Encantada escrita por SBFernanda


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores! Dessa vez eu demorei mais para postar. Muito mais até. Como alguns sabem, estou com três fanfics em andamento e isso está sendo um pouco puxado, mas não abandonarei nenhuma e esta, em especial, já tem alguns capítulos já escritos. Não pude postar antes por problemas técnicos, mas...

Bem, antes, os agradecimentos a "hinadiva", "Ravena Krane", "Petniss2", "MaddieHimeChan", "UzumakiHyuga17" e "Jackehina" pelos comentários e sempre me darem suporte e apoio.

Um grande obrigada também à "Petniss2" e "rerena" por favoritarem!

Sem mais delongas,
Enjoy!



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Capítulo 6

O dia de Naruto havia sido normal depois de uma manhã relativamente diferente do que ele estava acostumado. Havia chegado em casa, almoçado e ido ajudar seu pai, como sempre fazia. Ficara realmente feliz com os resultados obtidos em um novo orçamento da fazenda deles, pois comprovara um relativo aumento dos lucros e investimentos que recebiam de fora. Mais um pouco e poderiam contratar mais pessoas para ajudar e expandir os negócios, como fora há muitos anos. Porém naquele dia em especial não fora trabalhar com os demais empregados, como sempre fazia, se dedicando mais em ajudar e compreender como funcionava o local, aprendendo coisas que antes não mostrava ter interesse. Minato gostava de ver seu filho querendo aprender mais, principalmente sendo ele o seu único herdeiro e por ter uma idade avançada, em breve Naruto precisaria estar pronto para tomar conta de tudo.

Mesmo com o pai perguntando o que havia acontecido para essa mudança de ideia, pois Naruto afirmava que nem tão cedo precisaria assumir o comando da fazenda, o loiro não dizia, apenas afirmando que seria melhor aprender logo, antes de começar a ver algo parecido na Universidade. Minato sabia que era uma mentira, mas como era o seu modo, não pressionou o filho para contar, sabendo que o mesmo faria mais cedo ou mais tarde. Assim, tiveram uma longa tarde com muito aprendizado e até mesmo um lanche de Kushina, que se surpreendeu por ver o filho ainda ali.

Mas apesar de não ter feito o seu trabalho direto junto aos trabalhadores, não abriu mão de cuidar de seu jardim. Esse era o momento em que sua mente sempre podia se concentrar em algo apenas dele, sem ser interrompido. Naruto não pensava, agia de uma forma natural com as plantas, prendendo algumas em um pedaço de madeira para que ela se mantivesse de pé ou mesmo podando e retirando eventuais ervas daninhas. Fora um trabalho que aprendera com sua mãe, mas que acabara por gostar mais do que ela.

Enquanto cuidava das flores, cada uma com uma atenção especial, sua mente ia ao fato que descobrira pela manhã. Evitara tais pensamentos durante toda a tarde, mas agora se permitia o fazer, já que não estava sendo analisado. Sabia de alguns fatos e os enumerava mentalmente: Apenas ele via Hinata; ela era real, assim como sua família; Kakashi-sensei tinha algum interesse na família dela; ele precisava achar uma forma de descobrir se ela estava viva e ainda conseguir fazer o trabalho da faculdade. É, ele pensou, estava mesmo com coisas demais na cabeça.

Se sentou no chão, de frente para a flor que era a preferida de Hinata e a encarou fixamente. O que se perguntava agora era se a veria, pois isso era algo que não sabia mais. Além do mais, não tinha ideia do que dizer. Talvez apenas devesse agir como se o ocorrido não tivesse acontecendo... Mas não conseguiria. Sabendo disso, precisava encontrar uma forma de dizer que sabia que ela era real, mas que talvez tivesse morta... Não, aquilo não.

– Eu sabia que o encontraria aqui. – ao ouvir aquela voz, Naruto virou-se rapidamente. Lá estava ela, o mesmo vestido, a mesma voz, o mesmo brilho... exceto nos olhos.

– Eu... – ele começou, mas parou. Ainda não sabia o que dizer.

