República Evans escrita por Carol Lair


Capítulo 8
Os pretendentes da ruiva, parte I


Notas iniciais do capítulo

Oi, meus amores!

Este capítulo será dedicado à Miller (http://fanfiction.com.br/u/67151/) e à LarissaCavalcante (http://fanfiction.com.br/u/560214/) que escreveram LINDAS recomendações para essa fic! Abri o Nyah hoje e qual foi a minha surpresa? DUAS recomendações de uma só vez! Quase morri, né! Obrigada a vocês duas, eu não paro de relê-las e nem acredito que as recebi, sério!!

Agora, sem mais enrolações, o capítulo:



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Capítulo 8 – Os pretendentes da ruiva, parte I

A campainha da república tocara exatamente às duas horas da tarde do sábado. Lorens correu abrir a porta, com um enorme sorriso. Lá estavam Marlene e Alice; esta última apresentando um notável ar de desânimo. Até sua aparência estava diferente: seus cabelos cacheados e normalmente bem cuidados estavam presos em uma trança mal-feita, além de estar trajando roupas velhas e largas.

– Que pontuais! - Lorens as cumprimentou.

Lily se levantou do sofá para saudá-las.

– Faz tempo que eles saíram? – Marlene perguntou, se referindo aos garotos.

– Meia hora, mais ou menos. A casa é nossa o dia todo! – Lily respondeu. – A Helena não quis vir?

– Ela disse que estava muito triste e não quis sair da cama. Ora, triste estou eu! – Alice resmungou, arrancando algumas risadinhas. - Mas quando ela está assim, é melhor a deixarmos em paz. E a Anita? Não está?

– Ela saiu cedinho e disse que voltava rápido. Mas não disse o que foi fazer. – Lorens contou.

James, Sirius e Remus haviam saído havia pouco para jogar futebol. Sirius não havia parado de comentar que James era o melhor jogador do time quando estavam no ensino médio e que precisavam começar a treinar para o campeonato inter-universidades que se iniciaria em janeiro. E quando os rapazes saíam para praticar o esporte, as garotas já sabiam que eles só voltariam bem tarde.

– Finalmente nós conseguimos nos reunir! – Marlene começou, animada. – Fazia séculos que estávamos tentando marcar alguma coisa!

– Nós temos mesmo que esperar a Anita chegar? Estou louca para saber sobre ontem à noite! O Bill não me deixou sozinha nem por um minuto então eu não vi nada! – Lorens estava quase roendo as unhas.

E foi nesse momento que a porta se abriu. As quatro garotas viraram suas cabeças para avistar Anita, absolutamente sorridente, parada à porta, segurando milhares e milhares de sacolas.

– O que você fez no seu cabelo?! – Lorens se levantou correndo, indo até a amiga.

Até algumas horas antes, Anita mantinha seus cabelos até o meio das costas e na sua cor natural, um tom de loiro dourado. Agora, os fios estavam na altura dos ombros e com mechas mais claras ainda. O corte havia combinado perfeitamente com ela, já que tinha o rosto pequeno e pouca altura.

– Não gostou, Lorens? – Perguntou ela, tirando os óculos escuros.

As amigas a olhavam como se não a reconhecessem.

– Você ficou ótima assim! Eu adorei! – Marlene elogiou, sorrindo.

– Eu também gostei, mas estranhei você ter decidido cortar assim, do nada! – Lorens explicou sua reação. – Geralmente, você organiza um conselho para saber se deve cortar ou não. Está drogada, é?

– Não é para tanto. E mudar é bom! – Anita riu e largou as sacolas em cima do braço do sofá. - Comprei roupas novas e gastei o resto do dinheiro que eu tinha! – Contou, olhando para as amigas, que ainda estavam surpresas. – Agora, sem ter dinheiro nenhum, creio que vou me empenhar mais na minha busca por um estágio. Acho que estava me faltando perseverança.

– Com certeza. – Lily concordou.

Anita estava realmente diferente de como estivera durante as últimas semanas. No entanto, ela não havia mudado: ela simplesmente havia voltado a ser quem sempre fora.

– Pronto, agora que a senhorita Ecklair já chegou, vamos começar... Me contem tudo! – Lorens pediu, voltando a se sentar no sofá, ao lado de Marlene.

Anita riu e iniciou uma narrativa minuciosa de tudo o que havia acontecido, sem demonstrar nenhuma alteração ao falar de Sirius – embora Marlene não tivesse escondido sua surpresa ao ouvir sobre as mulheres com as quais o rapaz fora visto –, e usara um tom desaprovadoramente divertido ao contar o momento em que Lily declinara às nobres intenções de Amos Diggory.

– E então, surgiram três caras lindos. O que conheci se chama Henry. Ele me pagou duas cervejas amanteigadas e ficamos o resto da noite juntos. Gostei dele. Aliás, ele ficou de me ligar hoje.

– E os outros dois caras? – Lorens perguntou. – Tenho certeza de que a Lily dispensou o dela na hora, mas e você, Alice?

– Hey! – Fez Lily.

