Following to the Darkness escrita por Leh Linhares


Capítulo 11
Capítulo Onze


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo pra vocês. Espero que gostem



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/608272/chapter/11

Capítulo Onze

Pov. Bellamy Blake

Não durmo o resto da noite, Clarke ao contrário de mim acaba adormecendo em meus braços. E enquanto eu observo sua respiração penso no que houve hoje. Queria Clarke, só Deus sabe o quanto a queria, o quanto a quero, mas é difícil acreditar que ela é mesmo quem diz que é.

Não me entendam mau. Depois de todo esse tempo, eu e ela finalmente tivemos uma chance, mas não podemos ficar juntos, porque você Bellamy é um doente traumatizado. A raiva me toma de uma maneira descontrolável só quero matar Lexa por ter me quebrado dessa maneira.

Lexa me danificou de uma forma que eu simplesmente não consigo estar com Clarke não no sentido sexual da coisa. Tocá-la e beijá-la são como interruptores dessa antiga vida, me fazem reviver tudo.

Cada momento com Lexa. A primeira noite, a segunda, tudo o que ela fez comigo. Desde a tortura ao sexo, que pra mim foi apenas mais uma maneira da mesma. Olho para o corpo ao meu lado e já não é mais Clarke, Lexa está no meu colo. Mais rápido do que eu posso imaginar me afasto, sei que ela não pode estar ali, que aquela é apenas Clarke, mas por mais que eu sussurre isso mil vezes nada modifica o que eu vejo.

Quando percebo já estou muito distante, sentado numa pedra, tentando reimplantar juízo a minha mente. As memórias vem todas de uma vez, e eu sinto como se estivesse preso naquela cabana de novo. O sol amanhece, porém eu não me movo. Há algo no fato de poder enxergar o horizonte que me acalma.

– Bellamy? - Sei que é Clarke, porém o único jeito de minha mente confiar nisso é a vendo.

– Está tudo bem? Me assustei quando não te vi ao meu lado.

– Não sei.- Respondo com mais sinceridade do que percebo.

– Não está sendo fácil,né?

– Defina fácil.

– Está tudo bem, Bell. Estamos seguros agora.

– Por quanto tempo? -Clarke não responde, a dura realidade é que nunca estaremos seguros. Não de verdade.

Aos poucos o restante de nós acordam e é decidido contra minha vontade que já é hora de partirmos. Ninguém acredita que eu de fato ouvi passos e que há certamente pelo menos uma pessoa nos seguindo.

Nenhum deles me dá razão, eu escuto novamente, insisto para que eles mantenham silêncio, o que parece só impulsionar a discussão de Jake com Adelaide que está como sempre a meu favor. Estou com raiva, muito raiva, não sei até quando vou conseguir me controlar.Ódio de como todos parecem não ligar para o que digo, ódio de Clarke por me fazer lembrar de tantas coisas ruins, ódio de mim mesmo por sentir tudo isso...

Mais passos se aproximam e dessa vez todos escutam. Cada um prepara sua própria arma, mas quando vejo Clarke está junto ao agressor o abraçando. Simplesmente não entendo, quem diabos é esse homem?

– Quem é você? Por que estava nos seguindo? - O moreno apesar de corresponder o abraço de Clarke, não tira seus olhos de: Adelaide. Não faz sentido, quem as duas poderiam conhecer?

– E não é que ele está vivo, Ade.- Diz Jake pejorativamente. Será que aquele é o irmão dela? Por que Clarke está abraçada a ele?

– Posso saber quem é esse , Clarke?- Falo, enquanto me aproximo dos dois, com certo tom de desprezo depois dos dois terem ignorado minha primeira pergunta.

– Esse é Peter. Ele é o líder de English Town. Como me encontrou? O que está olhando, Peter?

– Adelaide? Meu Deus, como você cresceu…-

– Peter?- Os dois se abraçam deixando Clarke sem entender nada.

