Pair escrita por Kori Hime


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Eu acabei de escrever esse texto, não revisei, perdão. É que hoje (finge que não é meia noite já) é aniversário da minha amiga, e ela curte esse casal, então eu tava vendo uma imagem deles e escrevi esse texto bobo feliz hehehe.

Nyuu feliz aniversário.



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Com a chegada do inverno, treinar do lado de fora, nas quadras do colégio, era bastante arriscado. A treinadora Ryuzaki não queria que ninguém se machucasse, por isso, decidiu que o ideal seria todos utilizarem as quadras cobertas com aquecedor. Assim poderiam ganhar mais resistência ao praticar exercícios físicos.

Todos concordaram e assim eles passaram a praticar os exercícios indicados pelo fisioterapeuta da escola.

Tezuka havia terminado as trinta voltas ao redor da quadra, e parou ao lado da arquibancada, onde Kori agitava uma garrafa de água na frente dele. O rapaz agradeceu a gentileza e depois de beber metade da garrafa de água, retornou para o centro da quadra, onde completaria os exercícios.

No final, estava satisfeito com o resultado, embora tivesse se esforçado um pouco mais do que o necessário e por isso sentia a perna. Ele deixou que todos os outros garotos terminassem de tomar banho e se vestissem, para poder ele próprio ir até o chuveiro. Ficou embaixo da água quentinha por bastante tempo, sentindo a musculatura da perna relaxar. Ao se enrolar na toalha, Tezuka limpou seus óculos e os colocou no rosto. O vapor se extinguia aos poucos, enquanto ele secava o corpo e vestia o moletom. Depois de pentear os cabelos, Tezuka organizou tudo dentro de sua bolsa, e quando estava pronto para deixar o vestiário, ele ouviu um barulho vindo do outro lado.

— Olá? Tem alguém aí?

Ele caminhou sem pressa pelo corredor do vestiário, onde ficavam os armários, o barulho parecia que alguém estava passando uma ferramenta nos armários. Tezuka parou, ajeitando os óculos, mantendo a calma. Não era uma pessoa que se impressionava com muita facilidade, e não acreditava em fantasmas ou algo do tipo.

Quando ouviu um barulho típico de fantasma, o rapaz suspirou baixinho e cruzou os braços, esperando que a alma penada aparecesse pelas suas costas, dando-lhe um susto.

Bem, como ele imaginava, atrás vinha uma sombra e então ouviu-se um “Buu”.

Tezuka virou-se, com um olhar despreocupado. Só então, quando descobriu quem era a pessoa que o assombrava no vestiário, que sua expressão tomou contornos diferentes.

— Te assustei, Tezuka.

— Não, Atobe. — ele falou, segurando a alça da mochila para não cair do ombro. — Mas estou surpreso com sua presença. O que faz na minha escola?

Atobe fez uma careta, guardando o molho de chaves que usava para passar nos armários, dentro do bolso. Ele jogou os cabelos para trás, e deu um sorriso para Tezuka.

— Eu estava passando por aqui, então pensei em fazer uma visita.

Tezuka continuou olhando-o, esperando que ele desse uma resposta mais convincente. Não havia nada naquela região que fosse do interesse de Atobe Keigo.

— Sei. Então você decidiu entrar no vestiário masculino, e me assustar?

— É. Basicamente isso. — Keigo continuou com seu sorriso nos lábios. Ele deu alguns passos na direção de Tezuka. — Difícil de acreditar?

— Não impossível.

— Ótimo. — Atobe ignorou onde estavam, e o risco de alguém chegar a qualquer momento. Ele avançou na direção de Tezuka, segurando-o num abraço forte, e beijando-o na boca, se pedir permissão.

Ele nunca pedia.

Desajeitado com a situação, Tezuka foi gentil o suficiente para esperar que Atobe se afastasse, para que ele pudesse se recompor.

— Então, você tem algo importante para fazer por aqui? — Tezuka perguntou, ainda preocupado com a alça da mochila em seu ombro. A dor na perna já havia aliviado o bastante para ele não se lembrar mais.

— Sim. — Atobe segurou no braço de Tezuka, e os dois começaram a caminhar pelo corredor de armários. — Vim convidar meu namorado para ir na minha casa. Algum problema isso?

— Nenhum. — Tezuka respondeu, pouco confortável com a forma que Atobe agia impulsivamente. Ele aparecia em lugares impróprios, sem prévio aviso e costumava arranjar encontros e mais encontros onde os dois deveriam estar juntos. Aquilo era um pouco cansativo, já que Tezuka tinha um estilo de vida diferente. Ele não era tão agitado como Atobe, não tinha uma vida social tão atribulada e nem gostaria de ter.

