Avatar: A lenda de Mira - Livro 2 Ar escrita por Sah


Capítulo 21
Indeciso


Notas iniciais do capítulo

Depois desse hiato de um mês, por causa do tcc, eu voltei. Os capítulos voltarão com a sua periodicidade ( uma vez na semana). Senti muita saudades de postar! Espero que gostem desse capítulo.



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Meelo.

Eu tentava estancar o sangramento do ombro de Riku com uma das mãos. Mira ficou olhando atônita para tudo o que acontecia.

— Mira. – Temos que ir.

Ela não olhava para mim. Pedi para Saira ficar com Nari enquanto eu rasgava uma tira da minha roupa e colocava sobre o ferimento dele, depois, com dificuldade eu o ergui.

— Riku. Você vai ter que me ajudar.

Ele parecia anestesiado pela dor, mas se esforçou. Mira apenas permanecia de joelhos. Talvez digerindo o que aconteceu.

Ela entrou em estado Avatar e dominou o vento de uma maneira que eu nunca havia visto. Eu me empolguei com tudo o que acontecia, mas o eu também senti medo. O maior medo que eu já havia sentido. Parecia que o fim do mundo estava batendo a porta. A natureza estava impiedosa.

Caminhei com o Riku para longe, enquanto ela permanecia de joelhos.

Senti Nari segurando a minha camiseta. E Saira foi atrás da garota ajoelhada e sacudiu os seus ombros.

— Eu ainda não entendo o que aconteceu, mas temos que ir logo.

Ela conseguiu tirar Mira do transe.

Nos escondemos dentro de uma casa abandonada que Saira disse que era segura.

Ela era escura e não havia muitos móveis. As janelas estavam lacradas por tijolos e o cheiro de mofo fez Nari proteger o nariz.

Encostei Riku em um dos cantos. Ele estava acordado, mas em silêncio. Ele não havia dito nada.

— Por que você está aqui? – Eu ouvi Mira me perguntar.

Ela não queria me olhar nos olhos.

Suspirei.

— Você sabe o que aconteceu? Que a ilha foi atacada?

Ela me olhou surpresa.

— O que aconteceu?

— Vou resumir para você. Eu e Nari ficamos na ilha e conseguimos sair de lá em um bisão voador.

— Isso é realmente verdade? – Ela me perguntou preocupada.

Eu confirmei.

— Eu não sei o que aconteceu com você. Você achou seu pai? O que você dois estão fazendo em Laogai? E por que vocês atacaram a polícia? -- Disparei tudo de uma vez.

— Eu não posso falar. Mas, os policiais nos atacaram.

— A guarda nunca ataca sem motivo – Saira interrompeu a conversa.

— E quem é você? -- Mira se virou para Saira

Apesar de tê-la tirado do transe, Mira não havia percebido a presença da garota.

— Eu sou um membro oficial da guarda. – Saira falou com orgulho.

Mira olhou com deboche para ela.

— Você? Uma criança?

Saira fechou a cara.

— Meelo, eu realmente estou me contendo para não dar um jeito nessa garota arrogante.

— O que você disse? – Mira falou no mesmo tom.

Essas duas, com personalidade tão parecidas, estão batendo de frente. Eu não sei o que poderia sair de um briga assim.

—Bate nela, Saira. – Eu ouço Nari torcer.

— Sua traidora. – Mira diz enquanto a fuzila com o olhar.

Nari mostra a língua para Mira.

— Sem brigas. – Eu aparto. – Mira, eu espero que você tenha um bom motivo para vir aqui. Mas agora eu quero saber, o que faremos agora?

— As fotos desses dois em breve estarão em todos os noticiários. – Saira suspirou.

— Acho que você já pode ir embora. Não precisamos mais de você. – Mira a descartou.

Saira fuzilou Mira com o olhar. Seus olhos bicolores brilharam perigosamente.

— Eu só queria ajudar o meu amigo Meelo, e eu acabei me envolvendo. Quem diria que um rapaz tão calmo como ele tinha uma má influencia como você.

— Você deve tê-lo conhecido hoje não é? Cuidado para não queimar a língua. Ele é bem pior que eu.

O que? Ela me incluiu na discussão?

Saira me olhou com dúvida.

— Você está acreditando nela?

— Para ser amigo desses dois...

— Sei que o assunto está bom. Mas eu acho que esse curativo improvisado não está segurando muito bem. – Riku chamou nossa atenção.

Riku tinha razão. O curativo que eu tinha feito estava encharcado. Eu toquei a testa dele, e estava mais quente que o normal.

— Temos que achar um jeito de voltar para Republic City. – Eu afirmei.

— Eu não posso. Eu tenho que fazer uma coisa. – Mira falou desesperada.

