All Hail the Queen escrita por Angie Hoyer


Capítulo 7
Music Festival


Notas iniciais do capítulo

Hey meus amores, como estão ? Espero que super bem!
Então galerinha do mal, eu sei que disse que só ia postar no fim de semana, maaaaas a linda Psyque me lembrou que o capitulo já estava pronto kkkk'

Bom o capitulo de hoje esta recheado de coisas boas e personagens novos...Mas nenhum comentário ate agora...
Espero que apreciem a leitura.



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"Quantas pessoas fazem você se sentir, raro, puro e especial? Quantas pessoas fazem você se sentir extraordinário?"

—Marley e eu

New Orleans 13:42 Pm

Igreja de New Orleans

Holly havia ido, no máximo, três vezes à igreja nos últimos... Dez anos. Nunca havia sido muito religiosa, assim como seu pai. E o cheiro das velas a estava deixando zonza, havia uma espécie de suporte onde diversas delas estavam acessas. Não muito longe, próximo ao órgão no canto esquerda da igreja, havia uma porta de madeira gasta por onde um homem inteiramente de preto passou, ele sorriu amistoso e se aproximou.

— Tobias, que surpresa. — O Padre disse e estendeu sua mão. — Há muito tempo não vem até a paróquia.

Tobias sorriu amarelo e apertou a mão do homem, que permanecia sorrindo.

— Hm, eu ando trabalhando muito. — Aquela havia sido a desculpa mais deslavada que Holly já tinha escutado. — Na verdade eu preciso muito da sua ajuda.

O padre assentiu e indicou o banco próximo, observou Holly pelo canto dos olhos.

— E você minha jovem, é quem precisa de ajuda? — Kieran finalmente se dirigiu a ela quando eles se sentaram. — Aliás, sou Kieran O'Conell é um imenso prazer tê-la em minha igreja.

— Holly Labonair Bernasconi, Padre. — Murmurou encarando as orbes escuras do homem a sua frente.

O olhar de Kieran vacilou ao escutar o nome da garota, ele engoliu em seco e pelo canto dos olhos encarou Tobias que permanecia quieto e encarava o nada.

— E do que precisa querida?

— Minha mãe, o senhor conheceu a minha mãe. — Respondeu retirando o cartão assinado da bolsa e o entregando.

— Claro, Brooke Labonair. — Comentou sorrindo. — Uma morte muito prematura e dolorosa.

— Quero saber mais sobre ela. — Disparou com o olhar desesperado. — Eu não sei quase nada...

— Sobre o que quer saber? — O padre a analisava, precisava saber até que ponto poderia contar a bela jovem.

— Há uma semana, em nem sabia que ela era de Nova Orleans. — Disse amargurada soltando um riso frouxo. — Meu pai nunca me disse muita coisa, apenas que ela era linda e que a amava muito.

— Entendo. — Murmurou pensativo.

— Pensei que pudesse me ajudar.

Padre O'Conell encarou a jovem loira a sua frente e ponderou o que deveria ser dito. A informação de que mais um Labonair estava na cidade a pouco chegara aos seus ouvidos e saber de que se tratava da menina que ele havia visto nascer apertava seu peito, em pouco tempo, eles a achariam e a profecia se concretizaria, faltava apena um. Só Deus poderia saber o futuro que aguardava aquela jovem com aura de anjo.

— E posso querida. — Disse sorrindo. — Brooke era uma jovem cheia de vida, morava não muito longe do centro em uma pequena fazenda próxima ao pântano. Seus avôs eram muito conservadores, mas Brooke não, ela possua um espírito livre, assim como o de um pássaro, ela gostaria de alçar voo e conhecer o mundo que a rodeava.

Holly sorriu ao escutar a narrativa do padre, ela já havia imaginada sua mãe de varias formas, todavia o que ela realmente era parecia tão perfeito.

— Me lembro de que ela vinha muito à paróquia para conversar comigo. — Continuou prendendo a atenção tanto de Holly como de Tobias. — Claro que era apenas uma desculpa para vir até a cidade, às vezes ela vinha acompanhada da irmã caçula Lisa...

— Minha mãe tinha uma irmã? — Perguntou chocada. — Eu nunca soube...

