The place that never sleeps escrita por Elizabeth


Capítulo 10
Explicações


Notas iniciais do capítulo

Internet está 100%, graças a Odin! kkkk Aqui vai mais um, estou muito feliz pelos reviews, poucos mas especiais, obrigada!



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Ao chegar em casa vi tia Joyce na cozinha preparando o jantar e tio Roger, inacreditavelmente, não estava na sala assistindo TV.

— Oi — cumprimentei enquanto adentrava.

— Boa noite, Aurora — respondeu tia Joyce — Parece tão contente, como foi o primeiro dia no emprego?

Não percebi a melhora no meu humor até este comentário.

— Não poderia ser melhor — lembrei que ver o pôr-do-sol do Empire foi ainda mais incrível do que isto — Cadê o tio Roger?

— Está descansando, você sabe que quando se chega a uma certa idade as forças já não são tantas.

— Quem você está chamando de velho? — resmungou ele descendo as escadas. — Não sou eu quem está ficando idoso aqui. Ontem mesmo você mal conseguiu deitar com tantas dores nas costas.

— Vamos começar a competição de quem está envelhecendo mais rápido depois do jantar, certo?

— Posso apenas dar uma ligação antes? É rápido. — pedi.

— Claro, claro — consentiu tia Joyce.

O número de casa estava no topo da lista de chamadas, disquei e ao terceiro toque Edith atendeu.

Alô?

— Vó, sou eu.

Quem?

— Aurora.

Houve uma breve pausa e comecei a estranhar isso.

Oh sim! Como vai, querida?

— Bem e como vão as coisas aí?

Não dá para reclamar. Você me parece contente, aconteceu alguma coisa?

— Sim, hoje foi meu primeiro dia no emprego e eu fui ao Empire State!

Estou tão feliz por você, Aurora. Mas você foi sozinha? É perigoso andar por Nova York assim.

— Não, eu fui com o Dean.

Dean?

— É um cara que eu conheci aqui, nós trabalhamos juntos e ele tem sido legal comigo.

Não ouço você falar com esse tom desde o começo do seu namoro com Brad.

— O quê? Não. — abanei a cabeça rapidamente — Não é nada do que a senhora está pensando.

Ou estou muito velha ou não conheço mais quando uma garota está gostando de um cara.

Ela riu do outro lado da linha, foi quando percebi o quanto aquela risada me fazia falta.

— Tudo bem, vamos parar por aqui. Esse assunto está ficando estranho.

Boa sorte, Aurora. Mande lembranças aos seus tios!

— Vou mandar. Até mais.

Até mais.

Tomei um banho rápido o bastante para não descer antes que meus tios começassem a comer sem mim. Depois do jantar ajudei tia Joyce com a louça e subi de volta para o segundo andar.. A janela do meu quarto dava para um muro de tijolos da casa ao lado e abaixo havia um beco vazio e escuro, mas não me importei em pôr a cabeça para fora e ouvir o barulho incessante da cidade, Nova York é sempre viva e pulsante, contagia até as almas mais serenas.

O celular vibrou no criado-mudo, voei até ele e haviam dezenas de mensagens de Jasmine, Brian e Oliver. Aproveitei o momento para contar as novidades.

Jasmine: Um emprego? Onde?

Eu: Em uma biblioteca, Book’s Machine.

Brian: Brad não me falou sobre isso.

Já havia passado do tempo de eu revelar a verdade a eles, então resolvi dizer:

Eu: Brad não contou por que eu e ele terminamos.

Oliver: Como assim terminaram? E naquela noite antes de você viajar?

Eu: Foi exatamente naquela noite. Mas não quero falar muito sobre isso.

Jasmine: Já conheceu alguém por aí?

Brian: Jasmine como você é insensível, ela praticamente acabou de terminar com o Brad.

E pouco tempo depois descobri que ele conheceu outra pessoa. Não seria crime eu falar que havia conhecido alguém, Dean seria esse alguém, mas não do jeito que eles estavam pensando.

Eu: Conheci, o nome dele é Dean e ele é o único amigo que tenho aqui.

Oliver: Qualquer coisa, Aurora, sabe que distância não é um empecilho para a verdadeira amizade.

Jasmine: Que tocante, acho que vou chorar do mesmo jeito que você chorou quando assistiu o Rei Leão.

Oliver: Hey, você prometeu não falar sobre isso!

Brian: O Rei Leão? Cara, você é ridículo.

