Eu estava em pedaços, não sabia como reagir a tudo aquilo. Foi tudo tão de repente, era difícil até raciocinar com aquela mudança repentina da minha vida. De bom, foi pra ruim e de ruim foi pra pior impossível.

Em Junho do ano passado eu havia finalmente conseguido juntar dinheiro suficiente para começar a pagar a minha sonhada faculdade, eu estava muito feliz e minha mãe estava completamente orgulhosa. Ela sempre ajudou no que podia, era médica em um hospital público daqui do Brasil em São Paulo, não recebia muito e com a maioria do dinheiro ela nos sustentava em um casinha de classe média-baixa. Eu não tinha um pai para ajudar ela nisso e por isso arrumei um em emprego em um bar, não era o melhor para quem queria fazer uma faculdade de mecânica, mas dava pro gasto.

Tudo estava ótimo, mamãe e eu estávamos felizes. Mas no dia 29 de Julho lá pelas 18:00 eu ouvi minha mãe me chamar desesperadamente. Deixei meus estudos em cima da cama e corri para seu quarto, assim que cheguei lá vi mamãe se contorcendo de falta de ar. Ela fuma desde os 16 e a partir dos anos veio sentindo sintomas estranhos, tal como falta de ar e tosse. Ela diz que fuma para tirar os stress.

Logo tratei de coloca-la no carro e dirigi até o hospital no qual mamãe trabalhava. Fui ajudando ela a se movimentar até a colocarem em uma maca para fazer exames. Várias horas se passaram e nada. Depois de longas 4 horas, o médico apareceu com uma noticia horrível, "sua mãe está comum grave tumor nos pulmões. Devido ao ato de fumar ela está com câncer de pulmão grave".Depois disso eu não sabia o que fazer, como agir.

Tranquei minha faculdade e peguei todo dinheiro para pagar tratamentos para minha mãe, eu sabia que aquilo não tinha cura e que seu tumor era grave. Mas eu simplesmente não podia perde-lá.

E foi depois de um mês, no dia 29 de Agosto, ás 23:15, que Camila Closs faleceu. Minha amada mãe havia morrido e eu estava sem chão, sem vida, sem ar, sem família.

Seu enterro foi logo no próximo dia á tarde, eu fui a primeira a chegar e a última a sair. Ela se foi e levou toda a felicidade, era como se dentro de mim não tivesse mais vida alguma.

Assim que voltei pra casa e fechei a porta, me deixei levar pelas lágrimas. Não havia chorado no enterro, não queria o olhar de pena vindo de quem ao menos se importava com minha mãe. A dor era imensa dentro de mim. Limpei meu rosto quando ouvi a droga da campainha tocar institivamente pela sétima vez. Abri a porta e vi uma mulher alta e ruiva em trajes sociais, ela parecia confiável e amável. Disse que tinha que tratar de assuntos sérios, disse também que seu nome era Pepper Potts, eu até faria alguma piadinha com isso se não estivesse tão deprimida.

Ela me perguntou se sabia sobre meu pai e eu respondi que não. Logo depois a mesma suspirou com pena e tirou uma folha branca de dentro da bolsa, era uma carta. Uma carta escrita com a letra de minha mãe, aquela letra estranha de médicos que poucos entendem. Lembro-me de algumas partes... "Se estiver lendo isso, é porque estou morta"... "Não sei se lembra de mim, Camila Closs, aquela que você deixou á 23 anos atrás"... "Eu estava grávida Tony, grávida de você, mas você tinha sumido"... "Seu nome é Acacia, ela é linda e muito inteligente, tem uma alma puta e irônica"... "Cuide dela"... "Sei que será difícil Tony, mas faça isso por ela. Recompense todo esse tempo".

Tony ai, de acordo com Pepper, é o famoso Tony Stark. Ele havia recebido essa carta anteontem, leu e logo se lembrou de Camilia, a qual foi mais do que "apenas uma noite" na vida dela. Bem, aquilo tudo era informação demais para mim, mas minha mente pifou quando Pepper fez uma proposta: "Tony quer te conhecer, venha morar conosco em NY. Que tal? Garanto que vai gostar".

Ela podia ser uma traficante de meninas e iria me levar para algum país de terceiro mundo para eu me prostituir, podia querer vender meus órgãos, podia simplesmente querer me matar. Mas sabe o que eu fiz? Eu aceitei. Aceitei o convite de uma estranha para ir morar em Nova Iorque com o bilionário Tony Stark, o qual pelo visto é meu pai. Que louco, né?

Meu nome é Acacia Closs, me chame de Acacia mesmo. Tenho 23 anos de idade, um QI avançado e um cabelo ruivos. Gosto de ler, tocar violão e comer pizza. Sou sarcástica, irônica e mal-humorada desde a hora que acordo até a hora em que vou dormir. E essa é a história de como minha vida mudou completamente de um dia pro outro, só basta saber se mudou para bom ou ruim. Estou fodida.