— Holly, a família Labonair é maior do que você pensa. Mas me deixe continuar. — Comentou fazendo com que ela assentisse. — Bom, continuando. Ela gostava de visitar as lojas e ir até a livraria, mas isso acontecia quando tinha quinze anos. Lembro-me de que no seu aniversário de dezoito anos, ela brigou com seus avós, eles queriam que ela se casasse com o filho de uma família amiga. Sei que parece um costume meio arcaico, mas era muito comum entre os Lo... Labonair.

Por um segundo ele quase entregara tudo. Tobias arregalou os olhos e Holly pareceu nem perceber, seus olhos estavam fixos no padre e seus ouvidos pareciam gritar por mais informação. Kieran pigarreou e voltou a contar um pouco constrangido pelo erro.

— Hm, evidentemente sua mãe não aceitou e foi embora de casa na mesma noite, me recordo de ter acordado assustado na madruga e ter visto sua mãe na porta da igreja. Ela me pediu abrigo por alguns dias. Um tempo depois ela conseguiu um emprego em um café e com algum esforço e ajuda, ela alugou um apartamento no centro, próximo à loja de fantasias. — Os olhos azuis de Holly continham um brilho que Kieran viu poucas vezes e todas elas foram aos olhos castanhos de Brooke. — Depois daquele dia, ela quase não conseguia vir à paróquia, ela trabalhava muito e não possuía tempo nem de respirar, um tempo depois seu pai apareceu aqui.

Kieran fez uma pausa e pensou que havia sido naquela data que a vida da doce Brooke começou a ruir. Não por culpa de Leon, longe disso, ele apenas a salvara de seus próprios demônios.

— Padre? — Tobias falou pela primeira vez desde que ele começara a historia. — Esta tudo bem?

— Claro, onde eu havia parado. — Questionou um pouco aéreo. — Ah, claro, seu pai, querida. Bom, não demorou muito para que ele se interessasse por sua mãe, ela era a jovem mais linda dessa cidade. Em pouco tempo eles se apaixonaram e por um mísero segundo eu pensei que tudo daria certo...

— Como assim?— A loira franziu o cenho.

— Hm, digo, sua mãe merecia ser feliz e era evidente que seus avós achavam que daquele modo e com aquele homem ela não seria e foi quando mais brigas aconteceram. — Holly não percebia, mas o Padre escolhia cada uma de suas palavras com medo de contar de mais a pobre garota. — Sua mãe e seus avôs pareciam cão e gato, não paravam de brigar por um único segundo, e foi quando sua tia Lisa interviu ao favor de sua mãe, as coisas pareciam calmas e então ela engravidou de você. Eu nunca vi Brooke tão feliz em toda a minha vida, ela parecia uma estrela de tanto que brilhava, era lindo de se olhar.

As lágrimas que a pouco a jovem Labonair prendia, escorreram por sua face corada. Seu primeiro pensamento foi que a história de sua mãe se assemelhava a de um conto, como um livro de romance antigo que te faz rir e chorar ao mesmo tempo. E agora ela se questionava do porquê de seu pai nunca ter dito nada sobre. A mulher sentiu os dedos tímidos de Tobias agarrarem sua mãe lhe transmitindo conforto.

— Os meses se passaram e as coisas pioravam, seus avôs voltaram a brigar e Lisa sempre tentava apaziguar, até que ela também abandonou a fazenda indo morar no apartamento com sua mãe e seu pai. Leon queria as levar para Suíça, deixar Nova Orleans e nunca mais voltar. — A pior parte estava por vir e Kieran não sabia como mascará-la. — Então seus avôs tentaram contra a sua vida, sua mãe ficou furiosa e os confrontou dizendo que se algo acontecesse a você ela nunca os perdoaria, por pouco tempo a calma voltou. Quando você estava preste a nascer, seu pai comprou as passagens e arrumou tudo para que assim que você chegasse ao mundo eles fossem embora, mas isso não aconteceu. Houve complicações no parto e sua mãe escolheu você, Holly, Lisa me confidenciou antes do enterro de sua mãe, que suas últimas palavras foram dirigidas a você, dizendo o quanto te amava.

