Following to the Darkness escrita por Leh Linhares


Capítulo 4
Capítulo Quatro


Notas iniciais do capítulo

Oiii, gente!!! Aqui estou eu em mais um capítulo, fiz maior como me pediram, espero que gostem. Obrigada gente pelos reviews, amei cada um deles, principalmente os das minhas duas novas leitoras: Carlita e Maah. E os que estão acompanhando brigado mesmo!!
Agora vamos ao que interessa. Boa leitura!



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Capítulo 4

Lexa está a minha frente e puxa meus cabelos com força. Meu rosto está a milímetros do dela, sua raiva é nítida, mas ao invés de me amedrontar, impulsiona toda raiva e ressentimento acumulados por suas atitudes. Tudo é culpa dela, sua traição desencadeou todos os desastres. A morte de todos os inocentes é efeito colateral disso e a partida de Clarke também. Lexa pode me matar me torturar ou até mesmo me esquartejar, no entanto não darei nenhuma informação ou ajuda que ela possa querer. Minha morte é o máximo que ela vai conseguir.

— Confesso que não esperava vê-lo de novo, Bellamy. Pensei que tivesse morrido junto com o restante do seu povo. - Seu tom de voz é de uma velha amiga, se eu já não a conhecesse, se já não soubesse de tudo, talvez acreditasse no sorriso de escárnio estampado no seu rosto.

Olhando bem em seus olhos, me recordo de tudo, das crianças mortas no tal abrigo seguro, Jasper segurando Maya morta em seus braços, Clarke indo embora. Lexa nos entregou para a morte de mão beijada, o ódio e desprezo me tomam e impulsivamente cuspo em seu rosto. Tenho nojo dessa traidora que se acha digna de algum tipo de honra.

Seu sorriso de zombaria some, e deixa no lugar um simples vazio de expressões. Não raiva como espero.

— Você pode cuspir em mim se quiser Blake. Mas nada vai mudar sua atual situação: está preso aqui, a mim para ser mais específica, belo Bellamy. Sua vida depende de mim, o quanto antes aceitar isso melhor. - A comandante se retira da mesma maneira que entrou. E quase que por acidente escuto suas mais novas ordens, aparentemente me matar não está nos seus planos, ao menos não agora.

...

Algum tempo depois, não sei dizer se minutos ou horas, uma mulher entra na cabana. Não consigo vê-la direito, minha visão está turva, provavelmente algum efeito do veneno. Seus cabelos são loiros, seus olhos azuis como o mar e de repente a reconheço: Clarke.

Em suas mãos há um pequeno frasco com delicadeza ela o leva até minha boca. Inutilmente tento alcançar sua mão, é fácil me esquecer das cordas.

— Clarke... - Digo num sussurro baixo, ela veio me saltar. Sorrio em sua direção, logo não estarei mais aqui.

— Clarke... - Repito num tom mais alto, contudo o silêncio se mantém. Por que ela não diz nada? Por que não solta minhas mãos e pés?

Aos poucos sinto minha consciência se esvair, luto para não fechar meus olhos, mas a cada piscar o cansaço se torna mais forte e por mais que eu insista me concentrar nos olhos dela vai se tornando cada vez mais difícil...

...

Acordo tonto, com fome e muita sede, porém a dor nas minhas costas sentia antes se foi ao menos parte dela. Movimentos ainda não são exatamente confortáveis, entretanto nem se comparam as sensações anteriores.

Demoro para me recordar de tudo, de Clarke segurando minhas mãos enquanto me dava o antídoto. Minha memória é vivida. No entanto bastar pensar a respeito, para perceber que na verdade Clarke nunca esteve ali.

Se aquela fosse realmente a loira, ela não teria me soltado? Digo algo? Além disso, como ela poderia me encontrar ali ou lutar contra todos os guardas que certamente rodeiam meu cativeiro.

Não quero acreditar que é mentira, mais uma consequência de um corpo envenenado. A alucinação me fere me recorda do motivo de eu estar aqui. Clarke ainda está sozinha, preciso encontrá-la.

Talvez ela também tenha sido capturada por Lexa, até onde eu sei a mesma pode estar numa cela exatamente ao lado da minha. Tenho que encontrar uma maneira de me soltar e fugir, apesar das dormências em meus braços e pés, a sede e a fome estou bem e precisar tirar proveito disso enquanto posso, mas antes preciso descobrir se há alguma chance de Clarke estar presa aqui também.

