Um amor de shinigamis escrita por Draco Michaelis


Capítulo 1
I'm love your green eyes


Notas iniciais do capítulo

Oie gente!

Primeira fic com Yaoi então peguem leve. Amor esse ship de paixão quase mais que Sebbyeu (risos). Espero que gostem e só relembrando se passa no passado, 1922. Bjs
Boa leitura.

Obs: ah, queria agradecer a minha amiga Sarah que foi minha beta nesta história. Beju pra você sua diva.



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Em meio a uma tarde chuvosa do ano de 1922, Grell andava cabisbaixo, ao contrário do que se era esperado dele. Mas, quem era Grell? Ele nada tinha a ver com aquela figura cômica e extravagante que todos achavam ser sua real personalidade, o verdadeiro Grell Sutcliff era justamente o contrário deste papel que representava diariamente. Seu coração não era tão duro e superficial quanto ele tentava aparentar apenas para não se ferir.

E agora estava ele a questionar a si mesmo se esta outra personalidade não havia se tornado sua face verdadeira. Seus cabelos ruivos estavam colados em sua testa e em seu pescoço por causa da chuva, os orbes verdes brilhavam pelas lágrimas que ameaçavam cair. Ele andava com os olhos colados no chão à sua frente e as mãos nos bolsos do sobretudo vermelho, confiscado de madame Red. O shinigami andou mais duas quadras antes de parar, virar para a direita e observar uma casa. Tal possuía dois andares, pintada em tons escuros e se encontrava abandonada há pelo menos duas décadas. No quintal havia uma placa com letras há muito tempo apagadas e esquecidas. Grell ergueu os olhos e atravessou o portão de ferro na entrada, andando até a soleira da porta e, girando a maçaneta, entrou no ambiente.

Um cheiro de guardado misturado com o de mofo logo invadiu as narinas do shinigami. Grell olhou a sua direita, ali identificou um cabideiro e despiu o sobretudo, retirando também os sapatos que apesar de serem confortáveis já lhe incomodavam os pés de tanto que os usara sem parar. Agora... Um bom chá, pensou tranquilamente, dirigindo-se pelo hall até o corredor que levava a cozinha. Os pés tocavam a madeira velha de maneira suave, evitando rangidos que lhe assustassem.

Passando pelo corredor mal iluminado ele podia ver em alguns cômodos que a maioria dos móveis se encontrava cobertos por lençóis brancos e as exceções se encontravam cobertos por camadas grossas de poeira. Antes que ele chegasse a seu destino um estalo vindo da direção oposta lhe chamou a atenção, fazendo-o parar de andar. Um minuto se passou antes que o ruivo se virasse para trás e sacasse sua serra. Só por precaução, pensou. O shinigami deu a volta e olhou para a sala no extremo oposto, seu caminhar foi mais silencioso que o de uma sombra que segue seu dono, uma pequena gota de suor desceu pela sua testa quando estava a poucos passos da porta e uma luz se acendeu dentro do pequeno cômodo que o mesmo chamava de sala dos livros.

Então ele entrou na sala dos livros, a vela que havia sido acesa de forma desconhecida estava a sua esquerda iluminando parcialmente o quarto. As estantes eram tão recheadas que alguns volumes pareciam sair das mesmas quase implorando para serem lidos, o único canto não iluminado se tratava de um dos cantos da direita onde, dias antes, o próprio Grell havia colocado uma poltrona, esta possuindo uma estampa alternada de carmim e preto. Porém algo se encontrava sentado nela, uma sombra.

— Quem está ai? — Perguntou Grell tentando manter o tom firme, embora o medo o estivesse consumindo.

Um riso silencioso levemente familiar pôde ser ouvido, o shinigami estreitou os olhos para enxergar melhor e viu um sorriso branco como a lua se abrir na escuridão que era a sombra. Grell permaneceu parado, observando. Segundos depois olhos verdes amarelados brilhantes se destacaram junto com o sorriso. Mais alguns instantes se passaram até que a misteriosa sombra se levantou e ficou da altura de um homem adulto, inclinando-se lentamente para frente revelando sua face pela fraca luz que traspassava o vão entre as taboas já podres graças às chuvas frequentes.

— Will? — Perguntou Grell, pasmo ao ver o chefe do departamento de despacho no “seu” lar. William deu dois passos para frente, ficando a poucos centímetros do ruivo.

— Olá, Grell Sutcliff. — Disse Will arrumando os seus óculos. O coração de Grell bateu em descompasso, primeiro ameaçando parar pelo choque e em seguida ameaçando explodir pela emoção de tê-lo tão perto de si. O ruivo pensou em assumir sua personagem, mas estava cansado demais para aquilo, optando por revelar seu eu verdadeiro para Will.

— O-o que está fazendo aqui?— Perguntou o ruivo tentando não ser histérico. Will levou sua mão até a mão de Grell pegando-a, que sentiu a respiração falhar ao toque das mãos delicadas e suaves do moreno.

