ao acesso para o andar de cima. Não! Foi tudo que ela pensou. Havia planejado aquilo com cuidado. Soltou o ar frustrada e lançou ordens à elfa para cuidar do jantar antes de segui-lo.

O alcançou no andar já de cima, avançando pelo corredor de sua sala privada. Entrou seguido dele. A coruja o esperava em cima de sua mesa com um pergaminho amassado na pata o que mostrava a pressa daquele que havia enviado a mensagem. Draco o pegou e leu. Hermione apenas o observou, trocando de mão a taça que nem sequer notara que havia levado junto.

Draco não demonstrou nenhuma expressão. Nem quando seus dedos tornaram a amassar o papel novamente, nem quando dispensou a coruja, nem quando deu a volta na mesa e se sentou em sua cadeira, inclinando-se nela. Ele estava pensativo. Era tudo que Hermione conseguia ler em seu rosto. Havia apenas um ar de frustração em seu olhar.

– O que foi? – ela resolveu perguntar.

Draco saiu de um estado pensativo para finalmente notar na presença dela ali. Por um segundo, Hermione viu que ele exigiria a saída dela, irritado, como sempre fazia, mas então aqueles olhos cinzas se suavizaram a tempo e ele apenas disse:

– Podemos conversar amanhã, Hermione. Obrigado pelo jantar. Fez um ótimo trabalho, estava uma delícia. Preciso de um tempo agora. – ele falou quase que roboticamente, fazendo um sinal para que ela deixasse a sala.

Ela não iria embora. Deu um passo a frente cuidadosamente.

– Draco, o que aconteceu? – disse pausadamente.

Ele puxou e soltou o ar impaciente. Apertou os olhos com os dedos e disse:

– Hermione, por favor. Eu não quero ser rude com você. – havia sinceridade em suas palavras. Agora, finalmente, ele expressava algo. Parecia extremamente cansado. Preocupado também.

– Eu posso ajudar. – ela decidiu dizer.

Draco a encarou. As sobrancelhas unidas. Um olhar furioso e intrigado ao mesmo tempo.

– Ajudar? – ele forçou um riso fraco - Por que está fazendo isso, Hermione? Desde ontem! Será que não percebeu que estávamos trabalhando em um ataque contra o seu pessoal?

– O meu pessoal? – foi a vez dela unir as sobrancelhas. – Eles não são meu pessoal. Não mais. Eu não trabalho mais para eles. Não posso mais trabalhar para eles e agora não quero mais trabalhar para eles.

– Então quer dizer que agora trocou de lado?! Quer trabalhar para o Lorde?! É isso que quer?!

– Não. Quero trabalhar para você! – Hermione não havia preparado aquele discurso para sair dessa forma.

A expressão de raiva de Draco sumiu, dando lugar apenas a curiosa, a intrigada, a questionadora.

– O quê? – ele parecia não ter entendido direito.

Ela deu mais um passo a frente.

– Quero trabalhar para você! Com você! – repetiu muito certa de suas palavras e de sua postura. Ele ainda a olhava com aquele olhar cheio de dúvidas. – Você não trabalha para Voldemort, apenas finge que trabalha para ele. – aproximou-se ainda mais e tocou o ébano escuro e lustrado da mesa vitoriana que os separava. – Escute, Draco. – começou com cuidado. – Eu decidi confiar em você. Ainda não sei quais são suas verdadeiras motivações, mas elas não podem ser piores do que as de Voldemort porque eu sei... – ela puxou o ar -... eu sei que tem um coração. – hesitou - Me mostrou que tem um. – finalizou.

Draco precisou de um longo minuto para processar aquilo.

– Hermione. – seu nome soou pela boca dele que, de alguma forma, ainda não parecia totalmente convencido. – Eu disse que conversaremos amanhã. Agora preciso apenas que deixe...

– Não seja estúpido. – ela o cortou. O olhar dele se tornou severo pela ousadia das palavras dela. Um dos motivos pelo qual Draco a odiava. Hermione o confrontava. Sempre o confrontava. – Sei que não gosta de se dar a chance de ser estúpido, então não se dê agora. – o olhar dele continuava severo. – Escute. – ela o olhou bem nos olhos. – Nós lutamos essa guerra um contra o outro por muito tempo. Sabe disso. Você trabalhava seu exército para superar a Ordem e eu trabalhava a Ordem para superar seu exército. Nós crescemos muito, aprendemos muito, conquistamos muito. Há coisas da Ordem que não pode superar, da mesma forma, que há coisas que a Ordem simplesmente não pode o superar. Nós dois somos grandes, Draco. Não se lembra das vezes que trabalhamos juntos? Livramos sua família de perder muito dinheiro e influência quando descobri sobre sua secretária. Tiramos Luna daqui de dentro. Ontem quando encontrei o ponto fraco daquela magia. – Hermione pausou - Imagine o que podemos fazer juntos. – deixou que ele processasse aquilo. Que ele imaginasse. – Eu me lembro pouco de quando disse sobre ser um câncer dentro do sistema. Crescer em silêncio para quando Voldemort descobrir o estrago já estar muito além do reparável. Quero ser parte disso. – deu mais tempo para que Draco processasse. – Sei que fingiu todo esse tempo lutar em nome de Voldemort, mas tudo que realmente fez foi proteger o povo e ganhar a confiança de seus homens. Inteligente e paciente. Você teve que matar. Teve que matar alguns para salvar muitos outros. Teve que matar também porque se não matasse, não seria o exército de Voldemort, e precisava se mostrar autêntico. – ela suspirou - A Ordem perdeu há muito tempo a chance chegar até Voldemort para destruí-lo quando toda essa estrutura foi montada.

– Eu não lutei pelo povo. Lutei por...

– Você. – ela o cortou. - Sim, eu sei. Lutou por você mesmo. Bastante egoísta se pensarmos, mas não o culpo porque eu também fui. Achei que lutava para o povo, mas na verdade, eu lutava pelos meus amigos, pela Ordem, eu pouco me importava sobre a segurança do povo quando tomávamos qualquer vilarejo. Eu estava tão focada em chegar até Voldemort que não pensava nas famílias que se trancavam em suas casas com medo de um ataque do exército do Lorde das Trevas. Você estava lutando por você mesmo, pelos seus interesses, mas pelo menos conseguia manter seus territórios livres de ataques. – Hermione fechou os olhos. – Eu estava sendo tão mais egoísta que você. – admitiu. – Mas quero lutar pelo povo agora. – abriu os olhos para encarar os dele – Quero o fim disso, dessa guerra, desse império, do poder de Voldemort. Quero lutar por todos, pelos meus amigos, por quem sou agora, pelo filho que eu sei e você também sabe que vamos ter que colocar no mundo, mais cedo ou mais tarde. Eu sei que sou boa o suficiente para isso, mas me deixe lutar com você. Me deixe ser parte do tumor que está fazendo crescer silenciosamente aqui. Nós. dois. podemos. ser. grandes. Temos que planejar tudo com muito cuidado, temos que acabar com os segredos entre nós, temos que ter foco. Me deixe te ajudar. – findou ela, finalmente soltando o ar e esperando pela resposta de Draco, encarando fundo em seus olhos.

