Intercâmbio escrita por LaisaMiranda


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Genteeeeee.... Intercâmbio está caminhando para seus últimos capítulos e quero agradecer a todos que chegaram até aqui. Muito obrigada a todos que estão comentando diariamente. Adoro vocês!!!

Lá vai mais um capítulo novinho... Boa leitura!



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Depois de acordar e ir direto para o meu quarto trocar de roupa, me encontrei com Lacey e Helena no quintal. O lugar já estava movimentado por funcionários que traziam coisas e montavam, ali mesmo no espaço livre; cadeiras, flores, enfeites, comida.

Will e o pessoal do Crazy Joker também já tinham chegado. Will estava na cozinha preparando tudo. Helena também tinha pensado nisso e tinha contratado um buffet, que Lacey logo tratou de dispensar, pois era William que cuidaria dessa parte, assim como já tinham combinado.

Depois do almoço nos trancamos numa sala do segundo andar, para que Lacey pudesse se arrumar sem que Nico a visse. Já estava tudo separado, vestido, sapatos, véu e os acessórios, Lacey já tinha colocado tudo junto para não precisar ficar buscando nada depois.

A sala era comum, sem coisas pessoais da família. Só com móveis confortáveis para as pessoas relaxarem.

Helena não parava de dizer como ela tinha que se aprontar, como devia deixar o cabelo, fazer a maquiagem, inclusive viu seu vestido e não gostou muito, e disse que seria emociante se ela usasse o mesmo vestido que usou quando se casou com Max, o que deixou Lacey apavorada.

Please, kill me! - disse Lacey, na tentativa fracassada de se enforcar com a cortina da sala, depois que sua mãe foi buscar o vestido - Ela acha mesmo que eu vou usar o vestido que ela usou há mil e quinhentos anos antes de Cristo?

Eu não consegui ficar séria com a piada, e Lacey acabou rindo também.

— Você precisa se acalmar, Lacey. - disse, me aproximando e levando-a para se sentar no sofá - Vai dar tudo certo. É o seu grande dia.

— Você tem razão! - ela sorriu - Eu ainda não te agradeci por aceitar ser minha madrinha de casamento.

— Não precisa. - apressei-me a dizer - Estou muito feliz que tenha me escolhido.

— Não, é sério Giselle. - Lacey estava com os olhos marejados - Você já deve ter percebido que eu não tenho amigas. Eu sempre me dei melhor com os homens, I don't know why. Mas com você foi diferente.

— Tudo bem, pode parando, porque eu sou muito chorona. - disse rindo, já com os olhos ardendo.

Demos um abraço apertado.

— Você precisa parar de dizer essas coisas, okay? É seu dia, você precisa se preparar!

— Okay, cunhada. - ela sorriu - Mas me conta primeiro como anda as coisas com o Enzo.

— Sério mesmo que você quer falar disso agora?

— Sim, eu preciso me distrair até minha mãe voltar.

— Vão bem. - dei de ombros, e tentei mudar de assunto. Eu realmente não estava querendo falar disso - Estava pensando que você podia fazer um coque alto. Seu cabelo é longo e...

— Ei, pare de mudar de assunto. Vem aqui. - me sentei no sofá de novo e a encarei - O que foi?

— Nada. Está tudo ótimo. - menti. Ela fez uma cara séria - Está tudo bem, é só que... Estive pensando cada vez mais nisso e...

Eu não sabia como dizer. A verdade era que estava tentando não pensar nisso o máximo possível.

— Pode confiar em mim. - Lacey segurou na minha mão.

— Depois que voltarmos para Londres... Vai faltar apenas algumas semanas para que eu vá embora. - abaixei a cabeça - E a verdade é que estou com muito medo. Eu não queria ir, mas também não tenho muita escolha.

— Eu te entendo. E para ser sincera eu também fiquei com um pouco de medo depois que descobri sobre vocês dois. Eu não sei como Enzo vai reagir depois que você voltar para o Brasil.

— Eu também não sei.

— Vocês já conversaram sobre isso?

Fiz que não. Eu estava evitando tocar nesse assunto e sabia que Enzo também estava. Porque a uma altura dessas, ele já devia ter pensado sobre isso.

