Surviving New Orleans escrita por LittleWolf


Capítulo 17
Esther


Notas iniciais do capítulo

Adorando os comentários ;)



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–Mãe, temos visita- Finn disse sorrindo.

A mulher estava de costas, mexendo em algumas ervas, ela me olhou sorrindo.

–É um prazer finalmente te conhecer, Ariana- sua voz era gentil.

–É uma pena eu não poder dizer o mesmo- disse encarando-a.

–É corajoso da sua parte vir até aqui, poderia ser uma armadilha- ela disse me avaliando.

–Eu sou forte, sei me cuidar- disse, sem medo.

–A sim, cada vez mais forte eu imagino- ela se sentou- sente-se, tome um chá comigo.

Olhei em duvida de Esther pra Finn, ele estava encostado na parede, só nos observando. Me sentei, mas não toquei no chá.

–Acho que você não me convidou aqui só pra tomar chá, não é?- perguntei.

–Sim, estou aqui pra te contar à verdade- seu olhar prendia o meu- depois de ouvir o que tenho a dizer, você mudará de ideia.

–Não acho que isso vá acontecer- disse inquieta- de que verdade você esta falando?

–Há muito tempo atrás, eu tinha mudado de ideia sobre aprender magia, eu queria ser forte- seu olhar ficou distante-Procurei por alguém que me ensinasse, alguém que já tivesse tido acesso a magia negra.

–Ainda não entendi o que isso tem a ver comigo?- disse.

–Eu encontrei uma mentora, o nome dela era Ariana.

Tá legal, aquilo era só um pouco esquisito.

–Ela já tinha experimentado um poder sem igual, mas uma de suas aprendizes tinha superado ela, e canalizou quase todo seu poder. Ela tinha se tornado fraca.

De alguma forma, aquilo era familiar.

–O que eu tenho haver com isso?- perguntei séria.

–Vocês tem os mesmos olhos- ela disse, sorrindo amigavelmente- você é descendente dela, dai o seu nome.

–Não entendi aonde você quer chegar- falei impaciente.

–Foi dito a você que enfrentaria minha irmã Dahlia, pela criança imagino.

Fique quieta, como ela sabia sobre a Hope?

–Sim, eu sei sobre a criança- seus olhos estavam com um brilho estranho.

–Mas ainda assim você quer mata-la isso é monstruoso, até pra você- disse cheia de repulsa.

–Você acredita que quer salvar a criança- ela disse sorrindo, isso me irritou- por generosidade? Compaixão?

Estava ficando irritada, qual o problema daquela mulher?

–Ou tem algo a mais- ela parecia poder ver meus cantos mais obscuros- uma paixão por Niklaus? Sinto estragar sua fantasia, mas meu filho não passa de um monstro.

–Estou fazendo isso porque é o certo- disse convicta- porque é o que eu tenho que fazer.

–Ah que bom, chegamos ao ponto que eu queria- ela parecia animada demais pro meu gosto- deixe-me adivinhar, você está destinada a salvar a criança? Você nem se quer duvidou que isso podia ser apenas uma...desculpa fajuta?

Apesar de não querer admitir, aquilo meio que fazia sentido.

–Dahlia foi quem canalizou os poderes de Ariana, você é a única que pode canalizar todo o poder de volta, deixando Dahlia vulnerável o suficiente pra ser vencida. Você não passa de uma vingança, bem antiga por sinal.

Encarei ela sem reação, se aquilo fosse verdade...

–Isso pode até ser verdade- falei sem conter uma careta- mais ainda assim eu tenho a chance de salvar a criança, de derrotar Dahlia.

–Sua convicção chega a ser constrangedora- sua voz estava compreensiva- a vingança não acaba se você derrotar Dahlia.

–O que?- disse tensa.

–Você sente seu poder aumentar a cada dia- ela disse pegando na minha mão- você esta sendo preparada, não apenas pra carregar um poder muito mais forte do que você, mas como o recipiente pra ela, a Ariana.

–Não é verdade- sussurrei, me levantando- eu não deixaria isso acontecer.

–Você não tem escolha, se você canalizar Dahlia e não tiver o conhecimento pra lidar com tanto poder você morre, se você deixar que ela entre no seu corpo...

Ela deixou as palavras no ar, em sinal de ameaça.

–O que acontece se ela entrar no meu corpo?-perguntei com a voz falha.