Suas mãos tremiam e sua garganta secou. Holly não conseguia pronunciar uma única palavra, o choro se engasgou e ela mal conseguia se mexer. Era doloroso demais para ela saber que sua mãe não estava ali por culpa daqueles que deviam a proteger e amar acima de tudo, e principalmente apoiar suas escolhas. Agora ela entendia o porquê seu pai a afastou por tanto tempo daquela família, e a escondeu todas essas coisas. Seu pai a afastou dos Labonair do mesmo modo que a afastou dos Bernasconi, e ela entendia e até agradecia.

Sua primeira reação após se recuperar do choque e começar a digerir todas aquelas informações foi agarrar Tobias pelo pescoço e chorar. O rapaz havia se tornado sua âncora em tão pouco tempo, ele a transmitia tanta confiança que se tornava ainda mais fácil confiar naqueles olhos escuros. Tobias se tornou muito mais que o garoto da recepção como no primeiro dias, ele era muito mais que aquilo.

[...]

New Orleans — 17:21 Pm

CentroLanchonete Le'Foy

Holly aspirou ao aroma forte do café e voltou seus olhos ao sanduíche intocado a sua frente. Sua garganta parecia ter se fechado, aquelas informações eram difíceis de digerir, depois de tanto tempo ela descobriu que sua mãe era uma guerreira, uma mulher forte que ela teve o desprazer de não conhecer, o quanto ela deveria ter a lhe ensinar.

— Você precisa comer. — Tobias aconselhou. — Minha mãe dizia que saco vazio não para em pé.

Um riso seco e sem humor algum deixou sua garganta. Puxou o prato para próximo de si e cutucou o pão com o dedo indicador, desistiu e virou seus olhos para a rua. As pessoas transitavam animadas com fantasias e sacolas de compras, outros com adereços e enfeites, com toda certeza o festival era um evento e tanto.

— Nunca pensei que fosse dessa forma. — Comentou bebericando o café ainda encarando as pessoas pela vidraça. — Imaginei minha mãe de várias formas.

— Quando não se sabe nada, tem o direito de imaginar tudo. — Holly sorriu e voltou a se endireitar no banco.

— Eu a imaginei como uma acrobata de circo, como uma policial, uma aventureira e milhares de outras coisas. — Disse sorrindo. — Até mesmo que o bairro de Nova Iorque fosse a sua homenagem.

Tobias sorriu e viu os olhos azuis de Holly brilhar.

— Está decepciona com o que escutou sobre ela. — Ele quis saber.

— Não mesmo, ela era melhor do que eu poderia imaginar. — Assegurou. — Ela é uma guerreira no fim da história. Uma Valquíria.

— Ela fez tudo àquilo por que se amava, depois porque amava o seu pai e por fim porque te amava. Sua mãe era uma mulher que vivia de amor, e isso é ótimo.

Holly voltou a sorrir. Ela baixou seus olhar e tomou o sanduíche entre seus dedos, o abocanhando.

— Nem pense. — Ela disse quando viu Tobias esticar a mão para pegar uma batata frita do cesto. — É minha, e ninguém mandou ser apressado e comer tudo de uma vez.

— Nós vamos ao festival de música? — Perguntou girando os olhos e roubando um punhado de batatas.

— Claro, porque não iríamos?

Rindo ele voltou ao seu refrigerante. Holly poderia não perceber, mas era tão guerreira quanto sua mãe ou, como ela mesma disse: uma Valquíria.

[...]

New Orleans— 21:12 Pm

Festival de Música

As batidas da música alta soavam pelos ouvidos da jovem que se movia conforme o ritmo. Seus cabelos dourados balançavam e ricocheteavam em suas costas chamando a atenção de muitos que passavam, ela era encarada por todos, muitos deles do sexo masculino. Era lindo de ver-se a liberdade de seus movimentos e a forma angelical que ela sorria enquanto seus olhos permaneciam fechados.

Um desses pares de olhos era frio como gelo. Klaus a observava de não muito longe, encostado em um poste de luz, em meio às pessoas, ela girava os quadris e erguia os braços. Seu corpo escultural aos olhos dele se movia de forma tão sensual e convidativa, atiçando o seu lado macho alfa. A vontade possui-la se alastravam por cada célula de seu corpo, suas terminações nervosas tremiam a cada movimento proporcionado por seu corpo. No fim das contas, não seria tão mal tê-la por perto, poderia e seria muito divertido. Quando finalmente se inclinou desencostando do poste de luz para em fim se aproximar da bela mulher e a envolver em suas tramanhas, eis que um garoto aparece a cutucando no ombro com duas garrafas em mãos, uma de cerveja e a outra parecia refrigerante.