— Mas como eu disse, hoje não é dia de conversar sobre isso. Hoje é um dia feliz. Dia do seu casamento. Vamos focar nisso, está bem?

Convencemos Helena de que o vestido de Lacey era o melhor, então depois de duas horas ela estava pronta. Lacey fez o que sugeri com o cabelo, um coque, e Helena colocou umas flores em cima, que não ficou tão mal. O vestido era longo e branco, é claro, tomara que caia, fazendo seus desenhos dos braços e busto se destacarem. Conseguimos prender o véu no coque com alguns grampos de cabelo.

Helena tentou, mas não foi possível convencer Lacey de se desfazer do batom vermelho e no final Helena acabou desistindo e Lacey ficou com a maquiagem como queria. Ela estava linda. Nico teria um treco do coração. Quer dizer, tomara que não!

Eu ainda precisava me arrumar, então fui tomar banho e em uma hora estava pronta. Meu vestido era bege com aplicações de renda no tope, e batia acima do joelho. Acabei deixando o cabelo solto mesmo. Ele era muito liso e fiquei com medo de prendê-lo sozinha e começar a escorregar e ficar feio. Passei a maquiagem o menos chamativo possível. Eu não era do tipo que gostava de muita coisa na cara.

Desci para esperar por Enzo, pois não sabia onde ele estava e se já estava arrumado. Fui aleatoriamente para a sala e notei as fotografias espalhadas pelas mesas e estante. Não contive minha curiosidade ao pensar que Enzo poderia estar em uma delas. Eu não sabia de onde vinha essa minha sede de saber como ele ficava em fotografias e porque não gostava de tirar fotos. Achei uma foto dele bebê. A coisa mais linda. Mas não era isso o que eu estava procurando, eu precisava de uma imagem dele maior. Foi então que vi uma fotografia onde sua família estava toda reunida.

Enzo devia ter minha idade ou menos, naquela foto. Lacey também estava mais nova, assim como Helena. Só Max que parecia o mesmo. Todos sorriam, exceto Max, até mesmo Enzo sorria. Me peguei abrindo um sorriso sem perceber e acabei levando um susto quando Enzo se aproximou de mim, perguntando o que estava olhando.

Olhei para ele e quase abri a boca de tanto que ele estava lindo de terno escuro, parecia um artista de cinema. Seu cabelo estava jogado para trás, com pouco gel para segurar as madeixas claras.

— Por que está mexendo nisso? - perguntou curioso. Coloquei a fotografia de volta na estante, nem me dando conta que tinha pego ela nas mãos.

— Estava procurando uma foto sua. Já que eu nunca vi nenhuma.

Ele virou o rosto.

— Eu já reparei nisso, sabia? Você também não tem rede-sociais como qualquer pessoa normal tem. Por quê?

— Eu não gosto e acho esse tipo de coisa que - ele fez entre aspas - "qualquer pessoa normal" tem, uma de perda tempo.

— Tudo bem, você tem sua opinião, mas e sobre tirar fotos? E não venha me dizer que é porque você não gosta. Deve ter um motivo. - ele não respondeu - E não adianta dizer que você não é fotogênico, porque isso é tecnicamente impossível.

— Isso é mesmo importante?

Fiquei observando Enzo, mas ele não respondeu minha pergunta. Respirei fundo e tirei o celular da pequena bolsa que levava comigo. Abri na câmera e levantei o celular na altura de Enzo, me aproximando dele para tirarmos uma selfie.

— O que está fazendo? - perguntou ele, abaixando minha mão.

— Vou tirar uma foto nossa. Você está tão lindo nesse terno.

— Giselle, parece que às vezes você gosta de me irritar de propósito. - disse daquele jeito estúpido.

— Não, eu não gosto. Eu só quero te entender. Não dá para você confiar em mim e me dizer o que acontece, uma vez na vida? Isso não é grande coisa. Uma foto, Enzo! É tudo o que estou pedindo.

— Para quê você precisa de uma foto minha?

Eu queria dizer; para me lembrar de você quando eu não estiver mais aqui, mas não consegui.

— Os pombinho já estão brigando? - disse Max ao se aproximar de nós.

