Following to the Darkness escrita por Leh Linhares


Capítulo 5
Capítulo Cinco


Notas iniciais do capítulo

Peço desculpas pela demora, mas só agora pude finalizar o capítulo.
Espero que gostem.



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A morena reage com violência, se livrando de minhas mãos com mais facilidade do que eu esperava, estou menos forte do que acreditei estar. O viés de Lexa muda assim que a mesma se recupera, a morena prende minhas mãos com ainda mais força que anteriormente.

— Você vai se arrepender, Blake! Deveria ter contado quando te dei a chance. – A encaro com uma coragem absurda, não me subordinarei a uma assassina traidora. Lexa se posiciona a frente da mesa de utensílios de tortura e os admira sadicamente. Eu, por outro lado, apenas tento encontrar um modo de ignorar o medo.

Em suas mãos vejo um canivete. Mais lentamente do que espero, ela se movimenta, com um sorriso irônico no rosto que me causa arrepios.

— Vamos ver por quanto tempo essa sua postura de durão resiste. - Sutilmente Lexa se posiciona atrás de mim, beija meu pescoço e minhas costas. Paro por alguns instantes tentando entender o que diabos Lexa está fazendo. Quando seu canivete atravessa minha ferida ainda aberta da flecha... Uivo de dor. Meus olhos marejam, mas não proclamo nada. Nenhuma tortura será o suficiente para me fazer mudar de ideia.

— ONDE ESTÃO SEUS AMIGOS? – Lexa enfia a faca mais fundo e repete agora num sussurro próximo ao meu ouvido.

— Onde... estão... seus... amigos?- Outra facada. Lexa apesar da minha resistência não desiste de me tocar. O toque dos seus ásperos lábios na minha pele me enojam. A raiva cresce e a única coisa que quero fazer é empurrá-la para longe.

— Diga, Bellamy. E posso ser misericordiosa com você.

— É assim que tortura todos os seus prisioneiros?

— Quando acho que é o único jeito... – Ela pisca pra mim, ato que eu ignoro.

— GARRETT! KENNEDY! Ao que parece minha técnica não teve o resultado esperado. Bellamy realmente prefere os piores caminhos, ele é todo de vocês, só cuidado para não matá-lo antes de termos o que precisamos.

Os dois guerreiros se olham com insatisfação, me matar seria bem mais divertido que uma simples surra pelo visto. Garrett toma a frente, me dando o primeiro chute. Em sequência Kennedy o imita. Um, dois, três, quatro, cinco... Já perdi a conta, quando os dois cansados me levam de volta a meu cativeiro.

Novamente perco a noção do tempo, minha comida se torna escassa, uma garota, que descobri ser Adelaide, a curandeira me traz água todos os dias, ás vezes quando eu tenho sorte comida. Venho tentando ter algum tipo de conversa com ela nas suas últimas visitas, minha pretensão é descobrir se Clarke está mesmo ou não presa nessa aldeia.

Por mais que Lexa tenha afirmado que não, não creio na comandante, é bem provável que tenha sido apenas mais um de seus blefes. Não que eu possa acreditar totalmente em Adelaide também, mas há algo nela que me desperta confiança, olhar pra ela me lembra de Clarke nos primeiros dias na Terra.

Adelaide cuida de mim como Clarke cuidou de Jasper naquela primeira semana. Infelizmente a morena nunca diz nada, apenas me mira com pena enquanto paciente me ajuda a beber água.

As surras são frequentes, todos os guardas parecem ter tido suas vezes, pois lá estão Garrett e Kennedy de novo.

— A Comandante quer saber se você já mudou de ideia?

— Diga a ela que: nunca. - Tento gritar, todavia o que consigo é um sussurro. Não estou bem, não sei quanto mais tempo posso suportar nessa precariedade. Talvez seja apenas uma questão de tempo para que eu morra.

— Acho que isso foi um não. Leve-o até a Comandante!

...

