Encantada escrita por SBFernanda


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Acharam que eu tinha abandonado vocês? Antes que pensem que eu simplesmente demorei e fiquem com raiva de mim, vou explicar: Provas. Faculdade é isso aí, eu precisei me ausentar para estudar muito e ficar logo de férias para que aconteçam muitos mais capítulos sem interferência. Por favor, me perdoem. Como tenho provas nos fins de semana, tudo entrará em ordem a partir de semana que vem. Mas por hora... vamos continuar essa história né?

Antes de prosseguirmos, agradecimentos. Obrigadíssimo a "hinadiva", "Petniss2", "Ravena Krane" e "UzumakiHyuga17" pelos maravilhosos comentários, espero que estejam gostando e continuem a gostar. A fic é pequena, por isso... leiam que entenderão. haha
Obrigada também a "Ravena Krane" pelo favorito! E aproveito para fazer a todos os novos leitores, bem vindos!

Enjoy!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/608015/chapter/5

Capítulo 5

Naruto ainda estava quieto enquanto mexia na comida do prato. Tinha acabado por deixar sua mãe pensar que fora mesmo uma insolação, confirmando que ficara no sol a tarde inteira a trabalho e que não levara água. No fim, Kushina se conformara com essa explicação que a própria arrumara. Ainda assim, a senhora lançava olhares rápidos ao filho e deste para o marido. Mesmo sem dizer nada, Minato sabia que havia algo que a estava preocupando em relação a Naruto, mas desde que chegara, não tiveram oportunidade de conversar sem que o filho estivesse perto.

O jovem nem mesmo se levantara de onde sua mãe o tinha deixado. Pela primeira vez estava comendo sem antes tomar um banho. Pela primeira vez, também, estava muito quieto e era justamente isso que estava chamando a atenção de seus pais. Mas o silêncio que fazia em palavras, não existia em seus pensamentos tão barulhentos.

O Uzumaki não parava de pensar no que tinha acontecido, nas coisas que tinha descoberto. Junto a esse fato, só conseguia imaginar que Hinata era uma jovem que morreu. Mas ainda não fazia sentido ele ver um espírito que mais ninguém via. Ou ele era médium e não sabia? Se fosse assim, acreditava que veria outros, ou apenas Hinata dera o azar de ter algum negócio inacabado? Não, aquilo não fazia sentido…

A cada vez que pensava algo que levava ao final o “não fazia sentido”, Naruto balançava a cabeça e soltava um suspiro, frustrado. Sua ação não passou despercebida em nenhum momento, e aquilo estava irritando tanto Kushina, que além de ser preocupada era alguém que não cabia em si de ansiedade, que logo ela estava de pé, na frente do filho, o despertando de seus devaneios.

– Ande, me diga qual o seu problema? E não estou mais acreditando que está com insolação, porque já cuidei de você.

Não havia como ele fugir daquela pergunta e ele teve certeza disso ao olhar para o rosto de sua mãe. Seus ombros caíram e ele evitou olhar para os pais.

– Mãe, a senhora sabe algo de uma tal família Hyuuga?

– Hyuuga? - sua mãe perguntou, parecendo surpresa.

– Eles arrumaram algum problema, filho? - era seu pai que vinha com a pergunta, o que o fez se perguntar se era uma família ruim.

– Não, apenas ouvi o nome e me soou desconhecido… Fiquei curioso.

– Curioso? - Kushina o olhava, cheia de desconfiança. Naruto nunca perguntava de nenhuma família.

– Os Hyuuga são uma tradicional família da região, filho. - Minato respondeu com calma, o que o fez receber um olhar rápido da esposa. - São tradicionais demais e muitos acreditam que para não perder o status de grandes agricultores, eles são capazes de tudo.

– Eles são rivais da gente, então?

– Não acredito nisso. Produzimos coisas distintas, sempre foi assim, mas acredito que se passássemos a cultivar arroz, isso seria diferente. Você gostaria de alguém competindo com você em algo que sua família faz há tantos anos?

– Definitivamente não. - Naruto respondeu rápido.

– Mas também não faríamos de tudo para acabar com ninguém. - disse Kushina rapidamente, parecendo magoada.

– Ninguém tem provas de que eles realmente fazem isso. Os Watanabe sabiam bem que comprariam uma briga feia e não conseguiram compradores bons e fixos e os Hyuuga sempre tiveram isso.

– Eles faliram, Minato.

– Se nós não tivéssemos compradores fixos também iríamos falir e não teria nada que pudesse salvar nossa fazenda, como temos agora.

– Pelo o que vejo a mamãe não gosta dos Hyuuga.

