Sakura escrita por Batsu


Capítulo 1
Ele se perguntava se eles poderiam ter sido felizes.


Notas iniciais do capítulo

Doeu tanto escrever isso dfgyuhijsdkfd HijiMitsu nem é um dos ships que mais gosto!
Mas é que eu estava revendo alguns vídeos de uma playlist minha no youtoba, e me brotou aquele vídeo que está no disclaimer pra acabar comigo. Depois disso me surgiu uma ideia que não eu não podia desperdiçar, e então terminei de assassinar meus sentimentos com essa drabble /cries in gintama language
Enfim, para aqueles que não conseguem ler ouvindo música como eu, prometo que se deixar baixinho não atrapalha e vai dar um ar mais dramático as coisas, espero que gostem ♥



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桜 — sakura; flor de cerejeira.

Havia sido numa primavera como aquela que o vice-comandante demoníaco Hijikata Toushirou se envolvera com um anjo. Não a conhecera exatamente em uma primavera, mas fora num dia como esse que guardava suas melhores memórias.

As flores de cerejeira abundavam-se pelos ares de Edo, espalhando sorrisos e alegria a quem quer que olhasse. O encanto que o brochar daquela flor trazia era indescritível, até mesmo para quem já houvesse visto aquela cena incontáveis vezes, era impossível não se admirar.

Hijikata talvez fosse o único entre a multidão fascinada que não dava a mínima para aquilo. O que tinha demais em uma flor cor-de-rosa estúpida? Ele odiava aquela estação, odiava ver o quanto as pessoas se tornavam meramente iludidas por uma cor, por uma singela flor. Tragou seu cigarro sentando-se num banco afastado da aglomeração de pessoas que tinha no parque hoje, permitindo-se finalmente olhar para cima.

Viu inúmeras pétalas delicadas serem carregadas pela brisa calma e gélida típica dessa fase do ano. Aquilo aparentava ser tão frágil, que se ousasse tocar numa mísera pétala, ela se desfaria em suas mãos. Um turbilhão de lembranças invadiu sua mente ao pensar em fragilidade. Por que fragilidade lhe lembrava uma pessoa.

Murmurou consigo mesmo deixando escapar um sorriso irônico. Era uma droga ainda amar alguém que nunca iria o corresponder por estar morta.

Era difícil se recordar de Mitsuba com exatidão, mas ele lembrava-se das vezes em que ela sorria e ele não conseguia olhá-la, era muita luz para um cara do escuro como ele. Era engraçado o como uma mulher tão simples e sem graça podia ter abalado-o tanto. Okita Mitsuba não tinha nada de especial que chamasse a atenção dos homens, e apesar de bonita, era como milhares outras. No entanto ela fora a única que se aproximou de Hijikata sem demonstrar medo, havia sido a única que chegou tão perto de um demônio e ainda roubou-lhe todos seus sentimentos.

Hijikata se perguntava se suas atitudes haviam sido mesmo as melhores a serem tomadas, se perguntava se eles poderiam ter sido felizes de alguma forma. Ele sabia o quão ridículo era lamentar o saquê derramado, mas era como imaginar sua vida de um jeito diferente, pensar em suas decisões passadas e rever seus conceitos era como imaginar sua vida com Mitsuba ainda viva. Ele não discordava de que ainda seria um péssimo homem para ela, não discordava de que ela como a mulher que era merecia coisa melhor, entretanto talvez houvesse outra maneira de fazê-la feliz sem a ter rejeitado. Por que se arrependimento matasse, então Hijikata estaria morto. Lembrava-se do pedido para levá-la junto dele e o como suas duras palavras fizeram seu sorriso desmanchar-se. Aquelas palavras, sobre não se preocupar com ela, foram a maior mentira que contara em toda sua vida. Mas o que faria se não pudesse proteger a mulher que amava? Como lidaria com Sougo? Era melhor que ela sequer soubesse que a amava.

No fim de tudo ele ainda não pode protegê-la de algo tão insignificante como uma doença. Não pode despedir-se e não pode desculpar-se. Somente as memórias de um dia de primavera como esse ficaram guardadas, aqueles sorrisos e aquelas vezes que ela o fazia corar apenas por estar olhando-o. Era uma droga tudo isso, Hijikata queria apenas que a mulher que ele amava fosse feliz, e isso era tudo. Tudo o que ele não conseguiu.

E em meio aquela gente toda, destacou-se algumas vozes conhecidas, dentre elas, estava Sougo junto com o Yorozuya num piquenique.

— É só uma flor que estava na sua cabeça, seu sádico nojento!

— Não me toque China, não sei se você foi vacinada, prefiro evitar possíveis doenças.

Hijikata analisou aquela cena e não parecia que ele realmente estivesse com nojo, aquilo assemelhava-se a uma das vezes em que Mitsuba brincava com uma pétala perto de seu ouvido, talvez ele também se sentisse sensível num dia como esse. Aquele menino fora quem mais sofrera com aquilo tudo e mesmo assim, ao menos parecia ter encontrado alguém com quem ocupar o tempo. O vice-comandante iria torcer para que Sougo não demorasse em perceber o que tem, para que só depois de perder dê o devido valor a ela. Sougo não merecia passar pelo o que ele passou.

Caminhou no sentido contrário das pessoas que ainda chegavam ao parque, e do outro lado viu uma banca vendendo senbeis caseiros. Atravessou a rua e comprou alguns, mas por algum motivo decidiu não os comê-los com maionese naquele dia, e sim com pimenta. Era uma droga desejar tê-la ali sabendo que isso nunca aconteceria.


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Notas finais do capítulo

É meio tenso pensar no Hijikata e na Mitsuba, sabe, sei que tem muita gente no fandom que shippa ele com outros personagens, tipo o Sougo ou o Gintoki, até eu shippo um pouco, mas levando em conta que Gintama é um shounen, sinceramente eu duvido muito que esses ships venham a ser canon. E tirando eles, não existe nenhuma outra mulher com quem shippar ele... é como se ele estivesse condenado a ficar sozinho, pois a única mulher que ele verdadeiramente amava, está morta. Isso me deixa triste.
Aceito críticas e sugestões, por favor comentem ♥