Zodíaco: O 13º Signo escrita por Rodrigo Fregnani


Capítulo 11
O Prostíbulo


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora para postar. Estou bem atarefado, então, postagens de novos capítulos irão ser mais demorados :(
Espero que gostem deste capítulo...



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Eu olhava-me no espelho. Trajava um uniforme vermelho, a cor de Leão. Era uma vestimenta bonita e muito pomposa; nunca imaginei um dia vestir algo igual.

─ Está bonito, Shorin ─ zombou Jaron, vestindo seu traje azul claro de Peixes. ─ E eu, como estou?

─ Formidável, meu caro ─ sorri.

─ Estou nervoso ─ confessou-me meu amigo de cabelos rubros. ─ Não sei se estou preparado para perder a virgindade.

Após um momento de êxtase por estar, finalmente, em um signo, acordei de minha felicidade embriagante para enfrentar a realidade que me rodeava como uma víbora preste a dar o bote. Eu não queria visitar as prostitutas. Isso poderia acabar com o meu disfarce.

─ Ora, então não vá! ─ encorajei-o. ─ Eu também não me sinto preparado, então, que tal nós dois não irmos?

Se Jaron concordasse em não ir, assim os outros não me perturbariam tanto por desistir do sonho juvenil de perder a pureza.

─ Mas eu quero ir! ─ rebateu. ─ Não posso ficar neste estado para sempre, não é? E nem você, Shorin! Precisamos utilizar nossa máquina masculina para funcionar. Precisamos deixá-la dar sua partida e invadir caminhos do prazer.

Acontece que minha máquina masculina não existe.

Kikliton aparecera trajando o amarelo, cor de Sagitário. Ao seu lado, estava Milkt, com sua roupa creme de Câncer; e do outro, Aspin, vestindo a cor de Gêmeos: verde musgo.

─ Vejam! ─ falou Kikliton. ─ Todos pertencemos à casa de nossos pais. E, melhor ainda, comemoraremos em grande estilo, pessoal!

─ Eu não sei se vou ─ murmurei, sendo mirado pelos quatro integrantes do grupo. ─ Acho que não estou me sentindo muito bem hoje.

─ Vá ao inferno o seu não sentir muito bem ─ gargalhou o rapaz negro. ─ Você vai trepar hoje, meu amigo, e vai dar uma trepada muito boa!

Segurou-me pelos ombros e chacoalhou-me cheio de vivacidade.

─ Você parece o pessoal de Escorpião falando, Kikliton ─ ralhou Jaron. ─ Será que não erraram o seu signo? Não falemos vulgaridades como trepar, meu caro. Falemos do processo da junção da carne. Coloquemos um pouco de poesia neste momento voraz.

─ Ah, cale a boca, seu merda! ─ riu Aspin. ─ Vamos trepar e pronto!

Percebi, ao poucos, como funcionava a cabeça dos garotos: eles trocam afeto com xingamentos e insultos. Demonstram sua amizade através de expressões de baixo calão. Eles se amam com jeito rude e grotesco. Entendem-se às brigas e palavrões.

Não consegui me manifestar mais, pois Milkt, Aspin e Kikliton, carregam-me até a saída, direcionando-me, junto com eles, até a grande cerejeira da Academia, onde Riklim, Mirlam e Wont nos esperariam.

Fui carregada até a majestosa árvore, e o trio de arruaceiros já estavam por lá.

─ Pensei que tinham desistido ─ comentou Riklim. ─ E aí? Preparados para serem chupados?

Eu queria ter o dom de desaparecer. Cansava-me escutar tantas atrocidades e, pior, fazer parte delas.

Riklim não esperou nossas respostas. Pediu-nos para acompanhá-lo e caminhar com ele até o prostíbulo mais próximo da Academia. Segundo ele, todos os rapazes do instituto procuravam por sexo, era a coisa mais natural.

─ Chegamos! ─ comentou após uma caminhada de vinte minutos. ─ Agora vocês saberão o que é viver.

O lugar era repleto por tendas. Podiam-se ouvir gemidos de um canto e gritos luxuriosos de outro.

Não demorou para algumas mulheres de preto aparecerem. Ao contrário da coloração do signo de Escorpião, as prostitutas vestiam-se de um negro fosco, apagado.

