Zodíaco: O 13º Signo escrita por Rodrigo Fregnani


Capítulo 9
A Festa do Zodíaco


Notas iniciais do capítulo

Obrigado ao pessoal que está lendo, comentando e favoritando. Vocês são demais!
E lá vai mais um capítulo XD
Boa leitura!



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Eu lia incansavelmente. A Biblioteca transmitia-me tanta paz e sossego com seu silêncio adorável, que eu tinha vontade de fazer dali o meu aposento. Eram tantos livros sublimes e ricos em informação e entretimento. Eram tantas palavras sussurradas em suas volumosas obras. Era tanta magia sob a proteção de um Universo de letras dançantes em páginas outrora degustadas por outros olhos tão famintos quanto os meus.

─ Shorin ─ Kikliton sussurrava ao meu lado. Eu nem havia percebido que ele se aproximara de mim. ─ Você não vai para a festa?

─ Claro que sim, mas é só à noite, não?

─ Cara, já é noite ─ riu o rapaz.

Observei ao meu redor e pude averiguar a veracidade das palavras de meu novo amigo. As luzes das velas foram acesas, rodeando a Biblioteca com sua iluminação calorosa. Pela janela pude enxergar a Lua com suas estrelas companheiras, dando-me a certeza de que o Sol fora repousar após um longo dia.

─ Deuses! ─ exclamei baixo. ─ Não percebi o tempo passar. É que neste paraíso, não tem como se dar conta do mundo, não é mesmo?

─ Você é um cara estranho, Shorin. ─ Kikliton bateu suas mãos em meus ombros, como de costume. ─ Só você mesmo para gostar da Biblioteca. Agora vamos! ─ Puxou-me, quase me fazendo deixar o livro cair no chão. ─ Os outros estão nos esperando lá fora.

Segui o meu companheiro, cujo sonho era pertencer ao signo de Capricórnio. Corremos para Encontrar os outros três integrantes do grupo.

─ Ah! Aí está ele ─ falou Aspin. ─ Pensei que estava fugindo da festa.

─ Oh, de forma alguma ─ objetei. ─ Não perderia essa festa por nada!

Não mesmo! Seria a primeira festa que participaria. Estava muito ansiosa para ver como os machos confraternizavam.

Lembro-me que as festas que meu pai oferecia a seus amigos eram bem barulhentas por conta da música e dos berros dos homens embriagados. Recordo-me das estrondosas gargalhadas e das conversas de conteúdo inútil e, muitas vezes, eróticos.

Escondia-me nas galerias de minha ex-casa para visualizar tudo. Homens falando palavrões sem nenhum ressentimento, fazendo gestos obscenos e menosprezando as mulheres. A única vez que os machos falavam algo de bom do sexo oposto, era quando o assunto se tratava de sexo. Para eles, as mulheres só serviam para satisfazer seus apetites sexuais e cuidar do lar. Nada mais!

Eu voltava para meu quarto com aquela cena horrorosa e com cada palavra infame ecoando em minha cabeça.

Thotin era o único que não participava das conversas. Sempre o via em um canto, forçando um sorriso quando necessário e brindando para disfarçar seu desconforto. Várias vezes ele me segredou que detestava as reuniões de papai e de outras dadas por seus amigos. Sentia-se um peixe fora d’água.

Por mais que as comemorações não tivessem uma boa imagem para mim, mesmo assim tinha vontade de participar de uma. Caso algum varão falasse qualquer cretinice sobre o sexo feminino, eu poderia rebater sem remorso, pois, naquele momento, também era um homem e podia expor minha opinião.

─ Ótimo! ─ comemorou Milkt. ─ Então vamos logo, antes que o vinho acabe.

Rumamos ao pátio da Academia, local este que a festa estava sendo executada. Fazia uma noite fria, algo normal para o clima das montanhas. Todavia, com a quantidade de barris de vinho, ninguém se importava com a baixa temperatura, aquecendo-se com o líquido da cor de Áries e com a algazarra que os marmanjos faziam.

─ Bem-vindos, novatos! ─ saudou Riklim, como de costume, acompanhado de seus amigos, Mirlam e Wont. ─ Espero que aproveitem a festa.

─ Pode apostar que sim! ─ afirmou Aspin, pegando logo uma taça cheia.

─ É assim que se faz, calouro! ─ gargalhou Wont, imitando meu colega.