– Estou errada?

– Hum... não.

– Alice?

A morena suspirou.

– Até agora, estou tentando entender o que aconteceu. Vocês sabem que no aniversário do Frank, nós ficamos. Também sabem como ele ficou estranho depois, querendo e não querendo continuar, agindo esquisito. E, para piorar, eu comecei a gostar dele de verdade. Mesmo que semana passada ele tenha me dito que não quer nada sério. Eu gosto de sofrer, aparentemente.

Lorens riu do drama da amiga.

– Mais estranho nisso tudo é que o Bill me disse que ele não pára de falar de você!

– Pois é, não entendo. – Alice concordou, com a voz um pouco triste. Depois, a garota começou a narrar os acontecimentos da noite anterior muito rapidamente, quase sem respirar. - Não sei se fiz a coisa certa, sabe? – Alice concluiu, pensativa. – Mas eu já estava me sentindo péssima por estar no papel de idiota, ficando com ele só quando ele queria. Então, essa atitude infantil de me beijar daquele jeito só porque tinha aparecido alguém interessado era só o que faltava para eu explodir.

– Eu ficaria igualmente furiosa, Alice. – apoiou Lily. – Você fez a coisa certa em terminar.

– Mas a sua opinião não conta, Lily, você termina com todos por qualquer motivo. – Lorens brincou, fazendo as amigas rirem.

– Quer parar? – a ruiva reclamou.

– Mas e você, Lorens? – começou Anita, sorrindo maliciosamente. – Onde ficou a noite toda, hein? Agarrando o Bill?

– Antes fosse! – ela riu. – Só ficamos conversando. Vocês não têm ideia do quanto ele é lerdo, até hoje não tirou a mão da minha cintura, sabiam?

– O QUÊ? – a loira não pôde segurar o tom de voz surpreso.

– Ah, mas ir aos poucos também é legal. – Marlene opinou, sorrindo. – Além do mais, vocês estão há pouco tempo juntos, não é?

– Já faz um mês. – Lorens não parecia concordar com Marlene. – E não é só isso. Nós somos muito diferentes, em tudo. Às vezes não temos assunto, sabe? Fica um silêncio meio chato, constrangedor...

– Mas você está pensando em terminar com ele? – Marlene perguntou.

– Não! Quero ver o que pode acontecer, eu nunca tinha saído com um cara que não fosse do meio artístico e o jeito tímido dele... é atraente. – A morena terminou de falar com um sorriso nos lábios.

Quando todas fizeram silêncio, ouviram um estômago faminto reclamar.

– Estou com fome. – Anita murmurou, corando.

– Vamos fazer alguma coisa para comer? – Marlene sugeriu, os olhos verdes-musgo brilhando.

– Deixem que eu faço! – Lily se levantou na mesma hora.

– Vocês sabem que a cozinha é propriedade exclusiva da Lily, gente. – Anita brincou.

As cinco garotas foram para a cozinha e Lily fez um bolo digno de uma cozinheira profissional, com a ajuda de Marlene. Anita, Lorens e Alice tentaram atrapalhá-las com os ingredientes e com brincadeiras, mas os resultados foram só boas risadas.

–--

Ao anoitecer, assim que Alice e Marlene tinham ido embora, Lily correra para a cozinha para limpar a sujeira que o bolo causara. Anita oferecera ajuda por duas vezes, mas a amiga recusara todas elas. Por fim, resolveu ficar lhe fazendo companhia, sentada em cima da mesa, tagarelando.

– Então, quer sair hoje, Lily? Vamos sair, vai? – pedia ela, enquanto a ruiva guardava cuidadosamente o último prato no armário.

– Anita, olhe para mim. Parece que eu estou com disposição para sair?

Olhou para Lily de baixo para cima. Pantufas, calças largas, blusa velha, cabelos presos no alto da cabeça e ar cansado.

– Nada que um banho não dê um jeito. – Anita sorriu.

Lily riu.

– E pensar que ontem era você quem estava assim.

– Lily, eu percebi que não adiantava virar uma songa monga, cortar minha vida social e parar de ver meus seriados. Isso não iria me ajudar a arranjar um emprego e um namorado.

Lily caiu na gargalhada.

– Ah, esse último item é novo. Então você procura um namorado?

– Você sabe que não é bem assim. Aliás, li meu horóscopo hoje, e ele dizia mais ou menos o seguinte: "tudo tem sua hora, portanto tenha calma".

A ruiva revirou os olhos, pois não acreditava em horóscopos.

– Você tem consciência de que esse mesmo conselho se adaptaria igualmente para todos os outros signos, não é?

Anita resolveu mudar de assunto, uma vez que já tivera inúmeras discussões sobre aquele tema com Lily, que achava que astrologia era o tópico mais sem fundamento do mundo.

– Ontem foi tão divertido com o Henry. – Anita puxou as pernas para cima e as abraçou, sentando-se como uma criança. – Eu percebi que minha vida é ótima e pode voltar ao normal se eu me esforçar, sabe?