— Não pai. - respondeu Enzo, com raiva - Estamos bem, obrigada por se preocupar.

Então Enzo puxou minha mão, me levando em direção ao quintal.

— Enzo! - parei ele - Por que tratou seu pai assim?

— Ele é um idiota, você não viu? Quer arranjar motivo para nos desentender.

Olhei para baixo, eu não queria brigar.

— Sua irmã deve estar precisando de mim. Eu vou ver como ela está. - e saí, deixando ele com seus pensamentos.

Enzo era tão difícil. Que ingenua eu fui imaginando que as coisas seriam diferentes depois que assumíssemos que estávamos juntos, mas a verdade é que elas pareciam ainda mais complicadas agora.

***

O casamento foi maravilhoso. Antes de Lacey entrar, me posicionei no meu lugar, em pé, vendo Nico ansioso com a entrada de sua futura esposa. Ele estava elegante. A barba continuava intacta e ele resolveu deixar os cabelos longos soltos. Atrás dele estava Enzo, lindo como sempre. Ele olhava para mim. Não tínhamos conversado mais depois daquele momento chato, pois evitei me estressar. Era o dia da Lacey e eu precisava estar bem.

A poucos metros vinha entrando, finalmente, Lacey, com seu vestido branco com o pai ao lado, a conduzindo para os braços de Nico. Ela já estava emocionada ao chegar perto do noivo. Durante a cerimônia eu também não contive algumas lágrimas, e quando enxugava alguma delas, notei Enzo me observando com carinho. Abri um sorriso fechado e me concentrei nas palavras do padre a minha frente.

Depois das palavras "pode beijar a noiva", todos deram vivas e em alguns minutos, os conhecidos cumprimentavam os recém-casados. Não me exclui e dei um abraço em Nico desejando felicidades e depois um abraço mais demorado em Lacey. Ela me agradeceu por estar ali e pediu para cuidar da casa dela, enquanto estivesse fora por uma semana.

A festa após o casamento começou. Fui apresentada a mãe de Nico, uma senhora baixinha, muito simpática. Ela era viúva, e estava feliz por ter chegado até ali e ver o filho se casando. Clayton estava com Hilary. Pelo visto, finalmente, ele tinha conseguido a garota. Uma música lenta começou a tocar e os noivos foram os primeiros a dançar. Logo em seguida Enzo me tirou para dançar. Eu já não estava mais com raiva, ainda mais depois da cerimônia linda que presenteamos. Depois de alguns minutos a pista imaginaria estava lotada de casais.

Meu braço estava em seu pescoço, enquanto ele segurava minha cintura com as duas mãos. Ficamos nos encarando por alguns minutos, apenas dançando, sem dizer nada, até que ele falou primeiro:

— Você fica chateada fácil e por coisas bobas, sabia?

— Você acha? - perguntei de um jeito normal, sem ser rude, sem aumentar a voz. Ele apenas sorriu - Eu só queria saber coisas sobre você. E eu sei que você já me disse muitas coisas, mas uma relação não é só baseada em beijos ou sexo ou...

— Por que está dizendo isso? - ele também não aumentou a voz.

— Enzo, eu te faço perguntas simples e você simplesmente não me responde.

— Ainda essa história da foto?

Não respondi. Esperei que ele entendesse o que o meu silêncio significava, ele era esperto o bastante para compreender isso.

— Eu não gosto de fotos. - ele não olhava para mim enquanto falava - Acho que já é o suficiente termos memórias gravadas na nossa mente, eu não preciso ter fotos espalhadas para ficar me lembrando do que... já aconteceu.

— Você tirava fotos com a Claire? - perguntei sem pensar. Por alguma razão achei que esse "trauma" tinha a ver com ela.

Enzo voltou a olhar para mim, seus olhos sérios, frios. Vi aquele Enzo de antigamente na minha frente. Uma luz foi ligada, pois já estava escurecendo. Então ele relaxou e abaixou a cabeça de novo.

— Acho que você já está extrapolando com as perguntas.

Abaixei as mãos e ele olhou nos meus olhos.

— Não quer mais dançar? - perguntou, com certo tom áspero na voz.

