Following to the Darkness escrita por Leh Linhares


Capítulo 7
Capítulo Sete


Notas iniciais do capítulo

Então, gente sei que o aconteceu no outro capítulo foi chocante e que provavelmente muita gente nem vai ler esse capítulo, mas o que eu quero que vocês que não desistiram compreendam é que tudo o que está acontecendo tem motivo pra ser, não joguei um acontecimento daqueles por nada e essa fanfic como já avisei inicialmente é totalmente Bellarke, não importa o que acontecer nas vielas, ela ainda é Bellarke tenham isso em mente. Foi muito difícil pra mim seguir com essa ideia, eu refleti muito, mas mantive porque vai ser importante pro enredo. Espero que compreendam isso...
Pra quem leu isso até o final Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/608272/chapter/7

Capítulo Sete

Quando o sexo termina me sinto péssimo e sem coragem de encará-la. Estou humilhado e envergonhado demais, se qualquer um soubesse o que acabei de fazer, Clarke ou até mesmo Octavia me odiariam, elas com certeza não entenderiam, pois até eu mesmo não compreendo. Não deveria ter dado isso a Lexa, era melhor que eu tivesse permitido que as torturas continuassem. A dor física é mil vezes melhor que essa culpa e esse nojo que eu sinto por todo o meu corpo.

– Nada mau, Bellamy! Agora entendo porque Clarke tinha tanta afeição por você. Espero que ela não sinta ciúmes quando eu contar a ela.- Diz enquanto se veste no lado contrário do quarto, enquanto me visto vejo de relance em cima de sua cabiceira um canivete e o coloco no bolso. Há guardas espalhados em todos os lados e por mais que eu queira levantar e fugir não seria uma boa idéia, pelo menos não agora.

– Você sabe aonde está Clarke?- Pergunto nervoso: por favor diga que não.

– Ainda não, mas é questão de tempo, querido. E assim que encontrá-la isso se tornará público.

– Não perca seu tempo. Nos brigamos, saber disso não a atingirá em nada.

– Não acredito...

Com o canivete em meu bolso e meus membros amarrados de novo, volto para minha cela. Adelaide me espera e se surpreende de não ver feridas nenhuma em meu corpo.

– Contou a ela?

– Tudo o que eu tinha pra dizer eu já tinha dito.

– O que aconteceu lá então? Você não parece ter passado por mais uma sessão de tortura;

– O que ela fez comigo dessa vez ultrapassou o nível da crueldade. Ela não me bateu, me queimou ou me chicoteou, Lexa me fez fazer sexo com ela.

– Desculpa… mas como...?

– Ela me ameaçou, deu a entender que as torturas voltariam se eu não fizesse e sei lá eu pensei que o sexo poderia se tornar uma arma a meu favor, mas eu não sabia o quão doloroso seria isso pra mim. Me sinto tão culpado, Ade… era melhor ter meu corpo queimado de novo ao invés disso, me sinto tão sujo. Se Clarke um dia souber, nunca vai me perdoar e o pior é que essa era a intenção de Lexa, Ade. Ela disse que vai contar a ela, Clarke não pode saber, ninguém além de você pode.

– Não se culpe tanto, ninguém merece passar por tudo isso, no fim das contas você pode estar certo. Ganhe a confiança dela, Bellamy e te ajudarei a fugir quando tivermos a chance desde que você prometa me levar com você. Em troca juro que ninguém saberá por mim do que aconteceu aqui.

– Trato feito.

– Quer que eu te limpe? Você disse algo sobre se sentir sujo…

– Eu agradeceria, Ade.- Com a sua comum delicadeza Adelaide passa um pano úmido por meu rosto, depois pescoço… Fecho meus olhos e posso fingir que nada daquilo aconteceu que estou limpo de novo, que Lexa nunca me tocou daquela maneira.

– Bell…

– Sim?

– Eu sei que vai ser difícil, mas não desobedeça Lexa. Por mais árduo que seja estar com ela… Fique, o único modo de conseguirmos fugir é se ela confiar em você o bastante para fazer vista grossa.

– Não sei se consigo…

– É o único modo, precisa tentar.

Para minha infelicidade, sigo os conselhos de Adelaide, e o sexo se repete tantas vezes que eu não sei dizer quantas vezes já aconteceram. A cada noite que me deito com ela sinto uma parte minha se perder e almejo pela liberdade que é a única razão para ainda estar prestando esse papel.

Lexa, por outro lado, parece estar acreditando com veemência no meu fingimento, algumas noites ela permite que eu durma em seus aposentos na mesma cama que ela e até mesmo tem diálogos comigo. Minha cela ainda é vigiada por guardas, mas meus pés não são amarrados há quase uma semana.