Draco piscou sem desviar o olhar dela. Eles ficaram ali. O silêncio enchia o espaço entre eles.

– E você está pronta para compartilhar seus segredos? – perguntou ele.

– Você não está? – indagou ela, erguendo uma das sobrancelhas. Ele não respondeu. – Todos esses argumentos não foram o suficiente? Se não foram, então pense, Draco. Pense em todos esses anos. Todas as batalhas nos quais nos confrontamos. Como nós dois puxamos essa guerra ao máximo. Pense nos nossos cérebros pensando juntos em um mesmo propósito. Temos o mesmo inimigo, se lembra?

Ele não respondeu. Desviou o olhar. O silêncio dele pareceu durar um minuto. Dois... Três... Hermione não se moveu. Nem ele. Ela deixou que o marido pensasse e ele realmente parecia ponderar cada tópico que se passava em sua cabeça, naquele momento. Ela quase podia enxergar as engrenagens de Draco trabalhando, até que então, ele jogou sobre a mesa o pergaminho amassado que recebera. Os olhos dele tornaram a se encontrar com os dela e ele começou:

– Eles tomaram Godric’s Hollow. Recuaram a base que tínhamos lá. Precisaram de apenas um ataque. – Draco disse nada contente e orgulhoso de suas palavras. Hermione processou. Pegou o pedaço do pergaminho, desamassou e leu. Era um rabisco feito às pressas contando sobre o acontecido e dizendo que enviaria um relato e uma testemunha no dia seguinte. – Você disse que a Ordem perdeu há muito tempo a chance de chegar a Voldemort. Bem, acredito que agora eles tenham recuperado essa chance.

Hermione negou com a cabeça e o encarou, largando o pergaminho sobre a mesa.

– A Ordem tem em mãos um poder que não sabe controlar, nem estudar. – ela esclareceu. Tinha mais o que falar sobre aquilo, mas aquele não era um momento para discutir aquilo. Tinha outra meta ali. – Eles estão seguindo pelo caminho de sempre, acham que podem ganhar a guerra por briga de território. Esse caminho não é saudável para eles. – Draco a encarava intrigado. – Vai ser fácil tomar Godric’s Hollow novamente. – ela apressou-se a dizer. – Não os ataque por agora. A Ordem sempre deixa para fazer rondas depois de dois ou três dias para derrubar toda a magia que vocês constroem em volta do vilarejo. A Ordem também tem uma organização bem primitiva de delimitação de fronteira e eles costumam usar feitiços que eu criei, portanto não será nada tão trabalhoso. Nada como o trabalho que estão fazendo com York, pelo menos. Apenas espere que eles se acomodem por lá.

Draco assentiu. Precisou de um minuto em silêncio e, então, se levantou dando às costas a ela e seguindo para a janela por onde podia ver o pátio no andar de baixo.

– Podemos ser grandes juntos, certo? – ele usou um tom baixo para reproduzir aquilo.

– Certo. – confirmou Hermione no mesmo tom. Deu a volta na mesa e se aproximou dele. O suor de sua taça molhava seus dedos. Colocou-se ao lado dele.

– É um caminho profundo e bem sujo, Hermione. – ele a alertou.

– Eu estou pronta.

Ele a encarou. Os olhos cinzas muito profundos. Draco não parecia nada convencido, mas ela sabia que poderia convencê-lo apenas na prática, porque suas palavras para ele eram vazias. Ainda havia pouca confiança entre eles. Teriam que construir aquilo, juntos.

– Tem certeza? Vai precisar ser bem corajosa.

Ela ajustou a postura.

– Sou uma leoa, você é uma serpente. Se você pode, eu também posso.

Draco se virou para ela.

– Terá que aprender a ser muito discreta, a sacrificar muitas coisas. Terá que aprender a manipular, a barganhar, a jogar sujo, a mentir, a comprar pessoas. Terá que montar uma imagem para o público que não será você de verdade, terá que usar uma máscara todos os dias na frente das pessoas, terá que aprender a conter e guardar todo e qualquer tipo de sentimento. Terá que matar, terá que estar por trás de mortes, terá que aprender a lidar com isso. Terá que usar o pescoço de muita gente para não colocar o seu em risco e nunca, nunca, coloque o seu em risco, por isso, tudo que for feito, absolutamente tudo, é necessário que tenha o controle, o controle de cada simples parte. Nada pode escapar de controle.

Hermione engoliu sua saliva e voltou para ele também.

– Sou uma Malfoy. – tinha uma expressão tão fria quanto a que ele sempre usava. Ela estava pronta para aquilo. Havia demorado a entender que aquela sujeira não poderia ser limpa, sem sujar as próprias mãos também.

Draco abriu um sorriso fraco, porém sincero.

– Sim, você é. – ele disse e Hermione sentiu aquilo tocar seu coração. Será que ele a aceitava?

Abriu um sorriso como o dele e puxou o ar erguendo o próprio queixo.

– Teremos que vencer a guerra para Voldemort primeiro. – disse.

– E porque isso? – Draco ergueu uma das sobrancelhas.

– Quero que a queda dele seja grande. – sentia seus próprios dentes travados ao dizer aquilo.

Draco sorriu e dessa vez ele mostrava que o interesse era o mesmo.

– Agora você está falando como uma verdadeira Malfoy. – deu as costas. Pegou um dos rolos pendurados na parede e o abriu em sua mesa. – E talvez tenha razão. Nós temos toda Oceania, Ásia e África sob controle. A Europa é o continente com mais numero de grupos rebeldes que ainda não temos controle. A América possui alguns grupos de resistência, mas são fracos. Ainda não conseguíamos estabilizá-los porque eles conseguem se mover rápido. Há algo selvagem sobre eles que...

– Eu conheço os grupos da resistência, Draco. – ela o cortou – Já estive em contato com muitos deles. – se aproximou do mapa. – Vamos vencer essa guerra em seis meses. – Hermione disse.

– Seis meses? – ele soou surpreso.

– Sim. Um mês para cada país que ainda não tem total controle.

– Estamos carregando essa guerra por anos, Hermione. Acha que seis meses pode por fim a tudo?

– Quão bom é seu exército?

– Bom o suficiente.

– Então seis a nove meses é o máximo que temos. – ela o encarou.

Draco assentiu, como se tivesse finalmente entendido o porquê ela havia dado aquele tempo.

– Estou enxergando o que quer dizer. – ele fez com que um rolo se abrisse no ar. O calendário estava estampado nele.