— Eu estou a certo tempo querendo dizer-te algo. — Falou William com um tom levemente nervoso. Grell sentiu que estava prestes a ter um colapso nervoso e Will se aproximava cada vez mais até que eles estivessem respirando o mesmo ar e seus corações batessem como um só.

— Will, eu também gostaria... — Iniciou o ruivo a dizer, sendo interrompido pelo toque suave e morno dos lábios de Will que se encaixavam aos dele.

O colar de lábios dos dois começou suave, surpreendendo Grell com o fato de seus lábios se encaixarem perfeitamente. O moreno então começou a explorar a boca do ruivo, passando sua língua pelos dentes pontiagudos e logo entrando em um combate com a língua do outro que tentava invadir sua boca. Grell largou a serra e passou seus braços ao redor do pescoço de Will enquanto William pôs suas mãos na cintura do ruivo.

A cada curva um novo sabor era descoberto dentro daquele beijo estonteante. Grell e Will separaram seus lábios, pois o ar se fazia ausente em ambos os pulmões, mas logo eles encostaram suas testas arfando. Grell sorria. Nunca ninguém antes o havia feito estremecer, não daquela forma.

Instantes depois Grell abraçou William com toda a sua força e o moreno retribuiu beijando seu pescoço, o ruivo estremeceu de novo, mas um lampejo consciência fez com que ele se afastasse de Will.

— Will, por quê? — Perguntou Grell cruzando os braços, com um olhar interrogativo. O moreno ajeitou os óculos com o indicador novamente, seu olhar se tornou um pouco menos terno e agradável.

— Você não acredita? Não acredita que eu te ame? — Questionou William desviando o olhar da face de Grell e dando passos em direção a luz. Grell se virou rapidamente, ele não podia deixa-lo partir.

— O que? — Disse ele histérico. — Como você pode pensar em uma coisa como esta? É claro que acredito! E eu é que deveria perguntar isso para você! — Sua “personagem” estava tomando o controle, ele tinha que se concentrar. Will lhe lançou um olhar triste que fez o coração de Grell derreter. — Me perdoe, por favor, William Spears, me perdoe. — Implorou.

— Eu lhe perdoarei, com uma condição... — Disse o moreno despertando a curiosidade de Grell.

— Sim! Qualquer coisa, meu amor! — Exclamou o ruivo se voltando para Will e tomando suas mãos.

— Você precisa me amar. — Falou calmamente. Grell abriu sua boca e arregalou os olhos, e de seus lábios um belo sorriso surgiu.

— Isto não seria necessário como condição, pois te amo mais do que poderia nomear, contar ou citar. — Disse Grell levando suas mãos unidas ao seu peito.

— Eu sei, Grell, mas e quanto ao demônio? — Questionou William sentindo uma pontinha do tamanho do Everest de ciúmes.

— Sebby-chan? Bom, ele não chega aos seus pés, apesar de ser bonitinho... — Disse Grell fantasiando por um instante. — Você é muito melhor do que ele. — Will levou sua mão até o queixo de Grell e aproximou o rosto do ruivo do seu.

— Então está perdoado. — Falou ele beijando-o novamente.

*****

— Você está formidável. — Murmurou Will, olhando para Grell que trajava uma calça negra, salto preto e um sobretudo bordô justo. Ele pegou a mão do amado que descia a escada.

— Agradeço querido, você também não está nada mal! — Disse o ruivo olhando o namorado dos pés a cabeça. Will trajava um terno negro com uma gravata vermelha pouco chamativa.

— Vamos então? — Perguntou William com um sorriso delicado.

— Aonde nós vamos? Você prometeu me dizer! Sabe que odeio surpresas! — Exclamou Grell fugindo do controle e ficando histérico.

— Acalme-se, Julieta, e confie em seu Romeu. — Disse Will conduzindo Grell para fora da casa antes abandonada, hoje propriedade do casal.

William levou Grell para uma clareira onde um belo piquenique estava montado.

— Isto está maravilhoso! — Disse Grell abraçando fortemente Will e lhe dando um beijo suave.

— E vai ficar ainda melhor... — Murmurou Will para si mesmo. Grell estava tão animado que nem escutou.

Eles comeram. Eles beberam vinho. Eles dançaram. E quando o sol estava se pondo Will segurou as mãos de Grell e o olhou sério. Grell parou de sorrir instantaneamente e seu semblante se tornou de preocupação.

— Há algo errado? — Perguntou Grell com um tom doce. Will parecia tão nervoso quanto no dia em que se beijaram pela primeira vez.

— Ah? Não, não... — Disse Will acalmando Grell, que soltou um suspiro aliviado. — Só... Eu queria...

— O quê? — Perguntou Grell curioso. Will se ajoelhou e de seu bolso retirou uma caixinha. Grell sentia que iria explodir de emoção.

— Grell Sutcliff, você quer se casar comigo?


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Notas finais do capítulo

Então é isso. Espero que tenham gostado, eu amei escrever gente!
Certo, se gostaram peço que comentem pois realmente ajuda quem escreve, pode ter certeza.

Beijos a todos.