— Não. - disse baixo, já me afastando da multidão de convidados. Ele me seguiu até uma mesa, mas não nos sentamos.

— Desculpa. - disse ele buscando meu olhos, pois eu estava desviando a cabeça - Eu fiz de novo. Fui um idiota. Como sempre - ele puxou meu rosto - Mas eu sou assim. Ame ou odeie.

Então se aproximou e me deu um beijo na bochecha e depois na testa e depois, descendo devagar, olhando bem em meus olhos, ele me beijou na boca. Sem vergonha, sem medo por ter gente, que obviamente, deviam estar olhando. Segurei sua cintura enquanto ele movia os lábios devagar e profundamente. Quando se afastou, ele estava com a respiração irregular.

— Eu quero você. - sussurrou, olhando em meus olhos - Tipo agora.

Respirei alto quando entendi o que ele queria dizer.

— Mas estamos no casamento.

— Ninguém está ligando para gente. - disse ele, fazendo eu perceber que todos estavam dando atenção para os noivos, ou apenas se divertindo na festa.

Sorri. Como Enzo era safado. Eu ia dizer que era melhor deixar para mais tarde, porém ele me puxou. Entramos em casa pelo corredor que dava para a sala, mas não chegamos até lá, pois Enzo me pressionou na parede e me beijou.

— Enzo, espera a gente chegar no quarto. - tentei dizer entre o beijo, mas ele não queria ouvir.

Ele apertou seu corpo contra o meu na parede, bagunçando meu cabelo e apertado forte, com a outra mão, a minha cintura. Abri um pouco os olhos e percebi como ele estava ansioso. Fechei-os novamente, sentindo o volume na região de baixo e senti meu corpo reagindo ao desejo de tê-lo. Enzo afastou um pouco a boca para respirar e mordi meu lábio exterior, dessa vez, sem abrir os olhos para encará-lo. Ele voltou a me beijar e apertou meu bumbum, fazendo eu respirar cada vez mais alto.

Então escutei um barulho e vozes se aproximando.

— Tem alguém vindo. - disse, afastando ele, tentando recuperar o fôlego.

— Vem. - Enzo puxou minha mão e em alguns segundos já estávamos subindo a escada.

— Filho! - gritou Max, atrás de nós. Enzo parou de andar e se virou - Será que nós três poderíamos ter uma conversa?

Max estava com um homem, mas isso não me fez pensar que o "nós três" fosse ele, e sim eu.

— Pai, a gente está no meio de uma coisa. - respondeu Enzo. Ele ainda estava com a respiração irregular. Torci para que o pai dele não entendesse essa "coisa" como realmente era.

— Acho que essa coisa pode esperar. - disse Max, sério e se despediu do homem, que voltou em direção ao local da festa - Estou esperando vocês no escritório.

— No meio de uma coisa? - perguntei, depois que ele tinha saído.

— A gente não precisa ir.

— Eu acho que a gente precisa sim.

Eu não queria nem imaginar o que o pai dele faria se a gente não fosse até lá.

Entramos no escritório de Max. Lá era escuro. Os moveis pretos, sofás e poltronas. A mesa de madeira marrom. Havia dois quadros com uma pintura exótica, na parede esquerda, era bem parecidos, só o tamanho que era diferente. Max já estava sentado na cadeira, mexendo em alguns papeis. Ele pediu para que nos sentássemos, mas não fez questão de olhar para nós enquanto dizia isso. Enzo se sentou de má vontade na poltrona esquerda, me deixando com a direita.

— Foi um belo casamento, não acham? - Max finalmente olhou para nós e sorriu.

Enzo ficou encarando ele, com uma carranca.

— Então Giselle - fiquei nervosa quando ele falou meu nome - Desculpe-me, eu nem mesmo sei qual é o seu sobrenome.

— Oh... Antoneli. Giselle Antoneli. - concluí tímida.

— Srta. Antoneli - voltou a dizer ele com sotaque, e sorrindo gentilmente - Quando você volta para o Brasil?

— Hum... - a pergunta me pegou de surpresa. Por que ele queria saber disso? Olhei para o rosto de Enzo, ele respirou fundo.