– O que está havendo?- Pergunto.

– Um milagre. Ele foi executado há anos ou eu achava que tinha sido.

– Vocês, dois são irmãos?- Pergunta Clarke.

– Sim.

– Eu só não consigo acreditar você está vivo depois de todo esse tempo.- Fala Adelaide para seu irmão.

– Eu pensei que sua irmã estivesse morta, Peter.

– Foi o que Lexa me disse, ela me entregou seu urso de pelúcia favorito imundo de sangue. Disse que como cúmplice sua sentença era igual a minha: morte.

– Antes de eu saber que a Lexa estava envolvida, no dia que me contaram sobre a sua morte, ela me pediu o urso. Disse que seria uma forma de uma parte minha estar sempre com você. Eu mesma entreguei a ela. Agora tudo faz sentido.

– Então, cada um de vocês pensava que o outro estava morto?- Digo cético. Não parece real essa história.

– Ao que parece.

– Como encontrou Adelaide, então?- Falo com cada vez mais raiva. Esse cara não é confiável, sei disso, deve ser um dos homens de Lexa.

– Não era ela que eu procurava. Eu sabia pra aonde a Clarke estava indo, ouvi boatos sobre os criminosos fugitivos que escaparam de Lexa e resolvi rastreá-los na esperança de trazer Clarke de volta pra casa.

– Não sei qual crime exatamente vocês cometeram, mas imagino que tenha havido algum. E Lexa deixou vocês escaparem impunes? Não me parece provável.- Digo, num quase grito.

– Acha mesmo que eu mentiria pra você Bell depois de tudo?- Diz Ade, contudo nem olho pra ela. Meu enfoque é no seu suposto irmão e amiguinho de Clarke.

– Não é em você que eu não confio.

– Peter é confiável, Bellamy. Salvou minha vida.- Fala Clarke.

– Talvez isso não prove nada.

– Eu tenho que confiar em Adelaide, mas você não precisa confiar no Peter?-Não respondo, estou muito nervoso para ter qualquer tipo de conversa.

– Fomos condenados por roubo. Nossos pais tinham morrido recentemente e roubar era a única forma que eu tinha de nos conseguir comida. Pode me julgar se quiser, mas não me arrependo. Ser preso é mil vezes melhor que morrer.

– Ás vezes não tenho tanta certeza disso.- Digo baixo, passando despercebido por todos, menos Clarke, que aperta minha mão com força. Solto sua mão e saio de perto, mas perto o suficiente para ainda ouvi-los.

– De qualquer maneira acho que vocês vão gostar de saber que Lexa não está bem. A ferida que vocês provocaram parece grave e está funcionando como a distração que vocês precisavam..- Posso jurar que vejo em Clarke preocupação, o que só me deixa ainda mais irritado.

– Então, esse é o famoso Bellamy?

– Me desculpe, Peter. Realmente não sei o que está havendo com ele.

– Acredite eu sei se chama efeito Lexa..

– Talvez ela não seja tão ruim assim. Você está vivo, ela não te jogou para morte.- Diz Ade.

– Não, Adelaide. Lexa não é uma boa pessoa, nos entregou a Anya, só para roubar a posição que já era do Jake. Só estou vivo, porque consegui fugir.

– Talvez sim, talvez não, mas acho que devíamos partir agora. Já perdemos muito tempo.- Fala Clarke.

– Partir pra onde? Esperava te levar de volta para English Town. Você, também claro, Adelaide.

– Pro Acampamento Jaha.

– Não é o lugar mais seguro pra vocês.

– Sabemos disso, mas precisamos ir pra lá. ...

Prossigo todo o restante do trajeto em silêncio. Não sei o que me irrita mais o aparecimento do tal do Peter ou o que aconteceu ontem.

– Está tudo bem, Bell?- Diz Clarke parecendo preocupada.

– O que você acha?- Respondo grosseiramente. Não quero falar assim, mas quando me dou conta já falei.