— Admirando a paisagem? — A voz debochada de Marcell soou a sua esquerda. — Ela é realmente linda.

— Pensei que amasse Rebekah. — Provocou com um sorriso estranho nos lábios vermelhos.

— Com ciúmes? — Marcell devolveu a provocação.

— De quem? Rebekah? — Comentou sem tirar os olhos de Holly que ria abertamente. — Ela sabe se cuidar, acredito eu.

Marcell abriu um sorriso ainda mais largo e negou com a cabeça. Klaus era impossível quando queria, mas era evidente o desejo estampado em seus olhos.

Que a loira era linda ninguém poderia negar, contudo não só sua beleza atraia os homens. A forma angelical ao qual falava e se movia, ou talvez o sorriso brilhante. Todavia a aura iluminada que a circulava era que os atraía afinal, que ser obscuro presente naquela cidade não gostaria de mergulhar e se afogar na luz que ela exalava?! Klaus queria, mesmo que nunca admitisse isso a ninguém, e Marcell podia ver.

— De onde a conhece? — O híbrido questionou caminhando ao seu lado.

— Do bar onde Camille trabalha. — Comentou fazendo um gesto de dispensa com a mão. — Por que a pergunta?

— Você pareceu bem surpreso quando Genevieve contou sobre ela.

Marcell ergueu uma sobrancelha e deu de ombros e mal percebeu quando Holly o viu caminhar pela calçada. A mulher loira se afastou do garoto com quem conversava e caminhou em sua direção.

— Marcell! — Ela chamou abrindo um lindo sorriso.

O moreno girou o pescoço para vê-la melhor, assim como Klaus que deixou seus olhos escorregarem por todo o corpo da jovem.

— Holly, que surpresa. — Disse se aproximando e a beijando no rosto.

Ela sorriu lindamente e finalmente seus olhos se focaram no híbrido um pouco mais atrás, ela o encarou por poucos segundos e logo estendeu a mão.

— Holly Bernasconi. — Ela disse sorrindo.

Klaus abriu ainda mais seu sorriso e apanhou a mão delicada dela entre a sua, dando um leve beijo.

— Klaus Mikaelson, é um prazer conhecê-la. — Seu sorriso era o mesmo que usava para quando tramava algo.

Quando Marcell pensou em dizer qualquer coisa, Hayley apareceu acompanhada de Elijah e Rebekah. A morena de olhos verdes sorriu e se aproximou rapidamente da prima a abraçando.

— Holly. — Ela chamou ainda sorrindo. — Não sabia que viria.

— Nem eu sabia. — Disse sorrindo.

Hayley olhou em volta e encontrou os olhos de Niklaus encarando a loira. Trincou os dentes e o observou felinamente. Rebekah que se mantinha calada ergueu uma sobrancelha.

— Sou Rebekah Mikaelson. — Disse de forma esnobe.

— Holly Bernasconi. — Respondeu de forma doce ignorando o jeito da outra loira. — Espera, vocês dois são parentes?

— Ela é minha irmã. — Klaus explicou a olhando de forma intensa.

Por um segundo ela se viu presa aos olhos azuis gelo do homem, mas logo retomou voltando seus olhos a Hayley que também o encarava.

— Esse é...

— Elijah Mikaelson. — O homem de terno a cumprimentou de forma polida.

Holly sabia que já havia o visto em algum lugar, e em um estalo ela sorriu.

— Você é o homem da cafeteria. — Ela exclamou. — De hoje mais cedo.

Ele assentiu e Hayley não conseguia deixá-la sozinha um único segundo, queria contar a ela sobre tudo e principalmente que eram primas. Estar tão próxima de um parente deixava-a confusa e cheia de emoções.

— Onde você está hospedada, gostaria de te visitar ou poderíamos marcar algo. — Hayley propôs eufórica.

— Eu estou no hotel no centro, um perto de uma praça. — Ela contou.

Hayley assentiu.

