Intercâmbio escrita por LaisaMiranda


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Vi que duas pessoas já favoritaram e fiquei muito feliz.
Obrigada.
E continuem lendo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/607514/chapter/2

O dia começou bem cedo para mim. Despertei lá para às sete da manhã, me vesti com algo quente e desci para a cozinha. Para a minha sorte Lacey já estava acordada, preparando o café da manhã. Sentei-me no banco enquanto a dona da casa terminava de colocar as coisas no balcão.

─ Você já vai trabalhar? ─ perguntei passando manteiga no pão francês.

─ Não. Só mais tarde, mas eu costumo acordar cedo todos os dias e deixar tudo pronto para o caso de Enzo ou Nico precisarem comer depois. Como eu disse, sou um pouco chata com essa cozinha.

─ E quando o Nico volta? ─ fiz a pergunta ingenuamente, porém logo me arrependi ao reparar na expressão séria de Lacey. ─ Ou ele não volta mais?

─ Ainda não decidi. ─ Lacey deu de ombros, já não estava mais com a carranca.

Ela me perguntou onde eu estava indo tão cedo. E a fiz se lembrar dos meus estudos. Afinal eu não estava apenas aqui na Inglaterra a passeio. Vim estudar.

─ Então, antes de ir eu preciso conversar com você sobre uma coisa. Na verdade te alertar sobre uma coisa... Para ser mais específica... Meu irmão.

Fiquei nervosa de repente. Eu não tinha ideia do que Lacey me diria, contudo, sabia que não era algo bom.

─ Como posso dizer? Ele é um pouco... Arrogante? ─ Lacey continuou buscando adjetivos para me explicar o que queria. Fazendo uma careta ao dizer a última palavra. ─ Stupid, digamos assim. Então se prepara. Porque ele não é nada gentil.

─ Ele não gostou que eu vim morar aqui, não é?

─ Digamos que foi uma notícia um tanto... Inesperada.

Ótimo. Estava tudo muito perfeito para ser verdade. Alguém nessa casa tinha que me odiar. E esse alguém se chamava Enzo.

─ Oh, honey. Agora eu te deixei preocupada, não é? Não se preocupe você vai se acostumar. Eu me acostumei.

─ Você o conhece a vida toda. É diferente.

Look, ele vai te adorar... com o passar do tempo.

Lacey riu e eu não pude permanecer amedrontada. Se ela que era a irmã estava garantindo isso, então eu apenas poderia esperar e testemunhar com meus próprios olhos o que aconteceria.

─ E onde ele está? ─ perguntei um pouco hesitante.

─ Dormindo. Como ele trabalha à noite passa a manhã toda na cama.

Eu estava realmente receosa de encontrar com Enzo pela casa. No entanto eu tinha consciência de que isso alguma hora aconteceria. Afinal estávamos morando sob o mesmo teto.

─ Você vai trabalhar que horas hoje? ─ perguntei.

─ Hoje eu entro as duas.

Sinto um alívio no coração. Pelo menos quando eu voltasse Lacey ainda estaria em casa, e eu não correria o risco de ficar sozinha com Enzo no mesmo lugar. Pelo menos não antes de nos conhecermos.

─ Tudo está muito bom, mas preciso ir. ─ Levanto-me.

─ Não esquece o casaco. Você não está mais no Brasil, darling. Aqui faz muito frio.

Subi correndo as escadas e fui direto para o quarto. Peguei meu casaco e a mochila com meus materiais.

Ao passar em frente ao quarto de Enzo não deixei de sentir um arrepio. Estava com medo do cara e nem sabia como ele era. Não havia fotografias dele pela casa. E pensando bem, isso era muito estranho.