– Eu poderia engravidar em três ou quatro meses. – Hermione encheu o pulmão de ar. Não sabia se estava pronta para isso ainda, mas teria que estar. Sacrifícios deveriam ser feitos. Teria que aprender a trancar e guardar todo e qualquer tipo de sentimento. – Assim quando tiver vencido a guerra, eu estarei próxima de dar a luz. Voldemort prometeu que eu poderia ficar um ano com a criança. Um ano é tempo o suficiente para estabilizar o império dele.

Draco assentiu.

– Com o império estável, o controle de entrada e saída dos fortes ficaria altamente maleável e vulnerável.

Hermione sorriu.

– Todos distraídos o suficiente, levando uma vida normal, seria perfeito para agirmos contra a cabeça de Voldemort.

– Pare de dizer o nome dele, Hermione.

Ela revirou os olhos.

– O Lorde. – ela consertou. – Seria tempo o suficiente para agirmos contra ele e você ganhar a confiança dos homens que lidera. Se tiver a confiança deles terá a confiança da família deles.

– Podemos usar todo esse povo. – Draco sorriu.

Ela sorriu.

– Sim, podemos. E com a confiança de seus homens, temos o exército do nosso lado. Ninguém com o Lorde, além de algumas fiéis almas.

– Então ele cairá. – Draco concluiu com um sorriso.

Eles se encararam, cada um com um sorriso nos lábios.

– Então ele cairá. – Hermione repetiu.

O silêncio, a troca de olhar e os sorrisos. Duraram apenas alguns segundos porque Draco logo tratou de vencer a distância entre eles, tomar a taça das mãos dela para jogá-la displicentemente contra o chão, segurá-la pela nuca e beijá-la. Hermione não lutou. No segundo em que o calor dele a envolveu, ela o cercou pelo pescoço.

A boca dele era faminta contra a sua e ela o beijou com tanta vontade quanto ele. Não demorou muito para ter suas costas empurradas contra a parede. Ela já ofegava. A falta de ar vinha dele, do calor dele, do beijo dele. Seus joelhos sempre tremiam quando ele a tocava.

– Você pode estar incrivelmente sexy com esse vestido, Hermione, mas eu ainda a prefiro sem roupa. – ele disse descendo o caminho por sua mandíbula, ouvido, pescoço.

Ela riu fracamente. Sentia seu peito subir e descer, tentando controlar o efeito que ele lhe causava. Draco deveria dizer aquilo para um milhão de mulheres. Hermione não se importava que ele tivesse amantes, quantas quisesse. Nunca o quis apenas para ela, nunca o amou, mas se sentia poderosa por saber que de todas as mulheres que ele teria, ela seria a única que carregaria seu sobrenome, que estaria ali para sempre.

– Então tire-o logo. – ela tratou de sussurrar buscando ar – Às vezes você é muito devagar para algumas coisas. – o provocou.

Draco riu e subiu os olhos para encontrar com os dela. Tão próximos que Hermione quase pôde entrar naquelas íris cor de inverno.

– Quantas vezes vamos ter que fazer sexo, para que você possa finalmente entender que as coisas acontecem no meu tempo sempre? – não deixou que ela respondesse e tomou sua boca novamente. – Eu não quero perder a diversão.

Draco puxou todo o seu vestido e fez com que as pernas dela tivessem espaço para cercá-lo. Hermione puxou a gravata que ainda estava no pescoço dele e a jogou longe. Suas mãos logo se ocuparam com os botões da camisa dele. Ele a pegou e murmurou algo sobre não fazer aquilo ali. Ela não entendeu, mas se deixou ser conduzida para o corredor.

Suas pernas deixaram os quadris dele no caminho para o quarto. Ziguezaguearam pelo corredor, enquanto Hermione puxava a camisa dele para fora do cós da calça. Suas mãos correram o tronco dele, ela gostava das formas de Draco, eram esculturais e muito desejáveis. Abdômen, peito, costas, ombros, gostava de sentir os músculos dele se movimentando contra seu tato. Draco tinha umas costas massivas e isso sempre lhe arrancava o fôlego. Ela finalmente tirou a camisa dele e deixou-a por ali. Foi colocada contra um dos móveis no caminho e somente percebeu a força, quando escutou algumas porcelanas se quebrando. Eles sempre tinham que quebrar alguma coisa. Já haviam conversado sobre aquilo, mas aparentemente era inevitável.

Enterrou suas mãos nos cabelos loiros e pendeu a cabeça para trás, sentindo cada membro seu formigar com o toque da língua dele. Saber que eles estavam a caminho do sexo a deixava tão loucamente molhada, tão desesperada, tão pulsante. Como Draco conseguia causar nela aquele efeito? Hermione já se sentia inteiramente pronta para ele. Draco tinha o poder de fazer o desejo crescer nela tão rápido, apenas com um toque cheio de intenção. Isso a surpreendia todas às vezes e mesmo depois de tantas vezes, ela não se cansava. Independente de como fizessem, independente de ser calmo ou selvagem, ele sempre fazia crescer nela aquele desejo, sempre tinha um toque ou um olhar diferente que a fazia o querer. Que outra opção Hermione tinha a não ser se entregar? Até se perguntava se era por isso que Draco já havia ficado com tantas mulheres, porque era tão difícil dizer não a Draco Malfoy. Quantas vezes ela havia negado a Rony, a Harry, a Viktor, homens com quem tivera relacionamentos, e para Draco Malfoy, simplesmente era incapaz de se pronunciar contra depois que havia conhecido do que ele era capaz. Ele já havia a feito atingir graus de satisfação tão comprometedores, que hoje Hermione sabia que se ele apenas lhe lançasse um olhar, apenas um olhar, ela sabia que era suficiente para acendê-la.

Era isso que Draco usava com todas as outras mulheres? Era definitivamente esse poder que ele usava, porque além de ter a impressão de que metade das mulheres de Brampton Fort já havia estado na cama com seu marido, tinha a impressão também de que apenas o cheiro dele levantada nelas algum tipo de antena que as fazia o seguir loucamente. Draco obviamente se orgulhava disso. Orgulhava-se do poder que tinha desde Hogwarts.

Ele tornou a conduzi-la pelo corredor. A força do desejo com o qual se pegavam era sempre prazeroso, antes de se lançarem no ato. Eles tatearam juntos pela porta do quarto, entretidos um com o outro. Ela não se importava com as outras mulheres de Draco, contanto que não soubesse quem, nem quando. Havia estipulado isso para si mesma e havia dito a ele porque sabia que seria demais não conseguir dizer não para um homem que a tocava sabendo que algumas horas mais cedo, ele estava dentro de outra. Hermione preferia se manter na ignorância. Draco havia respeitado até então. Se ele traía a representação do status que tinham, ela não sabia com quem, embora sua própria mente tivesse uma lista até grande de suspeitas.