Do outro lado da rua, Tobias procurava desesperadamente Holly com os olhos, ele não havia visto quando a loira se afastou e foi quando ele girou o corpo que viu a cabeleira dourada dela, e quase suspirou aliviado, mas assim que viu sua companhia ele praguejou. Os Originais já sabiam sobre ela, pior ainda, Klaus já sabia sobre ela.

Rapidamente o garoto se infiltrou entre as pessoas o mais rápido que conseguia, e alcançou a loira.

— Holly. — Chamou alarmado. — Estava te procurando.

O lindo e largo sorriso continuava nos lábios pitados de carmim da mulher, Holly não tinha ideia do perigo que corria e isso o fazia temer.

— Desculpe. Aliás, esses são...

— Já nos conhecemos, Love. — Klaus exclamou com os olhos fixos no garoto.

— Cidade pequena, todo mundo se conhece. — Hayley contornou quando viu a confusão nos olhos azuis da prima.

— Em Nova Iorque se você conhece o seu vizinho já é um grande avanço. — Comentou sorrindo suavemente.

Tobias se aproximou da garota pegando sua mão, seus olhos não saiam do grupo a sua frente se algo acontecesse, ele não poderia protegê-la, pois era tão inofensivo quanto ela.

— Eu queria te mostrar uma coisa. — Mentiu a puxando para perto de si. — Mas tem que ser agora.

[...]

New Orleans—22:15 Pm

Frash Quarter

— Não importa. — A bruxa gritou. — Eu a quero, não importa quantas pessoas tem de morrer isso precisa ser concluído.

— Mas ela é uma Labonair, Hayley não deixaria que nenhum de nós se aproximasse. — Luna comentou um pouco acanhada.

— Luna, doce Luna. — Murmurou Genevieve. — Eu a quero o mais rápido possível, a maldição vai se encarregar do resto, esse foi o trato e ele precisa ser cumprido.

As demais bruxas se entreolharam e suspiraram quase ao mesmo tempo.

— Ela está bem, é amiga do garoto Stanford. — Jasmine comentou.

— Juan? — Genevieve perguntou arqueando uma sobrancelha ruiva.

— Não o outro, Tobias. — Explicou melhor. — Vocês o conhecem, será bem complicado se aproximar dela com ele tão próximo.

Genevieve parecia pensar a passos calmos, ela se aproximou de seu grimório e analisou melhor o feitiço e principalmente a carta escrita a próprio punho de Edgar Labonair, letra curva e clara. Não havia outra interpretação, estava feito e agora o divida seria cobrado, e a doce Holly Labonair era a moeda de troca.

— Vou dar um jeito, nem que eu tenha que encher a cabeça de Niklaus. — Comentou com uma falsa doçura. — Vocês sabem como ele sempre vem cheio de sede ao pote, principalmente quando é algo que lhe convém.

— Como fará isso Genevieve? — Cecilia que se mantinha calada desde a sua chegada, e tentava acompanhar o raciocínio da bruxa.

— O que Niklaus mais gosta nesse mundo depois de Sangue e Uísque? — Questionou debochada.

— Poder. — Luna murmurou entendendo.

[...]

New Orleans— 01:22 Am

A música ainda podia ser escutada por ela, porém cada vez mais longe. Era estranha a forma como uma parte do bairro estava mergulhada em penumbra e silêncio, enquanto o outro brilhava. Holly tinha certeza que podia escutar os sussurros das folhas e o assovio do vento quente daquela madrugada, Tobias havia ficado na festa e ela, cansada de mais para caminhar, voltava a passos lentos para o hotel.

Mas aquela mesma sensação de perseguição estava novamente em seu corpo, parou por alguns segundos observando a sua volta um pouco aflita e, constatando que nada a vigiava, voltou a caminhar, dessa vez mais rápida. Rapidamente um vento forte levou seus cabelos para a sua esquerda, assustada ela pensou em correr, mas antes de fazer a curva seu corpo se chocou com outro e ela quase foi ao chão, todavia um braço lhe segurou antes.

— Calma moça, assim você se machuca.

Holly levantou os olhos para o homem risonho a sua frente.

— Desculpe, é que... Esqueça não é nada demais. — Murmurou se aprumando sobre as pernas e correndo seus olhos pela escuridão da rua.