Não houve tempo para uma resposta de Lily, o celular de Anita começara a tocar e vibrar. Ela fez a voz mais sedutora ao dizer 'alô?'.

– Sabia que era você, Henry! Tarde? É claro que não! – um momento de pausa. – Sim, minha amiga ruiva também está desocupada. – ela riu. Lily já previa o que estavam falando. – Ok, ok. Parece ótimo. Até logo!

– Anita, por favor, não me diga que você me incluiu no seu passeio. – Lily disse, assim que a amiga encerrava a ligação.

– Ele vai vir nos buscar em uma hora, vamos nos arrumar! Mas não se preocupe, querida, você não vai de vela. O Andrew também vai.

Lily a olhou severamente por alguns segundos. Certo, sair àquela noite seria ótimo e o fato dela ir não significava que teria que ficar com Andrew. Um minuto depois, as duas subiam as escadas correndo. Logo notaram que uma hora não seria suficiente para se aprontarem, mas isso não as fez acelerarem o processo. Afinal, a pressa era inimiga da perfeição.

–--

– Queridas, cheguei! – Sirius berrou, à porta.

Lily saiu da cozinha, já pronta para sair. Encontrou os três garotos num estado péssimo: pés e pernas sujos de lama e cabelos molhados de suor, ainda vestindo os trajes de futebol.

Como se a cena se passasse em câmera lenta, Lily assistiu Potter bocejar e fazer menção de se jogar sobre o sofá branco e confortável.

– Não! – Lily o interrompeu.

Ele parou o movimento e a olhou, perplexo.

– O que foi?

– Você não percebeu o quanto está sujo? Só vai se sentar aí depois de tomar banho!

Potter cruzou os braços lentamente, possivelmente ponderando se deveria se jogar no sofá só para irritá-la ou não.

– Eu vou primeiro, daqui a pouco as eliminatórias pro campeonato de basquete vão começar! – Sirius correu para as escadas, deixando James ainda mais perturbado.

– O Sirius sempre demora demais no banho, não é justo que eu não possa me sentar para esperar. – Potter retrucou, fitando-a desafiadoramente.

– Eu não disse que você não podia se sentar. – Lily se defendeu, com classe. – Os degraus da escada, por exemplo, estão livres.

Remus sentou-se no primeiro degrau da escada, obediente.

– Remus! – Potter exclamou.

– Viu só, Potter, como um garoto educado age? – e virou o rosto para Remus, piscando para ele. Potter balançou a cabeça, inconformado.

– Vai sair para onde, Lily? – Remus quis desviar o assunto, segurando um riso.

– Ainda não sei, mas vou com a Anita.

Sozinhas? – Potter quis saber.

– Com uns amigos. – Lily respondeu-lhe. Um segundo depois, se arrependeu, uma vez que não lhe devia satisfações. Era só o que me faltava, ter de me explicar para Potter. Procurou algo para dizer a fim de mudar de assunto. – Tem bolo na geladeira, aliás.

Um carro buzinou do lado de fora da casa. Lily consultou o relógio e constatou que só podia ser Henry.

–--

Anita estava saindo do quarto quando se deparou com Sirius, que vinha da direção das escadas. Inevitavelmente, reparou que ele havia amarrado os cabelos escuros e aquilo o deixava ainda mais tentador. Sem mencionar o uniforme de jogador de futebol manchado de lama. Céus.

Sirius também a olhava com atenção, mas por outros motivos.

– Você cortou o cabelo?

– Não, Sirius, eu acordei assim hoje. Estranho, não?

Engraçadinha.

Anita riu e jogou os cabelos pra trás.

– E aí, gostou?

– Ficou ótimo.

Sirius se aproximara mais. Tocou as pontas loiras que agora mal alcançavam seus ombros e olhou-a nos olhos. Um sorriso brincava nos lábios do rapaz. E, então, Anita soube o que ele queria e o que aquela aproximação significava. Seu coração disparou imediatamente porque, óbvio, ela também queria e estava esperando por aquele momento desde a última vez em que haviam se beijado. Ouviu uma buzina e Lily a chamou do andar de baixo. Henry provavelmente havia chegado. Pense rápido, Anita!

– Sirius... eu tenho que ir. - ela disse, dando um passo para trás. - minha carona chegou.

– Você quem sabe. – ele falou, afastando uma mecha franja de seus olhos. Anita sentiu suas pernas oscilarem com o toque.

– Até mais, Sirius.

E então, ela deu-lhe um beijo no rosto e desceu as escadas correndo, antes que voltasse atrás.

–--

Assim que os dois garotos se viram sozinhos na sala após a saída de Evans e Anita, James sentou-se ao lado de Remus no primeiro degrau da escada. Ainda estava notavelmente contrariado.

– Essa Evans é um porre! Ela manda aqui? Ela é a dona da casa? Pelo amor de Deus, que mulher mais chata! - James resmungou. Remus começou a rir e ele prosseguiu, agora menos irritado e mais sarcástico: - eu realmente espero que depois de dar uns pegas hoje, ela volte menos insuportável. Como vocês aguentam ela há tanto tempo, cara?

