Avatar: A lenda de Mira - Livro 2 Ar escrita por Sah


Capítulo 19
Vendaval




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Mesmo quando já estávamos em Laogai, aquilo ficou na minha cabeça. Ele disse que eu estava sofrendo uma lavagem cerebral, mas isso claramente era mentira. Eu apenas estava seguindo minhas próprias vontades e estar do lado do meu pai era uma delas.

Eu fiquei em silêncio quando ele perguntou, depois, ele disse para eu deixar para lá, que eu iria enxergar a verdade uma hora ou outra. Mas aquilo ainda ficou na minha cabeça.

Passamos facilmente pela fronteira. Os passaportes foram aceitos, mas ainda tínhamos que esperar em Laogai uma permissão da guarda para continuar.

Por precaução, nó nos disfarçamos. Eu e Riku usávamos óculos escuros , além disso, eu estava com dois lenços no bolso, caso precisássemos nos esconder.

Os sinais começaram uma hora depois que entramos. Riku suava e seus olhos pareciam perdidos.

— Está tudo bem? – Eu perguntei.

— Você sabe que não – Ele disse com dificuldades

Fomos chamados para uma sala que ficava no prédio da guarda. Tivemos que aguardar do lado de fora.

— Kirina e Azur. – Um homem de uniforme quepe e verde disse.

Demoramos um pouco para nos tocar que éramos nós.

— Ah sim. – Eu disse me dirigindo a ele.

Nos levantamos. E fomos entrando na sala.

O ar frio do local me fez tremer, aquela sala era climatizada.

— Sentem-se

Obedecemos

As paredes eram brancas e os móveis de uma madeira escura, haviam plantas que eu nunca tinha visto.

O homem se sentou atrás de uma mesa de madeira maciça e nos avaliou com os seus olhos verdes.

— Por qual motivo vocês vieram para Laogai? – ele perguntou sem rodeios.

Eu respirei fundo. Qual era o motivo? Sim, a guerra que se aproximava, essa era uma grande desculpa.

— A guerra. – Riku disse no meu lugar.

— Sim, e você querem pedir refugio?

— Na verdade, tenho alguns amigos que residem perto do grande deserto. Nós queremos ir até eles.

Ele nos julgou. Vi uma gota de suor escorrer pela testa do Riku enquanto eu tremia de frio.

— Amigos? Bem, e você querem ir viver com eles?

— Na verdade iremos visita-los, e dependendo de como a guerra se desenvolver, talvez morar.

— Entendo, mas e seus pais. Eu sei que em Republic City a maioridade só é adquirida aos 17 anos, e vejo que vocês não estão nem perto disso.

— Sou órfão. – Riku afirmou.

— E eu fui emancipada. – Isso realmente era verdade.

— Bem. Só iremos confirmar essas informações.

Ele se levantou, mas não parecia covencido.

— Riku, acho que ele não acreditou.

— Então vamos fazer isso do jeito fácil.

— Jeito fácil?

O Ar gelado se dispersou, e uma massa de ar quente ficou sobre nós. O homem se virou para ver o que acontecia, mas Riku fez os moveis de incendiarem.

— Dobradores? – Ele perguntou confuso.

Mas não dava mais tempo para explicação. Dobrei o ar na direção dele, o que fez com que ele fosse arremessado na parede e caísse desacordado.

— Temos problemas. – Eu disse constatando o óbvio. – Eles não nos deixaram continuar, se não nos prenderem por desacato ou qualquer coisa assim.

Riku pegou na minha mãe e me puxou em direção à porta.

— E o fogo?

—Isso não importa. – Ele estava soando cada vez mais perturbado.

— Não podemos deixar esse homem aqui.

— Não da tempo, ele irão perceber o que aconteceu, temos que ir rápido.

Eu me desvinculei dele e fui até o homem caído. Com dificuldade eu o ergui de um dos lados.

Riku cedeu e resolveu me ajudar. Saímos daquela sala e deixamos o guarda estirado no chão, bem longe daquela sala.

Como não havia janelas, acho que demorará para alguém perceber o que aconteceu. Peguei a única coisa que havia nos restado. Peguei o lenço vermelho e envolvi o meu cabelo, Riku fez o mesmo.

Passamos por vários tipos de pessoas que nos olhavam torto. Claro, não dá para confiar em pessoas disfarçadas. Nossas coisas haviam ficado com eles. Nossos passaportes, nosso dinheiro, tudo. O que faríamos agora? O endereço também havia ficado na mochila.