Mas Tezuka não sabia como falar isso para ele. Era complicado, principalmente depois de terem passado por uma turbulência no início do namoro, assumir uma relação com o capitão da Hyotei era deveras perigoso para sua vida, a julgar pela forma que as fãs de Atobe reagiram quando os viram de mãos dadas pela primeira vez, no final de um torneio de tênis.

Enquanto pensava em tudo aquilo, Atobe fazia planos. Eles deixaram o vestiário e seguiram para a saída da escola, a limousine de Atobe estava estacionada em frente ao portão. Todos na escola estavam ali para vê-los entrar na limousine.

— Algum problema? Estou achando você um pouco distante. — Atobe estava sentado ao lado de Tezuka, e apertou alguns botões para climatizar o ar lá dentro. Deixando tudo bem quentinho.

Bem, agora era a hora, Tezuka precisava falar o que estava sentindo, ou não seria ele de verdade. Guardar algo que lhe incomodava, só fazia mal para os dois. E ele falou, só que do jeito dele. Atobe não disse nada para interromper, apenas permaneceu sentado no banco de couro, com as mãos sobre as próprias pernas. Ele olhava fixamente para o outro lado da limousine.

Quando Tezuka terminou, ele olhou para Keigo e sentiu uma fisgada no coração. Afinal, estava magoando-o? Não era essa a intenção de Tezuka. Ele só queria ser sincero e desabafar sobre como se sentia vivendo algo que não era exatamente o que ele realmente gostava. Mas fazia tudo aquilo porque realmente era apaixonado por Atobe.

— Eu não queria ofendê-lo. — Tezuka falou, sentindo falta de algo para segurar, estava sem saber o que fazer com as mãos. Sua mochila repousava no outro banco do carro. — Nós combinamos que jamais mentiríamos um para o outro. Então eu achei que precisava ser sincero.

Atobe ergueu a mão esquerda, olhando agora para o lado de fora, eles passavam pelas pistas de patinação no gelo. Quando não estava coberto por gelo, ali era um lago com uma ponte para os pedestres atravessarem até o outro lado do parque. Foi ali que eles dois se beijaram pela primeira vez. No calor do verão, embaixo da sombra de uma árvore.

Aquela lembrança fez Atobe sorrir.

— Eu peço desculpas se fui um namorado horrível, achei que estava fazendo algo bom. Mas, pelo visto, exagerei. — Atobe ajeitou o cabelo que caia sobre seu rosto. — Acho que tenho o dom para coisas exageradas.

— Não penso assim. — Tezuka se sentia terrivelmente culpado pela mudança brusca de humor de Atobe.

— Você está sendo mais uma vez gentil, como sempre é. — Atobe segurou a mão de Tezuka e beijou os dedos dele. — Eu acho que sou uma pessoa de sorte por ter alguém como você para me dizer quando está demais ou de menos. — ele riu, um pouco sem graça.

— Eu não sou ninguém para dizer quando você tem que fazer algo, ou parar de fazer algo. Acho que fui um pouco precipitado falando para você sobre esse assunto. Eu não odeio sair ou viver em seu mundo, apenas não sei lidar com isso com tanta maestria como você consegue.

— Você é Kunimitsu Tezuka. — Atobe o encarou seriamente. — Tudo o que faz é incrível. Mesmo que se sinta deslocado nesse mundo que chama de meu, você, ainda assim, é mais interessante que qualquer outra pessoa possa existir. E eu te amo.

Tezuka precisou de alguns segundos para assimilar o que Atobe lhe dizia. Ele o amava também, sim, amava. Mas falar em voz alta era tão grande e especial, que ele não soube como reagir. É claro que Atobe quebrou o gelo, segurando o rosto dele com as duas mãos, beijando-o de maneira calma.

O coração de Tezuka disparava. Ele só sabia de uma coisa, queria que aquele momento se eternizasse para sempre. Um momento em que os dois se completavam, com suas diferenças, e o amor que sentiam um pelo outro.

— Então, vamos na sua casa hoje? — Atobe perguntou.

— Hmmm. Pode ser, se quiser, eu posso fazer chá.

— Vou adorar. — Atobe segurou a mão de Tezuka pelo restante da viagem.


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Notas finais do capítulo

Nhom nhom eu disse que era bobo feliz