Remus balançou a cabeça.

– James, a Lily nunca foi assim com nenhum de nós. O culpado pelo comportamento dela é você.

– Não é possível. – James negou com a cabeça. – Vocês que não reparam no quanto ela é estranha. Não é normal uma pessoa de dezenove anos ser tão neurótica com a limpeza e todos os outros conviverem com isso como se fosse algo absolutamente normal. Sério.

– James, você já viu como é a Whisky de Fogo? Ano passado a casa estava cheia de ratos. Veja bem, se a gente não morasse com alguém como a Lily, o que você acha que seria dessa casa? Aliás, foi essa história dos ratos que fez com que ela ficasse ainda mais exigente com a limpeza. E eu não acho que ela seja tão neurótica com isso quanto você pensa, somos nós que não nos importamos tanto assim com isso.

James tirou os óculos e coçou os olhos violentamente.

– Se você diz. - ele recolocou os óculos, pensativo. - Mas ela não é um porre por isso. Ela implica com absolutamente tudo que eu faço. No trabalho eu não tenho paz, ela praticamente me trata como se eu fosse um funcionário dela e me dá ordens o tempo todo! E eu ainda sou legal com ela por não reclamar com o nosso chefe.

– Mas você provavelmente a provoca. Não estou certo?

– Vai dizer que ela não merece?

– Quer um conselho?

James expirou com força.

– Manda.

– Você e a Lily passam o dia juntos, certo? Então seria ótimo se vocês se dessem bem, não concorda?

– Concordo.

– Então, chame-a para sair e fale para ela tudo isso que você acabou de me dizer, mas usando palavras mais amigáveis, claro. Por mais que a Lily te deteste, eu sei que ela é educada o suficiente para ouvir e, se você estiver com sorte, ela pode até concordar com você.

– Até parece que vai ser assim, tão fácil.

– James, você tem que saber como falar. Não me diga que você não sabe como lidar com mulheres temperamentais! Sabe, as coisas vão melhorar muito quando você parar de subestimá-la.

James não respondeu e assumiu um ar pensativo. Como seria se ele virasse amigo de Lily Evans? Por um momento, essa ideia pareceu muito estranha. E, sem saber o motivo, não gostou muito dela. Afinal, onde estaria a graça? Seus pensamentos foram interrompidos pela voz de Sirius, vinda do andar superior:

– Já acabei!

–--

Sirius estava exausto, pois havia acordado cedo e jogado futebol à tarde inteira. Ele adorava sentir aquelas dores musculares provenientes de um dia como aquele, cheio de atividades físicas. Se existia alguma coisa pela qual Sirius podia se dizer apaixonado, esta era o esporte. E motocicletas. E esportes com motocicletas também.

De repente, o rapaz se pegou pensando sobre sua atual rotina. Pela manhã, ele frequentava as aulas na universidade, sempre dando conta dos estudos facilmente. À tarde, trabalhava numa enorme academia situada no centro de Londres. Seu trabalho era particularmente divertido, podia praticar suas atividades físicas e tinha amizade com todos os alunos e alunas – embora com algumas alunas não fosse somente amizade, diga-se de passagem. E, por fim, aos fins de semana, Sirius saía com os colegas da faculdade.

Tudo estava aparentemente em ordem. Entretanto, algo o estava incomodando: tudo aquilo que envolvia aquele semestre estava muito semelhante ao semestre anterior. Precisava de coisas novas, assim como a universidade, a academia e a república tinham sido novas um dia. Se existia alguma coisa pela qual Sirius podia se sentir ameaçado, esta era o tédio.

E agora, era como se ele tivesse se acostumado com tudo o que o cercava. A empolgação e a sensação de novidade tinham se desgastado e o tédio ganhava espaço.

Sirius acordou de seus devaneios. Estava do lado de fora da casa, com as mãos nos bolsos, olhando para o céu.

– Sirius?

Ele se virou e encontrou Marlene. A morena parecia estar chegando de algum lugar, pois trazia consigo algumas sacolas de papel.

– Hey! Tudo bom com você, Lene?

– Sim... e com você?

– Sempre bem.

Marlene sorriu e suspirou. A noite estava fresca e o céu estava limpo. Ficou imaginando o que Sirius estaria fazendo ali, em pleno sábado à noite.

Os dois abriram a boca para falar ao mesmo tempo e se interromperam. Depois, ficaram em silêncio, cada um esperando o outro falar. Por fim, acabaram rindo.

– Pode falar primeiro, Lene.

– Não, pode falar você! - ela pediu, enquanto colocava as sacolas no chão.

– Eu só ia comentar que faz tempo que nós conversamos pela última vez.

– Há, mas depois que você conseguiu o que queria, para quê vir falar comigo, não é, Sirius?

Sirius não estava esperando ouvir aquela resposta. Franziu a testa, olhando-a.

– Como assim?

A morena riu.