***

As horas passaram rápido depois que peguei o táxi e cheguei à EIPB. Reencontrei alguns colegas da minha turma de viagem. Ainda não tinha muita familiaridade com eles, porém conversava normalmente. Quem eu fiquei feliz em rever foi o meu professor mais querido do mundo. Seu nome era Fernando. Ele era bem jovem, o que ajudava muito na dinâmica com os outros alunos. Seu sorriso era lindo e os olhos brilhavam a cada vez que ele sorria, também era engraçado e supercomunicativo. Para o azar das outras garotas ele era casado e tinha uma filhinha de dois anos. Eu nunca tive fantasias com o professor, contudo não podia negar que ele era de uma boa aparência.

A aula foi produtiva. Descobrimos mais sobre o que iríamos fazer no intercâmbio. Além das salas de aula, teríamos passeios pela cidade para aprendermos mais, de forma que poderíamos entender mais sobre a cultura britânica. Eu estava ansiosa.

Sobre a questão do trabalho foi um pouco mais complicado do que eu imaginei. O professor Fernando estava nos explicando:

─ As aulas começaram hoje, mas com o trabalho será um pouco diferente. Vocês estão num novo país. Vieram aqui para adquirirem experiência e conviver com os ingleses. Portanto arrumar um trabalho será por conta de vocês. Batalhem, corram atrás. Eu estou aqui para ajudar no que for preciso, porém a iniciativa tem de vir de vocês.

Arrumar um trabalho nunca foi dificultoso para mim. Só que isso era no Brasil. Estou em Londres agora, uma cidade completamente diferente. E de fato, eu não sabia o que podia esperar do futuro próximo.

Ao voltar para a casa da Lacey eu já estava mais calma. O assunto trabalho não me perturbava tanto. Fui direto para o quarto e joguei a mochila na cama. No mesmo instante, minha barriga roncou tão alto que lembrei que já era meio-dia e não havia colocado nada na boca desde o café da manhã.

Saí do quarto, porém, no mesmo minuto meu corpo parou de se mover. Por quê? A porta do quarto de Enzo estava aberta e no chão eu conseguia enxergar a sombra de um homem. Não sei bem porque parei de andar. Alguns passos a mais para frente e eu finalmente desvendaria o misterioso rosto do irmão de Lacey.

De repente a sombra no chão foi crescendo, se movendo. Ele estava se aproximando da porta do seu quarto. A qualquer momento atravessaria para o corredor e me veria. Fiquei imóvel, como se meus pés estivessem colados na madeira do chão. Eu não conseguia me deslocar. Meu coração batia a mil por hora. Eu estava tremendo dos pés a cabeça.

Enzo finalmente apareceu. Porém de costas para mim, portanto não consegui vislumbrar seu rosto. Ele nem fazia ideia de que eu estava parada igual uma idiota atrás dele. Fechando a porta do seu quarto, ele desceu as escadas.

Eu ainda não conseguia respirar. Levei as mãos ao joelho e senti que corri uma maratona de tanto que eu ofegava. Não entendia porque estava sendo tão tola dessa forma. O pior de tudo era que eu nem tinha visto o rosto dele. O que consegui reparar, nos poucos segundos que se passaram, foi que ele tinha o cabelo escuro. Não era comprido, porém pude enxergar poucos fios por debaixo da touca que ele usava. Também notei que ele tinha estilo. Usava uma jaqueta de couro preta, calça jeans e coturno. O estilo não era uma surpresa para mim, já que sua irmã também se vestia muito bem. A casa deles era maravilhosa, então por que eles não seriam?

Mas no que eu estava pensando, se nem ao menos vi o rosto do cara?

Resolvi parar de pensar idiotices e voltei a caminhar. Parei quando cheguei à frente da porta do quarto do Enzo. A vontade de ver tudo por dentro era tanta que nem sei de onde vinha, porém eu não era louca a ponto de espiar. Eu tinha amor a minha vida. Respirei fundo e desci as escadas.

Enquanto me aproximava da cozinha, pude escutar a voz da Lacey. Ela estava sussurrando:

─ Ela está morando aqui em casa agora. Please. Seja legal.

─ Não sei para quê você foi inventar isso, Lay. Você sabe muito bem...

─ A casa é minha, Enzo. Então eu convido quem eu quiser para viver aqui.