— O que faremos agora? – Perdemos muito tempo, e eu não tenho ideia aonde fica o aeroporto.

— Vocês ai. Parem já.

Viramos e vimos um grupo de pessoas uniformizadas, eles sabiam o que havia acontecido.

Todas as pessoas da rua nos olharam com medo.

— Deixa que eu cuido disso. – Riku disse antes de ataca-los.

A dobra de fogo do Riku era impressionante, ele não se conteve, ele já estava imerso na própria loucura. A guarda se afastou com velocidade, eles se armaram e voltaram com tudo.

Mechas, carros de patrulha e armas letais. Eu tive que me envolver.

Com os movimentos certos eu abri caminho na multidão que se amontoava.

— Vamos, Riku. Achei uma brecha. – Mas ele não me ouviu.

Ele jogou a chama azul para cima de inocentes, pessoas curiosas que se ajuntaram próximo aos guardas. Eu consegui desviar o fogo a tempo, mas as chamas atingiram alguns carros estacionados.

O barulho foi alto e os curiosos que restavam saíram correndo. Um dos carros havia explodido.

— Muito bem, Mira. Eu não esperava menos de você. – Ele disse feliz

Os efeitos dos remédios passaram rápido. O stress que ele sentiu fez o seu sangue bombear mais rápido e assim ele já estava livre dos inibidores.

Riku jogou a chama para cima de um dos Mechas mas isso não deu nenhum efeito. O robô era o maior que eu já havia visto. Ele era prateado e possivelmente ele tinha uns 4 metros de altura. Seus passos eram arrastados e pesados.

— Riku! – Eu chamei mais uma vez. – Eles vão nos pegar.

Ele olhou para mim. Ele havia se livrado dos óculos , assim eu pude ver seus olhos

azuis que estavam iluminados pelas chamas vermelhas da explosão. Seu cabelo claro, estava empapado de suor.

Ouvimos um estopim e Riku caiu de joelhos no chão. Seu olhar ficou vidrado em mim. Me aproximei e vi o sangue. Seu ombro havia sido atingido por um tiro. Sua roupa estava se tingindo de vermelho.

Mais dois estopins. O som estava ficando distante e o vermelho estava se sobresaindo. Eu nunca havia sentido isso. Eu nunca senti tanta raiva assim. Eu não conseguia raciocinar. Nem ver o que estava acontecendo. Eu só via o monstro de metal que havia atingido o meu amigo.

Meus pés formigaram e se afastaram do chão. Eu consegui derruba-lo com uma brisa. Eu consegui derrubar todos. Os gritos deles encheram a minha mente. E eu me senti feliz. O céu ficou cinza e eu consegui chamar um ciclone. O vento ficou extremamente violento. As carcaças dos carros já não queimavam mais. Elas haviam sido levadas, o robô voou como uma folha de papel e as pessoas não eram nada mais que gravetos.

Olhei para o Riku. Eu conseguia fazer o vento desviar da onde ele estava.

— Mira!

Olhei para o Riku novamente, ele não estava sozinho. Haviam pessoas perto dele. Quem eram elas?

A raiva foi se esvaindo. E o ciclone se desfazendo. Finalmente eu podia ver o estrago e pude reconhecer as pessoas que estava com Riku.

Eu olhei mais de uma vez para confirmar. Meelo? Nari? Eu estou sonhando. Olhei ao redor. Eu realmente estava sonhando.

Desci ao chão. E corri até eles.

Havia uma garota. Ela tinha o cabelo avermelhado e olhos de duas cores que me olhavam com pavor. Ela havia pegado o lenço e estancado o ferimento do Riku.

— O que aconteceu? – Eu perguntei. As memórias do que tinha acontecido estavam ficando distantes. – Por que estão aqui?

Meelo estava diferente. Ele parecia mais velho? Eu não sei. Alguma coisa mudou.

— Mira. Não temos tempo para conversar. Temos que sair daqui. Saira disse que a elite da guarda virá. Aqueles que você enfrentou são medíocres perto do que eles são.


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Notas finais do capítulo

Olá. Desculpem a demora para postar esse capítulo, mas eu queria deixar para postar hoje.

Hoje faz um ano que eu comecei a escrever essa fic. ( o livro 1 claro).
Um ano pensando sempre em Avatar, assistindo e procurando todas as informações. E isso significa muito para mim.
Mais tarde terá um surpresa. Uma coisinha pequena que eu pensei para postar exatamente nesse dia. Até lá.



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