Quando passaram para o lado de dentro, Draco finalmente se cansou de brincar com seu corpo por cima do tecido do vestido. Desfizeram-se dele e Hermione foi lançada contra a cama. Draco deitou por cima, mas ela logo se aproveitou da instabilidade e trocou de posição sentando sobre ele, que não gostou da ideia e tornou a colocá-la por baixo de novo, prendendo suas mãos acima da cabeça para que ela não pudesse ter a chance de se aproveitar novamente. Ele se afundou em seu pescoço. Havia vencido a força dele apenas algumas vezes.

– Draco. – seus lábios soltaram entre seus suspiros e toda corrente elétrica que desestabilizava seu corpo. – E se não funcionar...?

– O quê? – ele murmurou contra sua pele.

– Isso tudo. O plano. – Hermione tentou conter sua respiração.

– Nós faremos outro. – Draco retrucou. Sua boca subiu novamente e a beijou, mostrando que aquilo não era importante agora.

– E se eu tiver outra menina. – ela tornou a interromper.

Draco parou. Afastou-se alguns centímetros para poder encarar seus olhos. Tudo parou ali e tudo mudou ali. O desejo que havia carregado até o quarto não diminuiu, mas a atmosfera mudou. Tocar naquele assunto acendia a conexão invisível que eles tinham.

– Será nossa menina, então. – Draco disse. Sério. – Ninguém tocará nela. Será nossa e somente nossa.

Hermione sorriu. A mão nos cabelos dele desceu para tocar seu rosto. Sentiu um calor envolver seu coração, enquanto olhava nos olhos dele. Todo o histórico de Draco Malfoy, suas mulheres, sua arrogância, sua prepotência e orgulho do poder que tinha e os anos de ofensa que carregava dele, foram varridos de sua memória num estalo apenas. Ela havia visto um Draco diferente naquele mesmo quarto há algumas semanas. Enxergara um general de olhos vermelhos e voz apertada, mostrando a ela algo que parecia tão intimo, tão secreto. Draco era egoísta e possessivo, mas ali estava ele dizendo que ninguém tocaria na filha deles. Ele parecia um Draco sem máscara quando usava daquele tom, daquela forma tão diferente, tão única que tinha a capacidade de fazê-la esquecer em segundos, como mágica, de toda a imagem que demorara anos para montar dele. Apenas quebrou a distância e o beijou. Talvez estivesse agradecendo, mas pela primeira vez em um beijo deles, Hermione conseguiu sentir afeto, e foi diferente de qualquer outro beijo que ela já havia dado em qualquer outro homem. Porque tudo com Draco tinha que ser simplesmente diferente. Era tão diferente que a confundia e a frustrava, porque não conseguia colocar tudo em seu devido lugar como deveria ser.

Ela nem sequer notou quando ele tornou a se encaixar de um modo diferente sobre ela. O beijo deles estava bom, diferente, e chamava muito de sua atenção, mas ela sentia como se estivesse sendo abraçada. Era tão diferente que até o calor entre o corpo deles parecia ter mudado. Hermione cercou o tronco de Draco, permitindo que aquilo continuasse. De algum modo parecia errado, havia algo sobre o desconforto do novo, como se nem ela nem ele soubessem o que fazer exatamente, mas não queriam parar.

Hermione percebeu que se continuassem aquilo, fariam algo que ainda não haviam feito antes, e eles continuaram. Ela esperou que Draco fosse parar e a repreender, dizer que não era para ela reagir daquela forma nunca mais, mas ele continuou, continuou como se estivesse curioso para saber o que era aquilo. Sua boca tornou a correr seu pescoço, a linha de seu queixo, seu ouvido, seu colo, mas dessa vez ele a beijava. Ele quase nunca a beijava e muitas vezes quando suas bocas se tocavam era algo que Hermione não considerava propriamente um beijo, era uma troca de sabores, de desejo, de vontade e prazer. Tudo que Draco sempre queria era prová-la, provar de sua pele, chupá-la, marcá-la e ali estava ele, beijando-a e fazendo com que a atmosfera que os envolvia mudasse completamente de nível. Pensaria sobre aquilo com mais afinco quando todo seu corpo não estivesse tendo aquelas oscilações de frio e calor toda vez que sentia os lábios dele estalando em sua pele, alternados com o calor da boca e respiração dele. Ela deixou que Draco descesse, que aquela língua traçasse sua pele. Um som escapou de sua garganta quando ele tomou seu seio com a boca. Hermione tornou a deixar que seus dedos se perdessem entre os cabelos dele e abriu seu corpo por completo para ele. O calor entre eles continuava diferente.

Os dedos dele correram a lateral de seu corpo, apertaram suas coxas, traçaram sua barriga e displicentemente tocaram a parte entre suas pernas sobre o tecido de sua calcinha. Hermione pesou a respiração para não deixar nenhum som mais lhe escapar. Ela já estava bastante úmida e Draco parecia ter gostado disso. Ele brincou ali, molhando o tecido que a cobria. Ela sentiu suas costas querendo arquear, mas se conteve. Precisou prender a própria respiração.

Ele a deixou e Hermione quase protestou, mas voltou a ter os olhos dele sobre os dela novamente. Draco ainda parecia confuso, como se quisesse ficar mais tempo a olhando ali, mas a beijou. Aquele mesmo beijo de antes e ela se entregou, havia uma intensidade agora que solidificava aquela experiência. Aquela espécie de abraço entre seus corpos voltou a os aquecer. Hermione desceu sua mão pelo abdômen dele, tomando o tempo que gostava de tomar para apreciar sua forma e alcançou a fivela do cinto da calça onde trabalhou para abrir, tirar o acessório e o jogar longe. Sua mão tocou o volume de sua calça e um murmúrio prazeroso espaçou de Draco contra sua boca. Ela sorriu, tocando-o mais. Ele já estava duro, mas ela o queria mais duro ainda.

Conseguiu ficar por cima dele. Draco tinha as costas contra uma série de travesseiros e almofadas que eles logo trataram de colocar no chão, antes que Hermione voltasse sua atenção para a calça dele. O livrou das roupas com a ajuda dele, assim como da última peça que a cobria e o tocou com propriedade, sem medo, sem receio. Ela não tinha vergonha com Draco. Não tinha vergonha de seu corpo, nunca precisara ser perfeita para ele, nunca sentira que precisara ser perfeita para ele e aquilo a fizera experimentar coisas e sentir coisas que não imaginava que existiam na cama. O tocou. Conhecia aquela parte do corpo dele. Seus dedos circularam toda a superfície ereta. Um ar longo e demorado escapou da boca de Draco. Os olhos dele estavam vidrados nela que se mantinha sentada em suas pernas. Aquele era um estado comum de estarem, seus olhos um no outro, não. Parecia que havia alguma coisa errada e notando isso, Draco se sentou e a puxou mais para perto. O braço dele envolveu-a e uma de suas mãos entrou por debaixo de seus cabelos longos. Suas bocas ficaram a milímetros de distância, seus olhos continuaram grudados um no outro. Havia algo errado ali, como se seus corpos não estivessem grudados o suficiente, como se não houvesse mais o suficiente e aquela posição pareceu errada para aquele momento.