Sempre que a morena me dá oportunidade, busco demonstrar raiva de meu próprio povo, chego a contar a ela sobre a morte de minha mãe e os sofrimentos de minha irmã como forma de justificar porque quero que Lexa me perdoe e permita que eu me junte a eles como um terra firme.

São necessários meses, três para ser mais específico, para que Lexa se abra mais comigo, me conte sobre seu passado. Aos poucos a mesma vai me concedendo privilégios, minhas mãos são desamarradas e até mesmo o número de guardas na minha cela é diminuído para apenas um que se mantêm sempre na parte externa. Quem diria que por dentro Lexa seria apenas mais uma daquelas garotas carentes necessitadas de atenção?

Minha raiva por ela cresce da mesma maneira que a afeição dela por mim, cada sorriso que ela me dá me mata. Lexa age como se eu pudesse realmente ter perdoado todas as suas torturas e atos passados. Nas noites em que ela permite que eu fique em seus aposentos, o que vem acontecendo com frequência, nas noites em que a mesma dorme nos meus braços, sou obrigado a resistir a tentação de matá-la.

Se não faço é só porque sou racional demais, se ela morresse em meus braços mesmo por causa natural me matariam. Garrett, seu guarda de confiança, e acredito que seu mais velho amante, não me deixaria impune. Seus olhos me acompanham por todo o acampamento como num aviso de que sabem de tudo.

Com a liberdade condicional alcançada, escuto em um dia mais do que Lexa gostaria que eu ouvisse. Desde a descoberta da partida de Clarke do Acampamento Jaha que eles vem fazendo buscas pela floresta e ao que parece dessa vez tiveram sorte.

A loira, minha loira, está vindo. Não está mais perdida no meio da floresta, tenho medo do que Lexa pode fazer a Clarke, tenho medo dela contar tudo como disse que pretendia há meses atrás, mas a certeza de que a mesma está viva enche meu peito. E isso já é o bastante por hoje.

No meu antigo cativeiro, agora equipado com uma cama improvisada e cadeira, ando para todos os lados. Se existe uma hora para fugir desse acampamento é agora.

– Se acalme, Bell! Assim não conseguiremos pensar em nada…

– Me acalmar, Ade… Como? Clarke vai chegar há qualquer hora. Preciso tirá-la daqui antes que Lexa tenha chance de fazer com ela o que fez comigo.

– Você ainda tem seu canivete, certo ? Jake está do nosso lado, vai nos ajudar a resgatá-la desde que o levemos na fuga.

– Tem certeza que podemos confiar nele? Você sabe… querendo ou não ele é um dos guardas, não exitou em me bater sempre que foi preciso.

– Não disse que ele é uma boa pessoa, seu desvio de caráter é nítido, mas tenha certeza que ele não arriscará uma nova vida para se manter na antiga. Lexa já tirou muito dele pra que ele continue do lado dela.

– A comandante chama por vocês dois…- Diz o guarda que entra sem ao menos bater a porta. Minha princesa ao que parece está finalmente na aldeia.

No caminho todo, oro para que Lexa não tenha tido a chance de torturá-la ainda, revivo todos os cotidianos de tortura e se não fosse por Ade segurando minha mão, duvido que teria chegado no final do percurso.

Os guardas de frente aquela mesma cabana, onde eu passei grande parte do tempo sendo torturado liberam passagem e eu aperto com ainda mais força a mão de Adelaide, discretamente ela me mostra quem está de guarda: Jake, e eu sorrio, precisaremos dele se queremos libertar Clarke. Entrar ali de novo não é fácil, agora ver Clarke sentada naquela mais cadeira é ainda pior.

Quero fechar meus olhos e fingir por pelo menos um segundo que aquela garota há pouco metros de distância não é Clarke, mas não consigo. Todo ódio que vim encenando pelo caminho para convencer Lexa se vão, ficando apenas os sentimentos que me fizeram ir atrás dela para inicio de conversa.

Solto a mão de Adelaide e corro na direção de Clarke. Seus olhos estão fechados num semblante de dor que não esconde que seu transporte não foi de forma alguma amigável. Procuro por queimaduras em sei corpo, mas não as encontro, há um número de feridas consideráveis espalhadas, contudo Lexa ainda não chegou no estágio dois de seu método de tortura. E mentalmente agradeço a Deus por isso, num sussurro baixo com as minhas mãos em seu cabelo prometo que isso acabará com a mesma velocidade que começou.