Não escutei mais nada depois disso. Percebi que a voz dele era grave e máscula. Enzo não era nem um pouco gentil com as palavras. De repente senti um alívio por Lacey ter me alertado sobre esse temperamento do seu irmão, assim não levaria um susto quando ele fosse grosseiro comigo.

Finalmente criei coragem para entrar na cozinha de uma vez. Não pude ver o rosto de Enzo de novo. Como da primeira vez, ele estava de costas para mim. Os dois estavam bem próximos um do outro, de frente para o fogão.

─ Não mexe nisso, que ainda não está pronto! ─ Lacey ordenou, surrando a mão do irmão. Enzo chupou o dedo que ela acabou de bater.

─ Estou com fome ─ queixou-se ele impaciente.

─ O problema é seu. Senta aí e espera.

Então Enzo se virou. Havia um sorriso em seu rosto que logo desapareceu assim que me viu. Seus olhos eram grandes e azuis, como o mar refletido do céu. Ele tinha a pele clara e o rosto rígido. Ficamos nos encarando por alguns segundos. Seu rosto era tão rígido quanto à expressão que ele deixava transparecer na minha direção. Ele abaixou a cabeça. Insociável. Rude.

Lacey notou que eu estava presente.

Hey girl, você já chegou! Como foi lá?

─ Foi bom ─ respondi com a voz baixa.

Lacey percebeu o clima estranho, então resolveu nos apresentar formalmente.

─ Enzo essa é Giselle, nossa nova hóspede. Ela veio do Brasil.

Enzo não respondeu nada. Tampouco estava interessado. Ele não me encarava, parecia mais entretido no que havia em seu telefone celular. Lacey olhou para mim como se dissesse: eu te avisei.

─ Então, esse almoço vai sair ou não? Eu estou com fome ─ manifestou-se ele grosseiramente, sem ousar tirar a visão do dispositivo em suas mãos.

─ Já vou servir vocês. ─ respondeu Lacey animada, voltando para o fogão.

Sentei-me no primeiro banco, o mais afastado possível de Enzo. Não sabia como me comportar. Não queria ficar encarando muito. Ele podia perceber.

Vanessa tinha razão. Ele era bonito. Contudo, com ele senti o oposto de quando conheci Lacey. Por ela tive afinidade logo de cara, já com seu irmão... Eu não gostei dele. Sua energia era pesada. No entanto não foi uma surpresa, pois Lacey tinha me avisado nessa manhã.

Lacey colocou os pratos sob a mesa e nos serviu. Ela realmente tinha gosto em fazer aquilo.

─ Espero que você goste da comida, Giselle. É uma das minhas especialidades. Frango com requeijão.

─ Deve estar delicioso ─ respondi com sinceridade. Depois de dar a primeira mordida constatei que realmente estava apetitoso. Quente e saboroso. Lacey tinha um dom.

Enquanto comia, não fui capaz de deixar de analisar Enzo. Ele devorava a comida com tanta rapidez, era como se fosse algum tipo de competição. Não chegava a ser nojento, porém também não era delicado. Eu não compreendia se ele tinha esse costume ou se só estava comendo assim hoje, por causa de mim.

Enzo olhou para a irmã, que já estava comendo com a gente, e disse algo em inglês. Tão rápido que não pude compreender. Suspeitei que ele tivesse feito de propósito, portanto tentei me lembrar. O que ele tinha dito? De todo modo, eu tinha certeza que não era algo bom.

Stop it! ─ Lacey gritou de repente. Não para mim. Mas para o irmão. Depois lhe disse para ser legal.

Certamente Enzo havia me insultado de alguma forma.

Ele quase engoliu toda a comida de uma vez só e se levantou. Colocou o prato dentro da pia e se virou para a irmã.

─ Deixa aí que eu lavo depois.

Foi o que ele disse antes de sair da cozinha.

Well... ─ Lacey iniciou a conversa depois de uma respirada lenta ─ Achei que seria pior ─ comentou dando mais uma garfada na comida.

Pior do que isso? Ele foi mal educado, grosseiro. Nem mesmo falou uma palavra para mim.

