All Hail the Queen escrita por Angie Hoyer


Capítulo 16
Briseides, A Bruxa do Pantano


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, estou de volta com um capitulo bem curtinho de novo, mas estava mais que na hora de escutarmos o outro lado da historia da maldição Labonair.
Prestem bastante atenção nesse capitulo porque ele da muuitas dicas do passado da Holly!!

Por enquanto é só.... Nós vemos na semana que vem lindas ♥



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"Uma vez bruxa, sempre bruxa."
— Gerald Gardner

Briseides, ainda era jovem quando o sangue lhe veio, assim como o amor.
Não deves jamais deitar-se com um homem ou mulher, dizia sua mãe. Um senhora atarracada e um tanto ranzinza, que prezava pelos poderes da filha mais que pelos seus. Para ser a mais poderosa a pureza deveria manter. Mas seu coração almejava outra coisa, o belo filho caçula dos Labonair, aquele que sempre lhe entregava um sorriso. Mesmo quando os mercadores de vilarejos vizinhos o diziam para não fazer. Ninguem jamais deve confiar em bruxas, era o que sempre diziam.
No entanto Sabas parecia pouco se importar. Ouviu de sua mãe para que não falasse com o jovem e robusto Labonair, fora proibida disso, mas seu coração pulsava alegre apenas em sentir o seu cheiro. Ele era um jovem pouco afortunado, que residia nas lamas traiçoeiras dos pântanos, alimentava-se do que a terra e a caça lhe forneciam, o que era muito pouco para uma família tão grande. Mas Briseides mantinha-se de ilusões, era tão jovem e apaixonada que ao menos percebeu que ele jamais lhe daria aquele olhar. O olhar que ele direcionava a outra.
Constance era mais bela, mais rica e mais educada. Possuía o respeito e olhares de todos por onde quer que fosse. Homens da corte e de terras longínquas, ofereciam sacas de ouro, terras férteis e cabeças de gado para sua mão desposar. Percebera tarde de mais, para seu coração machucado, que era entre os lençóis perfumados de Constance que Sabas se deitava.
A fúria lhe tomou, o céu, o chão e as águas, antes calmas, do pântano sofrem por isso. Os ventos do norte varriam as plantações matando o povo de fome. As chuvas provocavam dilúvios, destruindo casas e matando o povo de frio. Os pântanos transbordavam e seus animais peçonhentos enfureciam-se e tornavam-se ainda mais ariscos. Durante seis luas, o povo sofreu, o lorde empobreceu e as lagrimas da bruxa tornaram-se sorrisos. Constance pagaria o preço pelo bem de todos. Então a bela e recatada filha do conde, casou-se com um príncipe, assim salvando seu pai da miséria e seu povo da morte.
Naquela noite, Briseides fartou-se com as lagrimas da bela condessa, que tornara-se princesa. Bebeu da raiva de Sabas e o amaldiçoou, seu amor pelo jovem Labonair tornara-se rancor. Seu coração que antes, bombeava sangue e felicidade por seu corpo, tornara-se pó sob seu peito. E mesmo que tudo estivesse perdido, ele ainda possuía coragem. Pobre homem, ainda se preocupava com a mulher que amava que agora deitava-se na cama de outro.
Uma lua apos tal união, Briseides contemplou Sabas pela ultima vez. O rapaz possuía a expressão sofrida, os olhos negros estavam fundos, estava consideravelmente mais magro, perdera toda a beleza que um dia Briseides sentira calores ao observar.
Ele lhe pedira ajuda, um feitiço, para resgatar a mulher que amava dos horrores que aquele castelo abrigava. A raiva lhe impregnou, mas a revelação que deixou os lábios de Sabas um segundo depois fez um sorriso surgir. Uma criança era gerada, uma criança Labonair. Um bastardo.
Sua vingança estava ali, estendida em suas mãos, conseguia sentir o gosto doce que possuía. Pois não permitiria que tal aberração viesse a nascer. Praguejou a vida de Constance e daquele bebe, mas não sem antes, presentear Sabas com sua ruína.
A força de vinte homens ela lhe deu, que poderia ser usada apenas com o cair da lua cheia. No entanto havia mais sobre aquele ritual do que Sabas poderia imaginar, e com os olhos verdes de Briseides sobre seus lábios, enquanto o liquido misturado ao seu sangue escorria por sua garganta, ela sorriu. Quando a porta fora atravessada, ela gargalhou. E tomou a estrada ao fim daquela noite, deixando para trás fúria e destruição.
Um animal feroz e descontrolado, ao cair da lua cheia, ele se tornou, mas não apenas ele, mas sim toda a sua linhagem de sangue. Sabas não se lembrava, mas suas mãos tinham mais sangue do que ele jamais imaginou. Enterrou a amada, com o filho ainda em seu ventre, três noites depois e procurou pela bruxa por quase seis décadas. Mas Briseides desaparecera feito fumaça no ar.
A maldição continuou e a cada nova geração, mais iguais a eles nasciam.
A historia sobre a bruxa do pântano se perdeu, esquecida pelos ancestrais que riscaram seu nome da historia. Sabas não morrera deixando herdeiros, pois o único que desejava morrera junto a mãe.
Mas a maldições se prolongou, em um livro deixado pela impetuosa bruxa do pântano, um feitiço de invocação fora escrito. Enterrado em solo profanado junto a todo sangue derramado.
"Com sangue vermelho deve banhar-se e embebedar-se, enquanto a lua negra se esconde no céu. Da carne deve provar para que um desejo lhe possa ofertar. Briseides é perigosa, devo lembrar. O rancor em seu coração não deve escutar, palavras frias como as tramontanas* dançarinas deve evitar. Briseides é perigosa, lhe vou relembrar. Com serem obscuros ela ousou se deitar. Não brinque com a jovem bruxa, pois se mesmo assim o fizerem, prontos para a morte devem estar."
O bilhete deixado tornara-se pó, não apenas no envelope, mas nas lembranças também. Briseides e suas maldiçoes não deveriam ter sido esquecidas, mas Arfeu Labonair pensou o contrario. Aquela que não é lembrado não serve de exemplo, ele havia dito. Mas as bruxas são espertas, disso ele não deveria ter se esquecido.
Briseides desaparecera, mas uma linhagem deixou. Com feitiços, historias e o mesmo rancor.
Mas nem mesmo ela pode prever, que três milênios depois fosse chamado. Sob a mesma lama que Sabas lhe pediu um favor. Novamente um Labonair lhe pedia vingança. Um pai furioso, pela filha desobediente. Seque seu ventre e mate a criança, ele gritou para o espectro tremulante. Briseides sempre fora geniosa, mas as lendas esqueceram-se de contar. Sob a lama do Boyol ao qual comandava, Sebastian Labonair teve o que merecia. Possuindo o corpo de uma jovem bruxa da colheita, Briseides lhe rasgou a garganta e ligou duas pequenas almas, traçando seus destinos com sangue. Um herdeiro puro sangue.
A mulher de cabelos beijados pelo fogo sabia, mas nada alem de um peão ela seria. Escondeu-se novamente alem do véu, carregando consigo a certeza de que voltaria a pisar sobre as lamas de seu pântano.
Briseides era perigosa, eles não deviam ter esquecido.


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Notas finais do capítulo

Por hoje é só meninas ♥ Volto com capítulos nos tempos atuais na semana que vem e teremos a continuidade da historia oficialmente ♥

Mille baci...♥



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