“Len on”

“Flashback on”

– Teto vai logo! – gritei enquanto corríamos feito loucos.

– Estou indo o mais rápido que dá com esse saltinho idiota então não reclama! – gritou de volta.

Nós tínhamos feito um plano pra enganar o Bulling da escola... Tinha tido um evento esportivo na escola e o Bulling trapaceou, e fez um garoto se machucar feio na corrida de obstáculos! Então resolvemos dar o troco: eu e meus amigos Teto e Gumo nos propusemos a entregar as medalhas nós mesmos (por isso Teto estava de salto)... E quando fossemos dar a dele, botaríamos uma que Teto encomendou escrito “Trapaceiro do ano” de um lado e “Perdedor número 1” do outro em seu lugar. E para completar, viraríamos um balde de sei eu oque nele...

– Gumo! O que tinha no maldito balde!? – grito correndo.

– Sabe lixo de cozinha, que vaza uma agua fedorenta se a sacola estiver furada? – Gumo.

– Sei... – pedi para continuar já sabendo oque ele diria.

– Então: tinha aquele caldo do lixo em decomposição, agua da privada da escola que cê sabe que não era limpa a mais de um século, molho de pimenta mexicana do meu pai e deixei os alunos que se machucaram no evento por culpa dele botarem alguma coisa ali... E um deles trouxe cocô de cachorro que desmancho e se misturou na agua! Uma sacola que tinha o cocô de um mês e de um pastor alemão! – Gumo.

– Por isso estava fedendo tanto! E por isso os olhos dele devem tá ardendo! – Teto riu.

– E por isso também que ele tá correndo atrás da gente! – gritei sério.

Por sorte já tínhamos um plano: caso corresse atrás de nós, o levaríamos até um corredor mais largo próximo da escada. Botamos óleo no chão e enquanto ele estivesse resvalando descíamos as escadas para o primeiro andar e íamos embora.

Só que ao chegar lá ele alcançou Teto e pegou ela pela blusa.

– Agora vocês vão ver! – gritou levantando o punho.

– Não comigo aqui! – gritei e sinalizei para Gumo.

Empurrei o idiota pelo óleo e Gumo pegou Teto que estava prestes a cair no óleo também... Só que o infeliz F.D.P (se eu chamar de filho da puta vou ofender o irmão dele também e esse é legal) escorregou até a ponta da escada e caiu escadaria abaixo...

– Opa... – Teto e todos ali se surpreenderam – Pelo menos ele merecia... – tentou me consolar vendo que a diretora já estava se aproximando...

“Flashback off”

– E foi isso. – terminei de contar.

– Cara... – Rin estava perplexa.

– Cara... – Gumi me encarava com os olhos arregalados – ACHAMOS UM DOS NOSSOS! – Gumi grita animada com os olhos agora brilhando.

Não sei se a louca é ninja, mas de alguma forma Gumi, que estava do lado da Rin, já tá pendurada no meu pescoço. Então Rin se inclina de frente para mim.

– Queria tá lá pra ver e queria que esses seus amigos Gumo e Teto estivessem aqui também... Já que com certeza iriam querer ver as coisas que NÓS vamos fazer! – Rin.

– Como assim nós? – eu.

Então Rin pega um adesivo em sua cômoda e pega o meu celular.

– Essa é nossa sigla! – mostra o adesivo colado na parte de traz do meu celular – Agora você é oficialmente um de nós!

– Ok, e como assim um de nós? – pergunto.

– Simples: se um vai na festa, leva os outros junto, se um está encrencado, os outros ajudam a escapar, sempre que for fazer alguma pegadinha tipo a que você Teto e Gumo fizeram, os outros ajudam também! – Rin.

– Então é como um clube? – eu.

– É... Tá mais pra clã... Mais tanto faz... – Gumi dá de ombros – Agora você é oficialmente um R.E.D! Rebeldes encrenqueiros e diabinhos! – ela fala animada.

– Ok...

***

Então após esse pequeno surto das duas o Premonição 5 já tinha acabado e resolvemos por um pijama para passar o resto da noite.

Gumi com um conjuntinho de pijama verde-água quase branco de tão clarinho (ou desbotado), Rin com um conjuntinho azul marinho e eu com uma bermuda cinza e uma camiseta manga curta branca.

Então fomos jogando no computador até umas 03:07 da manhã quando Gumi voltou ao seu quarto se batendo nas paredes a cada três passos devido ao sono.

Me deitei e fiquei encarando o teto. E logo Rin deita em sua cama também.

– Boa noite. – diz se ajeitando na cama.

Ela deita de bruços deixando que seu braço direito fique pro meu lado. Ela tem a sigla dos RED marcada no braço. Mas a sua é uma cicatriz bem nítida e funda. Com certeza ela se machucou...

– Rin, isso foi um machucado de verdade? Parece a sigla dos RED... – encarro seu braço.

– Porque o meu foi assim que a sigla surgiu. – ela vira pra mim – Um idiota do segundo grau da minha antiga escola roubou o meu anel. Quando tentei pegar de volta ele me deu um soco e acabou cravando o anel no meu braço... Como a marca não saiu Gumi resolveu que ia marcar seu braço também e disse que era um símbolo da nossa amizade. Claro que não deixei, dai saiu a ideia de fazer adesivos para o celular. Os outros concordaram também e essa virou a nossa sigla. E como éramos todos rebeldes encrenqueiros e praticamente os diabinhos da sala...

– Se tornaram os RED... – completei e ela assentiu.

– Ao todo são dois dos meus amigos da outra escola, a Gumi, o Akaito, o Yuma e você...

– Ué, pensei que não era amiga do Yuma! – eu.

– Não sou. Mas o Akaito, irmão gêmeo do Kaito é. E como o Akaito era um RED, chamou o Yuma pro grupo. Mais nunca nos tornamos amigos mesmo. Ele só aparecia quando tínhamos algum plano para por em pratica ou alguma pegadinha. – Rin explicou.

– Ah... Bem... Faz sentido. – falo pensando na praga que Yuma é – Mas, sinto pelo seu anel, seu braço e coisa e tal... – eu – E boa noite.

– Boa noite... – Rin ri sem graça e vira de costas para mim.

Logo adormecemos.