Deixei que eles discutissem à vontade enquanto eu ria da situação. Caso tia Joyce tenha passado por minha porta neste momento decerto deve ter pensado que eu estava delirando. Dormi um sono profundo e sonhei com algo bom que não consegui lembrar no dia seguinte. Cheguei à Book’s um pouco adiantada demais, Dona Lourien parecia atarefada quando passou com uma alguns papéis nas mãos indo em direção à sua sala, ela fez um breve gesto com uma das mãos para mim, um chamado. Engoli em seco, eu tinha uma leve impressão de saber do que se tratava. Entrei em seu escritório apreensiva, ela sentou na cadeira atrás da mesa e me fitou seriamente, eu preferi me manter em pé.

— Aurora, eu entendo que por este ser seu primeiro emprego, você ainda não entenda as regras — sua voz soou estranhamente calma. — Ausentar-se do trabalho no intervalo do expediente sem justificativa foi algo que tolerei ontem, mas não pense que serei tão benevolente na próxima vez. O'Conner não ficará impune também.

— Sra. Lourien, eu posso explicar. Eu-

— Aurora! — Dean surgiu de repente escancarando a porta da sala.

— O’Conner, o que deu em você? — bravejou a Sra. Lourien — Como ousa entrar sem permissão aqui!

— Desculpe, eu estava procurando a Aurora — ele arregalou os olhos em uma expressão surpresa e aliviada ao me ver, na verdade foi uma reação um pouco exagerada demais — Ah, aí está você. Eu te devo uma, obrigado por ontem.

— Ontem? — franzi o cenho, ele piscou para mim.

— Sim, ontem, não lembra? — ele se aproximou de mim, seu cabelo caramelo estavam embaraçado o bastante para eu deduzir que ele saíra às pressas de casa. Dean voltou o olhar para a Sra. Lourien que se pôs ao meu lado com confusão no rosto — Ontem fomos tomar um café no intervalo do expediente e eu pedi um sanduíche também, mas infelizmente ele veio com mostarda e eu sou alérgico a mostarda, então passei mal e se não fosse por Aurora eu não estaria aqui agora.

— É-É foi isso mesmo, — assenti rapidamente com a cabeça — não precisa agradecer.

— Então, foi isso o que aconteceu? — indagou Sra. Lourien. — Oh, Dean! Podia ter me avisado.

— Já estou melhor, e é isso o que importa.

— Acho melhor tirar um dia para repousar, nunca se sabe. — propôs a senhora.

— Eu faria isto, mas não quero deixar todo o trabalho para Aurora, ela foi um anjo para mim ontem. — Dean sabia persuadir as pessoas, isto é algo impressionante.

A Sra. Lourien ficou pensativa um momento, voltou para sua cadeira e arrumou os pequenos óculos na ponta do nariz. O’Conner lançou um olhar esperançoso para mim, foi quando notei que sua barba estava por fazer e seu semblante ligeiramente cansado.

— Ambos podem ir, acabei de lembrar que tenho um compromisso inadiável hoje. — disse Sra. Lourien — Não abriremos.

Dean e eu saímos do escritório, meu coração pulava no peito, eu nunca fui uma boa atriz, nunca consegui enganar vó Edith fingindo uma doença para não ir à escola.

— Você parece nervosa — reparou O’Conner enquanto pegávamos nossas coisas — Eu estava ouvindo a conversa atrás da porta e resolvi te salvar.

— Se ontem fui seu “anjo”, — ironizei lembrando do que ele havia dito — hoje você foi meu herói.

Ele sorriu surpreso, era algo que eu gostava de ver naquele rosto. Saímos da Book’s Machine e caminhamos um pouco pela calçada observando vitrines e pessoas, Dean fazia comentários hilários sobre tudo, nunca ninguém havia arrancado tantas risadas minhas assim, ele fazia poses engraçadas em qualquer lugar então eu peguei seu celular para tirar algumas — que logo viraram dezenas — de fotos. O’Conner comprou dois sorvetes de creme para nós e descansamos no banco de um parque, era belo e extenso, famílias se divertindo, crianças correndo, idosos alimentando pombos…

— Como é a sua família? — perguntou Dean ainda comendo a parte de cima da bola de sorvete.

Eu tinha várias respostas para esta pergunta, todas sinônimos de anormal.

— Estranha desde que meu pai morreu há cinco anos. Moro com minha mãe, minha vó e minha irmã em Lexington.

— Não sabia que tinha uma irmã.

— O nome dela é Grace. Ela tem treze anos. Você tem irmãos?

— Uma irmã. — ele pareceu sério de repente.

— Fale sobre ela — pedi.

Bom, é que… — Dean se mostrou desconfortável, pus uma mão em seu ombro involuntariamente, nunca fui acostumada a tocar nas pessoas, porém ele relaxou depois disso — Ela fala por si só. Vou te levar até ela.


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