– Ah. Depois que você me beijou na festa do Frank, você não falou mais comigo, obviamente porque já conseguiu o que queria. – Marlene reformulou, num tom anormalmente gentil.

– Mas é claro que não, Lene! Nós só não temos nos encontrado, nossos horários nunca batem muito. – Sirius se aproximou dela, reparando que ela se encolhia com a aproximação.

– Se você diz.

– Falo sério. – Ele colocou a mão sobre seu ombro. - E, se quiser saber, eu não consegui o que queria.

A morena deu-lhe um tapa amigável no braço, fingindo-se de ofendida.

– Você não presta!

– Claro que presto, querida. Eu sou um verdadeiro gentleman. Afinal, nós só demos uns beijinhos bem inocentes.

Marlene riu, divertida.

– Realmente, perto do que você está acostumado, nossos beijos foram muitíssimo inocentes! – Marlene ainda ria e já estava corando de vergonha.

Sirius parou para observá-la. Na verdade, ele não julgara somente os beijos inocentes: ele sempre tivera essa mesma impressão da personalidade de Marlene. Nunca foram amigos íntimos, porém muitas vezes ele captara traços um tanto ingênuos nela. Mas não se tratava de uma ingenuidade infantil, Marlene apenas parecia esperar sempre o melhor das pessoas.

– Você está saindo com alguém ultimamente? – Sirius resolveu perguntar, e sorriu ao notar que ela ficara sem jeito.

– Não, Sirius. Por quê? Vai me convidar para sair?

Ele lhe lançou um olhar devastador.

– Você sairia comigo?

Marlene arqueou uma única sobrancelha. Ele estaria brincando? Ela deveria responder? Na verdade, ela tinha uma resposta para aquela pergunta?

Naquele momento, a porta da república de Marlene se abriu e Bellatrix saiu por ela, acendendo um cigarro. Provavelmente Helena estava na sala e não permitira que a morena fumasse do lado de dentro da casa. A recém-chegada notou o casal e acenou, um tanto mal-humorada.

– Quem diria que nos últimos meses a melhor aluna de Medicina passou a fumar com tanta frequência? – Sirius comentou, contendo um riso. Bellatrix revirou os olhos.

– Pare de bancar o bom moço. Começamos juntos, não lembra? – Ela revidou o comentário, sarcástica.

– Você também fuma? – Marlene virou-se para Sirius.

– Eu e a Bellatrix brincávamos de fumar quando estávamos no ensino médio, mas ela nunca conseguiu largar a nossa brincadeira. – Ele chacoalhou os ombros. – Bons tempos, mas isso não combina com a minha profissão, se é que me entende.

– Nem com a dela! – Marlene riu.

– Desde quando minha vida se tornou tão interessante? – Bellatrix olhou-os com raiva. – Não sabia que vocês se importavam tanto com o que eu faço.

– Eu não me importo, só gosto de te ver irritada. – Sirius afirmou, com muita gentileza na voz.

– Vou dar uma volta por aí. – Bellatrix decidiu. Passou por eles, tragando o cigarro com força e seguiu pela calçada, caminhando a passos largos.

– Quem diria que vocês foram criados juntos... – Marlene comentou, ao assistir à amiga se afastar.

– Nossa família é muito problemática. Me surpreende que a Bellatrix ainda os agüente, porque, como no meu caso, ela também não é a filha favorita.

– Obviamente, é a Narcissa. – Ela adivinhou.

– É claro.

O silêncio voltou a reinar e ambos se encararam por um momento. Sirius prestava atenção nos gestos de Marlene, no modo como ela colocou o cabelo escuro atrás da orelha, como seus olhos verdes-musgo brilhavam sob a fraca iluminação da rua. Por um instante, pensou ter sentido uma pontinha daquela sensação de novidade. Só não soube o motivo.

– Bom, eu vou entrar. – Marlene interrompeu o silêncio, voltando a apanhar as sacolas do chão. - Até logo.

– Espere. – Sirius a segurou. – Você não me respondeu.

Marlene suspirou e cruzou os braços.

– Certo, digamos que eu responda. O que você vai fazer com a minha resposta?

Uma pergunta muito inteligente, Sirius pensou. Aliás, Marlene era muito inteligente.

– Independente da sua resposta, eu vou te surpreender.

A morena sorriu, e ele se aproximou devagar, percebendo que o rubor voltava a tomar conta do rosto da jovem.

– Então surpreenda primeiro, Sirius. - Marlene disse. Sorriu rapidamente, pegou as sacolas e se afastou. - Até mais!

Ela entrou em sua casa sem olhar para trás. Aquele não era, definitivamente, o dia de sorte de Sirius Black com as mulheres.

–--

– Lily, vou te socar dolorosamente se você não tiver uma boa explicação! – Anita exclamou ao trancar a porta da república, no meio da madrugada.

Eram quatro horas da manhã. Anita acendera a luz da sala e olhou para a amiga, que desviou o olhar.

– O que é, Anita? Eu tenho livre arbítrio, caso você não saiba.

– Mas, Lily! – a loira estava inconformada. – Qual seria o motivo? Aliás, existe um motivo?