Draco a deitou novamente, sem quebrar aquela proximidade. Aquela mesma espécie de abraço outra vez. Agora parecia ter voltado ao estado certo. Sentia que cada parte de seu corpo o tocava. Ela nunca imaginou que aqueles olhos pudessem ter tantos detalhes, pudessem ser tão profundos. Seus lábios se roçavam, a respiração quente dele era tudo que Hermione tinha e parecia ser tudo o que precisava, embora ela já latejasse para tê-lo dentro dela. Seu corpo se movia junto com o dele, como se quisesse fazer com que mais de suas peles se tocassem.

Draco a beijou finalmente. Uma mão dele desceu para sua nádega e a apertou. Hermione o cercou mais com suas pernas, fazendo com que o seu úmido pudesse tocá-lo. A mão dele afundou pelo colchão tocando-a nas costas, como se quisesse trazer mais dela para junto dele. Ela o tocou no queixo sentindo na ponta dos dedos a pouca barba que lhe nascia, mas logo passou os braços o cercando pelos ombros quando ele decidiu refazer o caminho da linha de seu queixo com a boca, mas diferente dessa vez. Draco foi devagar. Devagar como se quisesse encontrar algo que sua pressa de antes e, de todas as outras vezes, não havia o deixado provar. Aquele toque fez simplesmente todo o seu corpo adormecer. Ela perdeu as forças por alguns segundos e o mundo inteiro pareceu girar. O que era aquilo? Nunca sentira antes! Draco a segurou e se pressionou contra ela, como se quisesse fundir seu corpo no dela. Hermione gemeu, sentindo a pressão em sua área sensível e arqueou as costas inevitavelmente. Ele desenhou a linha de sua garganta com a boca até seu queixo. Seus olhos se encontraram novamente e ele sugou os lábios inferiores dela, antes de tornar a descer para o seu colo. As mãos em sua cintura. Hermione se sentia pequena para ele.

– O que é isso, Hermione? – a vibração da voz dele em seu ouvido, trouxe novamente aquela sensação de dormência.

– Eu não sei. – ela sussurrou sem força. A garganta seca. Nem ela sabia. Nunca havia sentido, nem feito nada parecido com aquilo. – Apenas continue. - e Draco continuou.

Cúmplices. Foi a palavra que Hermione pensou. Agora eles eram cúmplices, não haveria mais segredos e ela o conheceria de verdade, conheceria o coração dele, o que ela havia o mostrado aquele dia. Eles tinham uma história que parecia completa o suficiente para ser escrita em novas páginas agora. Será que esse status estava os mudando ao ponto de chegar ao sexo daquela forma?

Draco desceu para seus seios novamente. Ele os apreciou com a boca e com a mão. Hermione sentia seu peito subir e descer, enquanto tudo nela latejava lá embaixo. Ele a segurava pelas costas, às vezes trazendo-a para si, como se ela fosse mesmo maleável assim. Hermione deixou seus dedos correrem pelos cabelos dele, nuca, franja. Draco subiu novamente e a beijou mais uma vez, como se precisasse daquilo. Ela o beijou de volta, e então, ele fez novamente o caminho pelo seu corpo. Garganta, seios, barriga. Barriga. Não havia mais nenhuma vida ali para fazer o volume que tinha antes. Tentou se concentrar no toque das mãos dele que pareciam pegar fogo. Ele a apertava. Quadris, cintura, nádegas. Seu coração batia tão forte que parecia querer quebrar suas costelas. Aquele toque. Todo aquele toque era diferente. E a língua dele, quente, parecia querer provar cada centímetro de sua pele.

Cúmplices. Pansy Parkinson também era cúmplice dele. Eles se conheciam desde sempre. Aquela mulher deveria saber que Draco tinha um coração, deveria conhecer todos os segredos dele. Deveria conhecer aquele Draco que Hermione havia visto apenas por alguns poucos minutos. Pansy deveria o conhecer profundamente, conhecer quem ele realmente era, conhecer os lugares mais fundos e mais escuros de quem ele era. Será que aquele era o sexo que Draco e Parkinson faziam? Será por isso que ele sempre voltava para ela? Que ele nunca havia se cansado dela? A ideia de Draco Malfoy tocando Pansy Parkinson daquele mesmo modo fez com que algo lhe cortasse dentro de si, mas antes que pudesse continuar seu raciocínio sobre aquilo, seus pensamentos foram completamente lavados de sua mente e ela perdeu a lucidez quando a boca dele tocou sua umidade.

Hermione pegou fogo. Estava tão necessitada, tão pronta, tão molhada que Draco nem precisou trabalhar muito para que ela explodisse. Estava também bastante acostumada para saber que ele não iria se contentar com aquilo. Não demorou até que a urgência lhe crescesse mais uma vez. Ela tentava conter os próprios sons, mas era apenas impossível quando sentia que tudo dentro dela se contorcia em agonia. As mãos dele fizeram o desenho de sua cintura, enquanto ainda trabalhava nela. Hermione ofegava, seus músculos se contraiam e ainda nem havia tido seu orgasmo. Draco encheu uma mão com o seio dela e ela segurou seu pulso. Ele afastou a mão dela usando a sua e antes que ela raciocinasse como aquilo havia acontecido, seus dedos estavam entrelaçados nos dele.

Os nós de seus dedos ficaram brancos e ela curvou o corpo conseguindo vê-lo contra ela. Sua respiração parou e Hermione se viu incapaz de puxar oxigênio. Seu corpo todo tremeu, ela arqueou, puxando o lençol acima de sua cabeça e subiu os quadris, em sinal urgência. O som que escapou de sua boca foi o de puro prazer quando seus músculos se contraíram e relaxaram vezes seguidas, em espasmos que ela não pôde controlar.

Viu-se ofegante contra o colchão e completamente sem forças. Sua mão continuava unida a dele. Como eles haviam feito aquilo? Hermione esperou que Draco fosse abandoná-la, mas ele não quebrou o contato. Antes mesmo que tivesse tempo para se recuperar, percebeu que sua respiração não estabilizava. Seu coração ainda continuava feroz contra suas costelas. Aquele calor ainda estava dentro dela e ela olhou Draco ainda trabalhando ali. Ele iria fazê-la gozar mais uma vez. Encarou o teto. Céus! Ele queria matá-la? Ela não tinha energia!