─ Ele só precisa se acostumar. Just that!

Eu não tinha tanta certeza disso. Enzo não gostou de mim. Eu também não o adorei. É só que, iríamos conviver na mesma casa. Um pouco de respeito não faria mal a ninguém.

─ Daqui a pouco estou saindo para trabalhar. Você vai ficar bem? ─ perguntou Lacey pegando na minha mão por cima do balcão.

─ Vou ─ menti. Eu não queria que ela se preocupasse comigo. Lacey tinha a vida dela, eu não queria perturbá-la.

Subi direto para o andar de cima, e não pude parar de imaginar, assim que passei pelo corredor, no que Enzo ficava fazendo dentro daquele quarto fechado.

Eu precisava mesmo era parar de pensar nele e focar nesse intercâmbio. Eu tinha muito que fazer.

Meu maior problema agora era arranjar um trabalho. Eu não tinha ideia de por onde começar. Eu não conhecia ninguém. Sem contar com Lacey e... Lacey. Era isso! Ela poderia me ajudar. Com certeza conhecia pessoas que precisavam de funcionários em algum lugar. Sorri satisfeita com a ideia e esperaria ela voltar da rádio, onde ela trabalhava, para conversar sobre o assunto.

Senti sono de tarde e acabei cochilando sem perceber. Quando acordei e busquei por horas me dei conta de que já se passavam das cinco. Fiquei chateada. Afinal estava gastando meu tempo dormindo quando podia estar aproveitando a viagem de alguma forma.

Desci até a cozinha para beber um copo d'água. Lá não deixei de notar a pia limpa. Ou Lacey havia lavado a louça antes de sair ou Enzo cumpriu o que disse e ele mesmo o fez.

Subi novamente, no entanto dessa vez caminhei em direção à porta do banheiro. Só que antes mesmo de poder tocar na maçaneta para entrar, quase me choquei com um corpo muito maior que o meu que saia de parte de dentro. Na mesma hora percebi que era Enzo. Seu corpo exposto estava úmido, o cabelo liso estava molhado, e só não estava completamente nu, porque uma toalha enrolada cobria toda a sua cintura. Era óbvio que ele tinha acabado de sair do banho.

Não havia como não reparar no corpo dele. Era forte, não tão musculoso, mas o tanquinho era bem definido. Tinha tatuagens nos braços, não parecidas com as de Lacey, eram apenas em alguns cantos, não chegava a cobrir o braço todo. Ele também era bem alto. Podia ter facilmente um metro e oitenta e cinco. Agora que estávamos frente a frente, podia perceber isso.

Enzo não estava contente ao me ver. É claro. Ele estava completamente pelado por de baixo daquela toalha.

─ Me desculpe. Eu não sabia que você estava... ─ Tentei me desculpar, mas ele me deixou falando sozinha. Passou por mim e entrou no quarto, sem antes bater a porta com tudo.

Senti raiva por dentro. Estava bem claro que ele não foi com a minha cara, porém essa situação de não me dirigir à palavra, estava me deixando irritada.

O ódio foi tanto, que nem fiquei mais com vontade de usar o banheiro. E para piorar identifiquei a fragrância da colônia do desodorante masculino que ele tinha usado. O cheiro de relva ficou impregnado no banheiro. Fechei a porta e resolvi descer para ver um pouco de televisão. Quem sabe assim eu não me distraia um pouco?

Passei aleatoriamente os canais até que parei na MTV. Estava passando uma maratona de clipes da Katy Perry. A música Fireworks ressoava pela sala e eu a cantarolava na minha cabeça.

Para a minha sorte Lacey não demorou a retornar. Quando meus olhos a viram, passei rapidamente para um estado de alivio. Ficar sozinha, sem nada para fazer ou alguém para conversar, era muito chato.

Lacey imediatamente jogou o corpo contra o sofá. Respirava cansaço.

─ Nossa, como eu preciso de um banho.