–Uma desgraça ainda maior do que se Dahlia conseguir a criança. Ela se tornou trevas, nada de bom pode vir desse poder.

Me escorei em um pilar atrás da mim, aquilo era demais, tudo não passava de vingança, eu estava sendo usada esse tempo todo.

–Eu ofereço uma opção- Esther disse se aproximando- um corpo novo, sem qualquer relação com magia, uma chance de recomeçar bem longe daqui.

–Mas a Dahlia viria, Hope não estaria segura- falei ainda meio entorpecida.

–Não se a criança morrer- sua voz era suave- não é seu dever protegê-la. Isso tudo pode se resolver facilmente, preciso apenas que você fique do meu lado, então quando isso acabar, você tem minha palavra que poderá seguir sua vida sem qualquer interrupção sobrenatural.

Encarei-a atônita. Era de uma criança inocente que a gente estava falando. Eu não podia...

–Eu não posso fazer mal á ela- disse.

–Preciso apenas que você não fique no meu caminho, o resto eu consigo- ela disse aquilo tão calma que até e assustou.

Respirei fundo e me aproximei da porta, encarei os dois que esperavam por uma resposta minha.

–Você deveria pensar bem- Finn falou- afinal é sua vida que esta em jogo.

–Eu não vou ajudar vocês, nunca- falei meio abalada.

Sai dali o mais rápido possível, minhas mãos estavam tremendo. Eu estava assustada, decepcionada, mas estava muito mais irritada por ter caído nessa.

Cheguei ao loft, e ainda bem que a Kate não estava, por que eu estava prestes a surtar.

–Joseph?-gritei com raiva- apareça seu fantasma duas caras.

Como ele não apareceu, recitei um feitiço pra obriga-lo a aparecer.

Ariana, eu posso explicar- ele disse aparecendo do outro lado da sala.

–Como você pode- falei, algumas lagrimas teimosas caiam- eu acreditei, confiei em você, e tudo não passava de uma estupida vingança.

Você precisava saber apenas o necessário– sua voz era de quem pedia desculpas- você não me ouviria se soubesse a verdade.

–A verdade- falei irônica- você pretendia me contar quando? Quando eu estivesse possuída por uma louca das trevas querendo matar todo mundo?

Você ainda vai salvar a criança, pensei que fosse só com isso que você se importasse.

–Minha vida também é importante- gritei- esse tempo todo eu achei que você fosse um amigo, alguém pra me ajudar.

E eu ainda posso ser, posso te ajudar a se salvar– ele meio que implorava.

–Eu não confio em você, eu fui ingênua em acreditar que você pudesse me ajudar-fechei os olhos tentando me acalmar- Adeus Joseph.

Espera Ariana, não...- sabia o suficiente pra manda-lo pra bem longe, e foi o que eu fiz.

No momento seguinte algumas lâmpadas explodiram, o vidro da janela trincou, mas não vi mais sinal de Joseph.

–Mas o que esta acontecendo aqui?-Kate disse.

Olhei pra ela, que não estava sozinha, Kol estava com ela.

–Parece que minha querida mãe te tirou do sério- ele disse sorrindo- você esta bem?

–O combinado era você me ligar depois de falar com a louca- Kate me deu um abraço apertado- estava preocupada.

–Eu estou bem- disse limpando meu rosto.

–Então, o que aconteceu aqui?- Kol perguntou curioso.

–Eu...tive uma discussão com Joseph, ele era um mentiroso- falei.

–Joseph?-Kol perguntou.

–O fantasminha camarada da Ariana, bem, não tão camarada assim- Kate disse, tentando ficar séria.

–Ele me fez de boba, não acredito nisso- falei suspirando.

–O que foi que a Esther te falou?- Kate perguntou preocupada.

Eu ia responder, mas me dei conta que Kol estava ali. O celular dele tocou. Com sinal eu chamei Kate pra cozinha.

–Eu não confio nele o suficiente pra contar pra ele- disse sussurrando.

–Parece sério, o que foi que ela te disse?- ela perguntou.

–Nik ligou- Kol disse, aparecendo na porta da cozinha- ele tem um plano pra Esther, precisa da minha ajuda.

Assenti pra ele, esperando que fosse embora.

–Posso estar indo, mas ainda quero saber o que Esther te falou- ele disse me encarando, depois se foi.


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