Draco parecia lê-la, como se soubesse exatamente do que ela precisava, da pressão exata que precisava, ele a decifrava, porque apenas sabia exatamente o que fazer. E tudo lhe veio com força mais uma vez. A agonia, o desejo, a urgência. Tudo lhe queimou, a consumiu. Hermione nem sabia mais quais eram os sons que saiam de sua boca. Não conseguia controlar. Assentiu para Draco mostrando que estava no caminho certo quando aqueles olhos poderosos se abriram para ela. Seu corpo tremeu, adormeceu. Quente e frio correram por sua espinha. Ela arqueou novamente. Ele a segurava como se a dominasse. Puxou os lençóis, puxou os cabelos dele, empurrou seu quadril contra ele. Encolheu-se novamente respirando rápido. Seu corpo tremeu mais uma vez. Tocou a ponta dos pés contra os massivos ombros dele e quando simplesmente achou que fosse falecer, o teto rodou junto com o quarto, viu estrelas, a vibração em sua garganta foi expressiva e novamente os espasmos incontroláveis até cair contra o colchão, dessa vez, sem o mínimo de forças restantes.

Draco a abandonou dessa vez. As mãos dele seguraram-lhe pela cintura, enquanto fazia o caminho de volta correndo a língua por sua barriga, o meio de seus seios, sua garganta, e então, novamente aqueles olhos estavam ali sobre ela, o corpo dele contra o seu. Ela tinha plena consciência de que já suava como se tivesse corrido uma maratona. Draco sorriu, parecendo gostar de vê-la naquele estado. Ele havia a colocado naquele estado. No começo Hermione havia odiado aqueles sorrisos, os sorrisos de vitória, de que havia a tido em suas mãos. Agora ela apenas havia aprendido a apreciá-los.

– Você estava precisando mesmo disso, não estava? – ele usou aquela voz profunda.

Ela revirou os olhos. Ele não perdia nunca aquela sua essência.

– Cale a boca!

Ele riu pelo nariz e a beijou. Aquele beijo novamente. Calmo e paciente, enquanto seus corpos se ajustavam um contra o outro. Dessa vez, Draco tocou seu rosto. A mesma mão que havia se unido a dela segundos atrás. Afastou-se e a olhou nos olhos. Aquilo era tão diferente e ele parecia perceber que realmente era.

– Nós ainda não terminamos. – ele disse desenhando seus lábios com o polegar.

– Você já me tirou bastante energia. – Hermione sorriu.

– Não reclame. Foi você quem pediu para que eu fizesse valer à pena. – a beijou antes de se deitar e colocá-la sobre ele.

Hermione não sentou como costumava fazer. Não parecia próprio ou certo desgrudar seu corpo do dele ou colocar seus olhares longe demais um do outro, mesmo que soubesse que Draco gostava de ter a visão dela nua sobre ele. Ajeitou-se, molhou o membro dele com seu líquido sem pressa, e deu espaço para que ele pudesse apreciar enquanto ela escorregava por ele com o movimento de seu quadril. Apenas o movimento já a estimulou e fechou os olhos para sentir cada sensação quando se ajustou e o fez deslizar para dentro dela muito devagar. O som de satisfação escapou da boca dos dois e Draco enfiou as mãos por seus cabelos. Hermione se moveu. Devagar, sem pressa também. Colocou sua boca contra a dele, sentindo que poderia dar aquele passo e continuou.

O prazer a alcançou com facilidade e ela se aproveitou de Draco, de como ele era grande e duro dentro dela, de como aquilo fazia seu corpo tornar a queimar. Ele sempre permitia que ela fosse na velocidade que quisesse. Quando ela estava por cima, mandava, ela ia ao seu tempo. De alguma forma, aquilo lhe era prazeroso. Talvez para Draco o seu prazer fosse algum tipo de fonte para ele. A forma como Hermione gostava de carregar aquilo pacificamente até não aguentar mais, a forma como ela gostava de ser silenciosa. Ele parecia muitas vezes gostar de seu silêncio, na verdade, ela apenas se segurava, sua respiração era forte para que desse conta, mas sua voz só se manifestava quando estava a beira da loucura. Ela se perguntava se Draco gostava de seu silêncio devido ao número de mulheres escandalosas que ele já deveria ter arrastado para cama.

As mãos dele correram seu rosto, afastaram seus cabelos e ela o beijou com a respiração tão pesada quanto à dele. Acelerou, sentindo ser estimulada pela sua parte mais sensível devido ao contato minucioso de seus corpos. O atrito lhe fazia crescer urgência. As mãos de Draco se alocaram em seus quadris e ele sussurrou para que Hermione se segurasse mais um pouco. Ela tentou estabilizar. Precisou parar e ele pareceu aprovar o ato e logo ela entendeu o porquê daquilo. Senti-o pulsar dentro dela, sua pulsação o acompanhava, parados, suas respirações arfantes uma contra a outra. Hermione já conseguia ler o quanto o marido estava seco de urgência também. Aquilo era uma tortura, ela rebolou louca por mais movimento e Draco soltou um som de que se ela fizesse aquilo novamente, ele talvez não respondesse por si. Esforçou-se para parar novamente, aquilo parecia fazer crescer nela o dobro da vontade que iria lhe crescer se ela continuasse se movimentando como estava. O sangue em suas veias queimava e lhe fazia transpirar como se estivesse debaixo do sol quente por horas. Achou que talvez pudesse atingir seu orgasmo ali mesmo, mas por mais torturante que fosse, por mais prazer que sentisse, por mais ânsia e desejo, ainda não parecia suficiente para o nível em que estava. Seu corpo inteiro tremeu clamando por uma ação.

– Draco. – o nome dele saiu rouco do fundo de sua garganta em súplica. Engoliu seco. – Eu não consigo mais...

– Eu sei. – ele a cortou e em segundos, suas costas se viram contra o dossel da cama. Ele de joelhos se moveu dentro dela como tanta vontade que apenas mostrou que o que crescera nela aquele tempo de pausa, também havia crescido nele. Cercou os quadris dele com as pernas e tentou passar seus braços pelo pescoço dele, mas Draco apenas segurou seus pulsos e os prendeu acima de sua cabeça. A boca dele havia encontrado um espaço em seu pescoço que Hermione sabia que ficaria com a marca no dia seguinte. E ele estocou e ela o sentiu e gemeu loucamente. O sentiu fundo e quando pensou que fosse apenas morrer, Draco parou. Ela quis gritar em protesto, mas os olhos dele alcançaram os dela fazendo-lhe perder a voz imediatamente. – Respire. – ele ordenou e Hermione obedeceu. Sua busca por ar foi tão grande quanto à dele. Seu peito parecia encher o máximo e ela sentia que ainda não era oxigênio o suficiente.

Ficaram parados. Aquela tortura novamente. Ela não aguentaria, não como antes, não com a sensação ainda recente da velocidade e do atrito dele dentro dela. Estava pronta para alertá-lo sobre aquilo, mas Draco recomeçou. Devagar. Não! Devagar não era o suficiente. Em que nível de insanidade ele queria deixá-la?

– Draco... – ela suplicou com seu olhar. Ele pareceu querer resisti-la por um segundo, mas então, nem ele mesmo pareceu aguentar.