Não muito longe a mesma sombra que a perseguia desde que havia posto seus pés na cidade, estava próxima a loja de artigos antigos — assim como toda a cidade — a observando, gravando cada um de seus passos. Aquela altura ela não pensava mais que era fruto de sua imaginação, e sua mente já projetava para um antigo filme de terror em que a mocinha chega a uma cidade pequena e é perseguida por algum tipo de demônio e no final ela sempre acaba morta.

— Espera, você é a Holly, certo? — O homem se pronunciou a assustando.

— Sim, mas como sabe? — Questionou confusa desviando seus olhos da estranha sombra a alguns metros.

— Meu nome é Juan Stanford, você é amiga do meu irmão Tobias. — Explicou simpático.

— Ele nunca me disse sobre um irmão. — Disse envergonhada.

— Não somos próximos. — Deu de ombros. — Hm, você me parece assustada. Aconteceu alguma coisa?

Ele parecia preocupado.

— Estou bem, só um pouco paranoica. — Ela soltou um riso nervoso. — Me sinto perseguida há alguns dias, mas não é nada demais.

— Cidade pequena moça, todo mundo vê todo mundo. — Respondeu sorrindo. — Está indo para o hotel, se quiser posso te acompanhar.

Holly suspirou voltando seus olhos para onde antes a sombras estava e se surpreendeu quando não a encontrou. Suspirou longamente e com um aceno aceitou. Não posso dizer que ela foi tranquila o caminho todo, sempre vigiando a rua e mal prestando atenção no que o Juan dizia.

— Bom, está entregue. — Ele disse sorrindo. — Espero que durma bem, Holly.

— Obrigada. — Murmurou checando a rua mais uma vez. — Desculpe o incomodo e boa noite.

— Boa noite. — Foi a única coisa que ele disse antes dela fechar a porta atrás de si e sumir pelo Hall de entrada no hotel.

Juan sorriu de forma maldosa e voltou seu caminho pela rua. No fim, Genevieve tinha razão, a garota era ingênua demais e facilmente acreditaria nele.

— Cuidado onde pisa lobinho. — Aquela voz o fez travar.

Lentamente o lobo girou corpo e os olhos na direção contrária onde Klaus o observava escondido pela sombra de um beco. Claramente o Híbrido caminhou revelando seus rosto e corpo na luz.

— Perseguindo mocinhas indefesas, Klaus. Não me parece do seu feito. — Debochou perigosamente.

Antes que ele pudesse voltar a falar, seu corpo foi jogado contra o muro de tijolos vermelhos e seu pescoço apertado pela pesada mão do Mikaelson.

— Deve controlar a língua, ou se esqueceu de quem manda aqui? — Rosnou raivoso.

— É você quem a persegue, não é mesmo. — Afirmou ofegante.

— Não se aproxime mais dela, Juan. Ou serei obrigado a arrancar o seu coração. — Ameaçou cruelmente.

Juan não disse uma única palavra, não que ele pudesse. Contudo, Genevieve ficaria feliz em saber o Rei Niklaus Mikaleson, já tinha certo interesse sobre a Labonair.

Niklaus o jogou contra a parede do outro lado da rua e o observou se erguer com certa dificuldade e depois correr dali, cuidaria do lobinho Stanford depois. Com agilidade ele pulou na sacada do quarto, a mesma sacada que ele costumava observá-la por horas e horas.

Naquele momento ela saia do banheiro apagando a luz, sua pele leitosa reluzia por baixo do lingerie rosada e a blusa transparente de onde ele tinha um vislumbre perfeito de seus seios empinados, calmamente ela empurrou as cobertas e se deitou com o aparelho celular nas mãos, a luz azulada do objeto iluminou seus olhos safiras, mas para o desgosto do híbrido ela logo desligou colocando no criado mudo e se cobrindo com um lençol perolado. Klaus não contou e nem ousaria admitir mesmo que soubesse, mas as horas se passaram, e ele permaneceu ali, observando o sono calmo da jovem com aura de anjo.


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Notas finais do capítulo

OMG, o que vocês acharam?
Só eu que acho que o Juan vai dar problema para a Holly?! E esse plano da Genevadia? Não senti muita firmeza nessa Luna, maaaaas eu quero saber sobre vocês. Me contem o que acharam amorecos!!!

Mille baci...