Um dos guardas entra, segura meus braços com força e me arrasta para outra "cabana", que mais parece uma sala de tortura. Há uma lareira com um fogo alto e ao seu lado uma variedade de armas: marcadores de gado, espadas, lanças, punhais, alguns eu sequer sei ou imagino para que servem.

Do outro lado está Lexa sentada em uma espécie de trono improvisado. Bem a sua frente tem outra mesa, essa preenchida com alimentos e bebidas variados. Meu estômago ronca, ansiando por experimentar qualquer coisa que fosse.

— Traga-o para perto, Garrett. - Essa seria sua tortura? Obrigar um homem morto de fome a assistir comer?

— Desamarre suas mãos. - Miro Lexa surpresa, o que essa mulher tem em mente?

— O quê?- Questiona seu guarda tão surpreso quanto eu.

— Faça o que eu digo Garrett. Coloque o nessa cadeira, desamarre-o e saia.

— Sair comandante? Tem certeza?

— Não sei se se esqueceu, mas sou sua comandante, não sua irmã mais nova. Saia e não retorne até que eu diga que pode.

— Sirva-se, Bellamy. Não quero que espalhe por aí que nossos convidados morrem de fome antes de terem a chance de se divertirem.

— Recebem seus convidados assim? Com flechadas?

— Coma, Bellamy antes que eu mude de ideia. - Olho a comida, mas não provo, recordo-me do sufoco das últimas "horas"/"dias". Não cairei no mesmo erro de novo.

— Se eu quisesse te matar envenenado, Blake. Não teria mandado a curandeira lhe dar um antídoto.

— Curandeira?- Então realmente não foi Clarke. Não que eu não soubesse, contudo ter essa confirmação só faz com que eu me sinta pior.

— Imagino que esteja surpreso. Adelaide me contou a respeito dos seus devaneios. Você gritou por Octavia e Clarke, sabe? Ela chegou a ter pena de você, o que obviamente eu fiz sumir rapidamente.

— Por que me salvar? Por que não me matar de uma vez? Se sou tão desprezível como diz, não vejo necessidade de tudo isso. - Digo apontando para o banquete.

— Você Bellamy por mais irritante e insuportável que seja, é valioso pro seu povo. Ter você vivo nos traz força, você morto por outro lado não vale nada... Agora coma, minha paciência está se esgotando. - Receoso, me sirvo. Não como muito, sei que se fizer isso acabarei apenas vomitando tudo o que ingeri.

— Diga Bellamy, ONDE ESTÃO SEUS AMIGOS E EXÉRCITO?

— Blake.

— Como?

— Pra você é Blake.

— Não acho que você esteja em posições de dar ordens, Bellamy! ONDE ELES ESTÃO?

— Não lhe diz respeito. - A verdade é que não há nenhum segredo no paradeiro deles, além do de Clarke obviamente, porém não falarei. Lexa não acreditaria de qualquer maneira. E se cresse estaria pondo Clarke em risco, sabe se lá o que a comandante faria se descobrisse que a Princesa da Arca está vagando pela Terra.

— As coisas podem ser tão melhores se você colaborar. Não desperdice essa chance, jovem Blake... Quando eles pretendem nos atacar? Qual a extensão de seus exércitos e artefatos?- Permaneço em silêncio e rio da raiva de Lexa que parece estar com cada vez mais raiva.

— Não ria de mim. Está me escutando? Eu posso não ter Octavia e Clarke em mãos nesse exato momento, mas posso encontrá-las assim que me dispuser a isso. Tratá-las com a mesma cordialidade que tratei e vou tratar você: prisão e tortura, até que me digam tudo o que eu preciso saber. Na verdade posso entregá-las aos guardas ao invés de torturá-las, faria bem eles um pouco de distração dessa vida de guerreiro. Uma noite com prostitutas, vou dizer a eles, Bellamy. Ótima ideia!- A morena sorri como se tivesse sido realmente uma ideia minha.

— CALA A BOCA! NÃO OUSE FALAR DELAS DESSA MANEIRA. - Tento me levantar, mas esqueço dos nós em meus pés e caio. Lexa apenas ri com desdém.

— Sabia que funcionaria. Agora me diga o que lhe perguntei. Espero não ter gasto um frasco de antídoto à toa. - Me mantenho calado. Não será tão fácil me fazer falar. Ainda estou no chão e com as mãos desamarradas quando a morena se aproxima, ela sequer se dá conta do perigo, quando vê já é tarde demais, minhas mãos já estão em seu pescoço.


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Notas finais do capítulo

E aí, digam pra mim o que acharam!!
Beeijos até o próximo!



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