Lily baixou o olhar, e respirou fundo. Não queria falar sobre aquilo; não naquele momento.

– Anita, eu simplesmente não quis. Não estou arrependida, afinal, quem é esse Andrew a não ser um desconhecido total, talvez rico pelo que pareceu, e bonitinho?

Anita riu.

– Você disse tudo, Lily! Um cara bonito, rico e desconhecido. Perfeito para te tirar dessa solidão sem explicação, não concorda?

A ruiva não tinha uma resposta diante daquele argumento. Percebendo que a amiga ficara em silêncio, Anita resolveu continuar:

– Lily, eu sei que você só faz o que acha certo e tal. Mas o que tem de errado em dar uns amassos por aí? Você está há quase seis meses sem sair com alguém. Seis meses! Não é normal, deve ter alguma coi-

– Não tem nada, ok? – Lily se afastou da amiga, indo na direção das escadas. – Só não quero me envolver com alguém no momento, isso não me faz falta e estou muito bem sozinha.

– Mas não estou te aconselhando a ficar com todos que te aparecerem ou a arranjar um namorado, Lily! – Anita insistiu. A ruiva parou no primeiro degrau da escada. – Isso tem alguma coisa a ver com o Louis? Você ainda gosta dele, é por isso?

– De novo, Anita? – Lily revirou os olhos, irritando-se. – Quantas vezes vou ter que repetir que fui eu quem terminou o namoro?

– Mas talvez tenha sido por outro motivo-

– Não. – Lily interrompeu, séria. Respirou fundo. – Bem, eu vou dormir. E mesmo com essa conversa repetida e desnecessária aqui, eu me diverti muito essa noite e seu cabelo ficou realmente bonito. Boa noite.

Lily deu-lhe às costas e subiu as escadas. Anita permaneceu parada no meio da sala, pensando. Jogou-se no sofá, enquanto tentava se lembrar dos poucos meses durante os quais Lily namorara Louis, no ano anterior. Tinha que haver algum bom motivo!

Pouco tempo depois, Anita pôde ver James sair da cozinha, onde provavelmente estivera o tempo todo, pelo canto do olho.

– James?

Era óbvio que ele não queria ser notado.

– Hum... hey.

– Você estava aí?

Ele respirou fundo e se aproximou, falando baixo:

– Eu estava na cozinha, bebendo água, antes de vocês chegarem. Por favor, Anita, não vá contar para a Evans que eu ouvi toda a conversa de vocês, porque não foi minha culpa! Vocês já entraram conversando e não deu pra eu sair!

Anita riu.

– Você tem medinho da Lily, James?

– É claro que não. Só não quero que ela tenha mais um motivo para me encher o saco.

Anita continuou rindo e James se sentou no sofá, ao lado da loira.

– Então, vai ficar aqui à noite toda? – ele perguntou, querendo fazê-la parar de rir ao mudar de assunto.

– Não. Só estava pensando um pouco no caso perdido da Lily, tentando ver se ela não tem mais cura, sabe?

– Desista, Anita, ela não tem cura.

Anita voltou a rir, negando com a cabeça. James queria fazer milhares de perguntas sobre a conversa que tinha ouvido, mas não queria se mostrar interessado, principalmente porque Anita já estava se divertindo muito às suas custas.

– Sabe, até conhecer a Evans, eu achava que esse tipo de garota não existia mais. Talvez só nos livros, ou filmes. Não sei, nunca conheci uma pessoa tão... estranha.

– Como assim, esse tipo de garota? – Anita interessou-se na mesma hora, franzindo o cenho.

– Ah, ela é toda certinha, leva tudo a sério, não pega ninguém, não enche a cara nas festas, só tira boas notas, tem a maior neura com a limpeza, mas contraditoriamente só se preocupa com seu futuro profissional. E é insuportável, para completar. - James suspirou. - É, não dá para ser tudo.

Anita olhava para ele, segurando um riso. James não notou.

– Ela é especial, James. – Anita disse. – Mas não se permite ser feliz, então eu preciso fazer alguma coisa.

– O quê, por exemplo?

– Como você está preocupado com a Lily, hein! – Anita comentou, sorrindo. Ele revirou os olhos.

– Eu conversei com o Remus hoje, Anita, a minha paciência já acabou. Vou ficar muito agradecido se você conseguir resolver o problema da Evans porque eu sou a principal vítima do mau-humor dela.

– Não sei se posso resolver, mas estava pensando aqui e decidi que vou conversar com o Louis, o ex-namorado dela. Talvez ele me explique melhor o que aconteceu quando eles terminaram. – Ela chegou mais perto e sussurrou: - A Lily não fala sobre isso. Quero dizer, ela diz que não tem o quê contar.

– Esse cara estuda em Hogwarts? - James perguntou, fingindo estar desinteressado.

– Sim, faz Direito também, deve estar no último ano agora. - Anita respondeu, distraída. Ela soltou um longo bocejo. – Eu preciso dormir, James. – ela se levantou. – Boa noite e até amanhã.