Eu peguei uma taça de vinho também e logo o pus goela abaixo. Era um sabor um pouco mais forte do que era oferecido nas refeições da Academia, mas não era ruim.

─ Puxa, isso aqui está muito bagunçado! ─ gritou Jaron para eu escutá-lo. O barulho de música e conversa estavam ensurdecedoras. ─ Se eu fosse você, não exageraria nesse vinho. Sabe-se lá os deuses o que contêm.

─ Prometo não exagerar ─ garanti.

Meu amigo sorriu satisfeito. Acho que ele via em mim uma alma que, diferente dos nossos outros colegas, tinha salvação, ou, talvez, com pecados quase inexistentes. Jaron era um rapaz sensível e muito prudente. Ao contrário dos outros, não se metia em confusões e arruaças.

A festa estava bem animada. Acho que até demais!

Olhava para um lado, e lá estavam alguns rapazes reunidos falando suas besteiras. Olhava para outro, e uma turma se reunia para fazer uma competição de arroto. Em um canto, rapazes mais intelectuais discutiam sobre as disciplinas da Academia. Em outro, jovens bebiam irresponsavelmente, deixando uns em um estado tão lamentável, que o fazia vomitar ali mesmo, esvaziando seu estômago por completo com a chegada do vinho em excesso.

Eu já estava prestes a ir embora, não aguentava mais toda aquela bagunça.

─ A festa não lhe agrada, Shonim? ─ Riklim veio falar comigo.

─ É Shorin! ─ corrigi-o. ─ E sim, me agrada ─ menti. ─, mas estou meio cansado hoje, então acho que vou embora.

─ Mas já? A festa mal começou. ─ Pegou uma taça de vinho e deu-a a mim. ─ Tome. Você está precisando relaxar um pouco. Aproveite, cara! Depois você terá pouquíssimo tempo para a farra.

Aceitei a bebida, acompanhando o jovem moreno em um brinde singelo. Riklim era um jovem bonito e muito atraente. Seus olhos pecaminosos não desmentiam o signo que pertencia. Parecia que eu podia ler seus pensamentos e eles diziam: Sexo! Sexo! Sexo!

─ Mais um pouco para você, Shorin. ─ Mais vinho fora depositado em minha taça.

─ Só mais essa ─ falei.

─ Por quê? Você tem que se soltar, meu amigo! ─ Puxou-me para perto de si, dando-me um abraço pelos ombros, quase fazendo o meu vinho encontrar-se com o chão. ─ Precisa se divertir. Eu sei que aqui não tem umas putas para a gente dar uns tratos, mas isso será resolvido em breve. Prometo levar você e seus amigos para farrear!

Depositou-me um sorriso malicioso, voltando a engolir seu vinho. Deu-me náuseas de escutá-lo falar tantas barbaridades. Estava completamente bêbado.

─ Bem, eu vou indo mesmo, Riklim! ─ Soltei-me de seus braços. ─ A festa está ótima, mas não sei se aguento até o final.

─ Você é um puto mesmo, Shorin ─ riu o moreno. ─ Não pensa que vai escapar de mim, seu filha da puta! Vou levá-lo para conhecer as prostitutas nem que seja na marra.

Limitei-me a dar-lhe um sorriso amarelo e sair de sua presença estúpida.

Sim, os rapazes de Escorpião eram muito ligados à luxúria. E, para minha infelicidade, eu sabia que Riklim, mesmo embriagado, não se esqueceria da proposta de levar-me a um prostíbulo.

Caminhei cambaleante até meu quarto, pensativa e rindo um pouco das situações trágicas, mas que, no fundo, têm suas comicidades. Vi e escutei coisas horrorosas na festa, porém, não podia deixar de rir das atitudes patéticas dos homens. Eles diziam que as mulheres eram estúpidas, mas não olhavam para seus próprios umbigos.

Encontrei o meu dormitório e Jaron ainda não havia retornado. Deixei meu corpo cair sobre a cama e, ali, repousei profundamente.

Quando acordei na manhã seguinte, ao som dos roncos rítmicos de Jaron, minha cabeça agoniava-me com sua dor estrondosa. Percebi que o vinho em excesso não me fazia bem, portanto, fora uma lição para não abusar novamente do álcool.


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Notas finais do capítulo

Leu até aqui, certo? Então o que custa comentar, pow? Vamos lá, é rapidinho! Por favor! xD



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