Uma loira se aproximou de Riklim e tascou-lhe um beijo sexual em nossa presença.

─ Bem, esta aqui é minha ─ sorriu o moreno. ─ Tratem de procurar a de vocês, seus merdas!

Saiu com as mãos sobre as nádegas da garota e entrou em uma tenda, local este destinado à noite de pecados. Um a um, os rapazes foram encontrando suas companheiras. Jaron sorria abobalhadamente para a morena ao seu lado, sem saber ao certo como agir.

─ E você, garanhão? ─ Virei e avistei uma mulher por volta dos trinta anos. Talvez fosse mais nova, entretanto, com a vida que levava, sua jovialidade fora carregada mais depressa. ─ Quer vir comigo?

─ Acho que vou embora ─ balbuciei. ─ Não me sinto muito bem...

─ Ah, não seja tímido. ─ Agarrou minha mão e levou-me para uma tenda. ─ Venha comigo.

Adentramos uma tenda que tinha um cheiro estranho e nada agradável. Talvez fosse o cheiro do sexo, algo novo para mim.

A mulher começou a rebolar e dançar em minha frente, tirando suas roupas aos poucos, ficando apenas de roupas íntimas. Deixei escapar um riso, porquanto aquela cena era cômica e inusitada.

─ Está rindo de mim? ─ Ela fitara-me com raiva. ─ O que há de tão engraçado?

Se eu fosse homem, poderia ter-lhe dado uma bela bofetada na face por dirigir-se a mim com ousadia.

─ Não rio da senhorita ─ apressei-me a explicar. ─ Rio da situação.

─ Sou patética e desprezível para o senhor, é isso? Não estou a sua altura?

─ Não é isso, senhorita, por favor ─ desculpei-me. ─ A senhorita possui uma beleza nunca dantes vista. És bela por fora, mas, principalmente, por dentro. Sua alma é arranhada, mas prevalece a benevolência em seu coração. Não me entenda mal ─ falei. ─ Só não quero fazer isso, porque não posso.

Ela olhou-me com lágrimas nos olhos, mas não me mirava com rancor. Na verdade, me olhava com admiração e respeito.

─ Qual o nome deste cavalheiro tão romântico, sensível e especial? ─ perguntou.

─ Shorin.

─ Shorin? Que nome mais estranho. ─ Encarou-me e aproximou-se mais de mim. ─ Nenhum homem me tratou com tanto respeito quanto você, rapaz. A sua alma é cheia de benevolência. Se não estiver preparado, eu compreendo.

─ Desculpe-me ─ disse. ─ Prefiro que nada aconteça esta noite, senhorita.

─ Tudo bem ─ ela assentiu, sorrindo para mim. ─ Posso dizer aos seus amigos que você fez tudo direitinho, se quiser. Posso dizer que você é o homem mais voraz que já conheci.

Sorri para ela e agradeci.

─ Será ótimo, pois assim eles pararão de me encher as paciências.

Ela concordou, depositando-me um beijo terno na testa.

─ Você é um garoto especial, Shorin ─ sussurrou. ─ Obrigada. Saiba que, quando estiver pronto, eu estarei o esperando para uma noite muito agradável.

─ Obrigado.

Ficamos em silêncio por um momento, esperando o tempo necessário passar.

─ E como se chama, senhorita?

─ Tynia.

─ Bonito nome.

Com o passar do tempo, Tynia e eu saímos da tenda para nos encontrarmos com os meus colegas.

─ Ah! ─ falei, retirando algo de meu bolso. ─ Aqui, senhorita, por fazê-la desperdiçar sua noite.

─ Guarde sua constelação, Shorin. ─ Fez-me enconchar a moeda em minhas mãos. ─ E, caso voltar, saiba que também não aceitarei moeda alguma. Sua companhia já é uma grande recompensa.

Beije-lhe a bochecha magra, despedindo-me, assim, da pobre Tynia. Fiquei pensando o que ela passara, como fora sua família, por que preferiu rejeitar o casamento e preferido a prostituição. Tinha certeza que ela havia encontrado um pretendente, afinal, era uma mulher bonita, apesar do sofrimento vivido.

Não, ser mulher não era fácil em Zodíaco.


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Notas finais do capítulo

E aí, rapaziada? Gostaram? Deixem comentário para esse autor desafortunado *cara de piedade*
Abraços!



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