Avatar: A lenda de Mira - Livro 2 Ar escrita por Sah


Capítulo 22
Prodígios


Notas iniciais do capítulo

Depois dessa pausa me deu muita vontade de escrever. Por isso esse capítulo saiu com antecedência.



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Mira

Eu corri atrás dele. Ele estava ferido por minha culpa, eu tenho que evitar que ele se machuque mais.

Eu não havia reparado no caminho que havíamos feito até aquela casa abandonada. A rua era de um tipo de cascalho grosso e as casas vizinhas também aparentavam estar abandonadas. Não havia nenhum civil na rua.

Os pássaros ainda voavam para longe por causa da explosão e vários outros animais fugiam desesperados. O ar estava quente e com cheiro de enxofre. E Riku encarava aquelas três pessoas.

O maior vestia roupas coladas na cor vermelha, com labaredas escuras desenhadas, ele tinha o cabelo platinado e desgrenhados e um olhar esquisito, ele tinha pelo menos uns 20 anos , se fosse em outra situação eu ririam muito da sua aparência.

A garota tinha o cabelo escuro, tanto quanto o meu. Seus olhos eram mais escuros ainda, sua pele mais pálida do que eu já tinha visto. Seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo. Ela vestia uma calça e uma blusa escura e seu olhar estava despreocupado. Ela não parecia ser muito mais velha que a gente, talvez uns 15 anos?

O mais assustador, era um pouco mais alto que eu. O cabelo dele era azul? Era difícil ver dessa distância. Ele olhava o Riku com um sorriso no rosto. Sua roupa era comum, uma calça escura e uma camiseta branca. Quando eu olhava para ele eu sentia uma coisa ruim.

Riku estava eufórico. Não parecia que ele estava ferido. Chamas azuis passeavam entre os seus dedos.

Eles perceberam a minha presença e olharam diretamente para mim.

— A outra apareceu. – Falou o platinado.

A garota suspirou.

— Vocês podem se entregar logo? Eu tenho mais o que fazer.

— Você é muito estraga prazer, Dena. Ele quer lutar. Vamos dar isso a ele.

— Você sabe como isso vai ser cansativo Paiku? Eu tenho a minha novela para assistir. Finalmente o casal principal vai se beijar.

— Dena! – Ele pareceu chamar a sua atenção. – Faça o seu trabalho, quanto antes terminarmos logo você poderá voltar para essa sua novela estúpida.

— Não chame Além dos Elementos de novela estúpida. – Ela disse chateada.

O platinado estava ficando impaciente.

Fiquei do lado de Riku.

— Vamos embora. – Cochichei.

— Não adianta, Mira. É para isso que eu vim. A vida em Republic City anda muito pacífica, e ficar livre dos inibidores e daquele governo me deixa mais feliz.

Um tipo de felicidade que eu não consigo imaginar.

Ele deu um passo para frente e atacou. A explosão azul atingiu o grupo a nossa frente. Eu protegi meus olhos.

A fumaça se dispersou. E uma parede de água protegeu o grupo. Eu não vi quando eles fizeram isso. Foi tudo tão rápido.

— Viu por que não poderemos fazer isso com pressa? – O platinado continuava a explicar para a garota. – Se ele pode fazer isso. Imagina a menina, os soldados com os mechas não tiveram chance contra ela.

— Tá , você me convenceu, vamos acabar logo com isso.

O céu se fechou e se iluminou por um segundo. Minha nuca se arrepiou. E o ar ficou pesado.

O clarão me fez fechar os olhos. Quando eu abri novamente o relâmpago havia sido refletido.Os dedos de Riku estavam apontados para eles. Ele havia redirecionado o raio.

Era uma grande ironia o Riku saber dobrar relâmpagos tão bem. Só pessoas com o emocional bem resolvido podem usar essa técnica com maestria. A garota olhava para nós surpresa.

— Redirecionamento? - Ela pareceu realmente impressionada. — Isso não será tão fácil Paiku.

— E você Ren? Isso acabaria rápido se você ajudasse.

O outro garoto apenas deu de ombros.

— Pelo jeito eu tenho que fazer tudo sozinho! – Paiku falou bravo. – Vamos ver o que é mais quente. O seu fogo azul ou a minha lava.

Quando ele disse lava, o cascalho começou a ceder. Um fissura incandescente dividiu nosso caminho.

O calor que irradiava da fissura era maior do que qualquer coisa que eu havia sentido.

— Mira, esse eu deixo com você. – Riku se limitou a dizer.