– Sua mãe era muito apegada aos Watanabe, e justamente por isso está tomando as dores deles. Mas acredito que quando ela perceber que não há provas nem indícios de que os Hyuuga sejam como gostam de dizer, ela irá voltar a ser a linda e amável mulher que conheço.

Kushina então fez uma careta para o marido, se ocupando em tirar a mesa e lavar a louça para não prolongar o assunto. Mas Naruto precisava de mais respostas antes de se retirar, e talvez seus pais soubessem dá-las.

– E vocês sabem se alguém da família morreu?

Soube que era uma pergunta errada quando sua mãe o olhou surpresa e curiosa, seu pai, por outro lado, o olhava com desconfiança, mas foi ele quem respondeu:

– A esposa do atual dono das terras. Ela faleceu de uma doença grave. Pelo o que soube ela conviveu com a doença por muitos anos, mas não resistiu.

– Ela era nova? - mais olhares desconfiados, mas Naruto precisava saber se essa mulher era Hinata.

– Não muito, talvez pouca coisa mais jovem que a sua mãe… Mas por que tantas perguntas, ainda mais sobre eles?

Agora sua mãe o analisava e ele precisava saber mentir muito bem ou seria pego. Kushina, quando o pegava com mentiras, sabia ser nada discreta.

– Faculdade. Precisamos de famílias influentes e, claro, irei nos colocar no meio, mesmo que ainda não estejamos, já fomos e seremos novamente. Ouvi alguém lá comentar sobre os Hyuuga e… bem, como eu disse, fiquei curioso.

– Isso é muito bom. Mas qualquer coisa, eu recomendo que faça uma pesquisa na biblioteca ou mesmo na internet, deve ter muito mais do que sabemos.

Seu pai, mesmo o conhecendo bem, parecia ter caído em sua mentira, assim como sua mãe, que agora até sorria enquanto continuava a arrumar a cozinha. Com um boa noite e após agradecer, Naruto se levantou e foi tomar um banho.

Não podia negar que estava com receio de dormir e encontrar Hinata. O que diria a ela? Como seria tal encontro depois de saberem que ninguém a via, apenas ele? Pior ainda, o que diria para ela sobre achar que estava morta? Deveria mesmo contar? Mas a mulher descrita não era ela, disso ele sabia. Hinata deveria ter sua idade ou menos, então a mulher Hyuuga que seu pai lhe falou deveria ser a mãe de Hinata ou outra parente.

E a família dela? Seriam eles tão ruins quanto sua mãe e a maioria das pessoas achavam ou então tudo não passava de um mal entendido, como seu pai acreditava? E se fosse verdade, deveria ele dizer a Hinata quem eram as pessoas de sua família? E por que ela não conseguia se lembrar? Aquelas perguntas o estavam enlouquecendo por não saber responder nenhuma.

Quando saiu do banheiro, colocando sua calça de moleton, não tinha vontade alguma de dormir. Não queria encontrar Hinata. E ao mesmo tempo queria. Queria pedir desculpas por não ter dito a verdade, de não ter voltado e por não querer a ver agora. Queria simplesmente a ver, mas não falar com ela, porque não tinha o que dizer.

Por tanto nervosismo, Naruto demorou a dormir, mas apenas notou isso quando seu despertador tocou na manhã seguinte e ele percebeu que não sonhara com a Hyuuga. O que era para ser um alívio o deixou agoniado. Será que o que faltava a jovem era ela saber que estava morta e quando percebeu, tinha “seguido em frente”? Será que ele nunca mais a veria?

Apenas de pensar em não ver mais a menina, Naruto se sentiu desanimado. Precisava saber mais sobre a família e assim, quem sabe, descobriria mais dela. Mesmo se estivesse morta, ele precisava saber. Mas por quê? Isso ele não tinha ideia, mas tinha se decidido em saber.

Levantou-se, tomou uma ducha rápida e desceu para tomar café da manhã depois de se arrumar. Seu ar determinado pareceu o suficiente para deixar Kushina satisfeita. Para ela o filho tinha voltado ao normal e era isso que importava. Ainda com uma torrada presa entre os dentes, se levantou, puxando a mochila e se despediu dos pais para ir para a Universidade.

Sua vontade vinha justamente por pensar que lá encontraria algumas respostas, mesmo que não todas. Duvidava que fosse lá que encontraria o motivo de ver Hinata e ninguém mais poder. Ao chegar no local foi direto até a biblioteca, que para sua surpresa já estava cheia. Seguiu para a sessão onde ficavam as revistas mais recentes e com a ajuda de uma das voluntárias - que estava ali para cumprir créditos extras - ele achou as que mais pareciam capazes de lhe responder.