Draco deu o que ela e ele precisavam. Constante, rápido, fundo. Não tinha nem mais consciência das palavras que saiam de sua boca numa voz rouca, arfante e tão desesperada que Hermione reconhecia ser a que usava com Draco. Apenas com ele, porque era o único que a fazia chegar a esse estado. A boca dele foi contra a sua a calando e suas línguas se tocaram como já haviam feito milhares de vezes, mas ainda assim, era diferente, até mesmo o sabor parecia diferente, porque tudo ali era diferente.

Ela queria tocá-lo, nunca desejara tocá-lo antes, mas como se ele lesse seus pensamentos, seus pulsos foram libertados e ela se permitiu encostá-lo, como nunca havia encostado antes. Deixou suas mãos tocarem seu rosto, sua nuca, seu peito. Carregou com elas a surpresa, a incerteza e a dúvida que Draco também carregava sobre o que quer que estivessem fazendo ali, mas também carregou o desespero que seu corpo sentia naquele momento. O cercou com os braços e deixou seus dedos afundarem contra os ombros dele. Apreciou a sensação do suor em suas costas que o tornara escorregadio. Draco parou mais uma vez e Hermione rebolou em desespero. Implorou. Apenas a pequena pressão que ele colocava nos quadris era suficiente para fazer com que pequenos espasmos tomassem conta se deu corpo. Ela achou que gozaria ali mesmo. Implorou novamente usando palavras que não tinham nexo e pareciam não fazer sentido, mas ele entendeu e deu a ela o que queria. Fundo até que Hermione gozasse, sentindo os reais espasmos de seu corpo dominá-la. Ela sorriu contra a boca dele. Aquilo era tão bom. Transcendental. Draco nunca fazia sexo apenas para ele, para o prazer dele, para se satisfazer unicamente. A fonte de prazer dele era vê-la se render.

Achou que ele fosse apenas trocá-la de posição, mas Draco a seguiu em segundos e derramou-se dentro dela, emitindo uma espécie de grunhido muito familiar a ela pela garganta. Fora um aviso, porque ele não queria que aquilo fosse um ato de longos minutos que destruísse todas as energias que tinham, ele faria com que eles ficassem ali a noite inteira.

Então os dois se viram ali. Em silêncio. Respirando pesadamente com suas bocas muito próximas, seus corpos colados e o suor entre eles. Era como se estivessem esperando o momento em que fossem se distanciar um do outro, como sempre faziam quando estavam satisfeitos de todos aqueles toques em excesso. Hermione se lembrou da última vez que eles haviam feito sexo. Ele havia reagido daquela mesma maneira. Não se distanciou.

– O que nós acabamos de fazer, Hermione? – Draco indagou e seus olhos se encontraram mais uma vez.

Por que parecia que os olhos dele tinham poderes sobrenaturais?

– Sexo. – ela respondeu.

Ele negou com a cabeça.

– Não foi sexo. – puxou o ar, ainda tentando estabilizar sua própria respiração. - Parece errado pensar que foi.

Hermione sorriu. Não soube exatamente o porquê, talvez apenas estivesse satisfeita o bastante pelos orgasmos que tivera. Sabia ainda que aquilo também era só o começo.

– Eu não sei o que foi, Draco. Me interessa saber apenas que foi bom.

Ele assentiu sorrindo. Escondeu o rosto contra o pescoço dela, como se precisasse de concentração para conter sua respiração. Quando Draco finalmente pareceu retomá-la, fez menção de que se afastaria. Hermione soltou um resmungo involuntariamente e quase automaticamente. Ele riu fracamente em resposta e a puxou consigo quando tornou a se deitar sobre uma pilha de travesseiros que havia ficado sobre a cama. Hermione se acomodou completamente sobre ele. Uniu as mãos uma sobre a outra em cima do peitoral dele e apoiou seu queixo ali, podendo o encarar de modo confortável. Draco a encarava de volta, os braços servindo de apoio para sua cabeça. Aquilo era novo também. Todo aquele toque.

– Você sabe que isso foi só um aquecimento, não sabe? – a voz dele soou baixa devido à proximidade que seus rostos ainda mantinham.

Ela riu.

– Já viemos para a cama vezes o suficiente para eu saber como as coisas funcionam quando você está animado para se provar inigualável.

Draco ergueu uma sobrancelha com o sorriso estampado nos lábios.

– Você quem me passou o desafio, Hermione.

Ela revirou os olhos.

– Pare de usar minhas palavras para justificar seus desejos incontroláveis.

Ele riu novamente. Aquele mesmo riso que havia dado ao descobrir que sua mãe estivera na cozinha com ela durante a tarde.

– Você deveria parar ser mandona assim. – Draco se divertiu. – Eu quem mando, você não. Quantas vezes vamos ter que discutir isso?

Hermione sorria com o tanto que era contagiante quando ele se divertia tão sinceramente daquela forma. Era uma surpresa vê-lo naquele estado, era como se estivesse o vendo se permitir estar á vontade, sem se preocupar com muita coisa, pelo menos por agora. Era como se estivesse o vendo se permitir ficar sem sua máscara e, querendo ou não, ela quase lia nos olhos de Draco que parecia ser um alívio e um luxo que ele não se dava quase nunca.

– Essa é uma guerra que levaremos para o resto da vida então, Draco. Eu sou mandona. Não pode me mudar. – ela disse. – Bem. – suspirou – Um motivo a mais para me odiar.

Draco pareceu absorver aquilo. O sorriso em seus lábios continuou lá, mas os motivos que pareciam tê-lo feito sorrir haviam o deixado.

– Um motivo a mais para eu te odiar. – ele repetiu. Puxou o ar e seu sorriso sumiu.

Eles entraram em um silêncio esperado. Nunca haviam conversado daquela forma após terem feito sexo. Na verdade, Hermione não se lembrava de terem conversado após nenhum ato, além da última vez que fizeram sexo.

– Nós temos muito que conversar. – ela disse depois de um tempo – Sobre a guerra, sobre nossos passos...

Ele assentiu.

– Faremos isso amanhã. – Draco disse. Tirou um de seus braços de detrás de sua cabeça e afastou os cabelos dela para longe de seu rosto. Ela estremeceu com o toque. Ele poderia ter feito isso passando a mão apenas uma vez, mas mesmo quando seus cabelos já haviam sido puxados para trás, Draco continuou a deixar seus dedos encostarem-se à sua pele, como se quisesse aquela desculpa para tocá-la e parecia querer fazer valer a pena. – Seus olhos. – ele disse bem baixo, depois de um silêncio onde Hermione notara que estivera hipnotizada pelos olhos dele.

– O que têm eles? – ela indagou, sentindo as costas dos dedos dele adormecerem a pele de seu rosto quando Draco os fazia deslizar ali, sem pressa.