– Não precisa dizer nada. Eu fiquei assustada também. – o tom de voz de Hinata era ainda mais baixo do que o normal e naquele momento ela não o encarava. – Fiquei a noite e o dia inteiro andando por aqui, falando com as pessoas e passando na frente delas, mas ninguém me viu.

Novamente Naruto não soube o que dizer. Ele havia percebido o mesmo, mas Hinata quisera comprovar o que supunha. O loiro se levantou e foi até ela. Apenas quando ele se sentou, a Hyuuga continuou:

– Será que sou um espírito? – havia um certo desespero em sua voz. Naruto quis abraça-la, confortá-la, mas não ousou tentar nada.

– Acho que... eu não seria o único a te ver se fosse isso. – ela o olhou curiosa ao ouvir essa resposta. – Não acredito nessas coisas, mas mesmo assim, eu teria visto mais... mais alguém não é? – agora fora ele que desviara o olhar para as suas mãos sujas de terra. – Mas não sei porque vejo você, Hinata.

Nenhum dos dois sabiam, assim como ambos tentavam arrumar o que dizer depois de conversa tão desconfortável. Naruto tentava limpar as mãos, passando uma na outra, enquanto Hinata olhava o sol se pôr ao longe, com o céu ganhando tons alaranjados.

– Você realmente não consegue sair dessa fazenda? – ele perguntou após alguns minutos. Viu, pelo canto dos olhos, a menina negar com a cabeça. – Será que... podermos tentar? Eu gostaria de ver como acontece.

– Você precisa ver para crer? – um pequeno sorriso apareceu nos lábios dela e Naruto sorriu também, afirmando com a cabeça. – Tudo bem. Só tente não se assustar de novo.

– Ei, isso não vale, você disse que também se assustou! – ambos riram e Naruto sentiu um peso sair dos seus ombros. Naquele momento, porém, na parta da cozinha apareceu a sua mãe. Jantar. – Então, daqui há uma hora aqui?

Ambos sabiam que mesmo se ele a convidasse, Hinata não iria. Mesmo se ela quisesse ou a vergonha não a impedisse. Ela não iria para onde ninguém mais a via. Não faria Naruto parecer louco. Este correu para dentro, dando uma rápida olhada para trás e levantando o dedo indicador, indicando o número 1. Hinata sorriu, permanecendo onde estava, não havia porque fugir agora.

Naruto tomou um banho rápido, comendo igualmente rápido. Kushina a todo instante chamava a atenção do filho por conta disso, dizendo ser uma falta de educação, mas ele não conseguia evitar. Quando se levantou, após pedir licença, carregando a mochila onde estavam as revistas que pegara na Universidade, foi rapidamente questionado de onde iria.

– Vou dar uma volta e se a biblioteca estiver aberta ainda vou tentar adiantar meu trabalho. – era uma boa desculpa. Sua mãe não o impediria de ir estudar. Por mais que fosse maior de idade, Kushina não deixava de ser zelosa e mais do que isso, exigir explicações do filho.

Sem mais questionamento, Naruto saiu pelos fundos, indo diretamente para o jardim. Lá estava Hinata. As luzes do local estavam acesas, por isso, assim como no primeiro dia que a vira em sonho, ela estava deslumbrante sobre essas luzes. Disfarçadamente acenou para que ela fosse para a picape. Sabia que sua mãe estava vendo e se desviasse do caminho, Kushina sairia. Hinata pareceu entender, caminhando até lá, mas não entrando.

Ele a encarou por alguns segundos e então sorriu. Sua mãe não conseguiria os ver ali a não ser que saísse e se assim ela fizesse, ele veria. Abriu a porta da picape para ela e esperou que a mesma subisse, mas ela não o fez.

– Tive que dizer a minha mãe que iria dar uma volta, se eu não sair logo ela vem atrás ver o que aconteceu. E desculpe abrir só essa porta – era a porta do motorista -, mas é que duas portas batendo também chamaria a atenção dela.

Parecendo convencida de que era o melhor a se fazer e com o rosto levemente rosado, Hinata entrou no carro e foi para o outro lado, dando logo espaço para que Naruto também entrasse, batesse a porta e desse partida com o carro.

– E quando eu sumir, o que vai fazer? – por um instante ele não entendeu a pergunta, mas então novamente se lembrou e deu de ombros.