Seguiu para a sala, após assinar um termo de responsabilidade, pois teria de devolver aquelas revistas no final de duas semanas. Mesmo ainda estando adiantado, algumas pessoas já se encontravam em sala de aula, cada qual absorta em seus afazeres. Era a primeira vez que Naruto buscava um material extra para estudar, por isso, aqueles que o conheciam desde a infância - e sendo uma cidade pequena sempre existiam - estavam surpresos e curiosos com o motivo.

Nem mesmo quando o professor chegou ele conseguiu parar, folheando e lendo. A maioria das revistas que falavam sobre os Hyuuga diziam as mesmas coisas. Eles eram uma das famílias mais antigas da cidade e alguns acreditavam que estavam desde a fundação da mesma. Muitas matérias da família que sua mãe havia comentado acusando os Hyuuga de chatagearem e depois de serem os responsáveis por sua falência. Havia apenas uma com a foto da esposa de Hiashi Hyuuga, o atual dono das terras, com uma nota de falecimento. Isso eram coisas que Naruto já sabia.

– Sr. Uzumaki… - era o professor. Só então Naruto percebeu que nem mesmo anotara as inúmeras coisas que o professor falara e deixara os rabiscos das explicações no quadro. Ao olhar em volta se deu conta de que a aula tinha chegado ao fim e ele vira apenas uma parte de todo aquele material que pegara. - O senhor parece bem dedicado em saber mais da família Hyuuga.

– Kakashi-sensei, peço desculpas por não ter prestado atenção na aula, eu fiquei pensando sobre isso a noite inteira e agora… - ele parou. Como explicaria o seu súbito interesse naquela família? Não podia mencionar Hinata.

– Não gosto quando meus alunos não prestam atenção no que digo, pois explico as coisas apenas uma vez aqui, sr. Uzumaki. Mas como gostei do senhor desde aquela primeira aula… - Kakashi era o professor que começara com um conto de fadas em forma de realidade. Naruto também gostara dele ali. - Vamos fazer um trato? Descubra tudo o que puder em relação a terras e acordos dos Hyuuga, monte um trabalho e me traga. Ficará livre das provas se fizer isso.

– O que? - Naruto se surpreendeu. Não era típico de um professor fazer algo assim. - O senhor tem algum interesse na família, sensei? - deveria ter, não havia outra explicação.

– Eu não pergunto isso e o senhor também não, combinado sr. Uzumaki? - então Naruto soube que mesmo sem ele dizer nada, seu sensei tinha percebido que ele tinha escondido alguma coisa. - Ah, e caso tenha interesse em conhecer alguém da família, o futuro herdeiro das terras estuda aqui. Ele é um ano adiantado, pode encontrá-lo na área leste do prédio. Chama-se Neji Hyuuga. Boa sorte, Naruto.

E assim, sem mais nem menos, seu professor o deixou com uma bomba nas mãos. O que era algo apenas para descobrir sobre Hinata tornou-se um trabalho para a faculdade. Mas o que o deixara em choque não era isso. Alguém da família dela estava ali, muito perto. Mesmo tendo certeza de que, pelo menos por hora, não falaria com ele - o que diria? “Oi, conheço a sua parente. Aliás, ela está morta?” -, precisava ver se havia algum traço parecido nele.

Sem pensar duas vezes jogou todas as revistas dentro da mochila e seguiu para a área leste da universidade. Os alunos estavam saindo do local, cada um seguindo para seu carro ou então a pé. Naruto tinha quase certeza de que não conseguiria encontrar Neji, principalmente por não ter ideia de como ele era. Quando viu longos cabelos pretos azulados, preso em um rabo-de-cavalo frouxo, seguindo diretamente para um carro caro, por um instante, quando a pessoa estava de costas, Naruto pensou ser Hinata, mas ao reparar nas roupas e no modo de andar, percebeu se tratar de um homem. Aquele deveria ser Neji, sem dúvidas. Até hoje nunca vira cabelo daquele jeito, senão o de Hinata.

Se ele era real, ela ainda mais. Afinal, seu cérebro poderia até criar uma menina linda, mas não conseguiria criar uma família real, com parentes reais, como era o caso. Antes de falar com qualquer um deles, precisava saber algo mais sobre eles. Algo que pudesse fazer ele enxergar além de um trabalho da universidade. Algo que lhe desse respostas sobre Hinata, sem que precisasse perguntar ou dizer que já a via.

Enquanto dirigia para casa se perguntava se a veria novamente e o que diria. Deveria contar o que sabia ou manter-se em silêncio até descobrir mais? Mas… ela ainda estaria ali?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!