– Vai ficar tudo bem, Clarke… Prometo!- A mesma sussurra algo em voz baixa que eu não compreendo, a loira parece fraca de mais para interagir.

– Onde a encontrou? - Digo olhando para Lexa que encara minha proximidade da loira com maus olhos.

– Cerca de quinze km a oeste. Pensei que não se importasse mais com ela.

– Nunca disse isso. Clarke é minha melhor amiga, não me agrada vê-la passando pelo mesmo que eu.

– Sua melhor amiga? Não se preocupe com isso, Bell. A tortura que tenho pra ela é bem diferente.

– Posso falar com você a sós?

– Não acho que seja um bom momento pra isso.

– Lexa…

– OK, mas seja breve.- Nos afastamos e sem pestanejar questiono.

– O que pretende com ela?

– Como?

– Uma mulher acampando sozinha, há quinze quilômetros do seu território não é um perigo para seu povo. Comigo você tinha uma desculpa, qual sua desculpa agora? Quem você está fingindo proteger? - De relance olho para Adelaide, que finge cuidar dos ferimentos de Clarke, as duas mãos de Clarke já estão soltas. Obviamente que ela não pode carregá-la sozinha, mas se tudo der certo um dos guardas a ajudará até o lado de fora, onde Jake se encarregará de escondê-las.

– Não estou lhe entendendo, Bellamy. Pensei que tivesse me perdoado.

– E perdoei, mas isso não torna as coisas fáceis. Você não tem o direito de torturá-la também, entende? Da mesma maneira que não tinha o direito de me torturar!- Clarke já está completamente solta e Ade discute baixo com o guarda para que ele ajude a levá-la. O homem exita por um tempo, mas ao fim concorda. Adelaide é uma deles, não ajudaria um dos enviados do céu a fugir, pelo menos isso é o que o guarda pensa.

– Não posso não torturá-la. Como líder é o que preciso fazer, você sabe disso. E você será uma das minhas armas de tortura.

– Perdão?

– Me ver com você será com certeza a pior cena que ela já viu em séculos.

– Ao menos está ouvindo suas palavras? Está soando como uma louca.- Me viro novamente, Clarke está passando pela porta, essa é a hora. Tiro meu canivete do bolso e o coloco em seu pescoço. A morena tenta lutar, mas ao contrário de meses atrás agora sou mais forte que ela. Rio sarcasticamente, essa situação seria engraçada se não fosse trágica.

– O que acha agora?

– Me solta, Bellamy… Por favor…- Ando com ela devagar prestando atenção em cada passo, os guardas sobressa lentes observam sem saber o que fazer. Muitos deles ameaçam se aproximar, contudo basta que um filete de sangue de Lexa escorra para que eles se afastem. Saio da cabana, buscando olhar para todos os lados, bem distantes estão Jake, Adelaide e Clarke como planejado. Se tudo desse errado eles partiriam sem mim.

– OUSEM SE APROXIMAR E A LÍDER DE VOCÊS ESTARÀ MORTA!- Chegamos a parte do plano não discutida, como se livrar de Lexa e conseguir fugir. Sem saber exatamente o que estou fazendo sigo andando em direção a trilha que Ade me disse que existe. A cada passo afundo um pouco mais a faca no pescoço de Lexa, seu ferimento pode ser e tem que ser a distração que precisamos para fugir. Sou atingido por uma flecha nas minhas costas, em seguida na minha perna, mas a adrenalina é forte demais para que eu pare. Lexa nem reage mais de tanto sangue perdido, mas eu continuo a arrastando a única coisa que os impede de atacar com mais força é a presença dela nos meus braços.

Quanto a mata se fecha ao meu redor a ponto de quase não conseguir ver a aldeia, devido as altas copas de árvore, jogo Lexa no chão e corro. Escuto seus gemidos de dor mais ignoro, minha vida e a daqueles que estão me ajudando é o que importa.

Não sei como, mas corro como se não houvesse flecha nenhuma presa nas minhas costas e perna, escuto barulho de passos e aumento a velocidade até chegar ao extremo oposto, onde o resto deles me espera. Ao que parece Jake tem um lugar em mente para nos esconder, até ser seguro ou menos perigoso para sairmos.

Chegamos em uma espécie de abrigo para última guerra nuclear parcialmente abandonado, contudo antes que eu tenha chance de observar mais detalhes perco a consciência...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Galera, aceito sugestões e críticas... sei que o que aconteceu no capítulo anterior não era o que esperavam, mas acreditem em mim é importante. Se alguém tiver uma ideia e quiser me dar fale no review!
Besitos e até o próximo!