– Eles se parecem com o sol de verão. – ele respondeu quase num sussurro, encarando fundo seus olhos.

Hermione abriu um sorriso, sentindo as palavras dele aquecerem seu coração.

– Os seus se parecem com o céu de inverno. – ela sussurrou de volta e uma alegria a invadiu pela comparação dele. – Gosto de verão.

Draco abriu um sorriso fraco.

– Sei disso.

De repente, aquele calor que ele plantara com suas palavras pareceu crescer dentro dela. Crescer e crescer... Hermione se moveu para mais perto ainda. Seus dedos tocaram a barba que lhe apontava e ela o beijou. Parecia o certo e ela não hesitou. Pôde notar imediatamente o instinto que o fez querer recuar, mas ao contrario disso, Draco a aceitou e ela partiu sua boca para poder sentir o calor da dele, e ele continuou a aceitando.

Suas bocas dançaram uma contra a outra ainda, seus lábios brincaram e, somente então, suas línguas se tocaram. Tudo calmo, sem pressa e Hermione se aproveitou do momento e da sensação de que o quarto se desfazia a sua volta, de que seus sentidos eram reduzidos ao estado miserável de nível sensorial, de que de repente nada mais no mundo havia além do calor dele. Ao mesmo tempo parecia que ela nunca havia beijado antes, que sua boca havia se preparado a vida inteira para aquele momento e, talvez, tivera ensaiado tanto que não imaginava que pudesse existir no mundo a perfeição de movimentos tão sincronizados. Também nunca estivera tão consciente, mesmo depois de um ano com Draco, um ano que haviam se tocado de tantas formas diferentes, de que a boca que tocava, a língua que sentia, o sabor que provava era de Draco Malfoy.

Aproveitou-se daquele beijo, porque, talvez, ela nunca mais o receberia, tinha tanta certeza de que aquela era uma experiência única que até mesmo seu coração se machucou um pouco ao pensar naquilo. Havia afeto ali, como nunca antes e parecia ser único demais para que tivesse a esperança de que fosse acontecer outra vez.

E como se realmente tivessem ensaiado, todos aqueles movimentos pareceram se dissolver um a um, até que acabassem. Quando se afastou, abriu seus olhos para encontrar os dele ainda fechados. Draco primeiro sorriu e somente depois disso tornou a mostrar aquela cor cinza profunda de suas íris.

– Interessante... – ele comentou baixo. Parecia ter sido um comentário mais para ele mesmo do que para ela.

Quando Hermione era adolescente e o mundo entre garotos e garotas começou a se tornar bastante envolvente, logo quando ela havia começado a se encontrar com McLaggen às escondidas de Harry e Rony pelos corredores de Hogwarts e seu corpo passou a lhe dar sinais que ela nunca havia notado antes, sua mãe lhe dissera algo que ela pouco havia dado atenção, mas que agora fazia todo o sentido. Ela dissera que um beijo tinha o poder de ser tão mais íntimo do que qualquer relação sexual. Naquela época e por muito tempo, Hermione havia julgado que sua mãe dissera aquilo apenas para preservá-la, para mostrar que ela deveria escolher alguém especial, que tivesse um significado forte para ela, porque uma relação sexual era nada mais que algo para satisfazer seu corpo se as coisas não fossem devidamente combinadas. E ela realmente havia escolhido. Rony havia sido um sonho que ela fizera crescer por muito tempo dentro de si, desde criança até sua adolescência, mas havia fantasiado demais e talvez isso tivesse se voltado contra a relação deles. Ali, agora, Hermione entendia genuinamente o que sua mãe lhe dissera. Naquele único e simples beijo, que talvez nem durara tanto quanto ela sentia que havia durado, ela trocara com Draco algo que em um ano de convivência nunca haviam trocado, mesmo depois de noites e noites intensas de sexo, mesmo depois de brigas em que tudo parecia voar e se quebrar a volta deles, mesmo depois de todos os tipos de beijo e todos os tipos de sexo, todos os tipos de olhares e provocações, mesmo depois de uma filha, Hermione trocara ali, algo que havia alcançado fundo dentro de si, algo que ela não havia tocado antes, algo que ela nem mesmo sabia que existia ali dentro.

– Realmente interessante... – foi tudo que sua boca conseguiu reproduzir. Será que ela conseguiria tocar aquilo novamente algum dia em sua vida? Parecia especial. Tão especial quanto tudo que já havia vivido. Tão especial quanto seus pais, quanto suas aventuras, quanto Harry e Rony, quanto os Weasley, quanto Hogwarts, quanto às vitórias e conquistas que tivera naqueles anos de guerra, tão especial quanto à filha que havia sentido dentro de si por tão poucos meses.

As mãos de Draco desceram por seu corpo e Hermione sentiu correntes elétricas em sua espinha. A intenção do toque dele acendeu-lhe novamente. Como ele conseguia fazer aquilo? Por Merlin! Ele deveria usar algum tipo de magia desconhecida, não tinha outra explicação!

– Acho que já me cansei da nossa pausa, Hermione. – e num piscar de olhos ela estava por baixo do corpo de Draco mais uma vez, naquela noite. Não tivera sequer tempo para exclamar algo pelo susto da agilidade dele. Nos lábios dele estava estampado o maior sorriso que Hermione já vira na vida. A contagiava também e ela talvez estivesse abrindo um bem parecido com o dele, naquele mesmo momento. – Você deveria me cozinhar peixes todos os dias. Parece me colocar em bom humor. – Draco comentou e ela riu, antes de ter sua boca ocupada pela dele novamente. Ah, céus... Aquela sensação!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Que lindo ver os dois entrando nesse nível de cumplicidade. Sei que ainda tem muito o que crescer, mas eles estão no caminho! Principalmente agora que estão jogando o mesmo jogo. Principalmente agora que a Hermione entendeu o que é ser um câncer dentro do sistema. Ela vai ser um junto com o Draco, que já vem sendo há um tempo. Agora ela entende que pra vencer o Voldie tem que se estar dentro do círculo dele. Agora sim ela está aprendendo a ser esperta. Agora sim ela entende que a ética pura da Ordem da Fênix é utopia. Não que ela esteja dando as costas a Ordem, não inteiramente. Ela ainda tem um objetivo, que o é o mesmo da Ordem: acabar com Voldemort. Só que de um jeito mais elaborado agora. hahaha Sempre fiquei agoniada com aquele pensamento de que a Hermione tem o poder de mudar o Draco. Ela de fato tem, mas porque ele também não tem poder de mudar ela? Não que eles venham ser completamente transformados, mas cada um deles tem o poder de mudar um pouco o outro até achar o equilíbrio. :) Espero que tenham gostado do capítulo e sexta-feira temos mais!
Não esqueçam de deixar seu comentário, não esqueçam de favoritar e não esqueçam de curtir a página no facebook! :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "CIDADE DAS PEDRAS - Draco & Hermione" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.