De repente era como se eu não fosse eu mesma, eu ouvia minha voz, mas não era eu que falava. Eu só podia ficar parada assistindo. Não conseguia sentir meu corpo mais, aquilo era apavorante.

–Até que enfim tenho o que me pertence-Ariana disse.

–Ariana?- pude ouvir Klaus dizer.

Eu queria muito dizer algo, qualquer coisa, mas nada saiu.

–Nome certo- ela disse- pessoa errada.

Ela lançou Klaus contra a parede, aquilo era frustrante.

–É, meu poder vai muito além do que eu me lembrava- ela disse sorrindo.

–O que você fez com ela?-Klaus disse com raiva-Devolva minha Ariana agora, se não...

Com um movimento de mãos ela quebrou o pescoço dele.

–Sem ameaças por hoje, querido- ela disse animada.

Ela desceu as escadas, Kol veio na minha direção.

–Ariana?- ele perguntou desconfiado.

Antes que ele pudesse fazer alguma coisa, Ariana tinha sussurrado algo e sumido, nós estávamos nas ruas lotadas de New Orleans.

–Sai do meu corpo agora!- gritei o mais forte que eu podia.

Meu corpo, ela disse na minha mente, Adeus querida.

Então senti algo me puxando pra baixo, senti a inconsciência me dominando.

...

Acordei no escuro, ouvia sussurros a minha volta. Ouvi passos vindo até mim.

–Quem esta ai?- perguntei, tentando parecer corajosa.

Uma silhueta começou a ganhar forma, as coisas clarearam um pouco.

–Vó?- perguntei confusa.

–Olá querida- ela disse me abraçando.

–Se você esta aqui, e eu estou aqui...

Comecei a entrar em pânico, não podia ser verdade.

–Acalme-se Ariana- vovó disse.

–Eu morri, ah meu Deus, não acredito que justo agora eu estou morta.

–Você não esta morta- ela disse como se fosse obvio- só não esta mais no seu corpo.

Aquilo foi pra me acalmar? Porque não estava dando certo.

–Eu preciso voltar, preciso do meu corpo- falei meio desesperada.

–Vamos, vamos ver o que esta acontecendo- ela disse calma.

Ela pegou na minha mão, e de repente eu estava vendo a mim mesma.

–Nós somos uma raça superior- Ariana dizia pras outras bruxas- todos os outros tem que morrer.

–Todos os outros?- reconheci Davina.

–Sim, eu vou mata-los, todos os lobisomens e vampiros, começando pelo hibrido.

–E se a gente não te ajudar?- Davina falou séria.

–Minha jovem, tão ingênua- ela disse rindo- eu não preciso da ajuda de vocês pra mata-los, posso fazer isso sozinha. Estou dando a chance de vocês continuarem vivas, afinal sempre é bom ter magia nova pra canalizar.

Todas as bruxas presentes olharam assustadas pra ela.

–Juntem-se a mim ou morram, vocês escolhem- sua voz estava sombria- vejo que vocês parecem duvidar, vou dar um exemplo do que acontece a quem se opõe a mim.

Davina começou a gritar com as mãos na cabeça, ela caiu no chão e começou a engasgar com o próprio sangue.

–Não, para, você esta machucando ela- gritei.

Ariana olhou na minha direção sorrindo, ela podia me ver.

–Tudo bem, por favor, para- Davina disse com a voz fraca.

–Que bom que você mudou de ideia querida- ela disse contente.

...

–Onde você vai?- vovó perguntou.

Eu andava pelas ruas de New Orleans, mas ninguém parecia me ver.

–Klaus- falei- ele deve ter um plano pra me trazer de volta.

Ela pegou na minha mão, e num piscar de olhos estávamos na sala do complexo.

Klaus, Elijah, Marcel, Hayley, Kol, até mesmo Kate estavam lá. Foi um alívio ver que todos estavam bem. Eles estavam discutindo.

–Ela matou metade dos meu vampiros- Marcel falava, ele parecia irritado.

–Ela matou lobos também- Hayley disse- temos que encontrar um jeito de traze-la de volta.

–Ela esta obrigando as bruxas a apoiarem- Kol disse preocupado, olhando pro Klaus- em breve ela vai vir atrás de você.

–Quando ela vir, nós temos que ter uma forma de trazer ela de volta- Klaus disse sério- você é um bruxo, tem alguma ideia?

–Eu não sei, ela está forte demais- Kol disse.

–Se ela não voltar, a gente vai ter que...- Marcel parou no meio da frase, entendi o porque, Klaus olhou ameaçador pra ele.

–Ninguém vai machuca-la- Klaus disse incontestável.

E então eles voltaram a discutir. Isso era irritante.

–Mas que droga eu estou bem aqui-gritei.

Ninguém pareceu ouvir. Ouvi uma risada de bebê, mas é claro que Hope voltou pra cá.

Entrei no quarto, ela estava deitada no berço.

–Oi Hope- disse sorrindo.

Ela sorriu de volta, esticando as mãozinhas pra mim.

–Você pode me ver- disse surpresa- pelo menos alguém me vê.

–Você acordou meu amor- Hayley disse passando por mim, e pegando Hope no colo.

Hope ainda estava esticando a mão pra mim.

–O que foi querida?-Hayley disse sem entender.

–Eu estou aqui Hayley, bem aqui- disse, pegando a mão de Hope.

–Mas o que...?- Hayley disse confusa.

Ela olhou em volta procurando alguma coisa, ela me ouviu?

Ela levou Hope pra sala onde todos ainda discutiam.

–Aconteceu uma coisa estranha, foi como se tivesse alguém no quarto junto com a Hope- Hayley falou, atraindo a atenção de todos.

Hope estendeu a mão na minha direção e começou a rir. Todos olharam confusos pra garotinha. Entendi, Hope era o ser mais magico que eu conhecia. Segurei na sua mão de volta.

–Eu estou aqui, bem aqui- disse cheia de esperança, mas não aconteceu nada.

Fiquei irritada, porque eles não me ouviam.

–Eu estou aqui-gritei

O vaso encima da mesa se quebrou, fazendo com que todos se assustassem.

–O que foi isso?-Kate perguntou.

–Parece que não estamos sozinhos- Elijah disse olhando a sua volta.

–Eu não consigo sentir nada- Kol disse confuso.

–Ariana?- Klaus perguntou em duvida.

Me senti fraca demais pra responder, mas a gargalhada de Hope foi resposta o suficiente.

–O que esta acontecendo?- perguntei, tudo estava ficando preto de novo.

–Você não deveria conseguir fazer isso- vovó disse- vamos você tem que descansar.

E então tudo ficou preto de novo.