Eu queria falar com ela sobre a oportunidade do trabalho, porém achei melhor deixar para mais tarde. Ela estava exausta, tinha que descansar antes de eu enchê-la com os meus problemas.

─ Lacey, eu queria conversar com você mais tarde.

─ O Enzo fez alguma coisa? ─ perguntou ela apreensiva.

Um desconforto por sua preocupação se estende em meus pensamentos. O que ele poderia ter feito?

─ Não. Não tem nada a ver com isso ─ respondi a pergunta dela. ─ É outra coisa. Mas eu falo depois.

─ Okay. Mas a pergunta que não quer calar é... Como meu irmão se comportou?

Ela queria saber o que ele tinha feito? Bem, o lance era o seguinte. Seu irmão é um idiota. Ele tem algum problema mental ou algum tipo de distúrbio. Ele é um mal-educado e um nojento.

Pensei sozinha, pois era evidente que não teria coragem de falar isso em voz alta. Lacey me observava esperando alguma resposta. Respirei fundo para dizer qualquer coisa ao contrário do que estava pensando, quando escutei alguém descendo as escadas. Lacey se levantou e esperou o irmão se aproximar. Enzo lhe deu um beijo no rosto.

─ Já está indo trabalhar? ─ perguntou ela.

─ Sim.

Ele não olhou para mim, para variar. Era como se eu nem estivesse presente. Não existisse.

─ Eu já estava subindo para tomar banho. Estou morta de cansaço. Bom trabalho.

Ela subiu as escadas me deixando sozinha com Enzo. Entretanto eu sabia que ele logo iria embora, sem dizer uma única palavra, como já tinha feito antes. Por isso ele me pegou de surpresa ao ficar parado me observando e, repentinamente, fiquei intimidada.

─ Qual é o seu nome mesmo?

Não acreditei que ele estava falando comigo. E ainda por cima perguntando meu nome. Levantei do sofá, insegura. No momento em que estava pronta para dizer meu nome ele voltou a falar:

─ Quer saber? ─ Ele levantou a mão para me impedir de dialogar. ─ Não me interessa!

Como ele se atreve a falar comigo dessa maneira?

Enzo estava conseguindo me fazer ter mais antipatia por ele a cada segundo.

─ Essa casa não é minha, mas eu moro aqui ─ continuou ele, não sendo simpático. ─ E se vou ser obrigado a conviver na sua presença, acho melhor você ficar na sua.

─ Não estou entendendo ─ contestei. Apesar do meu tom de voz soar natural, eu estava bem nervosa. Minha vontade era de pular em seu pescoço e quebrá-lo. Assim como costumam fazer em séries da televisão.

Eu não havia entendido o que eu tinha feito para ele me tratar dessa maneira.

─ Ah, me desculpe ─ justificou-se Enzo, numa atuação estupenda e artificial. ─ Esqueci que você não entende muito bem a língua.

─ O inglês eu entendi ─ respondi com repulsa. ─ O que não entendi é a razão para tudo isso.

─ Achei que vocês brasileiros fossem mais inteligentes ─ rebateu ele. Parecendo estar apreciando o rumo da nossa conversa.

─ Você está me ofendendo.

─ Ótimo.

Que desprezível. Enzo não tinha vergonha nenhuma em jogar essas palavras imundas na minha cara. Eu tive ódio disso.

─ Você nem me conhece. Por que está me tratando assim?

─ Eu não preciso te conhecer, pra não gostar de você ─ Ele ajeitou a jaqueta e virou-se para a televisão. A maratona de Katy Perry ainda estava passando na MTV. ─ Agora se me dá licença, eu tenho mais o que fazer, do que ficar assistindo clipe na tevê.

E dizendo isso ele me deu as costas. Como se fosse à coisa mais natural do mundo. Como se não tivesse acabado de me ofender.

Desgraçado.

Não me lembrava de ter sentindo tanto ódio por alguém na minha vida. Enzo era um idiota de primeira. Ele devia ter sérios problemas. Isso não era normal.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem, quero saber a opinião de vocês!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Intercâmbio" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.