No meio da mesma sala de antes. Há um tanque de água de água cheio. Os homens nem hesitam, me arrastam para aquela direção. Esperneio-me, tento chutá-los, mas minutos depois minha cabeça se encontra submergida dentro do balde.

— Como vocês pretendem nos atacar?- Lexa diz assim que minha respiração volta à normalidade. O silêncio os irrita e a tortura recomeça. Sendo interrompida por Lexa tempos depois.

Com uma espada Lexa traça pequenos cortes por meus braços e pernas. Por um segundo, penso em contar tudo, mas a ideia de uma Clarke em perigo me apavora demais para que eu tenha coragem de ir adiante.

A morena aquece a espada em ferro quente e queima minhas costas, em seguida minhas mãos e depois meus pés. Sofro tudo calado e de olhos fechados, é tentador demais olhar para Lexa. Tenho medo de contar tudo o que estou lutando para manter dentro da minha cabeça.

A imagem de Lexa me irrita e me enoja. Como a odeio, ao olhar pra ela não vejo uma mulher, mas sim um diabo em forma de gente. Quero mentir, dizer a ela que temos bombas que destruíram toda a vila dela, mais do que isso quero que esses artefatos realmente existam. Quero torturá-la por dias, semanas, meses, quem sabe até anos. Desejo poder matá-la lentamente, fazê-la sofrer, mendigar por misericórdia.

O ódio explode em mim e ao invés das confissões que eles esperam os xingo. E em troca recebo um soco no olho direito, o que me cala por algum tempo. A cada minuto permanecer vivo se torna cada vez mais difícil, contudo eu luto com duas imagens sempre em mente: Clarke e a vingança que eu buscarei assim que possível.

A última lembrança que tenho é de um chicote nas minhas costas. Não sei dizer o quanto apanhei, perdi a consciência rápido demais para poder me lembrar. O que sei é que me movimentar está quase que impossível e que as feridas ardem por todo meu corpo. Não sei dizer em que parte a dor se concentra, mas ao julgar pelo olhar de Adelaide a situação não está nada boa.

A adolescente contêm as lágrimas. Senta-se ao meu lado com uma espécie de kit de primeiros socorros, o que só me recorda ainda mais Clarke. O processo é silencioso, como o habitual, ela limpa meus ferimentos e eu sorrio. Por mais dor que eu esteja sentindo dor, uma coisa é certa a curandeira não tem nada a ver com isso. 

— Isso deve doer um pouco.

— Você... Falou? – Ainda sinto dor, mas a surpresa de ouvir sua voz anestesia um pouco. É engraçado como uma pequena coisa como essa, pode fazer a diferença. Enquanto todo o restante da aldeia me provoca raiva com Adelaide é diferente.

— Não deveria falar nada. Lexa não gostaria.

— Posso te perguntar algo? Prometo que não me estenderei, não quero te por sobre nenhum risco.

— Diga!

— Tem alguém do meu povo, além de mim, preso aqui também? Uma garota loira?

— Você diz... Clarke?

— Sim. Como você sabe?

— Todos nós a conhecemos no período da aliança, sei quem ela é e ela não está aqui.

— Como você sabia que eu falava dela?- Pergunto com minha mente dividida entre alegria e tristeza. É bom saber que a loira não está passando pelo mesmo que eu, contudo não saber onde ela está me apavora. Preciso encontrar um modo de fugir e encontrá-la, mas como vou fazer isso? Com todas essas surras e pouca alimentação estou fraco. Mesmo se conseguisse soltar minhas mãos e pés ainda não teria chance numa luta com os guardas. O que necessito é de um bom plano, algo inteligente o bastante para que me mantenha vivo e forte para quando o momento chegar. Talvez colaborar com as investigações deles seja a única maneira.

— Você grita por ela, sabe? Quando dorme.


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Notas finais do capítulo

Desculpa gente, prometo que o sofrimento de Bellamy acabará logo.