James permanecera sentado no sofá por mais alguns minutos, perdido em pensamentos, antes de finalmente resolver seguir os passos da amiga.

–--

Domingo trouxera o início de outubro, junto a um clima calmo, menos abafado e mais chuvoso. Lily acordara cedo – como sempre – fizera uma rápida limpeza, obrigando todos a ajudarem e dando a James a pior parte – o banheiro masculino. Remus não cansara de lembrar o amigo para ter paciência e chamá-la para uma conversa. Irritado, James decidiu pôr em prática o conselho naquele mesmo dia.

Durante a tarde, Lily espalhara seus milhares de livros sobre sua escrivaninha. Lorens saíra com Bill, Remus saíra para atender Helena, que parecia ter tido uma recaída e não saía da cama havia dois dias. Anita passara o dia navegando na internet, falando com os pais através da câmera, enquanto enviava seu currículo para algumas empresas. Sirius e James não fizeram nada o dia todo – exceto pela limpeza -, pois ainda sentiam dores resultantes do jogo do dia anterior.

Ao entardecer, James resolvera descer para comer alguma coisa. Ao sair do quarto, pôde ver, através da porta entreaberta de quarto da frente, Evans estudando. Ela lia, escrevia com fervor, os olhos verdes passando de um lado para o outro. E então, resolveu colocar o conselho de Remus em prática.

Ele entrou no quarto e espiou as anotações simétricas da ruiva por cima dos ombros da mesma. Evans parecia não saber o que escrever; balançava a caneta em dúvida.

– A Lei das Comunidades Europeias foi criada em 1972 e não em 1976, Evans. – James a corrigiu.

Evans tomou um susto e virou-se rapidamente para atrás, reparou que o rapaz sorria como sempre, muito sarcástico. Ela parecia não saber se o agradecia, ou se o enxotava para fora do quarto.

– Obrigada, Potter. – ela disse, por fim.

Evans apagou a data errada e reescreveu a correta. Esperou. Nada. James continuou parado ao seu lado, como se esparasse receber algum tipo de atenção, o que Evans não entendeu.

– Você vai ficar aí, plantado? – perguntou ela, voltando a se virar para ele.

James fixou seus olhos nos verdes de Evans. Como eram verdes, ele reparou. Ele precisou desviar o olhar, porque, por um momento, o olhar dela o paralisou. Reparou que o quarto estava rigorosamente organizado.

– Esse quarto é tão arrumado.

– Como?

– Será que a Lorens e a Anita também são super organizadas, ou você as tortura para que não deixem nada fora do lugar? – James perguntou, com um meio-sorriso. Tinha que descontrair o ambiente para que o clima não ficasse tão desconfortável.

No entanto, Evans não reagira do modo que ele esperava. Em vez de rir, a jovem franziu as sobrancelhas, assumiu sua típica expressão de desgosto e manteve-se em silêncio por alguns segundos, aparentemente decidida a não se irritar.

– Potter, o que você veio fazer aqui?

– Por mais que pareça estranho, eu quero conversar com você.

Evans passou a encará-lo com curiosidade. James pigarreou e olhou mais uma vez ao seu redor: percebeu que os dois estavam sozinhos, num quarto praticamente escuro, iluminado apenas pela luminária solitária sobre a escrivaninha. Acomodou-se na cama mais próxima, que ele sabia ser a de Evans. Era inevitável não ser assombrado por pensamentos sórdidos. Uma cama, um quarto escuro e uma mulher bonita. Ah, se ela não fosse tão chata.

– Vamos sair? – ele sugeriu, de repente. O motivo para daquele convite repentino era o fato de que tais pensamentos envolvendo Lily Evans e aquela cama haviam lhe tomado a mente, e James sabia que não conseguiria espantá-los se continuasse sentado naquela cama, num quarto escuro e ao lado de uma mulher muito bonita.

Pois não?

James a olhou torto, porque sabia que a ruiva havia entendido sua pergunta. Aliás, Evans poderia começar a sentir calor e abrir alguns botões da blusa... James, foco. Ele precisava sair dali para conseguir se concentrar no que tinha que dizer.

– Vamos sair daqui, eu preciso conversar com você, Evans.

– Sobre o quê? Se tem a ver com aquele meu relatório que você destruiu, saiba que eu já o refiz mais cedo.

James expeliu todo o ar de seus pulmões.

– É sobre outra coisa. Vamos sair ou não?

Evans se levantou. James esperou que ela andasse em direção à saída do quarto, mas ela só o encarou, confusa. James imaginou como seria excitante se ela se virasse bruscamente para a escrivaninha, jogasse todos os livros no chão e subisse nela, convidando-o para...

– Sair para onde? Seja lá o que for, você pode me dizer aqui. – a verdadeira Evans o acordou de seus devaneios, ainda com a mesma expressão desconfiada.

– Mas eu prefiro que seja lá fora. Podemos ir a um café também.

– Qual a diferença?

– Bem... eu prefiro sair. Aqui está tão abafado. Você não está com calor? – James quis que ela respondesse que sim.