— Que coisa seria essa?

Mira e Riku se olharam.

— Temos uma missão. E nada que você dirá ira tirar isso da cabeça dela. – Riku disse como se desculpasse.

— Missão? Mira! Você tem que me responder agora. O que realmente vocês...

Ouvimos um barulho alto vindo de fora. Como se fosse uma batida de carro ou coisa assim.

Saira ficou apreensiva.

— Temos que ir. Conheço umas pessoas que os passarão pela fronteira.

— Eu não posso ir agora. O meu pai, eu não posso decepciona-lo.

Ela estava estranha. Primeiro eu achei que era por causa do estado de Avatar, mas agora eu não tenho certeza. Riku estava ferido, e eu e Nari devemos dar noticias a nossa família. Se ela quisesse mesmo continuar seria por conta própria.

— Mira, eu não posso te impedir de continuar com isso. Eu não tenho poder para ter parar. Mas você terá que fazer isso sozinha.

— Eu sei. Eu não quero colocar mais ninguém em perigo. – Ela disse abaixando o olhar.

A casa tremeu por inteiro.

— O que é isso?

— Eles estão na cidade. A guarda especial!

Eu não tinha ideia do poder dessa tal guarda, mas do jeito que a Saira estava agindo me deu motivos para ficar assustado.

Tenho que decidir. Ir para casa seria a melhor opção, mas tenho receio. Deixou Mira ir sozinha ou vou com ela? Mas o que eu faço com Nari? E com o Riku?

— Saira, tem como você tirar Nari e o Riku da cidade?

— Simm, sim. –Ela disse nervosa.

— Não. Eu irei sozinha. Isso é problema meu. Trazer o Riku comigo foi uma péssima ideia.

— Tudo isso é uma péssima ideia. Seja qual for o seu objetivo eu não vou deixa-la sozinha. Somos um time não é? O Time Avatar.

Saira engoliu em seco.

— Ela é mesmo o Avatar? Ela não é só um prodígio da dobra?

— Prodígio da dobra? – Eu acho que já havia ouvido esse termo.

— Todos da guarda especial são. Eles são especialistas em subdobras.

Dobradores normais são extremamente raros, mas subdobradores praticamente não existem mais.

— Alguns deles dobra fogo? – Foi Riku que perguntou.

— Eu não sei bem. Mas o mestre Paiku é um dobrador de lava. E a general Dena é especialista em raio.

Ele sorriu.

— Isso é ótimo.

Ele se levantou. O sangue ainda escorria da ferida.

— Meelo, retire a bala.

O que? Retirar a bala? Ele precisa de um médico.

— Mira faça isso. Que eu farei questão de te ajudar até o fim.

Mira hesitou também.

Ele suspirou.

— Eu faço isso, então.

Ele retirou as bandagens e enfiou a mão na ferida. Eu escondi o rosto da Nari.

— Não olhe querida.

— Pare. Deixa que eu faço. – Mira se disponibilizou. Ela fechou os olhos e fez o que Riku queria. Ele mordeu um pedaço de pano. E não gritou nenhuma vez.

— Se afastem. – Ele pediu

Assim ele com o próprio fogo saturou a ferida.

Saira ficou desacreditada.

— Você também é um prodígio?

— Muito mais que isso. – Ele disse convencido.

—Mira, temos uma missão. E embora eu realmente estivesse um pouco desanimado no inicio, agora as coisas ficaram realmente interessantes.

— Meelo. Você pode levar a Nari. Eu vou com Riku até o grande deserto.

O grande deserto? Esse é objetivo dela? Mas não há nada lá a décadas.

— O grande deserto? – Saira perguntou.

— Sim, tenho assuntos a tratar lá.

— Costumamos chama-lo de terra amaldiçoada. – ela completou

Existem dois grandes desertos no mundo. O Deserto de Sonar e a terra amaldiçoada. Há algumas décadas lá costumava ter um pântano, mas com a morte da grande árvore tudo naquele lugar morreu. Só resta uma terra dura e sem vida. Que é castigada pelo sol todos os dias.

— Não existe nada lá. Por que você quer ir para uma terra de ninguém?

Ela pareceu confusa.

— Eu apenas tenho que chegar lá.

Saira ficou pensativa.

— Eu os levo até lá. Vai ser a única forma de fugir dos prodígios.

Riku se espreguiçou. O sorriso voltou ao seu rosto.

— Seja como for. Eu estou indo para enfrentá-los. – Ele já disse abrindo a porta.

Não tivemos tempo de evitar. Ele foi para a rua com todo o seu poder nas mãos e a única coisa que ouvimos depois foi uma explosão ensurdecedora.


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