– Que tem algo de errado. As únicas vezes em que te vi grosso desse jeito foi quando você tinha algo a esconder. E aquilo que você disse agora pouco, é sério?

– Não tenho nada a esconder. E aquilo foi só… não foi nada.

– Então, do que se trata isso? Peter não fez nada a você.

– Ade também não tinha feito nada a você e isso não foi desculpa pra vocês duas não brigarem.

– É diferente e você sabe disso.

– Sabe o que é diferente Clarke? Sou eu, eu tenho raiva o tempo todo, e não é que eu odeie seu amiguinho. É só que é difícil reviver todos os dias tudo o que aconteceu naquele acampamento: as torturas, as queimaduras… Eu passei meses onde eu mau comia, bebia, ou falava com alguém. Ouvi mais coisas do que deveria e sei que Lexa tem aliados em todos os lugares, olho pro seu amigo e vejo um possível traidor. E eu só… só não posso voltar para aquele lugar. Prefiro morrer a isso.

– Você, não vai voltar, ta bom? Eu prometo. De agora em diante eu estou aqui, nós estamos aqui e vamos nos defender juntos. Não importa o quanto eu precise pensar, o quanto eu precise ficar sozinha, vou ficar ao seu lado, porque aqui é onde pertenço. Não a Arca, não aos grounders, a você. - A loira me abraça e eu correspondo mesmo sabendo que todos os outros devem estar nos observando.

– O que aconteceu ontem não vai se repetir. Juro. - Sussurro em seu ouvido.

– É por isso que está irritado?

– Pode-se dizer que também.

– Não foi grande coisa. Teremos outras oportunidades.- Clarke me dá um selinho e aperta minha mão, mas eu me desvencilhio da dela. Tenho medo de todos os sentimentos de ontem retornarem. Ela me olha sem entender e lutando contra mim mesmo seguro sua mão. Ficar com Clarke será ainda mais difícil.

Seguimos atentos no restante do caminho. Algumas horas depois, quando o sol já se põe chegamos ao Acampamento Jaha. No primeiro instante os guardas de Jaha apontam suas armas pra nós afinal no ponto de vista deles somos intrusos. Eu não sei como, mas antes de alguma bala ou flecha ser lançada Octavia surge correndo na minha direção.

– ABAIXO AS ARMAS. UM DELES É UM DOS NOSSOS- Octavia corre e me abraça. A correspondo sem nem acreditar ainda. Finalmente estamos juntos de novo: o pesadelo terminou. Mesmo sem dizer nada sei que a morena já notou que há algo de errado.

– Sabia que conseguiria…- Sussurra no meu ouvido.

Está escurecendo, porém não o suficiente. Ela observa as minhas cicatrizes horrorizada e como num instinto ela olha pra Clarke com tanta raiva que eu não compreendo. Só quero dizer que Clarke não tem nada a ver com isso, contudo Octavia nunca levaria isso a sério.

– O que você fez com meu irmão dessa vez?

– Se eu pudesse impedir eu teria impedido. Ninguém se sente mais responsável que eu por tudo isso.

– Meninas…- Eu falo, mas nenhuma das duas escuta. Presas na sua própria discussão.

– Teria mesmo, Clarke? Não cansa de ser um problema pro meu irmão?

– Como se você também não fosse um a maior parte do tempo.- Eu não sei mais dizer o que cada uma diz pra outra, porém todas essas acusações me irritam até que eu exploda.Exatamente no meio delas, grito:

– PAREM AS DUAS! AGORA! O QUE ACONTECEU NA MINHA VIDA NÃO É DA CONTA DE VOCÊS.ENTÃO PAREM DE SE INTROMETER. PODE SER ?.- Há algo na minha voz tão frio, tanta raiva contida que as assusta.Clarke me olha compreensiva e tenta me seguir, mas O a impede.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Estou finalmente organizando minha vida. Devo conseguir postar uma vez por semana daqui em diante.