- Ora, ora, veja só quem virou gente? – Diz a garota ao lado da loira.

Eu me sinto um idiota repulsivo. Provavelmente Seth iria me lembrar disso depois. Mas dessa vez, todos agimos assim. Quer dizer, os meninos. As meninas ficaram se entreolhando, com certeza pensando o quanto somos idiotas. Acho que pela primeira vez concordo com elas. Eu, Seth, Lory e até Thomas, ficamos boquiabertos com a loira. Ela com toda certeza era uma Veela ou algo assim. O efeito que ela causou em nós foi literalmente arrasador. Ela é muito linda. Odeio admitir, mais, a beleza dela era tão grande que passava um tiquinho, um milímetro, uma micro célula, um... ah, sei lá, resumindo, passava o mínimo possível da beleza de Vivian. Me sinto péssimo por pensar assim, por que gosto muitooooooo da Vivian. Cheguei a uma conclusão: A beleza da mulher era forçada. Mas olhando bem, ela se parecia um pouco com alguém. Depois que Maile a chamou de mãe, eu saí do transe. Olhei para a loira e pensei que ela não era tão bonita. Olhei para Maile e de repente percebi que ela era muito bonita. Então olhei para Vivian e percebi que errei o cálculo: Ela era muitos tiquinhos mais bonita que a Loira e até Maile. Em falar nela, eu comecei a achar que de novo, errei. Eu nunca iria imaginar que a loira era sua mãe, muito embora, as duas eram igualmente bonitas. “Ela é meio Veela, e tem o sangue do antigo Lorde das Trevas em pessoa... Essa é uma combinação perigosa”, pensei. A loira tentou continuar o discurso.

         - Filhinha...         

         - Não me venha com essa. – Retruca Maile. Ela estava decidida. O que falta é descobrir para quê exatamente.

A loira suspirou e fez um aceno irritado com a mão para os dementadores. Eles nos cercaram. O ar ficou mais pesado, mas eles não atacaram. Nossos Expecto Patrono eram uma opção contra eles, mais ainda assim a quantia de dementadores era no mínimo significativa, e no máximo formidavelmente assustadora. Eu tentei não tremer ao pensar o que ocorreria, caso a loira e a garota nos atacassem ao mesmo tempo que os dementadores. Ou pior, caso à loira, a garota e Maile decidissem nos atacar combinados com os poderes dos seres que nos rodeavam. Não teríamos chance. Parte de mim comemora por Maile estar do nosso lado, enquanto a outra parte reza para ela não se virar contra nós.

         - Pois bem. Darei uma chance. Venha comigo e suas ações contra Obscurem serão esquecidas. Resista, e lhe levarei a força, além de você ter que enfrentar as consequências de seus atos até agora. Você sabe que não sou boazinha nos meus castigos.

Maile estremece. Ela toca no que parece ser uma cicatriz no pulso.

         - Sei bem disto. – Diz ela.

         - Você, Maile, pela primeira vez, tem a chance de fazer algo maior. Maior do que eu ou você, ou nossas vidas miseráveis. Pela primeira vez, você tem uma escolha. Não a desperdice de forma errada.

Thomas tentou falar algo, mas os dementadores avançaram. Nós puxamos a varinha ao mesmo tempo que ele, mas a loira apontou bem para a minha cabeça com uma varinha curvada. A garota ao seu lado puxou uma varinha calmamente e disse, apontando para cima.

         - Se vocês tentarem alguma besteira – ela aponta para mim e depois para si própria – Ele morre, e eu chamo alguns amigos nossos. Acho que vocês iam gostar de conhecê-los, são uns amores.

         - Nessy! – Maile avança desesperada, mas parece se arrepender ao olhar para mim. Ela respira como se tentasse recuperar o ar – O que acontece com eles, com meus amigos. Nas duas opções, o que acontecerá? Caso eu decida qualquer uma delas.

“Tem a chance dela escolher a primeira opção e nos trair?” A ideia nem me passara pela cabeça, que ela nos abandonaria tão facilmente mesmo que eu desconfiasse dela. Pelo visto pegou Maya de surpresa também.

         - O que? Maile você vai mesmo nos trair desse jeito?

Então eu ouço a seguinte palavra, vinda de alguém ao meu lado.

         - Crucio.