Meu coração estava acelerado. Mas não era por medo. Uma adrenalina incontrolável estava me deixando dopada. Estava difícil, mas eu consegui encontrar água no ambiente. Vários canos passavam por nossos pés. Quando um deles estourou, Paiku olho diretamente para mim.

— Essa garota, não era dobradora de ar?

— Eu não tenho ideia, quem recebeu as informações foi você. – A garota o acusou.

— Isso não importa. Não vai funcionar.

Havia muita água debaixo do chão. Eu estava conseguindo sentir suas vibrações. Eu posicionei meus braços no chão e consegui impulsionar mais água para fora. A pressão era exorbitante.

O vapor que se formou quando a água atingiu a lava fez uma neblina densa aparecer.

Eu não conseguia mais vê-los direito, luzes de várias cores passavam a minha frente. Riku acabou se afastando e eu não conseguia mais vê-lo.

Sons de eletricidade passaram ao meu lado, assim eu senti a energia passando por todo o meu corpo, eu tremi e desabei de joelhos no chão. As pontas dos meus dedos ficaram escuras. E meu coração começou a bater devagar. Tentei levantar com dificuldade, minha boca estava seca e minha visão turva.

Eu preciso continuar, eu tenho um objetivo, não posso ser derrotada agora. Alguém estava se aproximando de mim. Só conseguia enxergar o vulto.

— Você. Tem alguma coisa diferente em você.

Eu não reconheci a voz. O vulto se aproximou sorrateiramente, até que eu sentisse sua presença ao meu lado.

Era o outro garoto, o de cabelo azul. Tentei atacá-lo, mas minhas forças não haviam voltado.

— O que você vai fazer? – Eu disse com dificuldade.

— Eu? Não há nada para fazer, você já foi derrotada. Na verdade você deveria estar desacordada, Dena te atacou com força total.

— Riku?

— A o dobrador de fogo? Paiku está com dificuldades, mas acho que não vai demorar.

Finalmente eu consegui vê-lo corretamente. Seus olhos eram de um azul profundo e seu rosto era familiar.

— Vamos acabar logo com isso. Vivos ou mortos não importa , vocês estão acabados.

— Eu ainda não fui derrotada.

Respirei profundamente. Isso não iria acabar aqui.

Apesar de ainda estar tremendo e com as mãos machucadas eu as senti formigar. O ar ainda estava ao meu lado. A água continuava vazando ao meus pés, e com um passo ela congelou a minha volta.

Eu o afastei com uma precisa rajada de ar e fiz com que toda aquela neblina desaparece-se. Luzes vermelhas e azuis brincavam na paisagem. Os outros dois lutavam contra Riku com força total, e envolvido pelas chamas azuis, ele conseguia se proteger.

O garoto de cabelo azul olhava apenas para mim.

— Você não é apenas uma prodígio. – Um sorriso cortou os seus lábios. — Você é a Avatar!

Os outros olharam para nós.

— Agora você fará alguma coisa Ren? – Paiku gritou.

— Eu não posso deixar você escapar. Eu serei o prodígio que derrotou o Avatar.

Olhei para ele apreensiva. Sua expressão não mudou.

Eu não havia visto, mas helicópteros sobrevoavam o local, eles estavam filmando tudo o que estava acontecendo, e em breve meu pai saberia o que estávamos fazendo.

Eu senti meus braços pesarem. Eu olhei para ele e logo soube. – Ele era um dobrador de sangue. Meu corpo estava se movimentando sozinho e logo eu estava incapacitada.

— Quero testar uma nova técnica em você. – Ele disse um pouco sério. — Vou drenar todo o seu sangue para fora. Quero ver o que você vai fazer para evitar isso.

Eu estava me preparando para o pior, mas alguém entrou na minha frente. Aquela garota que estava com o Meelo, ela impediu que ele continuasse.

— Saira? – O garoto perguntou.

— Você não vai continuar com isso, Ren.

— Saia da frente, eu não quero te obrigar a fazer isso.

— Você irá me machucar de novo Ren?

O garoto pareceu perturbado. Ele se virou e deu de ombros.

— Acho que ela não vale todo esse esforço. – Ele disse se afastando.

O que havia acabado de acontecer?

A garota dos olhos coloridos me olhou com culpa.

— Me desculpe, Ren não é má pessoa, é só que ele tem ressentimentos por você.

— Eu? O que eu fiz para ele?

— Você, não. Mas sim a sua outra vida. O Avatar Haru destruiu a sua família.


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