– Não. Seja objetivo, Potter: o que você precisa tanto me dizer?

James voltou a imaginar Evans sentada sobre a escrivaninha, com a boca entreaberta, convidando-o a se aproximar enquanto começava a desabotoar a blusa.

– Potter? - Evans o chamou para a realidade de novo.

Por favor, saia comigo!

Lily arregalou os olhos.

– Qual é, Potter? Armou alguma pegadinha infantil para cima de mim? Por que quer tanto sair daqui?

– Não seja tão chata, Evans, estou te pedindo. – James pediu, sério, mas sem parar de pensar no clima daquele quarto, na cama e em uma Lily Evans extremamente sensual lhe pedindo por um pouco de diversão, arrancando os últimos botões da blusa.

– Como se eu fosse cair nessa. – Evans voltou a se sentar em sua cadeira, impaciente. – Se você não tem nada para fazer, procure. Preciso acabar esse trabalho.

James fez um gesto impaciente. Olhava para todas as coisas, mas não conseguia voltar a agir normalmente e, àquela altura, já tinha se esquecido do motivo que o trouxera ali. Contudo, Evans não voltara a ler seu trabalho, ela continuou observando-o, ligeiramente receosa.

– Certo, certo. – James recomeçou, cerrando os olhos com força. Tinha que parar de imaginar Evans se despindo em cima da escrivaninha e se concentrar na conversa. Você vai conseguir, James. – Então. Acho que nós devíamos conversar sobre nós dois, entende?

Nós dois? – A voz da ruiva tinha um notável tom de deboche.

– Sim. Veja, eu só quero te convidar pra sair, vamos comer alguma coisa por aí? – Quando ele percebeu que a expressão dela não demonstrava estar gostando do que ouvira, ele teve que tentar consertar: – Calma, eu só quero que nós nos entendamos, será que não seria possível que nós desenvolvêssemos um relacionamento, hum... – James reparou que estava piorando a situação. Evans o interrompeu, abismada:

– O que você está insinuando, Potter?

No entanto, James só conseguia ver Evans em pé sobre a escrivaninha, completamente nua, jogando na sua direção a última peça de roupa que despira, uma calcinha branca, enquanto o convidava para se aproximar. Foco, cara, concentre-se. James balançou a cabeça e piscou muitas vezes antes de continuar.

– Evans. Vamos sair, por favor? Eu te explico melhor no caminho. - Era quase uma súplica.

– Potter, você está mesmo me convidando para sair com você? Você ficou louco? – Evans estava indignada. – Resolveu apelar me perturbando em todos os sentidos agora?

E então, James riu, finalmente compreendendo o que Evans estava pensando. Riu da situação, dos seus pensamentos quase insanos e do mal entendido que Evans estava fazendo. James questionava-se mentalmente sobre qual dos dois estaria delirando mais.

– Não! Eu quero que você saia comigo só hoje para-

– Ah, só hoje? – Evans interveio novamente. – Quem você acha que eu sou? Acha que assim como todas as outras, eu aceitaria sair com você?

– Evans, quer parar de me interromper? – James estava cansado daquela confusão. – Eu queria dizer que... - ele parou. - Você não aceitaria?

– O quê, sair com você? Mas é claro que não!

James balançou a cabeça. Agora era ele quem estava confuso. Após alguns segundos de silêncio, o rapaz prosseguiu.

– De qualquer forma, eu só estava convidando você para sair para nós tentarmos conversar e nos acertar.

– Conversar sobre o quê? Nós? Potter, ouça: essa hipótese é impossível. De onde você tirou isso?

James ficou sério. Aquela declaração havia sido como um soco no estômago para ele. Até a Evans de seus delírios interrompera a os movimentos sensuais e descera da escrivaninha sem cerimônia alguma, após ter certeza de que ele estava totalmente em suas mãos, petrificado. Ela o olhava com o mesmo desprezo da Evans verdadeira, completamente vestida e parada à sua frente.

– Evans, você não entendeu certo.

– Eu entendi muito bem. Me deixe em paz, Potter. Isso não é um pedido. Eu realmente tenho mais o que fazer.

Evans esticou o braço e apontou para a porta, pedindo – ou ordenando – que ele saísse. James estava um tanto confuso e desistiu de tentar consertar a situação, embora tivesse plena consciência de que fora ela quem havia entendido tudo errado e estragado tudo. Continuar ali só piorariam as coisas.

E ele saiu do aposento antes que enlouquecesse.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam do senhor James nesse final, hein? Será que ele arruinou de vez todas as suas (poucas) chances com a Lily? Pois é. Só que não! :X

Sem mais spoilers, prometo voltar em breve com o próximo cap, ok?

AHHH, antes que eu me esqueça: criei um ASK!!
http://ask.fm/carollair

Qualquer coisa, só perguntar!
Obrigada a todos os que leram/releram e tenham um bom fim de semana!
Ps- não sejam fantasmas e comentem o que acharam, eu ficaria muito feliz!



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