– Volto e digo que esqueci algo, então desisti. Nisso ela vai acreditar rápido, apenas vai falar um pouco. – e por ela, Hinata soube que era a mãe do loiro.

– Vocês não se parecem muito, não é mesmo? – ela quis puxar assunto, mas não se achava muito boa nisso.

– É verdade. Sempre fui mais parecido com meu pai, mas se prestar bastante atenção, verá que meu rosto é mais parecido com o dela. Meu cabelo que confunde. – ele riu e ela o acompanhou. Naruto segurava o volante com as duas mãos e agora apertava o mesmo. Estava perto do portão e não queria ver a Hyuuga desaparecer.

Não a alertou e Hinata parecia distraída agora olhando para a lua. Quando a olhou pelo canto dos olhos, percebeu o olhar dela para fora, para cima e um leve sorriso nos lábios. Mas ele estava muito consciente de onde estavam e quando passaram pelo portão olhou para o lado. Nem bem passou, parou. Hinata, percebendo o acontecido parecia surpresa, mais até do que ele.

– É a primeira vez... – ela disse muito baixo, olhando para si mesma. Tinha medo de que ele achasse que estivera mentindo. Mas Naruto não duvidava, na verdade sentia que apenas aumentava o mistério de Hinata.

– Quer dizer então que comigo você consegue... – ele falou baixo. Não era uma pergunta. Ele estava apenas constando um novo fato e aquele, em especial, fizera Hinata corar, ele não sabia por que. – Está virando um grande e curioso mistério, Hinata. – ele sorriu, tentando não demonstrar o quanto aquilo mexia com ele. Ligou o carro e continuou a andar. – Já que agora pode sair, vamos até algum lugar, quero te mostrar algo.

A pequena jornada foi silenciosa. Após perceber que Hinata estava abalada demais com tudo para continuar a conversar, Naruto desistiu e apenas se concentrou na estrada e no que estava prestes a fazer. Talvez não devesse, mas era o que podia. Por isso, ao parar na pequena e única praça da pequena cidade, que estava surpreendentemente vazia, ou ao menos mais do que era normal, sendo aquele o único ponto de encontro da cidade, eles não saíram da picape. Naruto acendeu a luz e virou-se um pouco para o lado, encarando a Hyuuga.

– Juro que não menti. – ela falou, tentando passar segurança, mas estava surpresa e com medo.

– Eu acredito em você. – e ela pôde perceber a sinceridade naquelas palavras. – Quero dizer que descobri um pouco sobre sua família. – aquilo pareceu surpreender Hinata. – Confesso que fiquei curioso, ainda mais depois de saber que só eu a via.

Hinata não disse nada, mas suas bochechas ficaram rosadas por alguns segundos antes de ela acenar, afirmando. Naruto tirou algumas revistas da mochila, abrindo em determinadas páginas e mostrando as fotos para a menina.

– Este é meu pai! – ela reconheceu quase que imediatamente a ver a foto do atual patriarca da família e representante dela nos negócios. – Eu não sei como, mas agora me lembro dele... – o loiro olhou para ela, um pouco desconfiado, mas percebendo a alegria da mesma não insistiu.

– Ele parece ser um homem muito sério. Se lembra de algo?

– Não muito. Lembro que quase não tínhamos contato. Ele é muito sério e rigoroso, mas é bom. – aquilo pareceu mexer com Naruto e não passou despercebido pela morena. – O que foi?

– A maioria das revistas que falam sobre a sua família... bem, os acusam de causar a falência da família Watanabe, uma família que morava aqui, mas por serem concorrentes com sua família sofreram alguns... atentados, ou algo assim. Pelo menos é isso que os Watanabe falam em cada entrevista. Os Hyuuga nunca se pronunciaram.

– Querer se mostrar apenas mostra que você não possui caráter. – Hinata soltou em um sussurro. – Meu pai diz isso, eu acho... – ela parecia confusa. – Acha que eles podem ter feito isso?

– Eu não sei... Queria que você se lembrasse de algo, pelo menos para eu me aproximar de seu parente... – agora Naruto pegou o celular, onde tinha batido uma foto não tão boa de Neji.