— Aonde você quer chegar? - perguntou Enzo para o pai.

— Eu realmente não sei da onde você pegou essa mania horrenda de falar assim com as pessoas.

— O que você quer? - perguntou Enzo de novo, de maneira bruta.

— Há quanto tempo estão namorando? - perguntou Max, usando o mesmo tom gentil do inicio da conversa. Enzo começou a rir - Por que está rindo?

— Acho que já estou bem crescidinho para você ficar perguntando esse tipo de coisa. Você não acha?

— É uma pergunta normal, filho. Eu sou seu pai e só quero...

— Não vem com essa! Pai. - retrucou imediatamente Enzo - Sabemos muito bem para quê tudo isso. E sinto muito, mas não vou fazer a Giselle passar por isso. Ela não.

Enzo se levantou com rapidez, me chamando para fazer o mesmo.

Passar pelo o que? Do que ele estava falando? Eu não estava entendo. Enzo pegou minha mão e me puxou, mais uma vez, até sairmos da sala. Fingindo não escutar os berros do seu pai.

— Enzo! Não se atreva a... - não escutamos mais. Pois Enzo fechou a porta atrás de nós.

— Você não devia ter falado assim com o seu pai. - disse por fim - Agora mesmo que ele não vai me aceitar.

— Ele já não te aceitou, Giselle. Eu conheço meu pai. A gente vai embora amanhã de manhã. Não quero ficar mais nem minuto sequer nessa casa.

***

Subimos até o quarto dele, mas não para fazer o que tínhamos planejado. Enzo estava com tanta raiva que não conseguimos continuar. Ele puxou a mala de baixo da cama de casal, abriu-a e começou a enfiar as roupas do guarda-roupa dentro.

— O que está fazendo?

— Não está meio obvio? - ele ainda estava irritado.

— O que você falou mais cedo... Sobre o seu pai. Como tem tanta certeza? Sabia o que ele ia falar?

— Ele queria te interrogar. Saber sobre sua família. - Enzo não parou de jogar as roupas dentro da mala, ao continuar falando comigo - Te julgar. É só o que ele sabe fazer. Não se deixe enganar pelo modo gentil dele. Fiquei surpreso por ele ter me chamado para ir junto.

— Como sabe? - perguntei, pois Max não parecia querer fazer isso.

— Porque ele fez isso com a Claire. - ele olhou para mim.

— Seu pai não a aceitou?

— Vamos dizer que ele fingia muito bem que tinha aceitado. Acho que isso foi por parte da minha mãe. - ele respirou fundo, se sentando na cama ao meu lado - Mas não vamos mais falar disso. Eu só quero voltar para casa. Amanhã vamos embora, junto com todo mundo.

— Acho melhor eu dormir no meu quarto hoje. - disse, depois de um tempo.

— Tudo bem. - ele pareceu aceitar de verdade - A gente vai ter tempo, já que a casa vai ser só nossa por uma semana.

***

Na manhã seguinte nos despedimos de todos. Lacey e Nico foram para a Lua de Mel na Cracóvia (Polônia), que ficava na Europa mesmo. Will e o resto dos funcionários também se despediram e seguiram viagem, deixando Enzo e eu por ultimo.

— Tem certeza que não querem ficar mais tempo? - perguntou Helena, tristonha - A casa ficará tão vazia de novo.

— Não dá mesmo, mãe. A Giselle tem que voltar para o curso.

Eu sabia que ele estava usando isso como desculpa para não magoar a mãe, pois a verdade é que ele não suportava mais ficar perto do pai dele.

Enzo deu um abraço na mãe e depois foi a minha vez. Ela sussurrou para que eu cuidasse bem do menino dela. Sorri e prometi que sim. Max não foi se despedir. Helena disse que ele estava um pouco mal, que devia ter comido algo na festa que não lhe fez bem, mas Enzo sabia que o pai ainda estava zangado por ontem.

Seguimos viagem, Enzo estava mais aliviado, mas eu não. Por algum motivo estava nervosa. Voltar para Londres significava que os dias passariam mais rápido e que daqui a algumas semanas eu estaria de volta ao Brasil. E isso me deixava triste.


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Notas finais do capítulo

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