Eu sinto uma dor insuportável. Meus ossos pegavam fogo, meu crânio parecia estar sendo dilacerado sem a menor pressa. Gritar era automático, mas minhas cordas vocais pareciam estar sendo cortadas uma a uma. Eu não sabia onde eu estava, quem estava comigo e o que estava acontecendo. Minha pele estava sendo mergulhada em algum ácido com certeza. Meus olhos deviam estar sendo arrancados e postos no fogo, com certeza era isso. Até que acabou. Embora a dor tivesse diminuído, ainda senti os efeitos do feitiço. Eles também estavam diminuindo, mas os primeiros três segundos foram inacabáveis. Eu consegui lembrar-me onde estava e o que estava acontecendo. Eu tento me levantar mais sinto algo no meu queixo, forçando-me a olhar para cima. Era a loira de novo. Ela diz baixinho para mim:- Se você se levantar, o próximo feitiço que saíra de minha boca será Avada Kedavra ouviu? – Então ela sorri e se vira na direção de Maya – Se falar de novo, eu mato vocês dois.

Seth cerra os punhos na varinha e começa a tremer de fúria. Provavelmente por causa de Maya que é sua irmã, mais acho que um pouco por mim também. Se aquele idiota fizesse algo de errado... Estaríamos em apuros.

         - Isso não é nada – diz a tal de Nessy, tirando-me do devaneio – Obscurem desenvolveu vários outras maldições como essas de tortura... – Ela olha maldosamente para Maile – Ele as testou em você não foi? E aí? Elas doem mesm... – A loira a interrompe com o olhar. A garota nem piscou e ficou quieta

— Respondendo sua pergunta Maile. Eles morrerão, muito provavelmente. Exceto Thomas. Fomos informados que podemos machuca-lo o suficiente para deixa-lo temporariamente inconsciente. Já os outros... Os dementadores cuidaram deles quando eu sair com você daqui. Nas duas opções, a resposta é a mesma. Porque o destino deles já está selado. O seu não. Você pode escolher de que forma poderá entrar no castelo; a força, para ser torturada, ou como uma vencedora, para começarmos os preparativos para o sacrifício dele – Ela aponta para Thomas.

Maile começou a tremer e por um longo instante eu pensei que estaríamos perdidos.

         - Sabe mãe... Vocês duas... Me dão NOJO.

Ela aponta a varinha para cima e grita. Não consegui ouvir o que ela gritou. Mas sombras saíram de sua varinha. Elas avançaram na loira e na Nessy, derrubando-as. Eu e os outros puxamos a varinha e gritamos o mesmo feitiço ao mesmo tempo: Expecto Patrono. Meu patrono é um gato. O de Vivian é um cavalo, Thomas é um cão labrador. Seth uma raposa e Maya um lince, ou seja, é o mais parecido com o meu. O de Lory é uma doninha. O único patrono que estava em minha frente e eu nunca havia visto era um lobo, com certeza o de Maile. Os patronos ganharam forma rapidamente e os dementadores, embora muitos, foram afastados de nós com sucesso. Seth sai correndo e eu penso “Covarde” Então a loira e a garota começam a se levantar, e eu também. Então Thomas grita para nós seguirmos ele. Ele levava um objeto, uma bota, nas mãos. Seth volta e diz “dez segundos”. Eu entendo e encosto na bota. Todos fazem o mesmo. A loira e Nessy começam a lançar feitiços em nós. Embora tentássemos contra-atacar era praticamente impossível com uma das mãos ocupada. Então tudo aconteceu tão rápido que eu quase não pude acompanhar. Nós começamos a ser teletransportados, meus pés ardiam e o chão começou a desmoronar. A loira caiu num buraco e o chão virou lava ou algo parecido. Então eu sinto a conhecida sensação de enjoo e me vejo em outro lugar. Um gramado antes verde aos meus pés estava todo queimado. A mesma coisa nos pés de todos. Destruímos totalmente o conhecido gramado daquela casa. Então Thomas começa a coçar a cabeça, nervoso.

         - Que droga! Minha mãe vai me matar por eu ter destruído o gramado dela!

Depois de muitos "Entãos", eu me viro e vejo a casa de Thomas. Sorri e me virei aliviado por perceber que estávamos vivos e em casa.