– Neji! – ela soltou, sorrindo. – Este é meu primo. Onde o viu? Como ele está?

– Ele estuda no mesmo lugar que eu, pelo o que soube está bem, será o herdeiro das terras. O que me faz perguntar... e você? Se é mesmo filha do atual dono...

– Neji é filho do filho mais velho, porém meu tio morreu, assim ele assumirá no lugar de meu pai em lembrança do próprio pai. – após terminar aquilo, Hinata fez uma careta. – As coisas estão voltando sem eu...

– Isso é bom! – Naruto a cortou, animado. – Veja, tem mais uma foto. – mas então se arrependeu, pois aquela era da mulher que morreu e Hinata ficou, imediatamente, triste.

– Mamãe... – sua voz não passou de um sussurro, falhando. – Ela... ela...

– Eu sei. Aqui fala disso... – Naruto não deixou que ela terminasse, sabia que deveria ser doloroso. Não havia o que fazer, por isso esperou até que Hinata se recuperasse.

– Ela era muito boa. Sempre cantava para mim de noite, mesmo eu já sendo crescida. – sussurrou, abrindo um sorriso. – Obrigada pela foto, fez com que eu me lembrasse dela.

Após sussurrar um “imagine”, Naruto guardou as coisas dentro da mochila. Não havia nada ali que pudesse ajudar Hinata a se lembrar, ou mesmo que o ajudasse a descobrir alguma coisa.

– Vem, vamos dar uma volta. – ele chamou, já saindo do carro. Por um instante achou que ela não iria, mas logo abriu a porta e Hinata saiu também. Mesmo que ninguém pudesse ver, haviam poucas pessoas e ele não ligava.

Enquanto caminhavam, Naruto contava sobre como era crescer na sua fazenda, sobre como já caíra inúmeras vezes da árvore, mas só se machucara duas deles, deixando sua mãe louca e ainda apanhando. Nessas histórias Hinata sempre ria. Uma risada linda e baixa.

– Meu pai disse que tomou um susto quando um dia depois de trabalhar muito, porque nossa fazenda sobrevivia apenas graças a ele, chegou e viu que eu estava ajudando minha mãe a cuidar do jardim. Ele disse que ficou alguns instantes parado, apenas observando enquanto eu, que nunca parei, encantando e concentrado olhando as flores e cuidando delas. Segundo ele, desde então nunca parei.

– O que faz com que goste delas? – os dois estavam sentados agora, em um local perto do poste.

– São bonitas e simples. Acho que isso, elas são bonitas mesmo sendo simples. Eu gosto de cuidar delas. Me deixa em paz, acho... é o único momento que posso pensar e não fico agitado.

Depois de confessar isso, continuou a contar algumas histórias mais engraçadas até que, ao longe, a figura de Kiba apareceu. Naruto se calou e quando Hinata perguntou o que estava acontecendo, ele apenas indicou o amigo. Mais uma pessoa que não a via. Pela primeira vez, também, Naruto via o amigo sem o cachorro.

– Eu sabia que não estava estudando. – provavelmente Kiba havia falado com sua mãe. Naruto abriu a boca para dizer algo, mas foi cortado antes: - Preciso muito da sua ajuda. Meu carro deu problema e... bem, eu também não queria ir sozinho.

– O que foi, Kiba? – a voz de Naruto saiu em um tom entediado.

– O pai da minha namorada, bem, noiva, ele... ele descobriu da gravidez. Preciso ir lá. Por favor, me leva lá e...

– Você tá muito ferrado! – soltou Naruto, se levantando. Hinata fez o mesmo e eles começaram a andar em direção a picape do Uzumaki. Após ele deixar que Hinata entrasse e fosse para o banco de trás, que era relativamente apertado, entrou também. – Ok, onde é a casa da tal misteriosa namorada?

– Sabe a fazenda na estrada velha? – Naruto acenou, já dando partida.

– A propósito, quem mora lá? Nunca soube.

– Os Hyuugas, cara, os Hyuugas.

E foi com aquela frase que tanto Naruto quanto Hinata ficaram tensos. Seja quem fosse a noiva de Kiba, era uma Hyuuga.


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